Espanha

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Espanhóis desaprovam novo Governo Zapatero

por PEDRO CORREIA
Hoje


Líder socialista, há seis anos no poder, não consegue relançar popularidade com mexida no Executivo: 57,4% criticam remodelação

Alfredo Pérez Rubalcaba é o político de quem mais se fala em Espanha por estes dias. Socialista da velha guarda, antigo membro de um Governo de Felipe González, o novo vice-primeiro-ministro espanhol - sem dúvida a personalidade mais popular do Executivo de Zapatero, onde desempenhava as funções de ministro do Interior, que aliás mantém - está a partir de agora na primeira linha da sucessão do desacreditado líder socialista. Se Zapatero decidir não concorrer a um terceiro mandato consecutivo, nas legislativas de 2012, avança ele como líder do Partido Socialista Operário Espanhol, no poder desde 2004.

"Podemos pensar que Espanha é um barco e que estamos numa tempestade. Há comandante e há tripulação. Em baixo, nos camarotes, existe um conjunto de senhores que desfrutam da viagem estendidos na cama. Os de cima somos nós, o Governo; os de baixo são os do PP." Foi com estas declarações, bem reveladoras do seu estilo, que Rubalcava se estreou ontem, numa conferência de imprensa em Madrid, na dupla condição de vice-primeiro-ministro e porta-voz do Governo, poucas horas após ter tomado posse, com os outros novos membros do Executivo, perante o Rei Juan Carlos. O veterano socialista não poupa nas suas palavras o principal partido da oposição, que lidera actualmente todas as sondagens.

Com a remodelação anunciada de surpresa quarta-feira, após vários desmentidos, Zapatero concretizou a quarta mexida no seu Executivo. Que foi também a mais vasta. Saíram dois políticos que o acompanhavam desde o início, a vice-primeira-ministra María Teresa de la Vega, e o ministro dos Negócios Estrangeiros, Miguel Moratinos. Ambos foram claramente apanhados de surpresa, ao ponto de Moratinos não ter conseguido reprimir as lágrimas numa sessão plenária do Parlamento.

María Teresa deu lugar a Rubalcaba e Moratinos cedeu o posto a Trinidad Jiménez, até agora ministra da Saúde e recém-derrotada nas primárias socialistas de Madrid. A nova titular da pasta da Saúde é Leire Pajín, uma das estrelas em ascensão no PSOE, anterior vice-secretária-geral do partido. Noutras áreas, como o Ambiente e o Trabalho, também houve mexidas. E foram suprimidos ministérios que Zapatero apresentou aos eleitores, em 2008, como grandes inovações orgânicas no Governo - o da Habitação e o da Igualdade. Em ambos os casos passam a ser meras Secretarias de Estado.

Numa altura em que Espanha tem 20% de desempregados e um dos mais severos pacotes de austeridade a nível europeu, Zapatero atravessa a sua fase mais impopular desde que chegou à liderança do PSOE, há dez anos. A sua popularidade não parece aumentar com esta remodelação: numa sondagem publicada ontem no diário La Razón, 57,4% dos interrogados criticam a remodelação e só 32,1% estão de acordo.

In DN

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Infanta Leonor de Espanha celebrou o quinto aniversário

por IRINA FERNANDES
Hoje


A filha mais velha dos príncipes das Astúrias, que não têm um filho varão, está a ser educada para um dia poder vir a ser rainha

Leonor de Borbón y Ortiz, infanta de Espanha, festejou ontem o seu quinto aniversário. A primogénita dos príncipes das Astúrias veio ao mundo a 31 de Outubro de 2005, pelas 01.46, na Clínica Ruber Internacional de Madrid.

O Rei de Espanha, Juan Carlos, a rainha Sofia, o príncipe Felipe de Borbón e a princesa Letizia Ortiz foram os anfitriões de uma festa privada no palácio da Zarzuela que veio assinalar o nascimento da menina que ocupa o segundo lugar na linha de sucessão ao trono.

Ainda não era ainda nascida e já toda a Espanha aguardava o seu nascimento. Letizia Ortiz e Felipe de Borbón optaram por esperar pelo momento do nascimento do bebé para saber qual iria ser o sexo daquele que ia ser o próximo membro da família real. Espanha usa um sistema de primogenitura em que se dá preferência ao sexo masculino para reinar. Para alterar esta discriminação de género é preciso mudar a Constituição - algo que já aconteceu noutros países europeus em que existem monarquias, como Suécia, Dinamarca, Holanda e Bélgica.

No dia do nascimento de Leonor, o príncipe Felipe declarou que "nasceu uma infanta e não uma rainha". Ele próprio, mais novo que as suas irmãs Elena e Cristina, ascenderá ao trono por ser homem. Mas é sabido que os príncipes, e em especial Letizia Ortiz, uma plebeia que se converterá rainha por casamento, querem acabar com a discriminação de sexos na corte e por isso já educam a filha para reinar. Os principais partidos políticos em Espanha também concordam que, em pleno século XXI, a lei da sucessão deverá ser alterada.

A infanta Leonor estuda na mesma instituição que formou o pai, o Colégio Nuestra Señora dos Rosales, em Madrid. A menina é conhecida pela sua simpatia para com os meios de comunicação social. Aos cinco anos já acena e responde a perguntas dos jornalistas.

Só o tempo dirá se Leonor continuará ou não a ser a legítima herdeira à coroa espanhola. No dia em que o príncipe Felipe pediu a mão a Letizia Ortiz, em 2003, revelou que ambos gostavam de ter "mais de três e menos de cinco filhos". Para já, ela com 38 anos e ele com 42, têm duas meninas: Leonor, de cinco anos, e Sofia de três e meio.

In DN

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Menina viajou até Espanha para dar à luz

por ABEL COELHO DE MORAIS
Hoje


Governo acompanha a situação. Família da jovem mãe vive em zona degradada

A menina de dez anos que deu à luz um bebé a 26 de Outubro, num hospital de Jerez de la Frontera, chegara a Espanha há três semanas, vinda da Roménia para assistir a um casamento e para o parto, segundo declarações da mãe.

A jovem mãe, que se chama Elena, teve uma menina de 2,9 quilogramas, baptizada com o nome de Nicoletta. Terá entretanto rompido com o pai da recém-nascida, um menor de 13 anos, que ficou na Roménia.

Olímpia, mãe de Elena, continuava ontem a insistir que "é normal" os casamentos entre menores, não estando por isso admirada com a gravidez da filha.

