Colmeia
Gostaria de reagir a esta mensagem? Crie uma conta em poucos cliques ou inicie sessão para continuar.

Colmeia

Espaço arejado e limpo, onda a baixaria não entra
 
InícioPortalÚltimas imagensProcurarRegistarEntrar

 

 Desafio - Quanto tempo vai durar este Governo?!

Ir para baixo 
4 participantes
Ir à página : Anterior  1, 2, 3, 4  Seguinte
AutorMensagem
Admin
Admin
Admin


Mensagens : 6697
Data de inscrição : 22/08/2008

Desafio - Quanto tempo vai durar este Governo?! - Página 3 Empty
MensagemAssunto: Uma colossal crise política   Desafio - Quanto tempo vai durar este Governo?! - Página 3 Icon_minitimeDom Mar 17, 2013 5:25 pm

.
Uma colossal crise política

por PEDRO MARQUES LOPES
Hoje

Desafio - Quanto tempo vai durar este Governo?! - Página 3 Pedro-marques-lopes2

Restasse um pingo de bom senso, sobrasse uma réstia de vergonha, tivesse ainda o mínimo de respeito pelos cidadãos e Vítor Gaspar não hesitaria um segundo: após a conferência de imprensa de sexta-feira, dirigia-se a São Bento e entregaria a sua carta de demissão ao primeiro-ministro.

Por esta altura, não há português que desconheça a dimensão da incompetência do ministro das Finanças. E não era preciso mais aquela conferência de imprensa: a lista dos erros, das fantasias, dos mais patéticos disparates não cabe neste jornal. Ninguém desconhece a evidente incapacidade do ministro.

No ano passado, foram três orçamentos rectificativos e previsões completamente ao lado. Este ano, em três meses, já se corrigiram todas as previsões duas vezes, quando não havia uma alma que soubesse somar que já não soubesse que os números orçamentados eram absolutamente irreais.

Mas os truques de fraco artista de Gaspar chegam a ofender: há um mês, dizia-nos que a recessão ia passar de 1% para 2%, mais um ponto, perceberam? Pois, o dobro (claro está que anteontem disse que vai ser 2,3% e, como é claro, daqui a umas semanas este número vai piorar) . Sexta-feira, não contente com o cenário que estava a descrever, resolveu voltar a querer aldrabar. Afinal não há um número para o défice para 2012, há três. Quem quiser que escolha o seu. Temos 4,9%, 6% e 6,6%. Pronto, é mesmo 6,6% (alguém se recorda dos insultos aos "profetas da desgraça" que diziam que o número seria aproximadamente deste valor?), mas se mexermos na folha de cálculo e dermos uma pancadinha no computador podemos até ter outros números.

Pensávamos nós que no mundo dos superempreendedores, da gente pouco piegas, dos autênticos novos homens deste extraordinário novo mundo houvesse um bocadinho de exigência, um bocadinho de responsabilidade. Ou seja, não houvesse lugar para incompetentes, não houvesse lugar para quem falha de forma tão clamorosa. O facto é que Gaspar como director financeiro duma PME não durava dois meses.

Mas, convenhamos, é Gaspar o maior culpado? Obviamente que face aos resultados das suas acções não poderia ficar nem mais um segundo no Governo, mas foi ele quem disse que mesmo que não estivéssemos sujeitos a este memorando de entendimento o iríamos aplicar? Foi ele que disse que se devia ir para além da troika? É ele o maior responsável por uma política que o melhor horizonte que tem para nos apresentar é um desemprego de 18% para 2016?

Foi ele quem definiu uma meta que consiste em destruir uma inteira geração através duma austeridade sem perspectivas? Foi ele quem definiu uma política, que agora não há ninguém que não saiba, provocou que todos os sacrifícios, todos os cortes, todas as desgraças provocadas tivessem sido em vão? Foi Gaspar que condenou os nossos filhos, sobrinhos e amigos a emigrar definitivamente pois o País nada lhes terá para oferecer nas próximas décadas?

Não, não foi ele. Foi o primeiro-ministro. E existisse sentido de Estado, conhecesse Passos Coelho o verdadeiro estado do País, entendesse a enormidade das suas opções e o primeiro-ministro pediria uma audiência ao Presidente da República e faria também o evidente: apresentaria a sua imediata demissão.

A dimensão da tragédia que nos foi apresentada é demasiado brutal para que tudo fique na mesma. Nós já a conhecíamos, mas pela primeira vez o Governo deu a entender que finalmente tinha percebido. Convenhamos, era, aliás, impossível, desta vez, não perceber: os números, sobretudo os do desemprego, são demasiado estridentes.

Falhou, falhou tudo. O fracasso é completo e total. Um Governo que precisa de aqui chegar para perceber que errou não pode permanecer em funções. Um Governo que foi o primeiro agente de destruição duma geração, dum tecido económico, de ter criado uma situação social insustentável, um nível de desemprego que destrói uma comunidade, não pode agora vir dizer que vai mudar (nem essa intenção tem, claro está). Um Governo que espalhou e aplaudiu todo o napalm económico e social que vinha da Europa não tem a mais pequena capacidade de negociar uma outra política.

Pois, ai meu Deus, uma crise política. Mas há maior crise política do que manter em funções um Governo que pelas suas próprias decisões políticas nos trouxe até aqui? Há maior crise política do que manter um Governo que ainda pensa que este caminho é o certo? Manter tudo como está, essa, sim, será uma colossal crise política.

In DN

Desafio - Quanto tempo vai durar este Governo?! - Página 3 Smilie34Desafio - Quanto tempo vai durar este Governo?! - Página 3 Smilie34Desafio - Quanto tempo vai durar este Governo?! - Página 3 Smilie34Desafio - Quanto tempo vai durar este Governo?! - Página 3 Smilie34Desafio - Quanto tempo vai durar este Governo?! - Página 3 Smilie34Desafio - Quanto tempo vai durar este Governo?! - Página 3 Smilie34Desafio - Quanto tempo vai durar este Governo?! - Página 3 Smilie34Desafio - Quanto tempo vai durar este Governo?! - Página 3 Smilie34Desafio - Quanto tempo vai durar este Governo?! - Página 3 Smilie34
Ir para o topo Ir para baixo
https://colmeia.forumeiros.com
Admin
Admin
Admin


Mensagens : 6697
Data de inscrição : 22/08/2008

Desafio - Quanto tempo vai durar este Governo?! - Página 3 Empty
MensagemAssunto: "Que se lixem as eleições"   Desafio - Quanto tempo vai durar este Governo?! - Página 3 Icon_minitimeDom Mar 17, 2013 6:19 pm

.
"Que se lixem as eleições"

por PAULO BALDAIA
Hoje

Desafio - Quanto tempo vai durar este Governo?! - Página 3 Paulobaldaia

O Governo, de uma forma geral, e o ministro das Finanças, de uma forma particular, parecem apostados em dar razão ao líder do PSD. Pelo andar da carruagem, vão mesmo lixar-se nas eleições.

Adiar por um ano o cumprimento das metas previstas no memorando, sem que a esse adiamento corresponda um alivio da austeridade, é apenas ajustar o programa de ajustamento à realidade dos números. A simples aritmética haverá de provar que mais austeridade, mais recessão e mais desemprego é igual a menos votos.

Quando Passos Coelho se dirigiu aos seus deputados explicando que não se importava de perder umas eleições para salvar Portugal, Vítor Gaspar terá sido dos que gostaram da tirada. O resto do PSD também, porque revelava um líder responsável e, acima de tudo, porque aquilo cheirava a retórica política. No momento certo, o Governo iria ajudar o PSD a conseguir nova vitória. 2014 e 2015 seriam anos de crescimento e daria para aliviar a austeridade.

Como não vai haver menos austeridade, menos recessão e menos desemprego igual a mais votos, o independente Vítor Gaspar vai perceber, mais cedo do que tarde, como funcionam os partidos. De herói a vilão é um passinho.

Na verdade, já não há muito a fazer. Podem sempre esperar pelo milagre em que acreditam e que se baseia na teoria de que, regressando aos mercados, o dinheiro voltará a jorrar e as empresas vão poder voltar à banca a juros decentes para investir. O problema é que o efeito deste investimento na criação de empregos será muito demorado.

Quem não se está marimbando para as eleições é António José Seguro, que ambiciona ser primeiro-ministro. Se lá chegar, vai herdar um país que não pode passar da austeridade extrema para o regabofe, e, por isso, precisa de fazer acertos no seu discurso.

Como Durão Barroso disse antes de chegar a São Bento, também o líder do PS pode começar a dizer que vai ser primeiro-ministro, só não sabe é quando. Seguro tem de aproveitar o passa-culpas que já se começa a ouvir entre os nossos credores e o nosso Executivo. Num país com tantos dedos acusadores apontados ao Governo, o do líder do PS é só mais um.

Os socialistas, que chamaram a troika e assinaram o memorando, têm de centrar o seu discurso na defesa das alternativas que propõem. A confiança que o PS tem de gerar no eleitorado, para ultrapassar o resultado mediano que tem nas sondagens, só será conseguida se esse eleitorado acreditar que há um caminho viável na alternativa proposta. E isso ainda não aconteceu.

In DN

Idea Arrow
Ir para o topo Ir para baixo
https://colmeia.forumeiros.com
Admin
Admin
Admin


Mensagens : 6697
Data de inscrição : 22/08/2008

Desafio - Quanto tempo vai durar este Governo?! - Página 3 Empty
MensagemAssunto: O fracasso de Gaspar   Desafio - Quanto tempo vai durar este Governo?! - Página 3 Icon_minitimeDom Mar 17, 2013 6:31 pm

.
O fracasso de Gaspar

por JOÃO MARCELINO
Ontem

Desafio - Quanto tempo vai durar este Governo?! - Página 3 Joao_marcelino

1 Há um antes e um depois da conferência de ontem do ministro Vítor Gaspar porque ela marca o falhanço de toda uma estratégia perante o País. Estamos perante um estrondoso fracasso das políticas financeiras que arrasou o tecido económico nacional a um nível sem precedentes e deixa o ministro das finanças numa posição de grande fragilidade interna, até no governo.

A política do "custe o que custar", o de "ir mais além da troika", que o ministro engendrou para conquistar os mercados e Pedro Passos Coelho ratificou, com o incrível silêncio de ano e meio perante os grandes decisores europeus, só agora timidamente rompido, teve ontem um dia de revelação.

E os números, não metem: sobe o desemprego, agrava-se a recessão, é arrasado o défice previsto para o fecho de 2012 (era de 4,5%, muito celebrado, e acelera agora para 6,6% porque também era evidente que o Eurostat não aceitaria a habilidade contabilística à volta da ANA), entre outros dados estatísticos que desaconselham o caminho seguido e no qual Vítor Gaspar não acerta nunca uma previsão e nem parte para elas com o rigor de cenários macroeconómicos credíveis.

Ou seja, quase dois anos depois, apesar do corte de 13 mil milhões na despesa pública, do tremendo esforço fiscal dos portugueses, dos direitos ameaçados, das pensões e reformas confiscadas (sobre o que o Tribunal Constitucional se terá ainda de pronunciar...), o governo não tem soluções. Repete o mérito da redução do défice estrutural primário e o excedente da balança corrente e de capital. O ministro responde honestamente com um "não sei" sobre o futuro e a eventualidade de mais cortes. Sobra, apenas, a ladainha de que as reformas estruturais acabarão um dia por repor a competitividade, assegurando crescimento e emprego. Como estratégia não chega. Como caminho não existe. Como esperança não é nada.

