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"Espectacularidade dos assaltos" preocupa OSCOTpor Lusa
Hoje
O Observatório de Segurança, Criminalidade Organizada e Terrorismo (OSCOT) está preocupado com "a espetacularidade dos assaltos" praticados nos últimos tempos, que são cada vez mais "violentos, graves e com táticas assustadoras"."No OSCOT preocupa-nos muito a cada vez maior espetacularidade dos assaltos", disse à agência Lusa o presidente do organismo, José Manuel Anes.
Segundo o especialista em segurança, os assaltos são "cada vez mais espetaculares, violentos, com iniciativas táticas que assustam e desproporcionados em relação ao efeito que pretendem atingir".
O presidente do OSCOT adiantou que a "qualidade dos assaltos assusta e cria um sentimento de insegurança muito grande" na população.
"Mesmo que tenha havido uma diminuição quantitativa da criminalidade nos três primeiros meses do ano, o sentimento de insegurança está alarmado com este tipo de assaltos", sustentou.
A criminalidade violenta e grave diminuiu 11,1 por cento no primeiro trimestre de 2011 relativamente ao período homólogo do ano passado, segundo o Gabinete Coordenador de Segurança.
Da análise da criminalidade participada às forças e serviços de segurança (GNR, PSP e PJ) resulta que no primeiro trimestre deste ano se verificou ainda uma descida de 4,5 por cento na criminalidade geral, em comparação com o período homólogo de 2010.
José Manuel Anes não pôs em causa estes números, tendo em conta que o OSCOT não tem estatísticas, mas manifestou-se impressionado com a violência e a desproporção dos assaltos.
"As pessoas estão num restaurante e entram indivíduos com metralhadoras para roubar 50 euros. A introdução de rebentamentos para caixas de Multibanco é qualquer coisa que impressiona as pessoas", exemplificou.
Para o presidente do OSCOT, os assaltos mais violentos são "táticas importadas" de outros países, como Espanha, mas que já estão a ser praticados por portugueses.
"Nos primeiros momentos são grupos estrangeiros que fazem os assaltos mais violentos e com maior capacidade operacional. Mas como há o efeito contágio, os criminais locais tendem a imitar e às vezes não com tanta eficácia", disse, acrescentando que por isso é que os assaltos a caixa de Multibanco têm falhado.
Por outro lado, José Manuel Anes considerou que "ainda não se verificaram os efeitos da crise na criminalidade", estando os assaltos realizados nos últimos tempos relacionados com "o universo criminal da droga".
"A maior parte dos assaltos são porque não têm dinheiro para comprar droga. É necessário ter essa noção. Ainda não chegámos ao ponto de um significativo número de pessoas assaltar porque não tem dinheiro para comprar pão", disse, dando como exemplo os assaltos no Algarve.
No entanto, admitiu que no futuro a criminalidade aumente devido à crise, nomeadamente furtos a supermercados e lojas, além dos roubos com alguma violência.
In DN