Em declarações ao Diário de Jerez, Olímpia, de etnia cigana, afirmou que Elena se deslocou a Espanha para que o bebé nascesse neste país, mas que esta opção nada tinha a ver com o facto de puder receber os 2500 euros do "cheque-bebé", atribuído às famílias espanholas ou com residência legal neste país. Verba a que nunca teria direito por ter chegado recentemente assim como seus pais, que só há nove meses se fixaram em Lebrija, localidade nos arredores de Jerez de la Frontera.

Elena e seus pais estão a viver numa rua, Calle Tejar, onde se concentra importante comunidade romena assim como largo número de peruanos. É uma zona habitacional degradada, sendo a casa dos pais de Elena uma vivenda de "autoconstrução", com três pisos e deficientes condições de habitabilidade, conforme descrições dos media espanhóis. A maioria dos familiares dedica-se à recolha de sucata e mendicidade.

O caso foi ontem discutido no Senado espanhol, com a Defensora do Povo, María Luisa de Llano, após ter apresentado o balanço da sua actividade em 2009, considerando acertada a decisão do Governo da Andaluzia de acompanhar a situação. Luisa de Llano notou que não lhe chegou ainda qualquer comunicação sobre o caso, mas que estará atenta ao facto de a família de Elena ter poucas posses económicas e se está em condições de cuidar da bebé Nicoletta

In DN

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Custo de visita papal gera protestos em Espanha

por SUSANA SALVADOR
Hoje


O Papa chega hoje a Santiago de Compostela, onde se juntará a milhares de peregrinos para assinalar o Ano Santo Jacobeu, seguindo amanhã para Barcelona. Na capital catalã, vai elevar a Sagrada Família a basílica. Mas a viagem de 32 horas está rodeada de críticas, em especial em relação aos custos, com grupos laicos ou homossexuais a receberem-no com um "Eu não te espero"

Os espanhóis foram buscar a calculadora e não ficaram satisfeitos ao conhecer os custos da viagem papal. Bento XVI chega hoje a Santiago de Compostela para uma visita de 32 horas que o vai levar também a Barcelona e que custará 4,8 milhões de euros aos contribuintes. Isto é, 150 mil euros por hora, 2500 euros por minuto. Tudo sem contar com os custos de segurança nem de emergência médica. Por tudo isto, há quem já tenha pendurado nas janelas o cartaz: "Eu não te espero."

Prevista para o dia da chegada do Papa, a manifestação com esse lema foi adiantada, para "fazer-se ouvir e evitar um confronto directo com os apoiantes de Bento XVI". Cerca de 2500 pessoas reuniram-se na quinta-feira à noite, na praça de Sant Jaume, em Barcelona, para defender a laicidade e a "diversidade dos princípios morais" de Espanha. E não só. "Crianças venham, padres fujam", lia-se num dos cartazes, em referência aos escândalos de pedofilia na Igreja Católica.

Mas este não será o único protesto contra o Papa. O mais invulgar deverá acontecer amanhã às 9.00 em Barcelona, na praça da Catedral, ponto de partida do percurso de Bento XVI para a Sagrada Família. Será uma flashmob, um evento repentino que acaba passados poucos minutos, como se não tivesse acontecido. Neste caso, esperam-se centenas de casais homossexuais que se devem beijar na boca durante dois minutos à passagem do Papa. O evento espalhou-se através da rede social do Facebook e, segundo uma das organizadoras, Joan Pérez, há 300 pessoas que já confirmaram a presença.

O porta-voz de Bento XVI, Federico Lombardi, assegurou que "há uma grande maioria de pessoas que está feliz por receber o Papa", avisando que os que não estão de acordo com esta visita "devem respeitar a opinião da grande maioria e deixar que seja uma festa". Em declarações ao programa Els Mantins de TV3, o padre disse contudo entender "o mal-estar" que pode trazer a visita papal aos moradores das áreas em que as medidas de segurança foram aumentadas, como junto à Sagrada Família.

Em relação à segurança que vai rodear a viagem do Papa, as autoridades tiveram de fazer alterações de última hora, depois de, há cerca de um mês, um dos responsáveis ter perdido o dossier com essa informação. Os papéis foram descobertos na noite de quinta-feira, junto a um caixote do lixo, por um homem que estava a passear o cão. Entre os dados constavam os contactos de todos os responsáveis de segurança, assim como os locais em que vai ficar alojada a comitiva papal e os pontos onde estão instaladas as câmaras de segurança.

O dossier foi entregue à rádio Rac1, com o delegado do Governo da Catalunha Joan Rangel, a dizer que não representa "risco nem perigo", já que as autoridades tinham sido avisadas da perda dos documentos e tinham procedido a alterações. "O Estado garante a 100% a segurança do Papa", disse por seu lado o vice- -presidente e ministro do Interior, Alfredo Pérez Rubalcaba. Será o número dois do Governo espanhol a receber o Papa no aeroporto de Santiago de Compostela, hoje às 9.30.

No Ano Santo do Jacobeu (que acontece sempre que o dia de Santiago coincide com um domingo), o Papa quer ser mais um dos milhares de peregrinos que, anualmente, chegam à cidade a pé. Em 2010, já foram contabilizados 260 mil, um recorde. Na capital da Galiza, Bento XVI celebra missa às 15.30.

Segundo o subsecretário da Congregação para o Clero, Celso Morga, o Papa deverá aproveitar a oportunidade para alertar para a "descristianização" da Europa, "o relativismo e a ideia herdada da Revolução Francesa que, para ser plenamente humano, é preciso libertar-se de toda a tradição religiosa".

Bento XVI visita Espanha pela segunda vez, depois de ter estado em Valência, em 2006. Este país de forte tradição católica está contudo a ficar menos crente, com uma sondagem do Centro de Investigações Sociológicas a revelar que hoje apenas 73,2% dos espanhóis se diz católico. E quando se analisam apenas os jovens, com idades entre 15 e 29 anos, metade diz não ser católico.