2 Pedro Passos Coelho falava ainda há algumas semanas sobre a recuperação económica que começaria a chegar algures no final deste ano e seguramente no próximo. Depois de ontem, apesar das metas suavizadas pela troika, remetendo o atingir de 2,5% no défice para 2015, de mais tempo para cortar os 4 mil milhões de euros, essa expectativa é uma utopia. Só um milagre, numa Europa que também não cresce, e onde as eleições alemãs bloqueiam a capacidade de ação dos líderes europeus, poderia trazer crescimento e interrupção da destruição de emprego num mercado interno arrasado por decisões tão desastradas como o imposto que caiu sobre a restauração. Um exército de desempregados de mais de um milhão de pessoas (se somarmos os que já desapareceram das estatísticas oficiais) não consomem - e quem tem emprego pensa em tudo menos em comprar, investir, gastar.

O que cria emprego é o consumo e essa dinâmica não vai ser recuperada depressa porque o "bater no fundo", afinal, ainda estava algo longe.

3 Nesta conjuntura, os cidadãos não gastam, nenhum empresário tem condições para investir, ainda falta dinamizar o crédito e ao governo resta o caminho, estreito, que diabolizou a José Sócrates: obras, investimento público. Os portos substituem o aeroporto, o TGV não é de pessoas mas será de mercadorias. Afinal, o que tem de ser tem muita força...

Ir além da troika e do memorando foi uma imprudência e uma temeridade que agora o País paga com sofrimento acrescido. Esta violência não era de todo necessária e até Cavaco Silva vai adaptando o discurso à realidade: "Portugal precisa que não se tenha a exigência de cumprir a todo o custo os défices fixados em termos monetários".

Vítor Gaspar é, desde ontem, por muito que seja considerado lá fora, pelos sacrifícios extra que impôs ao País, um homem desacreditado internamente. Portugal perdeu a confiança no ministro das finanças. Também isso não pressagia nada de bom.

Com absoluta unanimidade, todos os parceiros sociais rejeitaram a estratégia do governo de negociação mínima com a troika. O País precisava, vai precisar, de prazos mais largos, de mais tempo, por muito que o primeiro-ministro insista em não o reconhecer.

In DN

-
Ir para o topo Ir para baixo
https://colmeia.forumeiros.com
Admin
Admin
Admin


Mensagens : 6697
Data de inscrição : 22/08/2008

Desafio - Quanto tempo vai durar este Governo?! - Página 3 Empty
MensagemAssunto: Os portugueses que ficam em casa   Desafio - Quanto tempo vai durar este Governo?! - Página 3 Icon_minitimeDom Mar 17, 2013 6:43 pm

.
Os portugueses que ficam em casa

por ALBERTO GONÇALVES
Hoje

Desafio - Quanto tempo vai durar este Governo?! - Página 3 Alberto_goncalves

Os portugueses estão contra a troika? Nem tanto. Uma sondagem da Católica para o DN sugere que 64% dos cidadãos votariam hoje no partido que assinou o memorando de entendimento ou nos partidos que o aplicam, com o principal partido do Governo a registar uma subida de três pontos face à sondagem anterior.

Isto, evidentemente, não significa que a maioria dos portugueses esteja satisfeita com o papel do PS na bancarrota pátria ou com os esforços do PSD e do CDS para em vão curar a bancarrota através da espoliação fiscal. Mas significa que, apesar de tudo, as alternativas ao "sistema" suscitam menos confiança do que o "sistema" propriamente dito. E que os regulares protestos públicos, ainda que espectaculares, merecem ser lidos com uma ponderação que os "media" e os extremistas raramente exibem.

Quem viu as reportagens sobre as manifestações do passado dia 2 foi abalroado pela garantia de que o País em peso aspira a lixar a troika. Não importa que na rua marchassem um milhão e meio, um milhão ou 500 mil pessoas. Mesmo quando 30 sujeitos berram em frente à residência oficial do primeiro-ministro, o facto é notícia e alimenta a noção totalitária de que os 30 sujeitos, espontaneamente manipulados pela CGTP ou por metástases do Bloco, representam a população.

Por estranho que pareça, não representam. Por estranho que pareça, os nossos representantes na matéria são os políticos, tenhamos votado neles ou não, gostemos deles (Deus me livre!) ou não. Numa altura em que abundantes luminárias se referem jovialmente às "limitações" da escolha popular e tentam pôr em causa a legitimidade eleitoral, convém lembrar que esta é a única de que dispomos. Em democracia, claro. E embora a democracia em questão padeça de inúmeras maleitas e se assemelhe a um desfile de incapazes, as opções restantes implicam a consagração de rematados malucos, os quais procuram alcançar pelo pandemónio o poder que as urnas não lhes concedem.

Dito de outra maneira, por mal que isto ande, haveria forma de ficar pior, muito pior. Os portugueses ou, para ser exacto, 64% dos portugueses suspeitam disso, por isso lamentam os apertos em curso sem exigir a desgraça eterna. Aliás, suspeito que quanto mais os 20%, 10% ou 5% se empenharem na desgraça mais crescerá a quantidade de resignados à penúria presente, talvez futura e certamente preferível ao caos.

Terça-feira, 12 de Março

A previsão do crime

Durante meses, fomos informados de que a crise económica e a austeridade subsequente seriam responsáveis pela promoção de zaragatas domésticas, abandono de animais, suicídios, depressões, amuos, gripes e terçolhos. E do crime? Do crime nem se fala. Ou falou-se imenso. Segundo especialistas sortidos, que às vezes fingiam preocupação enquanto sentiam regozijo, a crise aumentaria os pequenos roubos, os assaltos violentos, os furtos intermédios e a insegurança em geral. A prevenção do crime viu-se substituída pela respectiva previsão.

Depois, veio a realidade e constatou-se que, pelo menos em Lisboa, a criminalidade está a diminuir, a geral em 5% e a grave em 15% face a 2011. Ou, ao contrário do que consta, a capital não é afectada pela crise, ou, ao contrário do que constou, a crise e as malfeitorias não são indissociáveis.

Por acaso, também já tinha essa impressão. Por muito que os defensores dos oprimidos insistam na tese oposta, nada assegura que um cidadão subitamente desempregado desate a surripiar transeuntes de navalha em punho. E que uma família incapaz de pagar a prestação do apartamento adira no dia seguinte à prática do carjacking. E que um reformado cuja pensão foi subtraída pela voracidade estatal se converta aos ensinamentos do estripador de Chelas. Etc.

Nem vale a pena lembrar que, na generalidade do mundo ocidental, o crime e a prosperidade tendem a crescer em simultâneo. Mas vale a pena repetir que a ideia de que a pobreza conduz quase fatalmente à delinquência não é apenas falsa: é ofensiva, bastante mais ofensiva do que os periódicos e ocasionalmente obtusos desabafos dos srs. Borges e Ulrich. Por ridículo que fosse o chavão algo salazarista do "pobres e honrados", o ridículo maior é que a alternativa democrática se resuma ao "pobres e bandidos". Aliás, se acrescentarmos o conhecido "ricos e ladrões", verifica-se que, em Lisboa e no País inteiro, o crime tende para o anacronismo na medida em que não sobra ninguém para roubar.

Sexta-feira, 15 de Março

A fé dos descrentes

O sucessor interino de Hugo Chávez afirmou que a doença do falecido "rompia toda a normalidade", um regresso à tese de que o cancro fora "provocado" pelos EUA e por isso se distinguia dos cancros comuns, inofensivos e ocasionalmente agradáveis.

Mas nem tudo é mau, e o sr. Maduro tem razões para festejar. Primeiro porque subirá provavelmente à presidência não interina. Depois porque, conforme explicou em palestra televisiva, Chávez subiu às alturas e encontrou-se com Cristo, que talvez num intervalo das conversas com Alexandra Solnado lhe confidenciou: "Chegou a hora da América do Sul." Ou seja, Chávez fez lóbi no Céu e colocou um argentino em Roma. Embora os motivos pelos quais Chávez não arranjou um Sumo Pontífice venezuelano fiquem por esclarecer, os restantes factos são indesmentíveis. Duvidar disto é duvidar do potencial cancerígeno da CIA, do progresso social da Revolução Bolivariana e dos suínos ciclistas.

Quanto ao Papa propriamente dito, o meu discreto ateísmo não me inspira grandes considerações. Em compensação, o ateísmo ruidoso de muitos não os impede de emitir palpites sucessivos acerca da matéria. Pelo menos em Portugal, os media trataram de ouvir avidamente as opiniões de gente sem qualquer vínculo ao catolicismo, o que faz o mesmo sentido que questionar um adepto dos Los Angeles Lakers sobre o momento do Sporting. Neste caso, o fã de basquetebol diria provavelmente não saber nada a propósito. Já os ateus militantes não só sabem imenso a propósito do Vaticano como insistem em partilhar a sabedoria connosco.

Padecendo de uma estranha maleita que os impede de viver em paz sem que o líder de uma fé a que se dizem radicalmente indiferentes concorde com eles, os ateus militantes receberam o Papa Francisco sob três perspectivas. A perspectiva simpática apreciou a circunstância de o homem vir do hemisfério sul (porquê?) e ter sido nomeado contra o "sistema" (apesar de ter sido o "sistema" a nomeá-lo). A perspectiva hesitante lamenta que o homem não defenda o casamento homossexual, o aborto, a eutanásia e, afinal, cada imperativo dos bem pensantes. A perspectiva desconfiada descobriu (ainda que, conforme se comprova no site do Bloco de Esquerda, à custa de manipulações fotográficas) a afinidade entre o sr. Bergoglio e a antiga ditadura argentina. Enquanto os cardeais não designarem um herege para pastorear os crentes, o catolicismo não se redime.

Sábado, 16 de Março

O Estado Velho

Vítor Gaspar sofreu um "grande desapontamento" perante a subida do desemprego. Eu sofri um enorme desapontamento perante um ministro das Finanças que, após sufocar as pessoas e as empresas com impostos, ainda vai a tempo de se espantar com a derrocada geral. À semelhança dos que contrapõem ao saque dos privados o aumento da despesa pública, o dr. Gaspar acredita em milagres, e de facto só um milagre dos antigos permitiria resgatar a economia através de políticas destinadas à preservação do Estado. Grosso modo, seria idêntico a curar uma enxaqueca com pancadas sucessivas no cocuruto. Se calhar, já aconteceu. Mas não é provável que volte a acontecer.

O que garantidamente acontecerá, pelo menos enquanto o Governo guardar o liberalismo para a retórica, disseminar o socialismo na prática e desperdiçar uma raríssima oportunidade de reformar os vícios caseiros, é mais do mesmo. Mais previsões falhadas, mais preces à troika, mais austeridade, mais falências, mais postos de trabalho extintos, mais "Grândolas", mais desapontamentos e mais suspeitas de que assim não só não vamos longe como nem sequer temos para onde ir.

Por decisão pessoal, o autor do texto não escreve segundo o novo Acordo Ortográfico

In DN

Embarassed Rolling Eyes
Ir para o topo Ir para baixo
https://colmeia.forumeiros.com
Romy

Romy


Mensagens : 5711
Data de inscrição : 23/08/2008

Desafio - Quanto tempo vai durar este Governo?! - Página 3 Empty
MensagemAssunto: Várias vozes do CDS pediram remodelação do Governo   Desafio - Quanto tempo vai durar este Governo?! - Página 3 Icon_minitimeDom Mar 24, 2013 6:07 pm

.
Várias vozes do CDS pediram remodelação do Governo

por Lusa
Hoje

Desafio - Quanto tempo vai durar este Governo?! - Página 3 Ng2454559
Fotografia © Nuno Pinto Fernandes / Global Imagens

O dirigente democrata-cristão Telmo Correia afirmou hoje que várias vozes da Comissão Política Nacional do CDS-PP defenderam a necessidade de uma remodelação governamental e que o presidente do partido, Paulo Portas, apenas ouviu.