Amanhã, em Barcelona, o Papa vai elevar a Sagrada Família - a igreja inacabada do arquitecto catalão Antoni Gaudí - à condição de basílica. Aproveitará a missa para fazer a defesa da família. Isto num país governado pelos socialistas, que aprovaram o casamento homossexual e liberalizaram o aborto. A cerimónia deverá ser em latim, castelhano e catalão. A visita do Papa está a ser aproveitada pelos nacionalistas para reforçar as suas intenções separatistas, isto a 22 dias das eleições na Catalunha

In DN

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Papa critica laicização agressiva em Espanha

por SUSANA SALVADOR
Hoje


Bento XVI pede que o país e todo o continente se abram a Deus e saiam ao seu encontro "sem medo". Depois de Santiago de Compostela, o Papa chega hoje a Barcelona

Bento XVI apelou ontem, em Santiago de Compostela, a um "reencontro entre fé e laicidade e não a um confronto", lembrando que o embate entre "fé e modernidade" está "bem vivo" em Espanha. No primeiro dia de visita a este país, o Papa alertou para o risco de regresso do "anticlericalismo e do movimento de secularização forte e agressivo" que os espanhóis viram nascer nos anos 1930.

Recebido por milhares de pessoas na praça do Obradoiro, Bento XVI disse na sua homilia que é "uma tragédia que na Europa, sobretudo no século XIX, se tenha afirmado e difundido a convicção que Deus é adversário do Homem e inimigo da sua liberdade". Depois indicou esperar que o continente se abra a Deus e "saia ao seu encontro sem medo". Recordando que as raízes e a tradição cristãs estão "na origem das grandes criações filosóficas e literárias, culturais e sociais", defendeu que "o nome de Deus deve soar de novo alegremente nos céus da Europa".

A Espanha de hoje é a menos católica de sempre, com apenas 73% dos inquiridos numa sondagem do Centro de Investigações Sociológicas a admitir que são católicos. Em 2002, eram 80%. Bento XVI teme a descristianização e, em Outubro, criou o Conselho Pontifício para a Nova Evangelização, com os olhos postos na Europa.

Sete mil pessoas seguiram a missa na praça Obradoiro, frente à catedral de Santiago. Muitos milhares mais seguiram através de ecrãs gigantes. Dirigindo-se aos jovens, o Papa pediu-lhes que "renunciem a um modo de pensar egoísta e de curto prazo".

No aeroporto, o Papa tinha sido recebido pelos príncipes das Astúrias, Felipe e Letizia. O herdeiro da coroa destacou o compromisso de Bento XVI com a "paz, a liberdade e a dignidade". Estava também presente o número dois do Governo, o vice-presidente Alfredo Pérez Rubalcaba. O primeiro-ministro, José Luis Zapatero, não estará presente em nenhuma das cerimónias religiosas, tendo previsto apenas um "breve encontro" com Bento XVI na despedida, no aeroporto de Barcelona.

Na praça do Obradoiro, o Papa vestiu por momentos uma capa castanha, com a cruz e a vieira de Santiago, símbolos dos peregrinos. Depois, já no interior da catedral do século XII, rezou frente à imagem do santo, antes de a abraçar como manda a tradição. Só este ano, 260 mil pessoas fizeram a peregrinação - para receberem o certificado têm que percorrer os últimos cem quilómetros do caminho a pé ou duzentos de bicicleta. Mas o Papa alertou: fazer uma peregrinação não é só fazer turismo. Significa "ir ao encontro de Deus onde ele se manifestou, onde a graça divina se revelou com um esplendor particular".

Após a recepção calorosa em Santiago de Compostela, Bento XVI chega hoje a Barcelona, palco de vários protestos. Os manifestantes de organizações ateístas, homossexuais ou feministas criticam os custos da viagem papal sob cartazes de "Eu não te espero."

In DN

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Rei há 35 anos com apoio do povo

por SUSANA SALVADOR
Hoje


Juan Carlos foi entronizado a 22 de Novembro de 1975 e deu início à transição da ditadura para a democracia

Existe a ideia generalizada de que os espanhóis são mais juan-carlistas que monárquicos, mas uma sondagem de Outubro revela que 57% dos nossos vizinhos preferem manter a monarquia parlamentar a apostar numa república. E apenas 8% dizem que o actual regime só vai durar enquanto Juan Carlos estiver vivo. O que não deixa de ser uma vitória para o Rei de Espanha, que assinala amanhã o 35.º aniversário da sua subida ao trono.

A 22 de Novembro de 1975, dois dias depois da morte de Francisco Franco, Juan Carlos de Borbón tornava-se Rei aos 37 anos. Escolha pessoal do ditador espanhol, que o designara seu sucessor em 1969, o neto do rei Afonso XIII acabaria por ser o rosto da transição pacífica da ditadura para uma monarquia parlamentar. Num dos momentos-chave, a 23 de Fevereiro de 1981, surgiu em directo na TV, com farda de comandante militar, a defender o Governo eleito: assim pôs fim à tentativa de golpe de Estado liderada por Antonio Tejero.

Ainda hoje, segundo uma sondagem realizada pela empresa Análises Sociológicas, Económicas e Políticas, 63% dos espanhóis consideram "algo" ou "muito" importante o papel do Rei para o funcionamento da democracia. Nem que seja por ele ser um símbolo da união de Espanha. E 84% dos inquiridos acreditam que a sucessão vai decorrer sem problemas, sendo o príncipe Felipe das Astúrias popular como o seu pai - escolhido como "o maior espanhol de todos os tempos" num programa de televisão da Antena 3, em 2007.

Felipe e Letizia, a jornalista plebeia e divorciada com quem o herdeiro se casou em Maio de 2004, são vistos como um casal moderno. E podem tornar-se no símbolo de uma Espanha que, socialmente, está na linha da frente da modernidade (foi um dos primeiros países a autorizar os casamentos homossexuais e a viabilizar o aborto legal). E, apesar da presença continua dos príncipes das Astúrias nas revistas cor-de-rosa, resta saber se a monarquia não acabará por ficar fora de moda.

Nos últimos anos, nem tudo foram rosas para a Casa Real. Um dos momentos mais difíceis terá sido em Setembro de 2007, quando jovens independentistas catalães queimaram fotografias suas e de Sofia - a princesa grega com quem o monarca se casou em 1963. O ataque levou mesmo o Rei a defender-se, aproveitando um discurso na Universidade de Oviedo. "A monarquia constitucional propiciou o período mais longo de estabilidade", lembrou. Foi o culminar de um ano ainda marcado pelo famoso Por qué no te callas?, lançado ao Presidente venezuelano, Hugo Chávez.

Há seis meses, o Rei foi submetido a uma operação numa clínica em Barcelona, com os médicos a retirarem-lhe um nódulo do pulmão direito. Não foram detectadas células malignas, mas voltou a falar-se da possibilidade de Juan Carlos, já com 72 anos, poder abdicar a favor do filho. Mas nem para a operação o Rei abdicou da regência, uma situação que está prevista na Constituição espanhola. A Casa Real considerou que o tempo em que estaria anestesiado para a cirurgia não iria impedir o exercício normal das suas funções.