Telmo Correia foi o porta-voz da reunião da Comissão Política Nacional do CDS-PP realizada entre sábado à noite e hoje de madrugada e, segundo o relato que fez aos jornalistas, "o presidente do partido não expressou uma opinião final sobre isso, registou as várias opiniões" relativas a eventuais mudanças no Governo.

"Essa é essencialmente uma matéria de Governo e, em primeira linha, uma matéria do primeiro-ministro. O interlocutor do primeiro-ministro nessa matéria é, obviamente, o líder do CDS-PP e também ministro de Estado. Ele, para já, ouviu essa mesma matéria. Foi aquilo a que eu assisti: ouviu essas opiniões. Oportunamente, obviamente, saberão o que é que o CDS-PP tem ou não tem a dizer sobre essa matéria", afirmou.

De acordo com Telmo Correia, duas das "várias vozes" que consideraram necessária uma alteração na composição do executivo de coligação PSD/CDS-PP foram António Pires de Lima e Diogo Feio, dirigentes democratas-cristãos que também expressaram essa posição à comunicação social.

"De resto, essa é uma preocupação que não é exclusiva da Comissão Política do CDS-PP, uma vez que na sociedade portuguesa esse debate tem estado presente. Várias vozes se ouviram. Aquilo que a Comissão Política e, designadamente, o seu presidente fizeram nessa matéria foi ouvir", reiterou.

Telmo Correia ressalvou que "a Comissão Política não tomou nenhuma deliberação" nem "votou nenhum documento" sobre uma eventual remodelação do executivo, que sublinhou ser da responsabilidade, em primeiro lugar, do primeiro-ministro.

"Obviamente que, no futuro, essa questão será ou não discutida. Começará, obviamente, pelo Governo e nós, eu como deputado, também terei uma opinião. Permita-me que não a expresse agora aqui", acrescentou Telmo Correia, depois de referir que não falou deste assunto na reunião da Comissão Política do CDS-PP.

Quanto à moção de censura ao Governo anunciada pelo PS, Telmo Correia perguntou "o que seria se Portugal ficasse precisamente sem Governo num momento destes", quando está "a alguns dias" de fechar a negociação das maturidades dos empréstimos com os seus credores.

"Isto significa definir o tempo, o modo e a forma desse pagamento, o que é decisivo para Portugal, para a economia portuguesa, para as empresas e para as famílias em Portugal", considerou o deputado e dirigente democrata-cristão, acrescentando que essa é uma das razões pelas quais o CDS-PP entende "que não faria sentido nenhum que fosse um momento para derrubar o Governo".

"Dissemo-lo desde o momento do anúncio desta moção de censura do PS", referiu.

In DN

Embarassed
Ir para o topo Ir para baixo
Romy

Romy


Mensagens : 5711
Data de inscrição : 23/08/2008

Desafio - Quanto tempo vai durar este Governo?! - Página 3 Empty
MensagemAssunto: PS apresenta moção de censura na próxima semana   Desafio - Quanto tempo vai durar este Governo?! - Página 3 Icon_minitimeDom Mar 24, 2013 6:32 pm

.
PS apresenta moção de censura na próxima semana

por Lusa
Hoje

Desafio - Quanto tempo vai durar este Governo?! - Página 3 Ng2454903
Fotografia © Gerardo Santos / Global Imagens

O Partido Socialista (PS) vai apresentar, na próxima semana, uma moção de censura por considerar que o Governo "falhou todos os objetivos a que se propôs", disse hoje o secretário nacional do partido João Ribeiro.

"O PS quer que esse Governo saia e que haja um novo Governo em Portugal, legitimado pelo voto dos portugueses", disse João Ribeiro, numa declaração feita hoje aos jornalistas na sede do Partido Socialista, em Lisboa.

De acordo com João Ribeiro, a moção de censura será discutida na primeira semana de abril.

Para o PS, de António José Seguro, esta moção traduz "o novo consenso político e social" que há em Portugal de que "este Governo falhou todos os objetivos a que se propôs".

"Seria uma irresponsabilidade não apresentar esta moção que dá voz ao descontentamento que existe no país", sublinhou.

Para os socialistas, o atual Governo é a coligação "da instabilidade e do falhanço".

"Não estão conscientes da situação do país. Preferem a política partidária e da trica com manobras de diversão e propaganda. Fizeram-no ontem [sábado] para esconder os números da execução orçamental [divulgados na sexta feira ao final do dia]", declarou.

No sábado, o primeiro vice-presidente do PSD, Jorge Moreira da Silva, disse que "o PS não tem estado à altura das suas responsabilidades", que rompeu com o "memorando de entendimento que desenhou".

"O PS anuncia uma moção de censura contra a 'troika' e contra o Governo, mas de forma muito diligente escreve uma cartinha aos embaixadores das União Europeia e dos Estados Unidos e à 'troika' dizendo 'isto é contra a 'troika', mas se nós viermos para o Governo não vamos alterar o memorando de entendimento'", criticou ainda Moreira da Silva.

Segundo João Ribeiro, este Governo "deitou tudo a perder", "falhou todos os objetivos" e está "divorciado" de um país "com um milhão de desempregados".

Para o PS, o memorando assinado com a 'troika' está "desajustado" e precisa de ser "redirecionado" para que o país possa sair do labirinto.

In DN

Desafio - Quanto tempo vai durar este Governo?! - Página 3 Portugal
Ir para o topo Ir para baixo
RMaria

RMaria


Mensagens : 2761
Data de inscrição : 26/08/2010

Desafio - Quanto tempo vai durar este Governo?! - Página 3 Empty
MensagemAssunto: PS diz à troika que quer "derrubar o governo" e renegociar   Desafio - Quanto tempo vai durar este Governo?! - Página 3 Icon_minitimeSeg Mar 25, 2013 11:55 pm

.
PS diz à troika que quer "derrubar o governo" e renegociar

por Dinheiro Vivo
Hoje

António José Seguro escreveu à troika para explicar o objetivo da moção de censura que o PS apresenta na próxima semana. Na carta, segundo fonte do PS explicou ao Negócios, o líder socialista é claro: o governo é para deitar abaixo e o acordo para renegociar.

Na mensagem enviada à troika, segundo aquele jornal, o secretário-geral socialista assume que, a conseguir fazer vingar o seu objetivo de derrubar o governo e assumir ele o novo Executivo, o PS "honrará os compromissos assumidos pelo Estado Português", mas antes disso pretende alterá-los cita o Negócios.

http://www.dinheirovivo.pt/Economia/Artigo/CIECO125087.html

In DN

Desafio - Quanto tempo vai durar este Governo?! - Página 3 Images?q=tbn:ANd9GcRFoM-WKszkOCUib3G7lqqNDcl-SKAymAbziTh5L51xroWZNjNQFrA2
Ir para o topo Ir para baixo
RMaria

RMaria


Mensagens : 2761
Data de inscrição : 26/08/2010

Desafio - Quanto tempo vai durar este Governo?! - Página 3 Empty
MensagemAssunto: "Há o perigo da queda do governo"   Desafio - Quanto tempo vai durar este Governo?! - Página 3 Icon_minitimeTer Mar 26, 2013 12:18 am

.
"Há o perigo da queda do governo"

por Tiago Silva Pires
Ontem

Desafio - Quanto tempo vai durar este Governo?! - Página 3 Ng2457621
Pedro Santana Lopes Fotografia © Lionel Balteiro/Global Imagens

Pedro Santana Lopes, antigo primeiro-ministro e atual provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, teme a queda do governo chefiado pelo primeiro-ministro de Portugal Pedro Passos Coelho caso o Tribunal Constitucional 'chumbe' normas do Orçamento de 2013.

Pedro Santana Lopes, comentador da Correio da Manhã TV, assumiu a este órgão de comunicação que existe, no presente, "o perigo de queda do Governo", no seguimento de uma deliberação do Tribunal Constitucional que possa obrigar à reformulação do Orçamento de Estado para 2013.

O próprio social-democrata Luís Marques Mendes já afirmou publicamente, recentemente, que "Passos [Pedro Passos Coelho, primeiro-ministro] está encurralado e o Governo a desmoronar".

In DN

Laughing


Ir para o topo Ir para baixo
Admin
Admin
Admin


Mensagens : 6697
Data de inscrição : 22/08/2008

Desafio - Quanto tempo vai durar este Governo?! - Página 3 Empty
MensagemAssunto: Consensos?   Desafio - Quanto tempo vai durar este Governo?! - Página 3 Icon_minitimeDom Abr 21, 2013 4:42 pm

.
Consensos?

por PEDRO MARQUES LOPES
Hoje

Desafio - Quanto tempo vai durar este Governo?! - Página 3 Pedro-marques-lopes2

1-Alguém com quem trabalhei dizia que quando uma reunião era muito longa, das duas uma: ou ninguém se entendia ou ninguém sabia o que fazer. Esse empresário e gestor também gostava de lembrar que um chefe que num quarto de hora não percebia que não se ia decidir nada ou que antes da reunião não sabia já o seu desenlace não servia para liderar coisa nenhuma.

Em poucas dimensões, a comparação entre gerir empresas privadas e o Estado faz sentido, e mal andam políticos e gestores quando confundem as duas realidades na maioria dos métodos e sobretudo nos objectivos, mas foi impossível não recordar as palavras desse meu antigo chefe enquanto via a conferência de imprensa do Governo na passada quinta-feira.

O actual Governo já nos habituou a cenas não muito ortodoxas, digamos assim, mas depois duma reunião de onze horas convocar os jornalistas para, no fundo, dizer que não havia nada a dizer é, no mínimo, patético. Não nos disseram onde vão ser feitos os cortes, nem em que rubricas, nem como vão ser taxados os subsídios de desemprego e doença e também ninguém percebeu bem o novo possível imposto às PPP. Não fosse o ministro Marques Guedes ter lido as directivas comunitárias e a capacidade do ministro Maduro para repetir a palavra consenso e nada tinha saído daquela risível conferência.

Como se presume que os ministros não estiveram a falar de futebol, uma de duas coisas pode ter acontecido: ou não se entenderam e o primeiro-ministro não foi capaz de lhes impor uma determinada linha, ou ninguém no Governo faz a mais pequena ideia do que fazer. Tendo sido o próprio Passos Coelho a anunciar que depois desse Conselho de Ministros iam ser anunciadas as medidas concretas e que com esse anúncio ia até ser suspenso o despacho que dava todo o poder nos gastos dos ministérios a Gaspar (entretanto o dito despacho continua a vigorar), tudo levava a crer que já estava tudo pensado. Mas, como é habitual neste Governo, nada estava feito, nada estava estudado.

Não, o Governo não sabe o que fazer. O que não surpreende. Andam há meses para explicar como vão fazer o corte de 4000 milhões, que fará agora quando têm de acrescentar mais 1300. No final será como de costume: uma coisa feita em cima do joelho sem reflexão ou critério com um valor no fundo da coluna para agradar a burocrata troikiano.

Bom, pode ser que a um qualquer ministro reste um pingo de bom senso e tenha explicado o óbvio: o corte de 5500 milhões pode ser feito claro está, mas com ele vai o País. Vai a nossa coesão social, as desigualdades atingiriam níveis inimagináveis, o desemprego dispararia , a nossa saúde pública não teria o mínimo de qualidade e a nossa educação pública seria apenas uma caricatura. Mas não, mesmo que isso tivesse acontecido, lá estaria o primeiro-ministro para destratar tal herege.

O facto é que o Governo com o fim da quimera dos 4,5% e com a constatação do criminoso falhanço da receita troikiana não sabe, pura e simplesmente, o que fazer. Tentou ir buscar o passado para se desculpar, mas desculpas não servem para governar um país.