Em plena crise económica, o 35.º aniversário da entronização de Juan Carlos não será assinalado com uma grande festa. Mas certamente será uma altura para um novo balanço de reinado e novas perguntas sobre o futuro da monarquia. O carisma de Juan Carlos e a forma como actuou na transição fez com que a Casa Real fosse respeitada ao longo dos anos - e continue a ser. O desafio do príncipe Felipe é fazer com que o cenário não se altere quando for a sua vez de usar a coroa.

1. "Hoje começa uma nova etapa na história de Espanha", disse Juan Carlos na sua coroação, a 22 de Novembro de 1975. O Rei iria dar início à transição da ditadura para a democracia. 2. Juan Carlos conheceu Sofia num cruzeiro, tinha ela 18 anos. Casaram-se em 1963. Na foto com as infantas Elena (a mais velha) e Cristina, que nasceu em 1965. O herdeiro, Felipe, nasceria em 1968.

3. Franco designou Juan Carlos o seu sucessor em 1969. Na foto, numa das últimas aparições públicas antes da sua morte, a 20 de Novembro de 1975.

4. A sua mensagem na televisão de apoio à democracia pôs fim à tentativa de golpe a 23 de Fevereiro de 1981. Foi um momento-chave para o Rei.

5. Fotos de Juan Carlos foram queimadas por independentistas catalães, num dos piores momentos de 2007.

In DN

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Artur Mas a caminho do Governo catalão

por PATRÍCIA VIEGAS
Hoje


Os socialistas catalães foram derrotados nas eleições de ontem e os nacionalistas de direita saíram como grandes vencedores

Artur Mas será muito provavelmente o próximo presidente do governo da Catalunha, depois da vitória esmagadora ontem conseguida nas eleições autonómicas pela Convergência e União - coligação nacionalista de direita que foi fundada por Jordi Pujol. A sondagem feita à boca das urnas pela TV3 colocavam a CiU quase à beira da maioria absoluta de 68 deputados no Parlamento: 63 a 66 assentos parlamentares é quanto terá obtido a formação de Mas.

"É uma vitória histórica do catalanismo e o povo da Catalunha decidiu abrir uma nova página", disse ontem à noite aos militantes em festa o secretário-executivo e porta-voz da CiU, David Madí, citado pelo La Vanguardia. "O Partido Socialista da Catalunha foi derrotado nestas eleições com um resultado muito inferior ao que era a nossa expectativa", assumiu porta-voz do PSC, Miguel Iceta, citado pelo mesmo jornal catalão.

Os socialistas de José Montilla, ex-ministro da Indústria de José Luis Rodríguez Zapatero e até agora presidente da governo catalão, deverão eleger entre 25 e 27 deputados no hemiciclo autonómico. Este poderia ser o pior resultado de sempre dos socialistas catalães, que há quatro ano elegeram 37 deputados e, em 1980, quando registaram a sua pior prestação, conseguiram assegurar 33.

Os socialistas de Montilla governaram até agora aliados a mais dois outros partidos: a Iniciativa Verdes por Catalunha e a Esquerda Republicana da Catalunha. Esta última parece ter sido também fortemente penalizada pelo eleitorado catalão, pois terá conseguido entre 11 a 13 deputados, quando até agora tinha 21.A Iniciativa Verdes por Catalunha terá obtido por sua vez entre 8 a 10 deputados no Parlamento.

A roçar a maioria absoluta, a formação nacionalista de Mas poderia governar sozinha caso conseguisse a maioria absoluta dos 135 deputados catalães. Essa hipótese parece pouco provável e logo após a revelação das sondagens à boca das urnas começaram as movimentações para formar possíveis coligações.

O Partido Popular catalão fez saber através do seu porta-voz que poderá ser decisivo num futuro governo para a Catalunha. Joan Laporta, do Solidariedade Catalã, indicou que só estaria disponível para se coligar com a CiU se fosse para declarar a independência da daquela região autonómica. A formação do ex-presidente do Futebol Clube Barcelona deverá conseguir eleger entre 3 a 4 deputados no Parlamento catalão.

No rescaldo da derrota, os socialistas catalães aproveitaram ainda para estender a mão à CiU. "Colaborar de forma responsável no combate à crise", foi o que prometeu o porta-voz Miguel Iceta. Quando chegar à Generalitat, designação catalã para o governo autónomo da Catalunha, Mas terá à sua espera a maior dívida de todas as autonomias espanholas: a Catalunha, segundo o jornal ABC, tem uma dívida no valor de 29,5 mil milhões de euros. Em 2006, quando os socialistas de Montilla chegaram ao governo a dívida era de 14 mil milhões de euros.

A derrota dos socialistas nestas eleições autonómicas pode ter também uma leitura nacional, sendo entendida também como uma penalização ao governo de José Luis Rodríguez Zapatero. Eleito há mais de seis anos, o actual primeiro-ministro espanhol apresenta um certo desgaste, principalmente por causa da crise.

In DN

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Medida inédita desde Franco reabre céus de Espanha

por SUSANA SALVADOR
Hoje


Controladores aéreos espanhóis cederam à pressão com a declaração de estado de emergência, uma vez que ficaram sujeitos ao Código Penal militar e podiam incorrer em penas de até seis anos de prisão.

O Governo espanhol decretou ontem o estado de emergência pela primeira vez em 35 anos de democracia, pondo assim fim à greve selvagem que obrigou ao encerramento do espaço aéreo e deixou 600 mil pessoas em terra. Os controladores aéreos cederam à pressão, depois de ficarem sujeitos ao Código Penal militar, temendo incorrer em penas até aos seis anos de prisão. A situação só deve ficar normalizada amanhã.

O ministro do Interior espanhol e número dois do Governo, Alfredo Pérez Rubalcaba, revelou ontem ao final da tarde que 90% dos controladores aéreos tinham retomado o seu trabalho. "Foi um acontecimento de grande gravidade e teve consequências muito nefastas", nomeadamente para a imagem de Espanha, disse, acrescentando que vão ser exigidas responsabilidades. O ministro prometeu ainda que esta situação, que ocorreu no início de um fim-de-semana prolongado que envolve o feriado do Dia da Constituição (amanhã) e o da Imaculada Conceição, "não vai voltar a acontecer".

Pela primeira vez desde a morte de Franco (1975), Madrid decretou o "estado de alarma" - na ditadura chamado "estado de excepção". Esta medida, prevista na Constituição de 1978 e regulamentada na Lei Orgânica de 1981, pode ser tomada em caso de calamidade natural, epidemia ou, como agora, na paralisação de serviços públicos. Em causa está a mobilização dos controladores e a sua sujeição ao Código Penal militar por 15 dias. Mas o prazo pode ser prorrogado, com a aprovação do Parlamento.

"Estas mobilizações supõem que, no caso de não se apresentarem nos seus postos de trabalho, os controladores estão a cometer um crime de desobediência tipificado no Código Penal militar", afirmou Rubalcaba. Os trabalhadores podiam ser condenados a penas entre os dois anos e quatro meses e os seis anos de prisão, além de perderem o seu emprego. Os controladores aéreos admitiram que se "renderam" diante destas ameaças.

Mas os controladores também não estão livres de responder por processos nos tribunais civis, por abandonarem o local de trabalho. O Ministério Público de Madrid já está a actuar nesse sentido, iniciando a investigação ao eventual crime de sedição - punível com até oito anos de prisão. Os trabalhadores usaram como desculpa o artigo 34.4 da Lei de Segurança Aérea, que permite que deixem de exercer as suas funções "em caso de diminuição da capacidade física ou psíquica requerida".

A "greve selvagem" teve início após a aprovação, em Conselho de Ministros, de uma lei que prevê que os controladores só possam trabalhar 1670 horas por ano (apenas 80 das quais extraordinárias). Em Espanha há 2300 controladores aéreos, que ganham em média 200 mil euros ao ano (135 ganham mais de 600 mil euros).

O Partido Popular, na oposição, criticou o Governo por ter tomada a decisão na véspera do fim-de-semana prolongado. Por seu lado, os socialistas acusaram os populares de tomarem o partido dos grevistas, com quem se terão reunido nas últimas semanas.

Diante da recusa em trabalhar, o Governo começou por aprovar, ao final da tarde de sexta-feira, a militarização dos controlos aéreos. Isto antes de decretar ontem o estado de emergência. Mas a primeira medida foi insuficiente, com os controladores a recusarem voltar ao trabalho.

A decisão não é inédita, tendo sido tomada também pelo então presidente dos EUA, Ronald Reagan, em Agosto de 1981, diante de uma greve de 13 mil dos 17500 controladores civis. Reagan deu-lhes 48 horas para voltarem ao trabalho e, quando estes recusaram, não hesitou em despedir 11 mil. O tráfego aéreo ficou a cargo dos controladores militares e dos que não tinham aderido à greve. E nesse ano foram admitidos 5500 novos alunos para a formação de controladores, quando o normal era apenas 1500.

In DN

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Zapatero admite prolongar estado de alarme

por AFP
Hoje

O chefe do governo espanhol, José Luis Rodriguez Zapatero, admitiu hoje prolongar o estado de alarme, motivado pela "greve encoberta" dos controladores de tráfego aéreo espanhóis, "em função da evolução das circunstâncias".

Na passada sexta-feira, cerca de 70% dos controladores de tráfego aéreo espanhóis abandonaram os seus postos de trabalho, alegando razões de saúde que os impediam de trabalhar. Na sequência desta "greve encoberta", o governo de Espanha decretou um estado de alerta (a primeira fase do estado de emergência) durante quinze dias, que o primeiro-ministro admite agora prolongar.

À chegada ao parlamento, Zapatero disse hoje que "em função da evolução das circunstâncias, o governo tomará oportunamente a decisão de prorrogar a medida, e fá-lo-á tendo em conta as opiniões de todas as forças políticas".

In DN

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Justiça pede penas de 8 anos para controladores aéreos

por LUSA
Hoje

O Procurador-Geral de Espanha anunciou hoje que o Ministério Público vai propor penas de até oito anos de prisão para os controladores aéreos que na sexta-feira passada abandonaram os seus postos de trabalho.

Os factos protagonizados pelos controladores, que provocaram o encerramento do espaço aéreo espanhol e levaram o Governo a decretar o "estado de alarme", constituem um delito "muito grave", sancionado com penas de entre três e oito anos de prisão, disse o Procurador-Geral, antes de presidir a uma reunião de procuradores em Saragoça.

Para Conde Pumpido, o conflito protagonizado pelos controladores não é um problema laboral, porque não se utilizaram as vias previstas nestes casos, recorrendo-se antes a um abandono do posto de trabalho "premeditado", "concertado" e "colectivo", com danos graves para os cidadãos e para Espanha. O Procurador confirmou que foram abertas mais de 20 diligências em toda a Espanha e que vão ser exigidas responsabilidades a mais de 400 pessoas.

O Governo espanhol decretou sábado o "estado de alarme", pela primeira vez na Espanha democrática, depois de sexta-feira à tarde os controladores aéreos terem abandonado colectivamente o trabalho, sem aviso prévio, em protesto contra uma nova lei de regulamentação dos seus horários de trabalho.

In DN

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Assassino de quatro pessoas quis vingar-se do chefe

por Lusa
Hoje

O homem que matou hoje em Espanha o dono da empresa de construção para que trabalhava e o filho deste, matando depois dois funcionários de uma sucursal bancária em Girona, queria vingar-se do chefe, indicaram fontes da polícia.

O autor do crime múltiplo, identificado como Pere P.P., 57 anos, é natural de La Vall d'en Bas, não tinha quaisquer antecedentes criminais e era um aficionado da caça, segundo as mesmas fontes.

Pouco depois das 08:30 (07:30 em Lisboa) de hoje, o homem entrou no bar La Cuina de l'Anna, na zona de La Canya e, sem dizer qualquer palavra disparou, atingindo mortalmente o dono da empresa Construccions Tubert e o filho deste.

Pere P.P., solteiro e que vive com o pai octogenário, sabia que o seu chefe, Joan Tubert, de 62 anos, tomava o pequeno almoço no bar e quanto entrou dirigiu-se directamente para a mesa onde a vítima estava com o filho, Ángel Tubert de 35 anos. " Saiu do bar, entrou no seu carro pessoal e viajou "a toda a velocidade", segundo testemunhas, para a sucursal da Caja del Mediterrâneo (CAM) em Olot, onde estavam três funcionários e nenhum cliente. Armado com uma espingarda matou a tiro dois funcionários, Anna Pujol de 56 anos e Rafael Turró, de 46.