Agora o Governo tem um novo discurso: o consenso. Aliás, o ministro Maduro, na conferência de imprensa, repetiu e voltou a repetir a palavra. Esqueceu-se foi de explicar de que consenso estava a falar. Consenso sobre o quê? Em relação a que políticas? O responsável pela comunicação do Governo passou a mensagem, o coordenador político é que se esqueceu de lhe dar conteúdo.

De que consenso se fala quando grande parte do PSD, do PS, de todos os parceiros sociais sem excepção, da esquerda à direita, dizem que o caminho que o Governo e a troika querem continuar a prosseguir não é o defendido por eles?

O consenso na boca do Governo não passa duma palavra vazia de significado. Pior, o consenso que o Governo quer é em redor de políticas e medidas que já se provaram erradas e que estão a destruir o País. Consensos para o suicídio, não obrigado.

2-O CDS está a ser alvo de bullying político. A falta de respeito é tanta que o primeiro-ministro até no Parlamento trata mal o líder parlamentar do CDS.

Pode João Almeida falar, Diogo Feio gritar, Pires de Lima pedir remodelações, Portas faltar a tomadas de posse, que para o primeiro-ministro é música. Não ouve o CDS nem lhe dá a confiança de lhe dizer o que quer que seja.

Passos Coelho sabe que Portas sabe que está amarrado ao Governo e está a fazê-lo pagar o episódio da TSU, desconsiderações passadas e outras mais recentes. Portas teve a oportunidade de sair do Governo (e ele sabia, e sabe, que o caminho estava errado) e conservar capital político, agora é tarde. Vai ser humilhado até ao fim por Passos Coelho e depois vai sofrer uma hecatombe eleitoral. Há horas infelizes.

In DN

Desafio - Quanto tempo vai durar este Governo?! - Página 3 Images?q=tbn:ANd9GcRsAy1oBLHuiDAqeVS474B5hQt4e7yRMJmN8NvzDfOD0dDmS0Q4hW8L
Ir para o topo Ir para baixo
https://colmeia.forumeiros.com
Admin
Admin
Admin


Mensagens : 6697
Data de inscrição : 22/08/2008

Desafio - Quanto tempo vai durar este Governo?! - Página 3 Empty
MensagemAssunto: O discurso do Presidente   Desafio - Quanto tempo vai durar este Governo?! - Página 3 Icon_minitimeSáb Abr 27, 2013 2:18 pm

.
O discurso do Presidente

por JOÃO MARCELINO
Hoje

Desafio - Quanto tempo vai durar este Governo?! - Página 3 Joao_marcelino


1 Muita gente em Portugal tem o hábito de comentar o que não ouviu nem leu. Basta-lhe ouvir falar. Às vezes, nem é preciso tanto: chega--lhe imaginar o que convém ao seu grupo de interesses. Que alguém lhe sopre "o que isto significa" ou "o que nós devemos dizer" é sempre uma dádiva de consideração que não pode passar sem o devido empenhamento pessoal no ruído que se faça na praça.

Mas afinal o que disse o Presidente da República, Cavaco Silva? O que motivou a reação indignada da extrema-esquerda a que se juntou o PS?

Leio o discurso algumas vezes do princípio ao fim e não percebo o tom das primeiras reações socialistas.

2 O que disse Cavaco Silva é de uma clareza cristalina, e nem sequer é novo: "Portugal não está em condições de juntar uma grave crise política à crise económica e social em que está mergulhado." Já o afirmou vezes sem conta. E foi ao justificar essa sua convicção, que muitos portugueses partilham, que disse por exemplo isto: "É essencial alcançar um consenso político alargado que garanta que, quaisquer que sejam as conceções político-ideológicas, quaisquer que sejam os partidos que se encontrem no Governo, o País, depois de encerrado o atual ciclo do programa de ajustamento, adotará políticas compatíveis com as regras fixadas no Tratado Orçamental que Portugal subscreveu." Isto, por exemplo, não poderia ser, igualmente, interpretado como uma crítica a PSD e CDS, que durante tanto tempo hostilizaram a posição, e as propostas, do PS?

E quando critica a "conflitualidade permanente" ou a "visão imediatista" não está, ainda, a falar de todos os partidos, sem exceção?

3 O problema não pode estar naquilo que Cavaco Silva disse. Já se sabe que o PR gostaria de ver o Governo terminar a atual e difícil legislatura - este ou qualquer outro (que só poderia ser do PS).

A única lacuna do discurso do PR, que no entanto se percebe face à delicadeza do momento político e daquilo que são as suas convicções, foram as palavras escolhidas para criticar/caracterizar a ação governativa: "fadiga de austeridade", "sem crescimento económico não haverá consolidação orçamental e de longo prazo", "é indiscutível que a execução do Programa (da troika) tem revelado consequências gravosas". É curto.

Quando se interroga sobre se "alguns dos pressupostos do Programa [que] não se revelaram ajustados à evolução da realidade" não deveriam ter sido tidos "em conta mais cedo", Cavaco Silva não poderia ter explicitado o Governo a par da referência à troika? Sim, poderia. E seria mais justo.

A verdade é que no passado foi implacável com José Sócrates. Aí não lhe faltaram os adjetivos. Mas o quadro era outro, o tempo de governação também e os resultados aqueles que se conhecem (a que se somaram os problemas pessoais com o ex-primeiro-ministro).

4 O PS, numa primeira fase, exagerou. Ontem, no Congresso, António José Seguro colocou as coisas no devido lugar. As críticas baixaram de tom e só apareceram no final de um inteligente discurso em direção ao País. Porque, no fundo, PS e PR estão de acordo. É preciso outro caminho. O próprio Governo o reconhece quando agora tenta mudar de políticas, de posição face ao PS e face aos dirigentes europeus e à ditadura da austeridade que está a traçar uma perigosa linha entre o Sul e o Norte.

Portugal não precisa de mais problemas na hierarquia do Estado. Seria bom que esta polémica artificial ficasse apenas no âmbito da habitual balbúrdia das tricas políticas, das conveniências de um congresso e da vontade da extrema-esquerda em disparar sempre contra tudo e contra todos.

Esta semana houve mais um remendo no Governo. No total, tudo somado, há mais um ministro e já se mexeram em cerca de 20 secretários de Estado. Que grande remodelação Pedro Passos Coelho acredita que nunca faria...

In DN

Idea
Ir para o topo Ir para baixo
https://colmeia.forumeiros.com
Admin
Admin
Admin


Mensagens : 6697
Data de inscrição : 22/08/2008

Desafio - Quanto tempo vai durar este Governo?! - Página 3 Empty
MensagemAssunto: O que o Governo anda a descobrir 22 meses depois   Desafio - Quanto tempo vai durar este Governo?! - Página 3 Icon_minitimeSáb Abr 27, 2013 2:29 pm

.
O que o Governo anda a descobrir 22 meses depois

por FILOMENA MARTINS
Hoje

Desafio - Quanto tempo vai durar este Governo?! - Página 3 Filomena_martins

Vinte e dois meses após ter assumido a governação para a qual se disse preparado, o Governo anunciou finalmente a solução mágica para nos tirar da crise: eis a agenda para o crescimento, uma espécie de ressurreição permitida a Santos Pereira, o sobrevivente da dúzia e meia de remodelações deste Executivo. E demorou apenas menos umas semanas, depois de ter passado o restante tempo a ignorar, escorraçar e a dar todos os argumentos ao PS para este se poder distanciar das políticas em curso decorrentes do memorando do qual foi o principal subscritor, a perceber que só havia uma forma de encurralar os socialistas: envolvê-los nas soluções, que é exatamente o que significam os apelos de "consenso" que agora brotam como cogumelos nas bocas de todos os ministros. Mas as demoras de perceção não se ficam, infelizmente, por aqui. Durão Barroso, o "nosso" líder da Comissão Europeia, para onde saltou de um país já a afundar-se nos idos de novembro de 2004, só se lembrou agora de dizer que afinal os portugueses não são preguiçosos e, mil reuniões com a sr. Merkel depois, que há limites para a austeridade. E, imagine-se, até o dr. Gaspar, o rei do Excel, concordou com ele. Mas há mais. Um ano depois dos primeiros avisos, o ministro das Finanças descobriu também que quase todos os administradores das empresas públicas tinham feito uns investimentos de risco, os tais swap, que vão ficar caros aos contribuintes, mas que a comissão de inquérito já criada pela maioria e a investigação em curso hão de levar a umas conclusões vagas e à responsabilização de quem já não o pode ser. E parece que há outras medidas geniais, inventadas agora pelo Executivo apesar de todos os taxistas e jogadores de sueca de café as propagandearem há meses largos, como pôr a banca a financiar a economia e renegociar as PPP. E enquanto o tempo passa, e o País vai descobrindo "buracos" financeiros por todos os lados como um queijo suíço, quem manda acha que basta mudar o discurso e anunciar um "agora é que é". É tarde. Demasiado tarde. O tempo não para. Nem perdoa.

Cavaco e o CDS

Mesmo o segundo discurso de Cavaco Silva mais claro dos últimos tempos - o primeiro tinha sido o de há dois anos, na tomada de posse do segundo mandato, sobre o Governo de Sócrates - precisou de tradutor. E lá veio a insuspeita Manuela Ferreira Leite dizer que não devia ter sido o PS o único a enfiar "a carapuça" das palavras presidenciais. Sobre a dimensão de Cavaco, pouco mais há a dizer. Foi igual a si próprio: tem partido, tomou partido, não preside a todos os portugueses. Já um dos destinatários das suas palavras, o CDS, pode parar de assobiar para o lado. Ou de fazer emboscadas políticas, como a última, em que pôs o AICEP, tutelado por Portas, a anunciar medidas económicas horas antes de Santos Pereira. Os democratas-cristãos ficaram fora da remodelação, estão colados às medidas para a reforma do Estado por mais que o seu líder as vá adiando e receberam a indicação clara de que não contam com o apoio do Presidente para crises políticas, sejam quais forem as brechas que as suas diabrites forem abrindo na coligação maioritária. Não vai ser fácil ao CDS sair deste colete de forças e não sair deste Governo reduzido novamente a partido do táxi.

Paulo Macedo e a Saúde

Ir fazer um exame médico significa meio dia de trabalho perdido, no mínimo. Ir com um filho ao pediatra, outro tanto, sendo otimista. Propor que centros de saúde e outras zonas de atendimento a doentes funcionem em horário pós-laboral e aos sábados parece uma coisa tão óbvia que só não se percebe porque não existe já. Criem-se pois as condições e ignore-se a barulheira que já se faz ouvir e que deve ter sido a razão para que nunca antes um ministro tivesse tido coragem de o impor.

Os novos líderes sindicais

Arménio Carlos é mais radical do que o era Carvalho da Silva. Carlos Silva é também muito menos moderado do que João Proença. CGTP e UGT, as duas centrais sindicais, estão pois mais próximas do que nunca, como se viu no desfile do 25 de Abril, que juntou os seus novos líderes. Com a grave situação social do País, a radicalização do discurso sindical e a possibilidade de ser rasgado o acordo de concertação podem fazer faísca a sério. O ministro da Economia veio a correr da Colômbia para se fazer ver no congresso da UGT, mostrando que o Governo está consciente dos perigos. Chegará?

Os tempos da Justiça

Tal como o "caso" Casa Pia, o processo de Isaltino Morais levava dez anos. Entre dezenas de recursos, incidentes processuais e outras manobras que tais, o autarca de Oeiras foi detido esta semana, quatro anos e duas reduções depois de ser conhecida a primeira sentença. Não é morosidade dos tribunais. São eternidades judiciais. Durante as quais os cidadãos criam firmes convições sobre a Justiça e a sua relação com quem tem poder para nela se mover. E que levantam dúvidas sobre dúvidas, até sobre os condenados. Eis uma área onde o "mais vale tarde do que nunca" não devia ser aplicável.