Saiu da agência bancária, entrou no carro que estava estacionado em fila dupla e pouco tempo depois foi confrontado por agentes policiais a quem confessou de imediato os crimes e se entregou. Os crimes chocaram a localidade de Olot que nas últimas semanas já tinha centrado as atenções mediáticas depois da detenção de um funcionário de um lar da terceira idade ter confessado que matou, por envenenamento, pelo menos 11 idosos.

In DN

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Criança espanhola salva com cinco órgãos portugueses

por DIANA MENDES
Ontem


Ibai Uriarte Costales, quatro anos, recebeu estômago, fígado, pâncreas, duodeno e intestino de uma criança portuguesa, que morreu. Foi operado há dois dias, em Madrid.

Ibai Uriarte Costales, de quatro anos, recebeu há dois dias um transplante com cinco órgãos vindos de Portugal e que são a última esperança para lhe salvar a vida. "Teve muita sorte. Uma sorte infinita, dentro da desgraça", diz o director da Organização Nacional de Trasplantes espanhola, Rafael Matesanz. Os órgãos são de uma criança portuguesa que morreu.

Num artigo de opinião no El Correo, Matesanz foi mais longe e chamou a este caso um milagre de Natal. A criança de Zaratamo, no País Basco, foi operada a um tumor invulgar, um teratoma que pesava 700 gramas e que estava alojado no seu abdómen desde que nasceu. Mas três dias após a operação, continuava com febres altas e foi transferida para o Hospital La Paz, em Madrid.

Depois de se descobrir que parte do estomâgo e intestinal tinham ficado sem irrigação na operação, os médicos viram-se obrigados a retirar as partes dos órgãos que estavam mortas. Mas nem isso foi suficiente. Tiveram de avançar com um processo de transplante para quatro órgãos: duodeno, intestino delgado, pâncreas e fígado. Durante a cirurgia, os médicos tiveram de transplantar um quinto órgão, o estômago, por se encontrar gravemente lesado. Ibai, operado na quarta-feira, está estável, nos cuidados intensivos, mas o prognóstico é ainda reservado.

Encontrar um dador em idades pediátricas não é fácil, e em Espanha haverá 30 por ano. Depois de duas semanas sem encontrar dador, a resposta chegou de Portugal, um país com quem Espanha tem um acordo na transplantação.

"Este é um transplante raríssimo, porque é multivisceral. Esta é a segunda vez que Portugal dá órgãos a uma criança espanhola. A primeira envolveu um transplante de fígado em 2008", refere Maria João Aguiar, presidente da Autoridade para os Serviços de Sangue e da Transplantação. O mais comum nestas idades é haver transplantes de fígado ou de rins, mas "há sempre crianças portuguesas a precisar de órgãos. Neste caso, apenas encontrámos receptor compatível para os rins. Como tentamos aproveitar ao máximo todas as dádivas, porque dependem de uma generosidade extrema das famílias, oferecemos os órgãos para os quais não temos receptor, porque há sempre alguém a precisar", frisa.

Para Maria João Aguiar este caso é "um prémio" para quem trabalha na doação." Basta que uma família agradeça para ficarmos compensados", diz, lembrando o agradecimento feito a Portugal pelos pais de Ubai. "Somos um país pequeno, mas não atrasados em termos de medicina."

In DN

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Polícia espanhola prende mafioso condenado a perpétua

por Lusa
Hoje

A polícia espanhola deteve na ilha de Tenerife um mafioso italiano condenado a prisão perpétua por triplo homicídio no seu país, que foi identificado por um guarda prisional também italiano que estava de férias, informaram este sábado fontes policiais.

A detenção ocorreu na sexta-feira, último dia do ano, e foi concretizada pela Unidade de Droga e Crime Organizado (UDYCO) do Tenerife, arquipélago espanhol das Ilhas Canárias, depois de ter sido reconhecido pelo guarda prisional da mesma nacionalidade do detido.

Segundo a imprensa italiana, o detido é Salvatore Marino, sobrinho do chefe da mafia de Paceco, de Trapani na Secília, Girolamo Marino, que foi condenado por ter sido um dos responsáveis pelo homicídio de Angelo Cottarelli, sua esposa Marzenna Topor e o filho de ambos, Luca, assassinados na sua casa en Brescia, em agosto de 2006.

Salvatore Marino e o seu primo Vito Marino, filho do chefe mafioso, foram condenados a prisão perpétua pelo tribunal de recurso de Brescia.

In DN

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Maior laboratório de cocaína desmantelado em Madrid

por DN.pt

Vinte e cinco pessoas foram detidas numa operação que envolveu dez unidades da polícia espanhola e que teve como alvo uma rede de tráfico de cocaína. No processo, foi desmantelado o maior laboratório desta droga na Europa.

Segundo o El Mundo, os detidos são de nacionalidades colombiana e espanhola. Fundamental no esquema era escritório de advogados, no qual dois irmãos advogados e vários funcionários simulavam contratos de modo a lavarem o dinheiro do narcotráfico através dos lucros da empresa.

A polícia ficou surpreendida com as medidas de segurança dos traficantes, pois tinham sempre escoltas para proteger o núcleo, utilizava microfone direccionais, uma enorme quantidade de telefones diferentes (470 foram apreendidos) e uma rede extensa de imóveis.

Foram apreendidos 300 quilos de droga, que era adulterada pelos detidos antes de ser distribuída, 33 toneladas de produtos químicos, dois milhões de euros em dinheiro, carros de luxo e documentos sobre investimentos financeiros de 50 milhões.

In DN

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Aguirre deve a Gallardón 416 mil euros em multas

por Patrícia Viegas
Hoje

A denúncia foi feita pela Esquerda Unida

Esperanza Aguirre deve a Alberto-Ruiz Gallardón cerca de 416 mil euros em multas de viaturas oficiais. A dívida da Comunidade de Madrid para com a câmara de Madrid foi denunciada pela Esquerda Unida num comunicado citado pelo 'El Mundo'.

Aquele valor é relativo a um acumulado de vários anos. Este partido da oposição diz que a Comunidade de Madrid encerrou o ano passado com 94 milhões de euros em dívidas e 64,5 milhões em convénios incumpridos.

A denúncia surge a pouco mais de três meses das eleições autárquicas e municipais em Espanha.

Tanto Aguirre como Gallardón pertencem ao Partido Popular, a principal força da oposição actualmente em Espanha, sendo a primeira vista como mais conservadora e o segundo tido por mais centrista e moderado.