In DN

Twisted Evil
Ir para o topo Ir para baixo
https://colmeia.forumeiros.com
Admin
Admin
Admin


Mensagens : 6697
Data de inscrição : 22/08/2008

Desafio - Quanto tempo vai durar este Governo?! - Página 3 Empty
MensagemAssunto: O medo está ao leme   Desafio - Quanto tempo vai durar este Governo?! - Página 3 Icon_minitimeSáb Abr 27, 2013 2:39 pm

.
O medo está ao leme

por VIRIATO SOROMENHO-MARQUES
Hoje

Desafio - Quanto tempo vai durar este Governo?! - Página 3 Viriato_Soromenho_Marques


O Presidente da República leu no 39.º Aniversário do 25 de Abril o mais aporético e contraditório discurso da história da III República. Denunciou a incompetência da troika, mas saudou o doloroso cumprimento do seu insensato programa pelo esforçado povo português. Apelou a uma mudança do rumo da Europa, mas concordou com a tese do Governo que condena a nação a carregar a albarda dos credores até ao fim dos tempos. O discurso de Cavaco, com as suas oscilações de 180º, é um raro exemplo do medo como política pública. O País está à deriva, pois quem toma decisões está paralisado pelo pânico, em estado quimicamente puro. A única maneira de a História ser benevolente para com Cavaco Silva, o político que deu rosto a todos os pecados e omissões da III República, é a de ela nunca ser escrita. Seria a benevolência do esquecimento, resultante do desaparecimento de Portugal como sujeito histórico, como lugar onde a aventura da vida comum se cristaliza em memória. Será essa a secreta esperança do Presidente?

In DN

cheers
Ir para o topo Ir para baixo
https://colmeia.forumeiros.com
Admin
Admin
Admin


Mensagens : 6697
Data de inscrição : 22/08/2008

Desafio - Quanto tempo vai durar este Governo?! - Página 3 Empty
MensagemAssunto: Cavaco "swap"   Desafio - Quanto tempo vai durar este Governo?! - Página 3 Icon_minitimeSáb Abr 27, 2013 2:47 pm

.
Cavaco "swap"

por FERNANDA CÂNCIO
Ontem

Desafio - Quanto tempo vai durar este Governo?! - Página 3 Fernanda_cancio


2011: Precisamos de uma política humana, orientada para as pessoas concretas, para famílias inteiras que enfrentam privações absolutamente inadmissíveis num país europeu do século XXI.

2013: É indiscutível que a execução do Programa tem revelado consequências gravosas, que se fazem sentir duramente no dia a dia dos portugueses, em especial daqueles que não têm emprego. Mas, com idêntica imparcialidade, devemos também reconhecer os objetivos alcançados.

2011: Sem crescimento económico, os custos sociais da consolidação orçamental serão insuportáveis.

2013: Do mesmo modo que não se pode negar o facto de os portugueses estarem cansados de austeridade, não se deve explorar politicamente a ansiedade e a inquietação dos nossos concidadãos.

2011: Precisamos de um combate firme às desigualdades e à pobreza que corroem a nossa unidade como povo. Há limites para os sacrifícios que se podem exigir ao comum dos cidadãos.

2013: O efeito recessivo das medidas de austeridade inicialmente estabelecidas revelou-se superior ao previsto, provavelmente por falhas nas estimativas. A esse efeito somou-se uma conjuntura económica europeia mais adversa do que era esperado.

2011: É imperativo melhorar a qualidade das políticas públicas. Em particular, é fundamental que todas as decisões do Estado sejam devida e atempadamente avaliadas, em termos da sua eficiência económica e social, do seu impacto nas empresas e na competitividade da economia, e das suas consequências financeiras presentes e futuras. Não podemos correr o risco de prosseguir políticas públicas baseadas no instinto ou em mero voluntarismo.

2013: O impacto recessivo das medidas de austeridade e a revisão, para pior, da conjuntura internacional têm afetado de forma muito significativa o esforço de consolidação orçamental, nomeadamente a redução do défice e a contenção do crescimento da dívida pública.

2011: Este quadro afetará negativamente o crescimento económico e a qualidade de vida das famílias, a não ser que os responsáveis políticos, económicos e financeiros correspondam, com firmeza e sem ambiguidades, à obrigação que têm de libertar o País desta situação.

2013: Reafirmo a minha profunda convicção de que Portugal não está em condições de juntar uma grave crise política à crise económica e social em que está mergulhado. Regrediríamos para uma situação pior do que aquela em que nos encontramos.

2011: É necessário que um sobressalto cívico faça despertar os portugueses para a necessidade de uma sociedade civil forte, dinâmica e, sobretudo, mais autónoma perante os poderes públicos. (...) É altura de os Portugueses despertarem da letargia em que têm vivido e perceberem claramente que só uma grande mobilização da sociedade civil permitirá garantir um rumo de futuro para a legítima ambição de nos aproximarmos do nível de desenvolvimento dos países mais avançados da União Europeia.

(2011: discurso de tomada de posse do PR, 9 de março; 2013: discurso 25 de abril)

In DN

farao
Ir para o topo Ir para baixo
https://colmeia.forumeiros.com
Admin
Admin
Admin


Mensagens : 6697
Data de inscrição : 22/08/2008

Desafio - Quanto tempo vai durar este Governo?! - Página 3 Empty
MensagemAssunto: A culpa não é do Excel   Desafio - Quanto tempo vai durar este Governo?! - Página 3 Icon_minitimeSáb Abr 27, 2013 2:53 pm

.
A culpa não é do Excel

por JOSÉ MANUEL PUREZA
Ontem

Desafio - Quanto tempo vai durar este Governo?! - Página 3 Jmpureza3


Façamos jus à utilidade da palavra mais badalada nos últimos tempos: a luta política é, mais que tudo, uma disputa de narrativas. Não há políticas "mais exatas", "mais eficientes" ou "mais rigorosas" que outras por natureza. O que há é visões da realidade presente e futura em contraste entre si, construções divergentes da ordem social (da que está e da que deve estar). E é sempre em nome desse contraste, em nome dessa divergência - assumidamente ou disfarçadamente - que clamamos "exatidão", "eficiência" e "rigor" para as políticas que defendemos.

A esta luz, toda a polémica dos últimos dias em torno da bíblia do neoliberalismo sobre a correlação entre dívida e crescimento económico dos países - o afamado "This time is diferent", dos economistas Reinhart e Rogoff - corre o risco de passar ao lado do que é verdadeiramente essencial. Naquele trabalho e em dois artigos de aprofundamento amplamente citados na academia e nas esferas de decisão de política económica, Reinhart e Rogoff defendem a tese de que uma dívida pública acima dos 90% do PIB está invariavelmente associada a diminuições sensíveis da taxa de crescimento. Este raciocínio, supostamente estribado em fundamentação empírica exaustiva e irrepreensível, tem animado os cruzados do discurso do anti-endividamento a acusar a dívida dos países europeus e dos Estados Unidos de ser a primeira causadora da recessão em que estamos mergulhados.

Ora, o picante da história foi a descoberta de que Reinhart e Rogoff terão usado bases de raciocínio econométrico incompletas e erradas. Não fôra a sua má programação da folha Excel e o discurso seria fatalmente outro: onde se estabeleceu que países com um rácio de dívida/PIB de mais de 90% terão tido, entre 1946 e 2009, crescimento negativo, deveria estar a constatação de que tiveram afinal um crescimento médio de 2,2%. E tudo teria sido diferente. Teria? Não serei eu a desvalorizar a fraude científica presente neste caso e o que ela nos desafia a pensar sobre a responsabilidade social dos produtores de ciência: uma correlação estatística entre sobredívida e crescimento negativo mal estruturada e errada serviu de base a políticas concretas que desgraçaram entretanto, e continuam a desgraçar, milhões de vidas. Por muito menos condenaram-se autores de propostas assumidamente ideológicas aos velhos e novos indexes.

Mas convenhamos: muito para lá de um juízo sobre o fundamento rigoso das políticas, o que este caso traz à ribalta é a natureza ideológica marcada de um discurso que se reclama da exatidão e do rigor científico. O uso de uma sofisticação matemática cifrada para o comum dos mortais para dar autoridade a escolhas políticas é um recurso político como tantos outros. Em última análise, é sempre e só a escolha - de um lado, de um caminho, de uma visão das coisas - que ficará. Tudo o resto é ganga.

Muito provavelmente, a utilização de contratos swap por gestores de empresas terá sido elogiada nos meios académicos e na comunidade financeira como um gesto de génio. Equações, derivadas, algoritmos, integrais, com uma sofisticação inatingível salvo por cérebros superiores, terão sido usados para justificar o acerto de tal coisa. Congressos internacionais - certamente financiados por bancos de grande prestígio - terão ajudado a difundir que assim é que deveria ser. No fim, porém, ficou apenas a natureza política dessa escolha: a da cedência à vertigem do casino. Tudo em nome duma narrativa que tece loas à disciplina fiscal, à urgência de reduzir o défice e à retidão da austeridade. Com o dinheiro dos outros, claro.

In DN

Twisted Evil
Ir para o topo Ir para baixo
https://colmeia.forumeiros.com
Admin
Admin
Admin


Mensagens : 6697
Data de inscrição : 22/08/2008

Desafio - Quanto tempo vai durar este Governo?! - Página 3 Empty
MensagemAssunto: Um Conselho de Estado revelador   Desafio - Quanto tempo vai durar este Governo?! - Página 3 Icon_minitimeDom maio 26, 2013 4:29 pm

.
Um Conselho de Estado revelador

por PEDRO MARQUES LOPES
Hoje

Desafio - Quanto tempo vai durar este Governo?! - Página 3 Pedro-marques-lopes2

1 Só alguém muito ingénuo acreditaria que a reunião do Conselho de Estado seria para debater as "perspectivas da economia portuguesa no pós-troika, no quadro de uma economia união económica e monetária efectiva e aprofundada". Também ninguém acreditaria que se tenha perdido sete horas a debater a necessidade dum "aumento de competitividade e de crescimento sustentável" ou "se a União Económica e Monetária deve criar condições para que a União Europeia e os Estados-Membros enfrentem, com êxito, o flagelo do desemprego", como consta do comunicado final. Mal estávamos se existissem pessoas no Conselho de Estado que pensassem que não era preciso combater o desemprego ou promover o crescimento. Mas não foi preciso especular sobre os temas que foram debatidos... Poucos dias bastaram para que se soubesse muito do que se passou na reunião.

Já não seria pouco termos percebido que o Presidente da República apenas convocou o Conselho de Estado não para discutir o pós-troika mas para segurar o Governo. Tentar criar a ilusão de que os seus conselheiros estariam também interessados no consenso em redor duma solução em que só Gaspar e Passos Coelho acreditam.

O comunicado que falava do dito consenso estava até já escrito, mas os conselheiros mostraram que só Cavaco Silva acompanha o ministro das Finanças e o primeiro-ministro. E, assim, mais isolado ficou o Presidente da República. Mais, Cavaco Silva convocou um Conselho de Estado para que este apoiasse a sua insustentável posição de não deixar cair o Governo e fragilizou-o ainda mais quando ficou claro que a ruptura entre o Governo e a esmagadora maioria dos sectores sociais é irreversível. Mais: pela primeira vez, até pessoas fora do jogo partidário e conhecidas pela moderação, como Jorge Sampaio, falaram claramente da possibilidade de eleições antecipadas.

Este Conselho de Estado foi mais um tremendo erro político de Cavaco Silva: mostrou que o consenso em redor das políticas do Governo é impossível e mostrou que o Presidente é incapaz de ser um moderador, um agregador de vontades, um verdadeiro garante do regular funcionamento das instituições, ou seja, é uma inutilidade institucional.

Provavelmente mais grave ainda foi a indicação que este Conselho de Estado nos deu sobre o respeito pelas instituições dos nossos mais relevantes actores políticos.

Foi dado mais um passo no processo de degradação das instituições. E este processo, como é óbvio, acontece por causa das pessoas que as servem. Soubemos da convocação do Conselho de Estado por um comentador que também é conselheiro de Estado; tivemos conhecimento dos pormenores da discussão através de membros não identificados que ignoraram olimpicamente a obrigatoriedade de sigilo. No fundo, nada que não se passe no Governo, em que as mais pequenas discussões no Conselho de Ministros se sabem passados poucos minutos e os jornais chegam ao limite de contar que o primeiro-ministro faz apelos aos ministros para que respeitem a confidencialidade...

Em vez de gente com sentido de Estado e consciente das imensas responsabilidade que tem, temos algumas pessoas que se portam como concorrentes dum qualquer reality show, desesperadas por tudo revelar, como se um Conselho de Estado ou de Ministros fosse uma espécie de jogo em que se ganham pontos por contar histórias. Como é que pessoas que têm este tipo de comportamento podem legislar sobre violações ao segredo de justiça ou criticar quando processos em investigação aparecem nos jornais?

Os reality shows já tinham chegado à justiça, agora estão por todo o lado.

Não sei o que será pior: não termos Presidente da República quando mais precisávamos, se este desrespeito pelas instituições que os nossos mais importantes políticos revelam.

2 Wolfgang Schäuble disse que "não existem derrapagens orçamentais" e que Portugal é um caso de sucesso "no ajustamento a que está a proceder". Só falta mesmo dizer-nos que há petróleo no Beato.

3 Talvez não fosse má ideia explicar a Vítor Gaspar que os créditos fiscais não dão grandes resultados quando as empresas não conseguem vender a ninguém, ou seja, obter receitas. Talvez até seja por isso que os bancos, nomeadamente a CGD, têm dito que não aparecem projectos de investimento para financiar.

In DN

Desafio - Quanto tempo vai durar este Governo?! - Página 3 Tiphat
Ir para o topo Ir para baixo
https://colmeia.forumeiros.com
Admin
Admin
Admin


Mensagens : 6697
Data de inscrição : 22/08/2008

Desafio - Quanto tempo vai durar este Governo?! - Página 3 Empty
MensagemAssunto: Portas: eu é outro   Desafio - Quanto tempo vai durar este Governo?! - Página 3 Icon_minitimeDom maio 26, 2013 5:40 pm

.
Portas: eu é outro

por FERNANDA CÂNCIO
03 maio 2013

Desafio - Quanto tempo vai durar este Governo?! - Página 3 Fernanda_cancio

A 26 de abril, a publicação de uma sondagem no i dava o PP a subir. Na notícia correspondente, lia-se: "O CDS é o segundo partido da oposição que mais sobe." Entretanto corrigida, a frase é testemunho da fenomenal operação de acrobacia, derrisão e vampirismo que Portas e o seu PP têm vindo a desenvolver desde a formação do Governo.

Sustentar um Executivo que toma medidas brutais e mesmo assim pretender que se opõe, lágrima no olho, a cada malfeitoria. Plantar notícias nos jornais sobre supostos enfrentamentos homéricos em conselhos de ministros e largar venenos sortidos sobre colegas de Governo para surgir como o parceiro "bom" da coligação, o que está lá para garantir que as coisas não serão tão más como poderiam ser, numa espécie de imolação dos seus princípios para nos salvar. Afetar sentido de Estado, quando é exatamente o papel de vítima que lhe convém, perante sucessivas humilhações infligidas pelo PM - da certificação, numa entrevista televisiva pós-episódio da TSU, de que o seu número dois é Gaspar ao desprezo a que votou o líder parlamentar do CDS no último debate quinzenal, passando pelo facto de, perante o chumbo de várias medidas pelo Tribunal Constitucional, ter ido a Belém certificar a viabilidade do Governo acompanhado, não do líder do outro partido da maioria, mas do ministro das Finanças. Registar no anedotário nacional da provocação passiva-agressiva os silêncios, ausências, expressões faciais e pronunciamentos do líder, com o monólogo sobre a TSU no top. Exigir remodelações e alterações de política a várias vozes do partido - enquanto no Parlamento não só vota a favor de tudo como se ergue em êxtase ante o discurso presidencial que diz não haver alternativa.

É isto o PP: o partido que enche a boca com a família, os reformados e desfavorecidos mas tem um ministro da Segurança Social que cortou 6% ao subsídio de desemprego e 5% ao de doença (e veremos hoje às oito da noite o que lhes vai cortar mais), que esmifrou o complemento solidário dos idosos (a medida que mais contribuía para a redução da pobreza da terceira idade), que diminuiu o RSI das crianças e que tirou dinheiro ao subsídio de parentalidade. O partido que manda cartas aos militantes a jurar que "com ele" não se aumentarão mais impostos e a seguir vota o maior aumento fiscal da democracia portuguesa.

Se tinha ideário, deixou de o ter - à exceção do programa de sempre de Portas: sobreviver e acabar com o PSD para poder ser um dia PM. "Eu é outro", diz, como Rimbaud, o PP (Paulo e o partido): estou no Governo e fora, faço o mal e a caramunha, olhem como sou esperto. Estará a resultar? A última sondagem diz que sim. Mas hoje, ao ouvir Passos, não se esqueça que tudo o que ele anuncia tem a assinatura de Portas. Além de indecorosamente traiçoeiro (de molde a enojar até quem execre o PM), o jogo que joga com tão óbvio deleite tem o País - a nós - como bola de trapos. E se lhe perguntarem se sabe, ele sabe.

In DN

Laughing
Ir para o topo Ir para baixo
https://colmeia.forumeiros.com
Romy

Romy


Mensagens : 5711
Data de inscrição : 23/08/2008

Desafio - Quanto tempo vai durar este Governo?! - Página 3 Empty
MensagemAssunto: Jerónimo diz que PR "é corresponsável" pela política do Governo   Desafio - Quanto tempo vai durar este Governo?! - Página 3 Icon_minitimeDom maio 26, 2013 10:14 pm

.
Jerónimo diz que PR "é corresponsável" pela política do Governo

por Lusa, texto publicado por Sofia Fonseca
Ontem

O secretário-geral do PCP acusou hoje o Presidente da República de "corresponsabilidade" na política do Governo "que sistematicamente viola a Constituição", o que justifica, "o clamor de indignação", que hoje se fez ouvir em Belém.

"Há um sentimento de indignação profunda porque do Presidente da República há um papel de corresponsável nesta política e neste Governo, mesmo sabendo que não há um regular funcionamento das instituições e tendo em conta que este Governo sistematicamente viola a Constituição", afirmou o secretário-geral do Partido Comunista Português (PCP), Jerónimo de Sousa.

O líder dos comunistas portugueses marcou hoje presença na manifestação convocada pela CGTP para as imediações do Palácio de Belém, residência oficial do Presidente da República, Cavaco Silva.

O secretário-geral do PCP disse mesmo que os protestos de hoje deveriam levar Cavaco a "esfumar-se à beira do Palácio e tirar as suas conclusões".

"Este clamor de indignação é ajustado e justificado por essa corresponsabilidade do Presidente da República", acrescentou Jerónimo de Sousa, que considerou que os milhares de manifestantes concentrados em Belém "são uma grande manifestação, tendo em conta a exigência e imperativo nacional de demissão do Governo e convocação de eleições antecipadas".

Jerónimo de Sousa defendeu ainda que "o povo português tem cada vez mais consciência de que o Governo não pode continuar, porque só quer dar cabo do resto" e sublinhou que são manifestações como as de hoje que levaram a que o executivo tenha agora "uma base social de apoio reduzidíssima".

O líder do PCP declarou que a eventual convocação de uma greve geral é uma decisão que cabe aos trabalhadores, ainda que considere que o Governo tem em curso "uma ofensiva" à função pública e ao setor privado".

Quanto à possibilidade de Portugal vir a pedir à 'troika' (Fundo Monetário Internacional, Comissão Europeia e Banco Central Europeu) a renegociação das metas do défice para 2014, Jerónimo de Sousa entende que o país não precisa "de um remendo", mas de ver rejeitado "de forma clara" o memorando de entendimento com as instituições internacionais.

In DN

Desafio - Quanto tempo vai durar este Governo?! - Página 3 Images?q=tbn:ANd9GcQ3MbAlW3dFFHJST2I8OIVIX4Bu-KAeYEWm1IT2cIbrg7NkLi2MlA4X
Ir para o topo Ir para baixo
Romy

Romy


Mensagens : 5711
Data de inscrição : 23/08/2008

Desafio - Quanto tempo vai durar este Governo?! - Página 3 Empty
MensagemAssunto: 40 mil cartões vermelhos a Cavaco na final da Taça   Desafio - Quanto tempo vai durar este Governo?! - Página 3 Icon_minitimeDom maio 26, 2013 10:21 pm

.
40 mil cartões vermelhos a Cavaco na final da Taça

por Lusa, publicado por Elisabete Silva
Hoje

Desafio - Quanto tempo vai durar este Governo?! - Página 3 Ng2571635
Adeptos do Benfica e Guimarães com oportunidade de mostrar cartão vermelho a Cavaco Silva Fotografia © Jorge Amaral/Global Imagens

O movimento "Que se lixe a toika" está a distribuir 40 mil cartões vermelhos para que sejam erguidos quando for anunciada a presença do Presidente da República, Cavaco Silva, na final da Taça de Portugal em futebol.

Em declarações à agência Lusa, Marco Marques, organizador da iniciativa, frisou que esta era uma "oportunidade a aproveitar uma vez que se encontram vários milhares de pessoas bem como Cavaco Silva, que é a única pessoa que pode demitir este governo".

No panfleto pode ler-se "não vamos à bola com a troika! Nem com este governo! Basta de penáltis roubados! A nossa equipa é o povo", apelando a erguê-lo e a assobiar quando for anunciada a presença do Presidente da República.

"Somos contra a política de austeridade. A demissão do governo vai permitir aos cidadãos encontrar alternativas a este tipo de políticas. Apelamos também a presença de todos na manifestação a 01 de junho. É uma manifestação internacional, contra a austeridade, e que vai acontecer em vários países europeus, como Espanha e Itália", concluiu.

Benfica e Vitória de Guimarães defrontam-se hoje, às 17:15 horas, em jogo da final da Taça de Portugal em futebol, que se realiza no Estádio do Jamor, em Oeiras, e que terá a arbitragem de Jorge Sousa, do Porto.

In DN

Desafio - Quanto tempo vai durar este Governo?! - Página 3 00020689
Ir para o topo Ir para baixo
Romy

Romy


Mensagens : 5711
Data de inscrição : 23/08/2008

Desafio - Quanto tempo vai durar este Governo?! - Página 3 Empty
MensagemAssunto: Cavaco Silva "desprestigia" Presidência da República   Desafio - Quanto tempo vai durar este Governo?! - Página 3 Icon_minitimeDom maio 26, 2013 10:31 pm

.
Cavaco Silva "desprestigia" Presidência da República

por Lusa, texto publicado por Sofia Fonseca
Hoje

Desafio - Quanto tempo vai durar este Governo?! - Página 3 Ng2571878
Fotografia © Rui Oliveira / Global Imagens

A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE) Catarina Martins afirmou hoje, em Vila Real, que Cavaco Silva "desprestigia" como "nunca tinha sido feito" o cargo de Presidente da República porque defende um Governo que já ninguém quer.

"Cavaco Silva consegue como ninguém desprestigiar a Presidência da República porque assume-se como o garante de um Governo em que ninguém acredita e ninguém quer", afirmou a líder do BE.

Catarina Martins considerou que o Presidente defende um "Governo que afoga o país, que leva o país para o abismo".