In DN

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Sondagem: PP aumenta vantagem sobre o PSOE


por Lusa
Hoje

O Partido Popular (PP) espanhol continua a aumentar a vantagem sobre o Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) com uma sondagem hoje divulgada a apontar uma diferença de mais de 10 pontos entre as duas forças políticas.

De acordo com o barómetro do Centro de Investigações Sociológicas (CIS), se as eleições gerais fossem hoje em Espanha o PP obteria 44,1 por cento dos votos contra 34 por centro dos socialistas.

Os dados traduzem uma melhoria de quase dois pontos no apoio ao PP, face ao barómetro de Janeiro.

A terceira força política em Espanha continua a ser a Esquerda Unida (IU) com 5,7 por cento, menos meio ponto que em Janeiro, seguindo-se os catalães da Convergência e União (CiU), que subiram para 3,9 por cento.

A União Progresso e Democracia (UPyD) baixou ligeiramente para 2,9 por cento.

In DN

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Reduzir para metade despesas em iluminação nas estradas

por Lusa
Hoje

O governo espanhol pretende reduzir em metade as despesas com iluminação pública nas estradas, o que representa uma poupança de 12,5 milhões de euros, anunciou hoje o ministro espanhol do Fomento, José Blanco.

De acordo com o jornal El País, o governante precisou que a redução em iluminação vai afectar "todas as estradas da rede do Estado". Segundo fontes do seu Ministério, isso poderá fazer-se desativando um determinado número de lâmpadas em cada via ou apagando sinais luminosos. Esta medida surge depois de o governo espanhol ter já determinado baixar a velocidade máxima nas auto-estradas para os 110 quilómetros por hora, numa tentativa de enfrentar a previsível subida da já elevada fatura elétrica, devido à crise líbia. A Associação Espanhola das Estradas e o Partido Popular temem pelos perigos que esta medida pode representar no que se refere à segurança rodoviária.

O facto de haver menos luz nas estradas pode ser "muito perigoso" e poderá gerar "acidentes muito graves", afirmou Elena de la Peña, subdiretora técnica da associação. A medida, defende, "tem de ser tomada com muito cuidado" porque os troços iluminados atualmente são aqueles que "podem ser especialmente problemáticos". Além disso, "o maior investimento" nesta área está relacionado com a instalação de cabos e lâmpadas, o que significa que, uma vez instalado o equipamento, o custo de acender as luzes é "menor", sustentou a mesma fonte.

Também Frederico Souvirón, porta-voz do PP na Comissão de Segurança Rodoviária no Congresso espanhol, lamentou que "tudo recaia sobre a segurança dos cidadãos na hora de conduzir". O deputado admitiu que "é preciso poupar e fazer um plano energético", mas não a custo de mais riscos nas estradas. Carlos Corcuera, seu homólodo do PSOE, partido do governo, reconheceu que "é sempre recomendável que as estradas estejam bem ilumidadas", defendendo que se encontre um "equilíbrio" entre a poupança energética e a segurança rodoviária.

In DN

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Limite máximo de 110 Km nas autoestradas

por Lusa
Hoje

O limite máximo de velocidade de 110 quilómetros nas autoestradas em Espanha entrou em vigor às 6h00 de hoje, depois de concluídas as modificações da sinalização feitas pelo Governo, notícia hoje o jornal El País.

Segundo a informação disponível no 'site' do jornal, o Ministério do Fomento substituiu nos mais de 6.100 sinais de trânsito das autoestradas a velocidade máxima de 120 quilómetros por 110 quilómetros, o que representou uma despesa de 250 mil euros.

Este limite faz parte de um conjunto de 20 medidas de redução energética que o Governo espanhol aprovou na sexta-feira e é um dos principais desígnios para ajudar a reduzir o consumo de combustível.

A redução de 120 para 110 quilómetros na velocidade máxima nas autoestradas de Espanha será reavaliada a 30 Junho.

In DN

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Greves em Espanha ameaçam lançar caos aéreo na Europa

por DN.p
tHoje

Os sindicatos que representam a AENA, empresa que gere os aeroportos de Espanha, marcaram greves para períodos chave para a férias de milhões de pessoas, o que ameaça criar novo caos aéreo na Europa.

CCOO, UGT e USO apresentaram ontem um pré-aviso de greve no Ministério de Trabalho, para vários dias de Abril ( 20, 21, 24, 25 e 30, o que inclui a Páscoa), Maio (2, 14, 15, 19 e 20), Junho ( 13, 23 e 30), Julho ( 1, 2, 3, 4, 15 e 31) e Agosto (1, 15 e 31). Serão onze mil trabalhadores de 47 aeroportos que estarão em greve, incluindo bombeiros, pessoal administrativo, técnicos de manutenção e informáticos, escreve o jornal espanhol Público. Protesto contra a privatização da AENA.

Apesar de os passageiros que já compraram bilhetes para estes dias poderem pedir a devolução do dinheiro ou a troca do dia de viagem, o Daily Telegraph prevê que estas greves causem novo caos aéreo na Europa, depois de um ano marcado pelas cinzas de um vulcão islandês e da greve sem pré-aviso dos controladores aéreos espanhóis.

De acordo com este jornal, se os controladores também entrarem em greve, serão profundamente afectados Portugal e Marrocos. Mas, mesmo sem uma greve deste sector, os voos com ligação a Espanha, incluindo simples escalas, serão afectados, o que terá efeito dominó a nível europeu. Mais ainda caso se confirmem as eventuais greves na British Airways. Os britânicos estarão entre os mais afectados, pois só do Reino Unido para Espanha voam anualmente 28 milhões de pessoas.

In DN

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314 milhões de euros para vítimas do 11 de Março

por Lusa
Hoje


O Ministério do Interior espanhol aprovou desde 2004 indemnizações de mais de 314 milhões de euros a vítimas dos atentados de 11 de março de 2004, cujo sétimo aniversário se assinala sexta-feira, informou o Governo.

O ministério deu resposta favorável a 3.555 pedidos de indemnização, apresentados pelos cerca de 1.920 feridos e pelos familiares dos 192 mortos dos atentados da manhã de 11 de março de 2004, quando 10 bombas explodiram em quatro comboios da linha suburbana de Madrid.

Em comunicado, o ministério divulgou ainda que desde 2004 foram atribuídos 3,3 milhões de euros a entidades que desenvolvem programas de apoio às vítimas.