É por isso que, de acordo com a responsável, "hoje a população portuguesa não só pede a demissão do Governo, como já não pode tolerar mais cavaco Silva na Presidência da República".

"Não se pode querer segurar um Governo quando esse Governo não tem nenhum apoio social, quando a população já percebeu que esse Governo não tem nenhum futuro para o país que não seja o abismo, empobrecimento e a banca rota", frisou.

Catarina Martins falava no decorrer da apresentação do candidato escolhido pelo BE para encabeçar a lista à Câmara de Vila Real, o professor universitário Rui Cortes.

Por isso mesmo, a coordenadora aproveitou para chamar a atenção para a importância" da próxima campanha autárquica, que considera que decorre "num momento crucial para o país".

"Em cada momento escolhemos entre a solidariedade e a chantagem da finança e a campanha autárquica é o momento dessa escolha", afirmou.

E, segundo Catarina Martins, o país vive "num momento em que há quem tente dizer que a democracia não é solução, como se existisse uma qualquer inevitabilidade que diz que só há um rumo".

"Sabemos que não é assim. Numa crise a democracia é sempre a solução porque é nos momentos das crises que as pessoas têm que escolher", salientou.

Dois anos depois da chegada da 'troika' e da eleição do Governo liderado por Pedro Passos Coelho, o país seguiu o "caminho do empobrecimento, baixou salários, os serviços públicos do Estado social estão a ser destruídos, sem se ter conseguido nenhum dos objetivos da redução da dívida pública ou do controlo do défice", refere Catarina Martins.

A responsável frisou que o BE vai à campanha autárquica questionar do ponto de vista nacional e local as opções tomadas para o país.

"Porque em cada sítio em que as pessoas disserem que não aceitem que a sua água seja privatizada, que não aceitam ficar sem o seu posto de Correios, que a empresa municipal faça negócios ruinosos com a banca, em vez de investir naquilo que é a qualidade de vida das suas populações, quando as pessoas têm a coragem e se juntam para dizer que chega deste percurso, então sim estamos a mudar o nosso país", concluiu.

In DN

Desafio - Quanto tempo vai durar este Governo?! - Página 3 Images?q=tbn:ANd9GcS4mciRFNjfuzrHLeW41hOhpYstiIIre3m9vWFyWZOGn5oZrPuhGFsY4Q
Ir para o topo Ir para baixo
Romy

Romy


Mensagens : 5711
Data de inscrição : 23/08/2008

Desafio - Quanto tempo vai durar este Governo?! - Página 3 Empty
MensagemAssunto: "Passos foi ao encontro de Portas" na taxa das pensões   Desafio - Quanto tempo vai durar este Governo?! - Página 3 Icon_minitimeDom maio 26, 2013 10:44 pm

.
"Passos foi ao encontro de Portas" na taxa das pensões

por Paula Sá
Hoje

Desafio - Quanto tempo vai durar este Governo?! - Página 3 Ng2572365

Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que "Passos Coelho foi ao encontro da posição de Paulo Portas" em relação à taxa sobre as pensões ao admitir pedir uma a folga no défice para 2014, que fará cair a medida.

No seu habitual comentário na TVI, o antigo líder do PSD frisou que, com a queda da taxa, que deu por garantida, "o ponto quente" do Orçamento de Estado para o próximo ano deixou de existir.

Para Marcelo, se o primeiro-ministro falou na possibilidade de uma flexibilização da meta dos 4% para os 4,5% em 2014, é porque a troika já a aceitou. E admitiu que o Governo está a mudar o discurso, nomeadamente ao avançar com o super crédito fiscal para as empresas.

"O que me impressiona é que Pedro Passos Coelho toma sempre as decisões com um atraso de seis a nove meses". O que na sua opinião se explica pelo "peso" e pela "teimosia" de Vítor Gaspar. "Só agora é que Passos está a impor a sua visão política" ao ministro das Finanças.

In DN

Desafio - Quanto tempo vai durar este Governo?! - Página 3 Images?q=tbn:ANd9GcRtjCk9y1vE3NUkPrJ1kH3UabmyDoB5SnAsKrbhgJgmiu-EZk4DJ6GPwQ
Ir para o topo Ir para baixo
Fantômas

Fantômas


Mensagens : 5780
Data de inscrição : 12/09/2008

Desafio - Quanto tempo vai durar este Governo?! - Página 3 Empty
MensagemAssunto: Alertas, apelos e diagnósticos de Cavaco no 10 de Junho   Desafio - Quanto tempo vai durar este Governo?! - Página 3 Icon_minitimeDom Jun 09, 2013 3:13 pm

.
Alertas, apelos e diagnósticos de Cavaco no 10 de Junho

por Agência Lusa, publicado por Susana Salvador
Ontem

A situação do país tem sido tema transversal nos discursos do Presidente da República no 10 de Junho, data que assinala o Dia de Portugal e que Cavaco Silva tem aproveitado para lançar alertas, desafios e fazer diagnósticos.

Há um ano, com o país a viver sob ajuda externa e com os indicadores económicos e de desemprego a agravarem-se, a mensagem deixada por Cavaco Silva foi também de esperança, apesar de cautelosa.

"Existem sinais que nos permitem ter confiança no futuro. Nada está garantido, até porque é grande a nossa dependência do exterior, mas alguns indicadores permitem-nos ter esperança de que a recuperação económica pode ser uma realidade não muito distante", disse o Presidente da República.

Na sessão solene do 10 de Junho de 2012, que decorreu em Lisboa, Cavaco Silva deu ainda destaque ao desemprego, instando as autoridades portuguesas e europeias a colocarem o problema no "topo das prioridades" e a sublinhar a urgência de "passar das palavras aos atos e adotar novas políticas de emprego, quer à escala europeia, quer à escala nacional".

No ano passado, houve, contudo, outro discurso que 'saltou' para as primeiras páginas dos jornais, o do então presidente da comissão organizadora do 10 de Junho, Sampaio da Nóvoa, que falou no aumento das desigualdades sociais, no regresso da pobreza e pediu a procura de alternativas porque "a arrogância do pensamento inevitável é o contrário da liberdade".

Em 2011, numa cerimónia em Castelo Branco cinco dias depois das eleições legislativas antecipadas que deram a vitória ao PSD e ditaram o fim do Governo socialista de José Sócrates, o chefe de Estado optou por fazer um discurso muito mais 'contido', deixando apenas uma nota sobre a situação do país no final da intervenção, frisando que não se pode "falhar".

"Não podemos falhar. Os custos seriam incalculáveis. Assumimos compromissos perante o exterior e honramo-nos de não faltar à palavra dada", sublinhou, notando que "é Portugal inteiro que tem de se erguer nesta hora decisiva", um tempo de sacrifícios, de grandes responsabilidades".

Um ano antes, o Presidente da República tinha sido bastante mais acutilante, classificando a situação do país como "insustentável" e apelando ao estabelecimento de um "contrato de coesão nacional".

"Como avisei na altura devida, chegámos a uma situação insustentável. Pela frente, temos grandes trabalhos, enormes tarefas, inevitáveis sacrifícios", afirmou.

A justiça nos sacrifícios e o rumo da ação política estiveram também no centro do discurso do 10 de Junho do Presidente da República em 2010, em Faro, com Cavaco Silva a pedir justiça nos sacrifícios e a dizer que a sociedade precisa de se rever no rumo da ação política.

Em 2009, em Santarém, a poucos meses de eleições autárquicas e legislativas, o chefe de Estado refletiu sobre a crise financeira, considerando que o país poderia fazer do "tempo de provação um tempo de esperança".

"É necessário ver mais além; antecipar, desde já, a situação em que queremos estar quando for finalmente ultrapassada a conjuntura actual, e criar as condições para tirarmos partido da fase de recuperação", disse, defendendo também "uma visão estratégica de médio e longo prazo, uma visão alheia a calendários imediatos, que poderiam comprometer o futuro e tornar inúteis os sacrifícios que a hora exige".

Há cinco anos, em 2008, Cavaco Silva falou em Viana do Castelo do "universalismo português", alertando para que "um país onde as instituições não sejam fiáveis, que não cresça e não inove e sem uma escola de onde saiam elites" dificilmente pode aspirar a uma intervenção relevante no plano externo.

Em 2006 e 2007, nos seu dois primeiros discursos do 10 de Junho enquanto Presidente da República, Cavaco Silva recuperou uma mensagem muito utilizada por si durante a campanha para as presidenciais, insistindo no apelo ao inconformismo.

"Não me resigno aos fracos níveis de crescimento económico, ao abandono escolar preocupante, à pobreza e exclusão social de tantas famílias, à escassa dimensão das componentes científica e tecnológica do aparelho produtivo", referiu em 2007, em Setúbal.

Um ano antes, no Porto, o chefe de Estado tinha exortado também os portugueses a não se resignarem face às dificuldades do país, porque "isso seria indigno do nosso passado, um desperdício do nosso presente e o adiar do nosso futuro".

In DN

Desafio - Quanto tempo vai durar este Governo?! - Página 3 Images?q=tbn:ANd9GcQoSsxZ2_OLX1IIgri2RUeEusosDJfte8HHt6f0g51F-bCZIS90zE69
Ir para o topo Ir para baixo
Fantômas

Fantômas


Mensagens : 5780
Data de inscrição : 12/09/2008

Desafio - Quanto tempo vai durar este Governo?! - Página 3 Empty
MensagemAssunto: Comemorações oficiais arrancaram já em Elvas   Desafio - Quanto tempo vai durar este Governo?! - Página 3 Icon_minitimeDom Jun 09, 2013 4:01 pm

.
Comemorações oficiais arrancaram já em Elvas

por Lusa, texto publicado por N.G.
Hoje

As comemorações do 10 de Junho iniciam-se hoje em Elvas, com um programa que se inicia com a tradicional cerimónia do içar da bandeira e termina com um jantar oferecido pelo Presidente da República.

O primeiro ponto do programa das comemorações oficiais do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, que este ano decorrem em Elvas, cumpriu-se às 10:30, com a cerimónia militar do içar da bandeira e guarda de honra militar, na Praça da República. Depois, e após uma breve cerimónia de descerramento da placa comemorativa da visita do chefe de Estado à cidade de Elvas, irá realizar-se a sessão solene de boas vindas da câmara de Elvas, no cine-teatro da cidade, que contará com intervenções do Presidente da República e do presidente da autarquia.

Ainda antes do almoço, Cavaco Silva irá descerrar no Castelo de Elvas a placa que assinala a inscrição da cidade na lista do património mundial da UNESCO. O almoço irá decorrer na Casa da Cultura de Elvas e reunirá personalidades que se distinguiram em Portugal e no estrangeiro no âmbito das suas atividades profissionais.

À tarde, o programa das comemorações do 10 de Junho é retomado às 15:00, com a inauguração da exposição "Fortificação do Território - A Defesa e Segurança de Portugal nos séculos XVII a XIX", no Paiol de Nossa Senhora da Conceição. Já ao final da tarde, o chefe de Estado irá visitar o local onde se realizam as atividades militares complementares, no Parque do Viaduto, descerrando, de seguida, a placa toponímica da nova "Avenida do Dia de Portugal".

O primeiro dia das comemorações oficiais do 10 de Junho termina com a habitual sessão de apresentação de cumprimentos do corpo diplomático, no Museu de Arte Contemporânea, e com um jantar oferecido pelo Presidente da República por ocasião das Comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, num hotel de Elvas.