Os especialistas do Ministério do Interior fizeram já mais de 32.200 consultas, realizando mais de seis mil visitas às vítimas.

" margem das indemnizações, o Ministério do Interior realizou ainda outras ações, apoiando com bolsas no valor de 91 mil euros a feridos em idade escolar ou filhos das vítimas mortais.

Depois de uma longa investigação, a Audiência Nacional de Madrid condenou em outubro de 2007, 21 dos 28 acusados de envolvimento nos atentados a penas de entre três a quase 43 mil anos de cadeia.

O Supremo Tribunal espanhol analisou um total de 31 recursos da sentença, apresentados pelo Ministério Público, por associações de vítimas e pela maioria dos condenados.

Acabou por absolver quatro dos 21 condenados por responsabilidade nos atentados, condenando um outro arguido que tinha sido absolvido e mantendo a absolvição de um dos suspeitos de autoria intelectual do massacre.

In DN

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Vencedora do BB12 não sabe o que é a Península Ibérica

por DN.pt
Hoje


A vencedora do 'Gran Hermano 12', versão espanhola do 'Big Brother', foi sujeita a um pequeno teste de cultura geral básica num programa de televisão. Laura Campos não acertou em qualquer resposta sem ajuda dos apresentadores e nem sequer soube identificar a Península Ibérica.

"Olhe Laura, estou estupefacto, sabes tudo", brincou o apresentador Jordi González perante a situação insólita de uma espanhola famosa que nem sequer sabe que a Península Ibérica é composta por Espanha e Portugal.

Segundo o El Mundo, Laura Campos acabou por brincar com a situação, reconhecendo que o seu nível cultural não atinge sequer os mínimos exigidos

In DN

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Conselho de Estado espanhol contra anúncios de prostituição

por DN.pt
Hoje

O Conselho de Estado espanhol emitiu um parecer favorável a uma intervenção do governo para proibir os anúncios de prostituição publicados nas secções de 'relax' dos classificados dos jornais. O organismo considera que a auto-regulação por parte dos órgãos de comunicação social tem sido "insuficiente e baldia" e pede uma regulação específica.

A posição do Conselho de Estado foi tomada após uma petição do Ministério da Igualdade, entretanto extinto e cujas competências ficaram nas mãos do Ministério da Saúde, Política Social e Igualdade. A ministra desta área, Leire Pajín, mostrou-se muito satisfeita com este parecer, escreve o jornal espanhol Público.

Resta saber se o governo vai adoptar as recomendações do Conselho de Estado. Pajín e o próprio primeiro-ministro, José Luis Rodríguez Zapatero, concordam com a proibição, mas há divergências, incluindo do ministro da Presidência, Ramón Jáuregui. O vice-presidente do governo, Alfredo Pérez Rubalcaba, propôs em Novembro um acordo com os jornais para um fim alargado no tempo deste tipo de anúncios

In DN

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Sondagem: PP mantém vantagem sobre PSOE de Zapatero

por DN.pt
Hoje

PSOE e PP caíram nas intenções de voto segundo a sondagem mais recente divulgada em Espanha. Mas, caso se realizassem agora eleições legislativas, o principal partido da oposição continuaria a ter 13 pontos percentuais de vantagem sobre os socialistas, que estão no poder.

Num sondagem feita este mês e agora divulgada pelo jornal espanhol Público, o PP (Partido Popular) acolheu 43,5% das preferências dos inquiridos, uma queda de meio ponto percentual em relação a Fevereiro. O PSOE (Partido Socialista Operário Espanhol), do primeiro-ministro José Luís Rodríguez Zapatero, seria a escolha de 30,2% dos inquiridos, contra 30,7% em Fevereiro.

Com maior ou menos variação, a vantagem do PP sobre o PSOE mantém-se na casa dos 13 pontos percentuais desde Dezembro do ano passado. A última sondagem foi realizada já numa altura em que no PSOE há uma especulação forte sobre se Zapatero se recandidata ou não e em que o PP confirmou o seu apoio a Francisco Camps, acusado de corrupção mas candidato às eleições autonómicas na Comunidade Valenciana.

In Dn

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Zapatero anuncia que não se recandidata em 2012

por LusaHoje


O primeiro-ministro espanhol anunciou hoje que não se recandidatará à presidência do Governo nas eleições gerais de 2012.

Perante o Comité Federal do PSOE, máximo órgão do partido entre Congressos, Zapatero explicou que lhe parecia "razoável" fazer esse anúncio um ano antes das eleições gerais.

Insistindo que não haverá nomeação directa para a sucessão, Zapatero propôs que seja o próximo Comité Federal, cuja reunião está marcada para depois das eleições regionais e municipais de 22 de Maio que determine o momento para "activar o processo de primárias".

A questão do futuro de Zapatero tem suscitado amplo debate dentro e fora do PSOE, especialmente devido ao receio que as criticas ao primeiro-ministro e ao seu Governo possam condicionar os resultados das eleições regionais e locais de Maio. Entre os nomes de possíveis sucessores a Zapatero estão dois membros do seu actual Governo, o ministro do Interior Alfredo Pérez Rubalcaba e a ministra da Defesa Carme Chácon.

In DN

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PP leva vantagem de 15,8% sobre o PSOE

por dn.pt
Hoje

Rubalcaba é o mais bem colocado para suceder a Zapatero e tentar contrariar a queda dos socialistas nas sondagens

O Partido Popular mantém a liderança das sondagens, com 44,1% das intenções de voto dos eleitores espanhóis, revelou uma sondagem Metroscopia hoje publicada pelo El País. O PSOE, de José Luis Rodríguez Zapatero, fica-se pelos 28,3%. Feitas as contas a vantagem daquele que é o maior partido da oposição espanhola, liderado por Mariano Rajoy, é de 15,8%.

A sondagem publicada um dia depois e Zapatero ter anunciado que já não seria candidato às eleições legislativas de 2012 revela ainda que o candidato favorito à sucessão do actual primeiro-ministro é Alfredo Pérez Rubalcaba. O ministro do Interior e também vice-primeiro-ministro de Espanha conta com a preferência de 42% dos espanhóis.

Já a sua principal rival na disputa que segue dentro de momentos, Carme Chacón, ministra da Defesa, recolhe o apoio de 17% dos espanhóis interrogados na sondagem. Quando os questionados são apenas os militantes do PSOE, Rubalcaba sobe até aos 52% e Chacón desce para os 15%.

In DN