In DN

Desafio - Quanto tempo vai durar este Governo?! - Página 3 Images?q=tbn:ANd9GcTlDaWleEsM2YC42fjhm5Qelj5DrKZIeFUszYYM1-9QHBzgewtSpWDXirA
Ir para o topo Ir para baixo
Fantômas

Fantômas


Mensagens : 5780
Data de inscrição : 12/09/2008

Desafio - Quanto tempo vai durar este Governo?! - Página 3 Empty
MensagemAssunto: Autarca de Elvas lamenta que milhões vivam "no limiar da fome"   Desafio - Quanto tempo vai durar este Governo?! - Página 3 Icon_minitimeDom Jun 09, 2013 4:17 pm

.
Autarca de Elvas lamenta que milhões vivam "no limiar da fome"

por Agência Lusa, publicado por Susana Salvador
Hoje

O presidente da Câmara Municipal de Elvas, Rondão de Almeida, lamentou hoje que "milhões de portugueses" estejam a viver no "limiar da fome e da pobreza", considerando que essa situação deve envergonhar os portugueses.

"Milhões de portugueses vivem um presente muito complicado, no limiar da fome e da pobreza, ou abaixo desse nível, que nos deve envergonhar", disse o histórico autarca socialista.

Rondão Almeida falava na sessão solene de boas-vindas da Câmara de Elvas ao Presidente da República, Cavaco Silva, que este ano elegeu a cidade alentejana para as comemorações oficiais do 10 de Junho, Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas.

No seu discurso, no cineteatro municipal de Elvas e antes da intervenção do chefe de Estado, Rondão de Almeida destacou o papel da população local ao longo da história e recordou todos os momentos que marcaram a cidade do ponto de vista militar, sublinhando a "determinação" do povo na altura de superar as dificuldades.

"A história desta cidade ensina-nos que, em muitos momentos vitoriosos para Portugal, os elvenses estiveram bem presentes e deram um contributo decisivo. É esse contributo que continuamos a dar no momento atual, em que Portugal, infelizmente, vive anos de dificuldades", disse.

A história de Elvas, segundo Rondão de Almeida, "dá-nos uma grande lição", uma lição de "bravura, valentia e de coragem", um exemplo de "nacionalismo, de força, de virtude" que se traduz numa "lição de valores" que os portugueses devem "enfrentar" nos tempos atuais.

Para exemplificar que Elvas não baixa os braços perante essa realidade, o autarca salientou que o município desenvolve vários investimentos de "grande volume" e que mantém uma "invejável saúde financeira", fruto de uma gestão "rigorosa".

"Temos quase duas dezenas e meia de programas sociais, desde quando o bebé ainda está em gestação, atravessando as diversas fases do crescimento de crianças e jovens, indo à idade adulta e ativa, chegando até aos mais idosos", acrescentou.

Durante o discurso, Rondão de Almeida, enalteceu também a classificação como Património da Humanidade da "Cidade-Quartel fronteiriça de Elvas e suas Fortificações", pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), a 30 de junho de 2012.

O primeiro ponto do programa das comemorações do 10 de Junho ocorreu na Praça da República de Elvas, com a cerimónia militar do içar da bandeira e guarda de honra militar.

Após a sessão solene de boas-vindas e ainda antes do almoço, Cavaco Silva irá descerrar no Castelo de Elvas a placa que assinala a inscrição da cidade na lista do património mundial da UNESCO.

O almoço irá decorrer na Casa da Cultura de Elvas e reunirá personalidades que se distinguiram em Portugal e no estrangeiro no âmbito das suas atividades profissionais.

À tarde, o programa das comemorações do 10 de Junho é retomado às 15:00, com a inauguração da exposição "Fortificação do Território - A Defesa e Segurança de Portugal nos séculos XVII a XIX", no Paiol de Nossa Senhora da Conceição.

Já ao final da tarde, o chefe de Estado irá visitar o local onde se realizam as atividades militares complementares, no Parque do Viaduto, descerrando, de seguida, a placa toponímica da nova "Avenida do Dia de Portugal".

O primeiro dia das comemorações oficiais do 10 de Junho termina com a habitual sessão de apresentação de cumprimentos do corpo diplomático, no Museu de Arte Contemporânea, e com um jantar oferecido pelo Presidente da República por ocasião das Comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, num hotel de Elvas.

In DN

Desafio - Quanto tempo vai durar este Governo?! - Página 3 Images?q=tbn:ANd9GcQxaXqG9Zw9l1LWaL8zxUoLrqsK7FRaQfPMtzPEr1U9nW-d_r-vONLr
Ir para o topo Ir para baixo
Fantômas

Fantômas


Mensagens : 5780
Data de inscrição : 12/09/2008

Desafio - Quanto tempo vai durar este Governo?! - Página 3 Empty
MensagemAssunto: Cavaco diz que Portugal está a fazer a sua parte para ultrapassar tempo difícil e exigente   Desafio - Quanto tempo vai durar este Governo?! - Página 3 Icon_minitimeDom Jun 09, 2013 4:25 pm

.
Cavaco diz que Portugal está a fazer a sua parte para ultrapassar tempo difícil e exigente

por Agência Lusa, publicado por Susana Salvador
Hoje

Desafio - Quanto tempo vai durar este Governo?! - Página 3 Ng2596548
Fotografia © Luis Pardal/Global Imagens

O Presidente da República recordou hoje o tempo "difícil e exigente" que Portugal e a Europa atravessam, sublinhando que com "sacrifícios e determinação" o país está a fazer a sua parte para os ultrapassar e cumprirá os compromissos assumidos.

"Portugal e a Europa vivem atualmente um tempo particularmente difícil e exigente. A Europa deverá, com caráter de urgência, promover soluções que fomentem o crescimento económico e o emprego", afirmou o chefe de Estado, na tradicional mensagem do 10 de Junho dirigida às comunidades portuguesas.

Sublinhando que "com sacrifícios e com determinação, Portugal está a fazer a sua parte" e "como sempre aconteceu no passado, cumprirá os compromissos assumidos no plano internacional", Cavaco Silva notou que os portugueses estão cientes das muitas dificuldades, mas também com "vontade de as vencer".

Contudo, frisou, para tal, Portugal precisa de todos e "ninguém está dispensado" de ajudar o país numa altura tão decisiva como a que se vive.

Dirigindo-se diretamente aos portugueses que vivem fora de Portugal, o chefe de Estado enalteceu o "legado de Portugal no mundo" que representam, repetindo o apelo para que "a diáspora seja uma embaixada de Portugal nos vários continentes".

"Pelo prestígio que detêm os seus membros, pelas raízes que souberam criar em tantos países, mas também pelo facto de manterem laços profundos com Portugal, as comunidades da diáspora devem mobilizar-se como agentes ativos da portugalidade, dando a conhecer ao Mundo a realidade do nosso país", disse.

Na mensagem dirigida às comunidades portuguesas, Cavaco Silva defendeu ainda que se deve inovar na forma como os portugueses se relacionam com os seus compatriotas que vivem longe da pátria.

"Nos nossos dias, não precisamos de muralhas para nos defender de quaisquer inimigos. Precisamos de pontes para reforçar laços com os países amigos. Os portugueses no estrangeiro e os lusodescendentes são construtores de pontes e os principais protagonistas do diálogo universal que sempre nos caracterizou. É um capital que não podemos desperdiçar, um património que devemos aproveitar nesta fase crucial da afirmação da nossa soberania", acrescentou.

In DN

Embarassed Evil or Very Mad

Ir para o topo Ir para baixo
Fantômas

Fantômas


Mensagens : 5780
Data de inscrição : 12/09/2008

Desafio - Quanto tempo vai durar este Governo?! - Página 3 Empty
MensagemAssunto: Portugueses sempre "souberam unir-se" nas horas decisivas   Desafio - Quanto tempo vai durar este Governo?! - Página 3 Icon_minitimeDom Jun 09, 2013 5:15 pm

.
Portugueses sempre "souberam unir-se" nas horas decisivas

por Agência Lusa, publicado por Susana Salvador
Hoje

O Presidente da República, Cavaco Silva, considerou hoje que Portugal enfrenta "uma hora decisiva" e atravessa "um momento" em que não se pode "vacilar", mas lembrou que os portugueses sempre "souberam unir-se" nos momentos difíceis.

"Esta é uma hora decisiva. Portugal vive um momento em que não podemos vacilar na determinação de vencer e de alcançar um futuro melhor", alertou Cavaco Silva.

Aludindo à história de Elvas, que foi um bastião da defesa de Portugal contra os espanhóis, o chefe de Estado lembrou que os momentos de dificuldade, como o atual que o país atravessa, já marcam a história do país.

"Nesta hora que Portugal atravessa, Elvas convoca-nos a olharmos para a nossa História e a reconhecermos que os momentos difíceis não são inéditos", mas, "nas horas decisivas, os portugueses souberam unir-se para defender os grandes desígnios nacionais", realçou.

Cavaco Silva discursava em Elvas, no cineteatro local, no primeiro de dois dias de comemorações oficiais do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, que se assinala na segunda-feira.

Na sua intervenção, que foi antecedida pelo discurso do presidente da Câmara Municipal de Elvas, Rondão de Almeida, o Presidente das República aludiu às dificuldades que o país enfrenta, nomeadamente ao desemprego.

"É importante estarmos muitos conscientes das dificuldades, do drama que o desemprego representa nas vidas de milhares dos nossos cidadãos e dos momentos árduos atravessados por muitas famílias", disse.

Mas o Chefe de Estado voltou a referir-se a Elvas para demonstrar que a união dos portugueses é necessária para ultrapassar estes períodos.

"Não esqueçamos que aquilo que Portugal sempre teve, muito bem representado por esta nobre e leal cidade de Elvas, foi uma capacidade para, mesmo nos momentos cruciais, enfrentar e vencer as adversidades", lembrou.

Cavaco Silva elogiou "as gentes de Elvas", as quais, ao longo de séculos, disse, "habituaram-se a olhar atentamente os horizontes em busca de perigo".

"Souberam resistir corajosamente a todas as dificuldades, coragem que traz hoje ecos da capacidade que os portugueses têm demonstrado nos últimos anos", sublinhou.

No discurso, o chefe de Estado não esqueceu também o Poder Local, considerando que, nestes tempos de crise, o mesmo tem um papel essencial no desenvolvimento do país.

"Aos municípios cumpre hoje e cada vez mais olhar pelo desenvolvimento económico dos concelhos e, desta forma, pelo bem-estar e progresso das populações", frisou.

As comemorações do 10 de Junho decorrem este ano em Elvas, cidade alentejana situada mesmo junto à fronteira com Espanha e classificada, no ano passado, Património Mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO).

Este primeiro dia arrancou com a tradicional cerimónia do içar da bandeira e o Presidente da República, além da cerimónia realizada no cineteatro, assistiu a uma recriação histórica da leitura do Foral de Elvas, por um grupo de teatro medieval.

O programa prossegue ao longo do dia, com várias visitas, e termina, por hoje, com um jantar oferecido pelo Presidente da República, sendo retomado na segunda-feira de manhã, para as cerimónias oficiais do 10 de Junho.

In DN

Desafio - Quanto tempo vai durar este Governo?! - Página 3 Images?q=tbn:ANd9GcSlnGsmfCaaiqVp1t1eEbWV91poAmzewoZPN_2xBm_JFjluU3vdTNWv
Ir para o topo Ir para baixo
Conteúdo patrocinado





Desafio - Quanto tempo vai durar este Governo?! - Página 3 Empty
MensagemAssunto: Re: Desafio - Quanto tempo vai durar este Governo?!   Desafio - Quanto tempo vai durar este Governo?! - Página 3 Icon_minitime

Ir para o topo Ir para baixo
 
Desafio - Quanto tempo vai durar este Governo?!
Ir para o topo 
Página 3 de 4Ir à página : Anterior  1, 2, 3, 4  Seguinte
 Tópicos semelhantes
-
» Legislativas 2011
» Barragens

Permissões neste sub-fórumNão podes responder a tópicos
Colmeia :: Actualidade Nacional :: Diversos-
Ir para: