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 Presidenciais 2011

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MensagemAssunto: Presidenciais 2011   Presidenciais 2011 Icon_minitimeSáb Dez 05, 2009 6:44 pm

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Assis diz que Alegre será "candidatura poderosa"

por JOÃO PEDRO HENRIQUES
Hoje

Presidenciais 2011 Ng1226541

Se Manuel Alegre admite já voltar a correr para Belém, a direcção nacional do PS recusa abrir a discussão sobre quem deve ser o candidato a apoiar. Pedro Silva Pereira é claro: "É muito cedo." Mas há quem veja na disponibilidade de Alegre uma oportunidade, como Francisco Assis, que fala mesmo de uma "candidatura poderosa". Quanto a Gama, o tabu continua

As eleições presidenciais continuam matéria-tabu na direcção do PS, mas os alinhamentos internos já começam a fazer caminho.

Ontem, em declarações ao DN, o líder parlamentar socialista, Francisco Assis, considerou que uma candidatura presidencial de Manuel Alegre seria "poderosa". "Tem todas as condições para ser um excelente candidato e um bom Presidente da República", afirmou o deputado.

Ainda assim, Assis sublinhou, logo de seguida: "Uma candidatura presidencial resulta de um acto individual, só depois o PS se deverá pronunciar. É muito cedo."

É esta a tese oficial na direcção do partido. Pedro Silva Pereira, o braço direito de José Sócrates, afirmou ontem ao DN que "é muito cedo [para discutir as eleições presidenciais]". "A nossa atenção está concentrada noutra coisa: a governação", explicou, recusando comentar a pré-disponibilidade já afirmada por Alegre.

Dito de outra forma: a direcção do PS não quer abrir tão cedo a discussão interna sobre este tema. E nem o posicionamento público de Manuel Alegre, que na noite de quinta-feira avisou que não está "refém de nada nem de ninguém" vai demover José Sócrates e os seus mais próximos dessa decisão.

De resto, o desconforto com que as declarações do histórico socialista foram recebidas no PS é evidente. Poucos militantes ou deputados aceitavam, ontem, falar sobre o assunto. E, em uníssono, a tese geral era de que o problema criado em 2006, quando o PS se confrontou com a existência de dois candidatos, pode bem voltar a repetir-se.

Há na direcção quem admita que o caso não será fácil. Alegre mostra determinação em voltar a correr contra Cavaco Silva; mas também Jaime Gama, número dois do Estado, dá "sinais evidentes" de que pode estar interessado.

Para já, todos juram que não há conversas no partido sobre o assunto - pelo menos não ao mais alto nível. E se, de Sócrates ninguém ouve palavra sobre o caso, tudo indica que a opção será mesmo esperar pelos candidatos que se apresentarem para que, enfim, a decisão oficial seja tomada.

Mas é óbvio que o PS se apresenta, desde já, dividido sobre o caso. As palavras de Assis são importantes na medida em que o líder parlamentar nunca foi - ao contrário de destacadas personalidades do núcleo duro de Sócrates, como Augusto Santos Silva ou Jorge Lacão - um "alegrista" (apoiou Sócrates no congresso de 2004).

O partido está longe da unanimidade. Há até no secretariado nacional do partido quem defenda uma terceira via: Ferro Rodrigues. Os sectores tidos por "soaristas" têm, desde as legislativas, vindo a público reiterar críticas ao comportamento de Manuel Alegre face ao Governo, para reclamar uma segunda via. Disse-o Vítor Ramalho, mas também Correia de Campos - que falou abertamente na hipótese Jaime Gama. Com o tabu aberto pelo presidente da AR, o mais provável é que a tensão se mantenha aberta.

O problema, avisam alguns dentro, é se o partido não se arrisca a cair no mesmo problema que em 2005: deixar Alegre avançar sozinho, potenciando uma divisão que pode levar a nova derrota nas presidenciais.

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MensagemAssunto: "Patriotismo também é a líder perceber que deve afastar-se"   Presidenciais 2011 Icon_minitimeSáb Dez 05, 2009 6:59 pm

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"Patriotismo também é a líder perceber que deve afastar-se"

por PAULA SÁ
Hoje

Presidenciais 2011 Ng1226543

Carlos Carreiras reconquistou a liderança da distrital de Lisboa do PSD. Não tenciona apoiar nenhum candidato nas próximas directas. Diz que a "estabilidade" do partido ainda pode estar longe de se alcançar. E deixa recados à líder do PSD, que esteve ao lado de Bacelar Gouveia, o adversário derrotado

Uma das vozes mais críticas da actual direcção do PSD, Carlos Carreiras, reconquistou a presidência da distrital de Lisboa do PSD. Venceu por uma larga margem o adversário que se candidatou apoiado por Manuela Ferreira Leite. Diz que a derrota de Jorge Bacelar Gouveia é mais uma derrota da líder do PSD e deixa-lhe um recado: "Patriotismo passa por cada um de nós dar o que pode ao País. Mas patriotismo também é a líder perceber que se deve afastar".

Carlos Carreiras, que também é vice-presidente da Câmara Municipal de Cascais afirma que foi "falta de bom senso" a presidente do PSD ter-se envolvido nesta disputa. "É bom que ela deixe o PSD respirar para que sejam encontradas as soluções de futuro". O líder distrital entende que "o partido não pode ficar refém por muito tempo de um único candidato anunciado [Pedro Passos Coelho] apenas porque a outra sensibilidade [ a de Ferreira Leite] não avança porque não tem candidato".

Apesar da importância das eleições directas, que na sua opinião deveriam ser marcadas logo após a aprovação na generalidade do Orçamento de Estado para 2010, Carreiras sublinha que, como dirigente distrital, se deve "salvaguardar" para que existam instâncias internas no partido com condições de criar estabilidade.

"Na situação em que o partido se encontra, não está garantido que, mesmo após as eleições internas, se encontre a estabilidade", afirma o dirigente que, em 2008, apoiou Passos Coelho à liderança do PSD.

Carlos Carreiras diz que a sua principal tarefa na distrital de Lisboa é de contribuir para que o partido reconquiste a confiança dos portugueses. "Em vez de se precipitar a escolher lideranças, o partido devia debater um projecto para o País, que se encontra numa situação crítica".

Neste ponto chama a atenção para as palavras de Francisco Pinto Balsemão, que alertou esta semana os militantes para o perigo de um "lento suicídio" caso o partido não conseguisse encontrar a sua matriz ideológica. "O partido devia reaprender com o seu fundador".

Carreiras, que foi reconduzido como líder da distrital com mais de 60% dos votos, contra 35% de Bacelar Gouveia, ganhou em 21 das 25 secções daquela estrutura e em nove dos 10 concelhos que a compõem. A equipa que o acompanha é de "continuidade". Os seus dois vice-presidentes sâo Pedro Afonso de Paulo e Sérgio Lipari e a presidente da Mesa da Assembleia do PSD da Área Metropolitana de Lisboa é Assunção Esteves.

Na sua habitual rubrica no semanário Sol, Pedro Santana Lopes também foi ao encontro da ideia de Balsemão que faltam causas ao PSD, um partido "demasiado igual" ao PS. E voltou a defender a necessidade de um congresso antes de entrar no processo das directas.

O antigo líder do PSD entende que é preciso discutir, entre outras coisas, os estatutos do partido, o seu regime de financiamento, o programa e o regulamento disciplinar.

"Tudo isto interessa muito. Pode ser que alguns queiram continuar 'a navegar na maionese'. Mas também pode ser que as pessoas se convençam de que, assim, já não dá mais". Acrescenta ainda: "Está na hora de todos as decisões. é que os diamantes são para sempre. Os partidos não. Já muitos acabaram".

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MensagemAssunto: Cavaco no roteiro da corrida a Belém   Presidenciais 2011 Icon_minitimeDom Dez 13, 2009 5:53 pm

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Cavaco no roteiro da corrida a Belém

por FRANCISCO MANGAS
Hoje

Presidenciais 2011 Ng1229632

No dia em que apresentou "o País que não passa nos telejornais", Cavaco Silva lembrou as reservas que tem face ao TGV - que Sócrates lançava, à mesma hora, noutro local. Mas as jornadas do Presidente da República estão transformadas numa ideia: a do contacto com o País real. No próximo ano, serão reforçadas. A um ano das presidenciais.

"O TGV não consegue esconder os benefícios que eu aponto ao trabalho feito pelos jovens portugueses em matéria de iniciativa e de inovação. Espero que não ponham no ar essa matéria [TGV] porque as outras são muito mais importantes porque têm a ver com o Portugal no futuro." As palavras do Presidente, um claro reiterar das reservas que já mostrou face ao projecto, precisamente no dia em que José Sócrates oficializava o seu lançamento, foram as únicas do dia sobre a governação socialista. De resto, a mensagem era outra: a de mostrar "o País que não aparece nos telejornais".

Foi um Cavaco Silva sempre sorridente, sem a rigidez de há meses, que durante dois dias no Porto (com uma passagem por Braga), apareceu a mostrar "os bons exemplos do País". No primeiro dia teve tempo ainda para lembrar a Sócrates que o Presidente da República não alinha na "retórica da ingovernabilidade", sendo antes um referencial de estabilidade, acima dos partidos. Ontem concentrou-se na "visibilidade" desses exemplos de sucesso, a nível empresarial e de solidariedade, protagonizados por jovens. Mas fazendo questão de sublinhar que são mais valiosos que o TGV, projecto do qual sempre foi crítico.

E no fim, um anúncio. Os temáticos roteiros presidenciais - este ano, devido às várias eleições, marcados por alguma intermitência - em 2010 serão mais regulares. Ninguém em Belém confirma se, com as presidenciais a um ano de distância, a ideia é preparar caminho no terreno para uma recandidatura. Mas, segundo fonte da Presidência, a próxima visita de Cavaco ao país que não chega às televisões está já a ser preparada. Não tem data, mas pode realizar-se em Fevereiro de 2010 - quando o Parlamento estiver a discutir o polémico Orçamento para 2010, o primeiro da minoria PS e o seu grande teste.

Ontem, no final da terceira jornada deste Roteiro pela Juventude, Cavaco passou ao contacto directo com o país real. Começando pelos mais novos. "Já viste o Nemo?", perguntava, sorridente, a todos os meninos que encontrava no Sea Life do Porto. À porta, deixou-se fotografar no meio de um grupo de crianças e respectivos pais, em ambiente descontraído. O grupo veio de Vale de Cambra e esperou algum tempo para a foto de família. Aos adultos, surpreendidos com a sua presença nos corredores do aquário, desejava " Bom Natal".

As "desgraças" e os "maus exemplos" - que "alguns pedem ao Presidente para mostrar" - ficaram à porta. Essa outra parte do País "é conhecida, conhecida dos políticos: importante é os políticos conhecerem os bons exemplos" e, depois, contribuir para a sua replicação noutros pontos de Portugal.

Cavaco visitou também o grupo Hozar, em Matosinhos, ligado à moda, e a Associação Dentistas Solidários Mundo a Sorrir, com sede no Porto - uma organização não governamental que cuida da saúde oral de comunidades mais desfavorecidas, projecto que deverá, em breve, estender-se à Guiné a Cabo Verde.

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MensagemAssunto: Sócrates põe Alegre em stand-by   Presidenciais 2011 Icon_minitimeSáb Jan 09, 2010 5:38 pm

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Sócrates põe Alegre em stand-by

Hoje

Presidenciais 2011 Ng1240022

O secretário-geral do Partido Socialista disse hoje em Peniche que "é cedo" para se pronunciar sobre a eventual recandidatura de Manuel Alegre às próximas eleições presidenciais.

"É cedo para falar dessa matéria" reagiu José Sócrates, quando questionado em directo de Peniche pela SIC e RTP. O secretário-geral do PS, que acabou por não comentar o assunto aos restantes jornalistas, não recusou a ideia de Manuel Alegre querer avançar com uma recandidatura às próximas eleições presidenciais, mesmo depois dos sinais do próprio Alegre, na entrevista dada hoje ao semanário Expresso.

"Gostei da entrevista", acabou por dizer José Sócrates. Nessa entrevista, Manuel Alegre critica o estilo presidencial de Cavaco Silva, dizendo que um chefe de Estado "não pode ser um segundo primeiro-ministro".
O líder do PS falava após a inauguração de uma creche, em Peniche, inserida na iniciativa "Governo presente" que o primeiro-ministro dedica hoje ao distrito de Leiria.

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MensagemAssunto: Re: Presidenciais 2011   Presidenciais 2011 Icon_minitimeSáb Jan 09, 2010 5:42 pm

Só em stand-by?

Devia era arrumá-lo, de uma vez por todas...


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MensagemAssunto: Jaime Gama afasta presidenciais   Presidenciais 2011 Icon_minitimeQua Jan 13, 2010 9:51 pm

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Jaime Gama afasta presidenciais

Hoje

Presidenciais 2011 Ng1241841

O presidente da Assembleia da República, Jaime Gama, recusou hoje pronunciar-se sobre uma eventual candidatura às eleições para a Presidência da República, no início de 2011, dizendo que tais perguntas não têm "a menor razão de existir".

Confrontado pelos jornalistas no Parlamento com o facto de vários socialistas estarem a lançar o seu nome para a corrida às presidenciais, o presidente da Assembleia da República respondeu de forma breve.

"Não venho dizer-vos aquilo que vem sempre nas vossas peças, que é 'não desmente nem confirma', é dizer-vos que não respondo a uma pergunta que não tem a menor razão de existir", afirmou, sem prestar mais nenhuma declaração.
Hoje, em declarações à "Rádio Renascença", o presidente da federação do PS de Setúbal, Vítor Ramalho, afirmou que Jaime Gama reuniria mais apoios do que Manuel Alegre numa eventual candidatura à Presidência da República.

"Jaime Gama, sendo fundador do PS, tem uma base de apoio no PS que entra na direita também e, ao contrário do que muita gente pensa, eu estou convicto que passando à segunda volta, toda a esquerda votaria nele. Portanto, a probabilidade de isso acontecer na primeira é maior do que qualquer outro candidato apresentado pelo PS", considerou Vítor Ramalho.

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MensagemAssunto: Alegre volta a correr para Belém   Presidenciais 2011 Icon_minitimeSex Jan 15, 2010 10:10 pm

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Alegre volta a correr para Belém

Hoje

Presidenciais 2011 Ng1242887

"O que venho aqui anunciar-vos é que estou disponível para esse combate". Foi com esta frase, dita num jantar com apoiantes em Portimão, que Manuel Alegre se colocou como candidato às presidenciais de 2010.


Alegre disse quer fazer das presidenciais uma "grande mobilização" de todos os que "querem ver renascer a esperança de um Portugal sem bloqueios".


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MensagemAssunto: Candidatura de Manuel Alegre a Belém divide PS   Presidenciais 2011 Icon_minitimeDom Jan 17, 2010 3:46 pm

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Candidatura de Manuel Alegre a Belém divide PS

por RUI PEDRO ANTUNES
Hoje

Presidenciais 2011 Ng1243480

Socialistas devem anunciar apoio ao poeta após o debate parlamentar do Orçamento do Estado para 2010.

A candidatura de Manuel Alegre a Belém está a dividir o PS. Tudo aponta para um apoio oficial ao histórico socialista, após o debate do Orçamento do Estado, mas várias figuras de topo do PS já falaram na "divisão do partido" ou na preferência por outros candidatos.

O dirigente socialista Vitalino Canas desferiu ontem um violento ataque a uma eventual candidatura alegrista, dizendo que esta "dividirá seriamente" o PS. O ex-porta- -voz do partido não se coibiu de lançar dois nomes que prefere ver em Belém: Ferro Rodrigues e António Guterres.

O soarista Vítor Ramalho adiantou ao DN que a candidatura de Alegre não seria "fácil" de gerir e "não conseguiria o pleno, nem à esquerda, nem no PS".

No entanto, na contagem de espingardas, não se pode dizer que Alegre esteja a perder terreno. É certo que, no Largo do Rato, o apoio ainda não mereceu o rótulo de "oficial", mas o líder parlamentar, Francisco Assis, fez questão de sublinhar que "regista e respeita" a candidatura e que o PS "considera que as presidenciais são da maior importância para o País".

Tendo em conta a "importância" que o PS deposita nesta eleição, nenhum passo será dado ao acaso e os sinais políticos não serão inocentes. Em primeiro lugar, a pessoa escolhida para a reacção foi nada mais nada menos que Francisco Assis, que já havia classificado (a título pessoal) a candidatura de Alegre como "poderosa". Por outro lado, Assis justificou o facto de não haver uma decisão imediata com o "timing partidário" a que o PS está sujeito.

O líder parlamentar lançou ainda pontes para acabar com os rancores existentes entre Alegre e alguns socialistas, dizendo que o partido "olha para o futuro e não para o passado".

Por agora, Manuel Alegre vai coleccionando apoios. António Arnault, fundador do PS, disse ontem ao DN acreditar que, após o debate do Orçamento do Estado para 2010, "o PS apoiará Manuel Alegre pois vai ser realista e patriótico". Arnault, que esteve com Mário Soares em 2006, desta vez vai apoiar o "amigo" Manuel Alegre, pois "já é tempo de ter um homem da cultura, um poeta, em Belém".

Conotada como "alegrista", Maria de Belém também não deixou ontem de declarar o seu apoio ao poeta em declarações à Antena 1. De resto, têm sido várias as figuras do PS a defenderem Manuel Alegre como um bom candidato ao Palácio de Belém, como Vera Jardim ou Alberto Martins.

Até José Sócrates, por quem passará a decisão final, se tem vindo a aproximar de Alegre e não se coibiu de dizer que gostou da entrevista dada pelo poeta ao Expresso, em que a temática principal foi a das eleições presidenciais.

Manuel Alegre está longe de ser um candidato unânime no PS, como mostram as declarações das figuras do PS que já falaram sobre Presidenciais (ver termómetro).

Em declarações ao DN, o deputado José Lello garante: "Não apoio Manuel Alegre e, se ele for apoiado pelo PS, não farei campanha. Se o fizesse seria hipócrita". Por sua vez, Vítor Ramalho - que, tal como Sérgio Sousa Pinto, avançou o nome de Jaime Gama para Belém - diz que não considera "a disponibilidade de Manuel Alegre um anúncio de candidatura".

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MensagemAssunto: Cavaco não comenta candidatura de Alegre   Presidenciais 2011 Icon_minitimeSeg Jan 18, 2010 5:00 pm

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Cavaco não comenta candidatura de Alegre

Hoje

Presidenciais 2011 Ng1243906

O Presidente da República recusou hoje comentar a disponibilidade de Manuel Alegre para as eleições presidenciais de 2011, referindo, apenas, que essa é uma matéria que não faz parte das suas preocupações neste momento.

Questionado sobre a disponibilidade manifestada na sexta-feira pelo socialista Manuel Alegre para entrar na 'corrida' das eleições presidenciais de 2011, o chefe de Estado, Aníbal Cavaco Silva, foi cauteloso nas palavras. "Não faço nenhum comentário, é uma matéria que não irei, com certeza, comentar", afirmou, em declarações aos jornalistas no final de uma reunião com associações de agricultores do Oeste, que se realizou ao final da manhã no concelho de Torres Vedras.

Instado a adiantar se também está disponível para esse "combate", Cavaco Silva disse que essa matéria não entra, de momento, nas suas preocupações. "É matéria que não faz parte das minhas preocupações neste momento. Como já disse noutra ocasião, toda a minha atenção está concentrada nos graves problemas do país e na mobilização dos portugueses para enfrentarem os desafios que têm pela frente. É nessa linha que irei continuar", sublinhou.

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MensagemAssunto: Presidenciais nas mãos de Sócrates   Presidenciais 2011 Icon_minitimeQua Jan 20, 2010 9:50 pm

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Presidenciais nas mãos de Sócrates

por Rui Hortelão

Presidenciais 2011 Rui_hortelao

Com Manuel Alegre candidato à Presidência da República, o futuro está agora nas mãos dos líderes de esquerda. A união fará a força – leia-se a provável eleição de Alegre –, a divisão favorecerá a reeleição de Cavaco Silva. Com o Bloco garantido e o PCP resistindo, ao contrário do que é sua tradição, a assumir um candidato próprio, a chave fica nas mãos de José Sócrates: ou digere Alegre e dá um passo de gigante para Belém, ou tenta uma alternativa e arrisca derrota idêntica à das últimas presidenciais. Alimentar a indefinição só favorece Cavaco, que já percebeu bem o cenário que tem pela frente. Se houver uma união inédita à esquerda, pode até repensar a estratégia, mas para já pôs a campanha em marcha. A partir de Belém ou Torres Vedras ou de artigos do assessor Fernando Lima, mesmo desmentindo o indesmentível – como fizera no caso das escutas – e jurando que, neste momento, isso não faz parte das suas preocupações.

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MensagemAssunto: Soares: "Estou de acordo com o Presidente da República"   Presidenciais 2011 Icon_minitimeQui Jan 21, 2010 4:48 pm

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Soares: "Estou de acordo com o Presidente da República"

por Lusa
Hoje

Presidenciais 2011 Ng1245199

O antigo Presidente da República Mário Soares recusou hoje comentar a candidatura de Manuel Alegre às presidenciais por considerar "inconveniente entrar nessa discussão".

"Neste ponto, estou de acordo com o Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, de que é muito cedo falar disso, é inconveniente entrar nessa discussão porque isso distrai-nos do essencial", afirmou Mário Soares aos jornalistas.

No entender do antigo chefe de Estado, "isso é um problema que se vai pôr daqui a uns largos meses".

Inquirido sobre se o PS deveria avançar com um candidato, Mário Soares escusou-se a comentar, mas argumentou: "não tenho nada que me pronunciar sobre isso, sou um militante de base do PS".

Sobre uma eventual divisão no seio do Partido Socialista face à entrada de Alegre na corrida a Belém, Soares mostrou-se convicto de que tal não vai acontecer.

"Debates dentro do PS, há debates com certeza, vai haver e deve continuar a haver, mas dividido não. Não tenho receios, aliás, não sou de receios", disse.

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MensagemAssunto: Cavaquistas dizem que Alegre "é um trunfo" para Cavaco   Presidenciais 2011 Icon_minitimeSex Jan 22, 2010 6:05 pm

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Cavaquistas dizem que Alegre "é um trunfo" para Cavaco

por FRANCISCO MANGAS
Hoje

Presidenciais 2011 Ng1245512

Ao 4.º ano sobre a eleição, apoiantes de Cavaco estão confiantes em novo mandato.

Há quatro anos, Aníbal Cavaco Silva, pela segunda vez na corrida, chegava à Presidência da República. Agora, a um ano de distância das presidenciais, caso se recandidate, a reeleição não é dada como facto consumado. Os seus apoiantes têm, porém, máxima confiança, e dizem que os portugueses já esqueceram a polémica das escutas a Belém - caso que "fragilizou" a imagem do chefe de Estado.

Na disponibilidade de se candidatar a Belém há já um nome: o socialista Manuel Alegre. Mas, diz Ângelo Correia, não será o poeta que tornará Cavaco no primeiro Presidente não reeleito na história da democracia portuguesa. "Cavaco Silva será reeleito não com grande dificuldade, caso o Partido Socialista seja obrigado a escolher Alegre", afirma.

A candidatura de Alegre, segundo o antigo ministro, provocará "inevitavelmente uma ruptura" no eleitorado que vota socialista. "O que é uma perspectiva redutora para Manuel Alegre, é enriquecedora para Cavaco Silva". Ângelo Correia reconhece que a polémica das escutas a Belém fragilizou o Presidente da República, "mas os portugueses são de memória curta: o caso está completamente ultrapassado".

Em entrevista ao DN, em Dezembro passado, Santana Lopes também admitia que o chefe do Estado não esteve bem no caso das escutas, no entanto, disse, isso não hipotecou uma possível recandidatura . "Não, hipotecado nem pouco mais ou menos. É evidente que o Presidente está a tentar recuperar desse período mais difícil", afirmou o antigo primeiro-ministro.

Membro das candidaturas de Mário Soares, mas apoiante de Cavaco Silva nas últimas presidenciais, Miguel Veiga considera "muito remota o não reeleição" do actual inquilino de Belém. E, na mesma linha de Ângelo Correia, vê na candidatura de Manuel Alegre um trunfo para Cavaco. "Alegre já tem o apoio do Bloco de Esquerda e,eventualmente, terá o do PCP; esses apoios afastam o eleitorado centro-esquerda ou centro-direita". São esses votantes, defende, que decidiram "todas" as eleições até hoje realizadas em Portugal.

"O mito de um candidato de esquerda não existe", refere, por sua vez, Ângelo Correia. "Existem esquerdas, mas várias, e elas não são compatíveis entre si". Nessa perspectiva, Manuel Alegre "é o denominador comum de algumas delas, mas não de todas".

Há quatro anos, Ribeiro e Castro era o líder do CDS-PP. Bateu-se, lembra, para o seu partido apoiar a candidatura de Cavaco Silva . Foi um apoio "decisivo" para a sua eleição, diz o agora deputado centrista, que considera "positivo" o mandato do Presidente. No entanto, Ribeiro e Castro acha "prematuro" falar-se neste momento nas presidenciais. Os tempos são " difíceis", sublinha, e esta situação exige que "as pessoas se concentrem e preocupem com o exercício das suas funções - e não com campanhas políticas".

Medina Carreira, antigo mandatário de Cavaco Silva em Lisboa, de igual modo acha fora de tempo a discussão em torno das presidenciais de 2011. "Ainda se tem de comer muito pão e pagar muito juros até se chegar a pensar nisso". Primeiro, "é preciso arrumar o País".

O fiscalista e antigo ministro não sabe se voltará a estar ao lado de Aníbal Cavaco Silva. " Não tenho poderes de adivinhação, não sei quem são os candidatos, quando surgirem, eu tomarei posição". Mas Manuel Alegre - lembramos - já mostrou disponibilidade para entrar na corrida. "Deixá-lo correr, ele precisa de emagrecer uns quilitos" - remata, irónico, Medina Carreira.

In DN

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MensagemAssunto: A vida fora da política   Presidenciais 2011 Icon_minitimeSáb Jan 23, 2010 5:13 pm

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A vida fora da política

por FERNANDO MADAÍL
Hoje

Presidenciais 2011 Ng1245992

O primeiro candidato a apresentar-se à próxima corrida ao palácio de Belém foi revelando a sua biografia ao longo da sua vasta obra de poesia, de prosa e de crónicas.

Poeta-político com "biografia a mais", como certa vez, em jeito de provocação, referiu numa entrevista, Manuel Alegre foi descrevendo em versos e prosa, nos discursos e crónicas a sua própria vida, as assumidas influências, os seus prazeres - afinal, num registo considerado politicamente pouco correcto, o primeiro candidato presidencial na corrida de 2011 ao Palácio de Belém sempre apreciou as guitarras do fado, a caça às perdizes, a pesca ao robalo, as touradas e o futebol.

O Rafael do romance, nome do marinheiro que terá contado a Thomas More a vida numa ilha distante que o escritor londrino transformou na Utopia, descreve o seu próprio percurso. Manuel Alegre já tinha sido o modelo de Sebastião (figura que é o reverso do rei de Alcácer Quibir, já que o poeta escreveu sempre a epopeia portuguesa ao contrário dos mitos nacionalistas) de Jornada de África. E onde este livro sobre os "lusíadas do avesso" acaba, em plena guerra colonial, no mato perto de Nambuangongo, Meu Amor, começa Uma Carga de Cavalaria, o relato poético da sua prisão pela PIDE (a polícia política) em Luanda. Alma é a imaginada Águeda da sua infância e a senhora do retrato de O Homem do País Azul é a sua avó paterna retratada pelo seu primo Fausto Sampaio.

Na biografia que vai revelando ou disfarçando nos vários títulos cabe tudo. Em vários textos do seu punho fala da família: o avô paterno Mário Duarte, esse Mário da Anadia a quem se referia António Nobre, no livro Só; o materno, carbonário e republicano, que também se chamava Manuel Alegre; o pai ("sempre que vejo [o filme de Visconti] O Leopardo lembro-me do meu pai", in Arte de Marear); a irmã Teresa e o cunhado António Portugal ("Havia o António e uma guitarra / incendiada nos seus dedos. / E a minha irmã morava nesse ritmo", em O Canto e As Armas); os três filhos em Cão Como Nós. Até as suas doenças o inspiram. "Era Paris. Abril setenta e um. / Eram oito da tarde no Hospital / Cochin. E uma enfermeira disse: Não / se salva. Eram oito da tarde entre / ser ou não ser. Eram oito da tarde / e eu estava em chamas no Hospital Cochin" (Atlântico).

A sua imagem pública é a que ele define em Arte de Marear. "Acusam-me de altivez e narcisismo. É sobretudo reserva, timidez e uma incapacidade física de praticar uma certa forma portuguesa de hipocrisia e compadrio. Ou talvez um tique que herdei de família: levantar a cabeça, olhar a direito."

E, no entanto, Manuel Alegre é "um ser humano esplêndido", sustenta Rui Pato, a viola que acompanhou a guitarra de António Portugal para a voz de Adriano Correia de Oliveira (com quem Alegre mantinha, garante, "grande cumplicidade") cantar esse hino da resistência antifascista que foi Trova do Vento que Passa e, mais tarde, gravarem ambos O Canto e As Armas.

O editor Nelson de Matos também discorda de quem aponta aqueles defeitos a Alegre, pois afiança que "é um amigo sem nenhuma falha, que, se sente alguém preocupado, acorre logo, às vezes numa voz que parece ríspida". Quando saiu da Dom Quixote, que se tornara a editora do autor de 30 Anos de Poesia, Alegre telefonava-lhe "a perguntar: 'Então, como é que estás?' - e até parecia que estava a dizer aquilo zangado, quando era só num tom de conversa de homens". E recorda-se do ano em que, após ler o "belíssimo" original de Senhora das Tempestades, teve "o atrevimento" de fazer uma primeira edição "daquele livro singular na obra dele" com uma tiragem de 10 mil exemplares. "Um chamamento para que os seus leitores, que o tinham lido na clandestinidade ["as minhas mais belas edições", reconhece Alegre, "são as cópias manuscritas ou dactilografadas [de Praça da Canção] que então circulavam e ainda hoje me mostram"], aparecessem" - e, em menos de um mês, Senhora das Tempestades tinha esgotado. "Já na minha editora [Nelson de Matos], ninguém acredita que fizemos o livro Sete Partidas em minha casa numa semana. Ele escreveu de jacto; encantou-me o que li; mandei os poemas para a tipografia; vieram as provas um dia depois; telefonei-lhe; ele, que mora perto, saiu de casa e veio revê-las; a filha tirou um retrato para a capa. Julgo que nunca se fez um livro inédito tão rapidamente."

A amizade vai sendo repetida por diversos cúmplices do poeta que, em dedicatória, verso solto ou poema próprio, enalteceu Bernardim e Pessanha, Torga e Afonso Duarte, Mallarmé e Elliot, Rilke e Rimbaud, Herberto Helder e Assis Pacheco, Ulisses e Che (que conheceu em Argel), Fernando Valle e Rui Feijó, o "livreiro da liberdade" Felisberto Lemos e o fotógrafo Formidável.

Rui Pato teria uns 15 anos quando começou a frequentar aquela tertúlia de apreciadores das artes e das conspirações de Coimbra que se juntavam em casa dos pais de Manuel Alegre, "família tradicional do reviralho" (como então se designava a oposição ao salazarismo), onde se cantavam as músicas proibidas e se liam livros censurados, pois, como escreveu Alegre, "no meu país há uma palavra proibida": liberdade. Nessa época, lembra o executante eleito por Zeca Afonso, Adriano e tantos outros, quando Alegre já era perseguido pela PIDE, foi obrigado a interromper o curso de Direito e mobilizado para a guerra colonial, ele "destacava-se pelas ideias, pela perseverança, pelos princípios, pelas causas". "Embora pareça uma pessoa rígida, dura, sorumbática, é um indivíduo muito bem humorado, de grande generosidade, que cultiva os afectos a um ponto extremo e se comove com facilidade".

Conhecedor mais antigo do poeta e político é o catedrático Joaquim Romero de Magalhães, que entrou no TEUC (Teatro dos Estudantes da Universidade de Coimbra) em 1959, quando Alegre já era "um dos meninos bonitos de Paulo Quintela", o germanista, tradutor de poesia e encenador - que os ensinou, como é sublinhado no poema com o seu nome (in Coimbra Nunca Vista), "como pisar um palco / como falar como calar e sobretudo / como sair de cena e entrar / no grande teatro deste / mundo". Alegre, lembra o seu companheiro de palco, era um "actor excelente" - e não só pela "voz fantástica", que, depois, o haveria de levar para a rádio A Voz da Liberdade, que emitia de Argel.

Romero lembra-se de ver Alegre a representar em peças como Auto da Barca do Purgatório (de Gil Vicente), O Urso (Tchekov) ou El Retabillo de Don Cristobal (Lorca) - o poeta de Granada e o seu "duende" são uma constante na escrita de Manuel Alegre. E não é por acaso que, ao longo da sua obra, por vezes o escritor fala dos papéis de Antígona (Sófocles) ou de O Grande Teatro do Mundo (Calderón). Mais tarde, quando voltaram a encontrar-se na primeira campanha eleitoral para a Assembleia Constituinte de 1975, o historiador viu o que confirmaria, pelas décadas seguintes, em reuniões e comícios: "Ele é sempre uma vedeta em palco; quando fala, entusiasma as multidões."

O poder da sua palavra dita voltaria a estar em destaque quando foram companheiros no I Governo Constitucional, em que Romero de Magalhães era secretário de Estado da Orientação Pedagógica e o poeta, além de secretário de Estado da Comunicação Social (na época em que foi encerrado o centenário jornal O Século) e Adjunto do Primeiro-ministro para os Assuntos Políticos, tinha o papel "muito difícil" de ser o porta-voz que anunciava medidas pouco simpáticas. "E, mesmo assim, Manuel Alegre não perdeu a popularidade, pois sabia apresentar as coisas de forma a serem compreendidas", enaltece o camarada.

Mas, acima de tudo, está o ritmo (que ele até encontra em Bach e em Mozart), a toada (que pode ser próxima dos géneros que aprecia, o flamenco, o fado, o tango), a música dos versos, essa herança da oralidade que Alegre explica pela tradição que, por via erudita, tem origem nas Cantigas de Amigo e, por via popular, vem do seu encantamento pelas lengalengas da infância e pelos romances cantados na rua pelos cegos de antigamente.

Rui Pato diz que Manuel Alegre compõe o poema e a prosa "já debaixo de uma atmosfera de musicalidade", ideia reforçada por João Braga, que votou no amigo com quem passa imenso tempo a conversar sobre História de Portugal nas anteriores Presidenciais por entender que, "num país de poetas, era bonito ter um poeta como Chefe do Estado, o que já não sucede desde D. Dinis". "Todo ele é musical", sustenta João Braga, que já lhe musicou uns 40 poemas e revela que Alegre está a pensar compilar os versos que já foram cantados numa obra intitulada Ars Poética do Fado. "Tem música nas palavras, como tinha Camões", o poeta predilecto do autor de Com Que Pena - que, apesar da sua admiração por Pessoa, ao ponto de propor a trasladação dos seus restos mortais para os Jerónimos, reconhecia, em Arte de Marear, "que qualquer poeta português gostaria de ter escrito Os Lusíadas". No último disco, que se chama Fado Nosso por indicação de Alegre, que lhe mandou a sugestão num SMS, João Braga até o pôs a declamar parte do poema de Vinícius Soneto da Separação - e "aquele timbre muito forte e bonito, aquela entoação que ele dá, é uma forma de cantar".

E de futebol, o adepto da Académica , do Benfica, da Selecção, que escreveu poemas a cantar o Bentes e o Eusébio, o Chalana e o Figo, o cronista de jornais que compilou esses textos em O Futebol e a Vida, perceberá mesmo? A palavra a Toni, o júnior da Académica quando Alegre estava a exilar-se, o futebolista matriculado em Direito que ouvia a voz de A Voz da Liberdade, o já jogador do Benfica na final da Taça de Portugal na Crise Académica de 1969, o treinador que levou para a China o livro Alma, que retrata Águeda, mas podia ser a vizinha vila de Anadia. "Sabe ler bem um jogo, isto é, desmonta o jogo da sua complexidade, usando até o novo léxico (as pressões altas, as transições) sem precisar de ser um dos velhos Teóricos da Académica", os entendidos que, na época em que Toni jogava com a camisola negra, se reuniam em tertúlias nos cafés Arcádia e Montanha convencidos que sabiam mais que o mister. "E, ao contrário de outros políticos, não diz que gosta do futebol porque dá jeito." Mas é mais da Académica ou do Benfica? O sportinguista João Braga ironiza que, quando a equipa da Luz passa por fases menos boas, o poeta costuma dizer: "O que me importa é a Académica", o clube ao qual deu títulos e recordes em natação.

Restam as canas e as espingardas. "À chuva e ao frio, a subir cabeços", ainda há pouco o acompanhou na caça Miguel Sousa Tavares, que o conhece desde 1975 (era visita frequente na casa de Francisco Sousa Tavares e Sophia de Mello Breyner) e lhe admira a pontaria. "Tomara eu atirar como ele", elogia. E acrescenta que o poeta facilmente estabelece amizades e é interclassista, dando o exemplo das caçadas, "onde até os batedores gostam dele".

Talvez o verdadeiro Manuel Alegre esteja mais próximo do que surge nas páginas do best-seller Cão Como Nós, a lamentar a morte do pai, preocupado com o filho diplomata em Timor, "nos terríveis dias da Unamet". Mas, a partir de agora, vai acrescentar mais umas páginas na sua biografia de político-poeta.

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MensagemAssunto: PS "estranha muito" que Belém acentue clivagens em plena negociação do OE   Presidenciais 2011 Icon_minitimeDom Jan 24, 2010 6:55 pm

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PS "estranha muito" que Belém acentue clivagens em plena negociação do OE

por PAULA SÁ
Hoje

Presidenciais 2011 Ng1246250

Carlos Blanco de Morais, consultor do Presidente da República, contraria a tese de que há um "governo da Assembleia"

Ricardo Rodrigues considera "extraordinário" que os assessores/consultores do Presidente da República escrevam artigos de opinião, de natureza política, sobre as relações do Parlamento com o Governo. "Acho estranho que os assessores de Belém criem instabilidade, numa altura em que o Governo está a criar condições de estabilidade com a oposição", sublinha ao DN o vice-presidente do grupo parlamentar do PS, fazendo remissão para as negociações do Orçamento de Estado com o PSD e o CDS.

O deputado referia-se ao artigo de Carlos Blanco de Morais, consultor para os Assuntos Constitucionais de Cavaco Silva, publicado no Expresso, e no qual contraria a tese do Executivo de que há um "governo de Assembleia", sempre que a oposição aprova leis contrárias ao seu programa.

"Não estávamos habituados, em tantos anos de Democracia, a ver assessores da Presidência a escreverem artigos desta natureza", afirma criticamente o vice-presidente da bancada socialista. Na sua opinião, "vivemos um momento em que o Presidente se cala porque vai ser candidato a Belém, e deixa os assessores falarem por si".

No artigo de opinião, Carlos Blanco de Morais lembra que "é o Parlamento que possui o primado da função legislativa à luz da separação de poderes, não fazendo, portanto, sentido falar em 'governo da Assembleia' sempre que o Parlamento legisla com independência". Frisa ainda que "tão-pouco, a simples aprovação de legislação parlamentar discrepante com o programa de Governo cria ingovernabilidade".

O consultor de Belém considera, no entanto, que ao Parlamento é "exigível que não exerça uma actividade legislativa obstrucionista, que não utilize a lei para invadir a reserva da Administração e que, com lealdade institucional, negoceie de boa-fé consensos com o Governo (mormente em sede orçamental). E ao Executivo adverte: "O eleitorado não deu ao PS um mandato para aplicar todo o seu Programa, mas sim um mandato para exercer as suas funções governativas e aplicar a agenda política compromissória".

Blanco de Morais deixa ainda o recado aos socialistas, de que se um governo minoritário agir como se fosse maioritário, "ensaiando uma 'OPA hostil' sobre o primado da função legislativa, redundaria numa dislexia político-institucional, essa sim, geradora de ingovernabilidade".

No PSD, só o antigo secretário- -geral Azevedo Soares comentou o artigo do consultor do Presidente considerando que se "trata de uma mera opinião técnica". O social- -democrata considera que as relações Parlamento/Governo e o seu enquadramento constitucional "não são, certamente, nem a 50ª dificuldade do País".

Socialistas e sociais-democratas não quiseram também comentar o artigo de Rui Paulo Figueiredo, publicado também no Expresso, sob o título "A verdade dele", em resposta ao artigo da semana anterior de Fernando Lima sobre o "caso das escutas". Rui Paulo Figueiredo, o assessor do gabinete do primeiro-ministro, que foi envolvido neste caso, ataca o assessor de Belém, acusando-o de nada esclarecer. "Afinal, porque não se cala? Julgava eu, porventura, julgávamos todos, que seria do interesse da boa cooperação entre a Presidência da República e o Governo, hoje mais necessária do que nunca, que não se mantivesse viva esta polémica desagradável", comenta.

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MensagemAssunto: E agora Manuel?   Presidenciais 2011 Icon_minitimeSáb Jan 30, 2010 6:59 pm

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E agora Manuel?

Presidenciais 2011 Nuno_saraiva

Manuel Alegre é o único pré-candidato assumido às eleições presidenciais de Janeiro de 2011. Mas, desde a disponibilidade publicitada em Portimão, o aspirante a inquilino do Palácio de Belém fez voto de silêncio sobre tudo o que seja incómodo para o Partido Socialista. É compreensível! Afinal, Alegre precisa, desta vez, do apoio do seu partido à ode que começou a escrever na noite em que, há quatro anos, foi derrotado por Cavaco Silva.

Mas onde andará o inconformado poeta que ninguém calava? Que é feito do deputado (que já não é) insubmisso, e que tantos engulhos causou ao PS, por se recusar a acatar a disciplina partidária? Onde esteve afinal Manuel Alegre na semana em que o Governo do seu partido apresentou o Orçamento do Estado, que contará com a condescendência do "bloco conservador", que tem a "grande tentação" de se "reagrupar" à volta do actual Presidente da República?

Uma vez viabilizado na Assembleia da República o Orçamento do Estado, com o "apoio" implícito do centro-direita - por mais caminhos alternativos que tivesse -, torna-se evidente que PSD e CDS terão menos margem de manobra para fazer oposição. A luta contra o Governo, até por via dos inúmeros constrangimentos orçamentais, irá pois transferir- -se, de novo, para fora de São Bento. Aí, espera-se, já os socialistas terão desfeito o seu tabu presidencial. Ou apoiam Manuel Alegre ou não apoiam.

Então, os funcionários públicos, castigados e sem aumentos, não hesitarão em sair à rua juntando-se aos enfermeiros e aos professores, aos polícias e aos militares, aos juízes e aos magistrados. Todos, enfim, vítimas da "obsessão" com o défice público.

Ao seu lado estarão os partidos de esquerda, designadamente o Bloco, com a autoridade de quem votará contra o Orçamento. O mesmo Bloco, aliás, até agora, único partido a apoiar a pré-candidatura de Manuel Alegre à Presidência da República.

E nessa altura, ao lado de quem estará Manuel Alegre? Na rua, ao lado da esquerda com quem flirtou nos últimos quatro anos, por exemplo nas poltronas do Teatro da Trindade ou da Aula Magna em Lisboa? Ou algures numa aldeia esconsa a jantar com um punhado dos seus apoiantes e poupando o PS, correndo o risco de alienar boa parte do seu capital político?

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MensagemAssunto: Alegre:"Não serei candidato em nome de nenhum partido"   Presidenciais 2011 Icon_minitimeDom Jan 31, 2010 6:04 pm

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Alegre:"Não serei candidato em nome de nenhum partido"

por Lusa
Hoje

Presidenciais 2011 Ng1249267

Manuel Alegre garantiu hoje, no Porto, que não será "candidato [à Presidência da República] em nome de nenhum partido" mas sim "por Portugal e pela necessidade de dar uma nova esperança à democracia portuguesa".

Manuel Alegre falou hoje no final de um almoço comemorativo do 31 de Janeiro, promovido pelo Movimento de Intervenção e Cidadania da Região do Porto, que decorreu na mesma cidade onde, poucas horas antes, Cavaco Silva iniciou oficialmente as comemorações do centenário da República.

O ex-deputado socialista, que a 15 de Janeiro anunciou a sua disponibilidade para se candidatar novamente à Presidência da República, afastou a hipótese de entrar nesta corrida eleitoral "em nome" de um partido.

"Não há democracia representativa sem os partidos, mas os partidos não podem monopolizar a democracia", considerou Alegre, que acrescentou que "o cargo de Presidente da República (PR) é unipessoal e independente".

Alegre disse não renegar o seu "percurso", as suas "convicções" ou a sua "afetividade partidária", mas considerou "irónico" que alguns "que durante décadas combateram o PS e as suas causas, venham hoje, por puro oportunismo e com o zelo de recém-convertidos, fazer a defesa dos supostos interesses do PS".

"Seria bom que na Presidência da República houvesse uma visão mais aberta e defensora das liberdades, da igualdade e do respeito pelas minorias", enfatizou, acrescentando que "a tolerância passa desde logo por não querer impor, em leis gerais da República, dogmas ou juízos de censura moral e religiosa".

Garantido que não se apresenta como "um salvador da pátria", o também candidato ao cargo de PR nas últimas eleições, disse que não ia ser "um presidente corta-fitas".

"É desejável, especialmente em períodos de crise, que o Presidente exerça uma magistratura de influência e promova uma cultura de responsabilidade, mas não no sentido de patrocinar alianças nem de interferir no consenso ou dissenso que tem o seu lugar próprio: os partidos políticos e a Assembleia da República", avisou.

Alegre enfatizou ainda o facto de que não se irá candidatar "para governar", não tendo "como objetivo principal e imediato criar as condições para demitir o atual governo, ou outro, na primeira oportunidade".

"A minha decisão é pessoal e marca desde já o propósito de independência que é inerente ao cargo de Presidente da República", afirmou, acrescentando que "não obriga nem pressiona ninguém".

Para além das questões da candidatura à Presidência da República, houve ainda espaço no discurso de Alegre para falar sobre aquilo que considera ser "uma crise mundial sem paralelo".

"As empresas de rating, que perderam toda a credibilidade depois da crise de 2007, estão a fazer pressões inadmissíveis sobre o orçamento português, contra as quais já reagiu, e bem, o Ministro das Finanças", considerou.

Alegre falou "em racismo económico", com um "desagradável sabor a ultimatum" aquilo que as agências de rating têm feito ao equiparar Portugal à Grécia.

No almoço comemorativo do 31 de Janeiro, estiveram alguns nomes do PS/Porto, como o líder da oposição da autarquia portuense, Correia Fernandes, o opositor a Renato Sampaio nas últimas eleições para a distrital socialista do Porto, Pedro Baptista, e o deputado da Assembleia Municipal do Porto, Gustavo Pimenta.

Do Bloco de Esquerda estiveram o deputado eleito pelo círculo do Porto, João Semedo, e o candidato nas últimas eleições autárquicas à Câmara do Porto, João Teixeira Lopes.

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MensagemAssunto: Fernando Nobre avança para a Presidência da República   Presidenciais 2011 Icon_minitimeQua Fev 17, 2010 6:14 pm

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Fernando Nobre avança para a Presidência da República

Hoje

Presidenciais 2011 Ng1256560

Presidente da AMI é a alternativa dos soaristas a Manuel Alegre e apresenta candidatura sexta-feira.

Fernando Nobre, o presidente da Assistência Médica Internacional, é candidato à Presidência da República.

De acordo com o semanário 'Expresso', Nobre apresenta a candidatura sexta-feira pelas 20.00 no Padrão dos Descobrimentos.

Fernando Nobre vinha sendo falado no interior do PS como um possível nome para enfrentar Manuel Alegre, que se candidatou como independente e recebeu o apoio do Bloco de Esquerda.

O Expresso escreve que “o facto deste médico com carreira ligada aos direitos humanos ter uma excelente rede de contactos no Bloco, no PCP e no PS parece ter feito acender uma luz entre os soaristas que viram nele uma hipótese de união à esquerda”.

O presidente da AMI integrou a Comissão de Honra e a Comissão Política da candidatura de Mários Soares à presidência da República em 2006. Nas últimas eleições europeias foi mandatário do Bloco de Esquerda.

Fernando Nobre, 59 anos, é natural de Angola. Começou a trabalhar nos Médicos Sem Fronteiras, numa altura em que a organização francesa era liderada pelo actual ministro dos Negócios Estrangeiros, Bernard Kouchner.

Nos anos 1980, a convite do então ministro da Saúde Maldonado Gonelha criou a Assistência Médica Internacional.

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MensagemAssunto: Nobre avança, soaristas assobiam   Presidenciais 2011 Icon_minitimeQui Fev 18, 2010 3:42 pm

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Nobre avança, soaristas assobiam

por HUGO FILIPE COELHO
Hoje

Presidenciais 2011 Ng1256779

Soaristas desmentem ter empurrado o líder da AMI para enfrentar Alegre. Candidatura avança amanhã

Os rumores de que era o trunfo dos soaristas para enfrentar Manuel Alegre tinham semanas. Mas o presidente da AMI, Fernando Nobre, não esperou pelo apoio dos que, no PS, pediam uma candidatura paralela e ontem avançou sozinho com a candidatura para a Presidência da República.

Num post publicado no seu blog, Contra a Indiferença, Fernando Nobre - que está em viagem ao Senegal - confirmou que é candidato a presidência e agendou o lançamento da candidatura para amanhã às 20.00 no Padrão dos Descobrimentos, em Lisboa (ver texto nesta página).

Nobre é o segundo a entrar na corrida a Belém - depois de Manuel Alegre, que avançou como independente, mas já recebeu o apoio do Bloco de Esquerda. E garante, no texto da sua pré-disponibilidade, que se apresentará com uma candidatura "apartidária e independente".

Mas a ideia de ser o trunfo da ala soarista ficou marcada antes mesmo da apresentação. O Expresso dizia mesmo que há meses que Soares e os seus mais próximos procuraram activamente um candidato próprio. Ontem, depois de anunciada a disponibilidade de Nobre, essa ideia foi repudiada. Desde logo pelo líder do PS/Setúbal, um ex-colaborador de Soares em Belém. Vítor Ramalho considerou que é "um insulto" insinuar que os soaristas pressionaram Nobre a avançar.

Ao DN, Ramalho confessou ter "grande respeito pelo doutor Fernando Nobre", mas garantiu que nem estará em Lisboa amanhã - dia da apresentação da candidatura. Quanto a apoios, garante que vai esperar pela escolha que o PS fará. Só depois decidirá.

Mas a escolha não será feita tão cedo. Os socialistas até se vão reunir na comissão nacional no próximo sábado, mas as presidenciais não estão na agenda. O ex-porta--voz do partido, Vitalino Canas (um dos que, no PS, já disse claramente que Alegre não terá o seu voto), garantiu que essa discussão ainda está "fora do calendário definido pelo secretário-geral". Canas disse ao DN que o tema será discutido, sim, mas daqui a um ou dois meses.

Após a candidatura de Manuel Alegre, José Sócrates afirmou que as presidenciais só serão discutidas depois da aprovação do Orçamento do Estado no Parlamento. O Orçamento - motivo de um acordo entre PS, PSD e PP - já passou na generalidade, mas ainda está a ser votado na especialidade.

No momento em que o primeiro-ministro está debaixo de fogo por causa das suspeitas de um plano para controlar a comunicação social e quando oposição e PS se desafiam a avançar com uma moção de confiança ou de censura, o calendário parece ser mesmo para respeitar.

Ontem, o líder parlamentar do PS, Francisco Assis, recusou-se a comentar a candidatura de Fernando Nobre. A eurodeputada Edite Estrela confessou que foi apanhada desprevenida com o anúncio da candidatura. José Lello, outro dos críticos de Alegre, disse que "é mais outra, a segunda; outras virão com certeza". Lello acrescentou que é prematuro falar sobre Nobre e disse que nem conhece o pensamento político dele.

Do lado de Alegre, a vereadora de Lisboa Helena Roseta recusou--se a fazer comentários. O candidato esteve indisponível.

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MensagemAssunto: Alegre desafia Mário Soares   Presidenciais 2011 Icon_minitimeSáb Fev 20, 2010 10:43 pm

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Alegre desafia Mário Soares

por PAULA CARMO
Hoje

Presidenciais 2011 Ng1257552

Histórico socialista não é "candidato a qualquer preço". E repudia divisão da esquerda por ajuste de contas.

É um xeque-mate a Mário Soares, aos soaristas e a Fernando Nobre. Na corrida a Belém, Manuel Alegre reconhece que está perante "um combate difícil", mas mais difícil se a esquerda se desunir.

Ontem, num jantar em Coimbra com quase 600 apoiantes, o histórico socialista foi directo: "A vitória é possível. [Mas] não com base na desunião ou numa falsa unidade de propósitos. Não, se confundirmos questões pessoais com questões políticas."

Alegre arrancou a maior ovação dos seus apoiantes no indirecto, mas explícito, desafio a Soares. A vitória é possível, disse, mas "não se houver quem esteja mais empenhado em patrocinar candidatos contra a minha candidatura do que em derrotar o candidato da direita. O ressentimento nunca foi motor para a vitória".

Isto porque, assumiu, "é tempo de saber quem quer unir e quem quer dividir. É tempo de saber quem quer ganhar e quem quer apenas ajustar contas e atrapalhar". E, assume um plural majestático: "Nós não nos enganamos de combate. Nós não nos enganamos de adversário. Nós não estamos aqui por azedume nem por interesse pessoal." Ao fazer uma espécie de caderno de encargos desta sua empreitada que quer almejar até Belém, Alegre assume que não é candidato "a qualquer preço".

Depois de ter tido o cuidado de surgir na sala do jantar, apenas e só, depois da intervenção do presidente da Assistência Médica Internacional (AMI), Fernando Nobre - discurso que Helena Roseta acompanhou, à vista de todos, antes de entrar no local do repasto de apoio a Alegre -, era visível o desconforto entre os socialistas perante a já antes anunciada corrida do presidente da AMI (ver página ao lado).

Porém, instados pelo DN, nenhum socialista quis formalizar o repúdio perante este cenário de concorrência no espectro da esquerda. Nem mesmo o líder parlamentar do Bloco de Esquerda, José Manuel Pureza, que ali se juntou às centenas de apoiantes.

O histórico dirigente socialista aproveitou a sua intervenção para tecer duras críticas à actual situação no País, com especial incidência na "promiscuidade" entre justiça, política e comunicação social. Para o escritor, "a liberdade de informar não pode ser sinónimo de devassa". E acentuou: "Quando a justiça não funciona cai-se no justicialismo. E o justicialismo substitui os tribunais pela praça pública." Na sua opinião, "em democracia só é possível liderar pelo exemplo", embora reconheça que "a nossa República padece de um excesso de tacticismos".

Assumindo-se como "um homem livre, [...], determinado a lutar e a vencer, por uma nova esperança para a República e para Portugal", Alegre recordou Lula da Silva, que lidera o Brasil com "uma economia voltada para as pessoas". E disse que os portugueses não compreendem que, quatro meses após as legislativas, se esteja a viver uma crise política. "É preciso mudar o conteúdo da democracia", defendeu.

As palavras foram, neste ponto, cuidadosas. E sem referências ao PS, de quem Alegre ainda espera um apoio formal.

In DN

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MensagemAssunto: Sócrates dá primeiro sinal a Alegre   Presidenciais 2011 Icon_minitimeSáb Fev 27, 2010 5:58 pm

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Sócrates dá primeiro sinal a Alegre

por DAVID DINIS
Hoje

Presidenciais 2011 Ng1260685

Primeiro-ministro sugeriu ao candidato presidencial que integrasse a sua comitiva na visita a Moçambique

Uma semana depois da entrada de Fernando Nobre na campanha presidencial e dos avisos de Manuel Alegre de que não será "candidato a qualquer preço", aparece o primeiro sinal de reaproximação do líder socialista ao seu ex-deputado. Sócrates convidou Manuel Alegre para integrar a sua comitiva na visita oficial que realizará a Moçambique na próxima semana. E o poeta aceitou.

Oficialmente, a razão para o gesto de simpatia é esta: Alegre foi o presidente do júri do Prémio Leya, que premiou, este ano, o escritor moçambicano Borges Coelho. A entrega será feita em Maputo e ficou agendada para quinta-feira, o penúltimo dia da visita oficial. A data estaria já acertada e, segundo o Expresso, foi Alegre quem ligou a Sócrates para lhe contar a "coincidência". Acto seguinte, o primeiro-ministro não só incluiu o acto na sua agenda oficial como convidou o socialista a viajar consigo, como convidado de honra.

Não há quem o confirme oficialmente. Mas o certo é que o gesto de Sócrates já é lido publicamente como um primeiro gesto de aproximação. Alegre, já se sabe, espera por um apoio oficial do seu partido na corrida a Belém. Sócrates já disse que só depois de votado o Orçamento do Estado decidirá. Mas esse estará fechado daqui a duas semanas.

Mas nem só de Alegre viverá a viagem a Moçambique, a primeira saída do chefe do Governo nesta segunda legislatura. O primeiro- -ministro leva consigo cinco ministros (Luís Amado, Santos Silva, Vieira da Silva, Helena André e Gabriela Canavilhas) e outros tantos secretários de Estado. Convidou 53 empresários, sete representantes de associações empresariais e 12 líderes institucionais.

Uma comitiva recorde, sobretudo com razões económicas. "Queremos manter uma linha que tem dado resultados", alega fonte oficial de São Bento: "Concretizar projectos empresariais que dêem ganhos claros na balança comercial." E ela bem precisa. É que, apesar das melhorias registadas nos últimos anos, Portugal é apenas o 7.º fornecedor de Moçambique. As exportações totalizaram, em 2009, 120 milhões de euros, o que faz daquele país o 27.º na lista dos destinos nacionais. "Ainda é pouco", assume a mesma fonte.

Durante os quatro dias de estadia em Maputo, Sócrates terá vários momentos para promover os empresários que leva no avião. Sobretudo um fórum dedicado às energias renováveis, o ex libris'do seu Governo. Para o primeiro-ministro, Portugal tem já experiência suficiente para criar investimento lá fora nesse domínio. E, para isso, os países lusófonos são -obviamente - o melhor terreno para começar. De resto, a experiência em Cabo Verde parece prová-lo, estando já em construção dois projectos de centrais solares. Moçambique será, quem sabe, o próximo.

Pelo meio, haverá lugar à tradicional passagem pela Barragem de Cahora Bassa, de que Portugal é ainda accionista. Momento simbólico, como o da passagem pela sempre visitada Escola Portuguesa de Maputo, que nenhum chefe de Governo dispensa da agenda oficial. Será na sexta-feira, antes do regresso a Lisboa.

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MensagemAssunto: Re: Presidenciais 2011   Presidenciais 2011 Icon_minitimeSáb Fev 27, 2010 6:06 pm

Citação :
Oficialmente, a razão para o gesto de simpatia é esta: Alegre foi o presidente do júri do Prémio Leya, que premiou, este ano, o escritor moçambicano Borges Coelho. A entrega será feita em Maputo e ficou agendada para quinta-feira, o penúltimo dia da visita oficial. A data estaria já acertada e, segundo o Expresso, foi Alegre quem ligou a Sócrates para lhe contar a "coincidência". Acto seguinte, o primeiro-ministro não só incluiu o acto na sua agenda oficial como convidou o socialista a viajar consigo, como convidado de honra.

Espero bem que seja só isso e esta atitude nada tenha a ver com as presidenciais, porque, a ter, só confirma que Sócrates (ou a sua entourage por ele) não prima pela boa intuição, em questão de escolhas de candidatos.

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MensagemAssunto: Cavaco diz que ainda não ponderou sobre recandidatura   Presidenciais 2011 Icon_minitimeSáb Mar 06, 2010 9:37 pm

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Cavaco diz que ainda não ponderou sobre recandidatura

por Lusa
Hoje

Presidenciais 2011 Ng1264016

O Presidente da República, Cavaco Silva, rejeitou hoje fazer qualquer comentário sobre se vai ou não recandidatar-se afirmando que "ainda faltam 369 dias" e que não dedicou "um único momento" do seu pensamento ao tema.

"Falta tanto tempo. Um ano, doze meses, 369 dias. Falta ainda muito tempo. Não acreditam no que digo e não insisto. Mas é assunto em relação ao qual eu não dediquei ainda um minuto da minha ponderação", afirmou a jornalistas em Andorra.

Apesar da insistência dos jornalistas, Cavaco Silva disse que preferia não responder, primeiro para não pecar por "falta de originalidade" em qualquer resposta que desse, mas também porque está "no estrangeiro" onde não comenta temas internos.

E até mesmo quando questionado sobre quais os objectivos para o último ano do seu mandato, optou por uma resposta geral.

"Desempenhar como até aqui, as minhas funções com dignidade, colocando toda a minha experiência e saber na defesa dos interesses de Portugal, no quadro das competências constitucionais do presidente da República", disse.

Cavaco Silva falava aos jornalistas portugueses em Andorra onde domingo termina uma visita marcada por contactos com as autoridades andorranas e com a comunidade portuguesa aqui radicada.

O presidente da República recusou ainda tecer qualquer comentário sobre o plano de estabilidade e crescimento (PEC), hoje debatido e que considerou "vai ser agora objecto de uma negociação e um debate parlamentar".

"Não quero fazer qualquer comentário sobre medidas concretas, porque isso poderia ser mal interpretado ou mesmo utilizado. Com certeza tenho as minhas ideias", disse.

Questionado sobre se Portugal está ou não no caminho para resolver os problemas mais emergentes do país, Cavaco Silva disse que é "um homem de esperança" e que, no estrangeiro, não deixa de "sublinhar todas as potencialidades do país".

"Acho que cabe a um presidente da República nos contactos no estrangeiro mostrar que o país tem potencialidades, que pode ser uma terra de investimento, de oportunidades e que vale a pena nele apostar", afirmou.

"Em Portugal há uma compreensão bastante razoável dos problemas que o país enfrenta", afirmou, explicando que na próxima semana voltará ao terreno "para mobilizar os portugueses para esta hora que não é fácil". "O país precisa, de facto, de todos. É uma tarefa colectiva", disse.

Em termos gerais, Cavaco Silva considerou que a UE agiu correctamente, porque "procurou actuar coordenadamente, preparando-se para a articulação com os outros países do G-20.

"Quando se trata de uma crise económica-financeira internacional em tempo de forte interdependência internacional, não é efectiva uma reposta isolada de um país ou mesmo de um bloco", afirmou.

Considerando que a comissão deve ter presente potenciais reacções dos mercados financeiros internacionais, com inerente influência nas taxas de juro cobradas aos Governos, Cavaco Silva disse que o prazo dado até 2013 (para controlar o défice) permite que os países de défice elevado não sejam excessivamente penalizados.

"Tolerar durante algum tempo (os défices) pode ser compreendido pelos mercados financeiros internacionais. Tolerar durante demasiado tempo é muito, muito provável que já não seja compreendido pelos mercados", afirmou.

"E os custos acabam sempre por cair sobre os países de mais pequena dimensão e com divida pública mais elevada em termos de produto, como é o caso da Grécia", disse.

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MensagemAssunto: PEC: governo promete estabilidade fiscal e menos despesa   Presidenciais 2011 Icon_minitimeSáb Mar 06, 2010 9:54 pm

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PEC: governo promete estabilidade fiscal e menos despesa

por Lusa
Hoje

monkey
Presidenciais 2011 Ng1263964

O secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros, João Tiago Silveira, afirmou hoje que o programa de Estabilidade e Crescimento (PEC) aprovado na generalidade pelo Governo garante a “estabilidade fiscal e a redução da despesa”.

“Este plano tem dois aspectos essenciais. É caracterizado em primeiro lugar pela estabilidade fiscal e em segundo lugar pela redução da despesa pública”, afirmou João Tiago Silveira, em declarações à Agência Lusa, no final da reunião extraordinária do Conselho de Ministros, que durou cerca de cinco horas.

O programa de Estabilidade e Crescimento foi hoje aprovado na generalidade pelo Governo, seguindo-se um “processo de diálogo com os partidos políticos e com os parceiros sociais”, disse.

“Queria transmitir uma mensagem de confiança no Governo e nos portugueses. Nós já fomos capazes uma vez de fazer um grande exercício de reequilíbrio das contas públicas. Passámos de um défice de mais de 6 por cento em 2005 para 2,6 por cento em 2007 e vamos conseguir uma segunda vez”, disse.

Questionado sobre se as medidas para atingir o objectivo da redução do défice para 3 por cento do PIB em 2013 incluem algum agravamento da carga fiscal, o secretário de Estado recusou responder em concreto, reiterando que o PEC “é caracterizado pela estabilidade fiscal”.

Em 2009, o défice das contas públicas situou-se nos 9,3 por cento do PIB.

A actualização do Programa de Estabilidade e Crescimento, que terá que ser entregue a Bruxelas, vai ser apresentada aos partidos com assento parlamentar na segunda feira.

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MensagemAssunto: Cavaco é o preferido para 57% do eleitorado apesar do tabu da recandidatura   Presidenciais 2011 Icon_minitimeDom Mar 14, 2010 6:09 pm

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Cavaco é o preferido para 57% do eleitorado apesar do tabu da recandidatura

por FRANCISCO MANGAS
Hoje

Presidenciais 2011 Ng1266847

Estudo da Universidade Católica para o DN, 'JN', Antena 1 e RTP revela que o Presidente está bem à frente de Alegre e Nobre.

"Quem parece poder ser melhor presidente da República?" Cavaco Silva, diz a maioria dos inquiridos na sondagem da Universidade Católica para o DN. Manuel Alegre é a segunda opção, e na terceira posição - a significativa distância do socialista - fica Fernando Nobre.

O actual Presidente da República, que mantém o tabu sobre uma eventual recandidatura a Belém, é considerado por 57% das pessoas como aquele que apresenta melhor capacidades para desempenhar o cargo presidencial. Em comparação com o resultado obtido nas Presidenciais de 2006, Cavaco sobe quase sete pontos percentuais. Em 2006, o actual Chefe do Estado foi eleito, à primeira volta, com 50,6% dos votos.

O antigo deputado socialista Manuel Alegre, já em pré-campanha presidencial, neste estudo de opinião, realizado entre os dias 6 e 9, conta com o apoio de 19% os inquiridos. Resultado um pouco inferior ao conseguido nas presidenciais de há cinco anos. Nesse acto eleitoral, o poeta, autor da A Praça da Canção, obteve 20,7%, e ficou a poucos milhares de votos de disputar a segunda volta com o candidato apoiado pela direita.

Modesto, aparentemente, parece ser o resultado do candidato Fernando Nobre na sondagem da Universidade Católica. O presidente da AMI e ex- -mandatário das listas do BE nas últimas europeias tem a seu lado 8% dos inquiridos. No entanto, Nobre é candidato, sem apoio de qualquer partido, há poucas semanas. Tem sido muito duro com a política do Governo de José Sócrates e, tal como Cavaco, espera mais esclarecimentos do primeiro-ministro sobre o caso PT/TVI.

Mal foi conhecida a candidatura do médico, Manuel Alegre, num jantar-comício em Coimbra, acusou Nobre de entrar na corrida para dividir, favorecendo, desse modo, o provável recandidato Cavaco Silva.

"É tempo de saber quem quer unir e quem quer dividir", disse Alegre. Fernando Nobre rejeitou de imediato esse papel e, ainda, a acusação de que a sua candidatura tinha sido lançada pelos soaristas.

Para já, uma coisa é certa: Nobre veio criar indecisão no BE, que anunciou apoio a Manuel Alegre. Com a entrada do fundador da AMI na corrida, alguns bloquistas ficaram na dúvida. Mais a mais, Alegre, ao contrário de Nobre, ainda não se pronunciou sobre os casos polémicos que alegadamente envolvem o primeiro-ministro.

Enquanto o campo da esquerda, uma vez mais, se apresenta dividido e em ambiente de crispação, Cavaco Silva - que voltará a ter o apoio da PSD e da CDS/PP - intensifica os seus serenos roteiros presidenciais pelo País.

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MensagemAssunto: O grande derrotado   Presidenciais 2011 Icon_minitimeQua Mar 31, 2010 9:37 pm

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O grande derrotado


por CARLOS ABREU AMORIM
Hoje

Cavaco Silva é o maior perdedor das directas do PSD. Por culpa própria, por ter desbaratado a distância face às questões e questiúnculas do PSD.

Teríamos de regressar aos desditosos tempos de Eanes e do PRD para descobrir um presidente que se tenha embrulhado tão completamente com um partido político.

Este excesso decorre do malogro do seu projecto presidencial: a chamada cooperação estratégica. Cavaco ansiava por ser a figura tutelar de Sócrates - e não apenas no plano institucional. Queria tornar-se o guia, o exclusivo guru do Governo. Dar uma dimensão distinta, deleitosamente pessoal, aos poderes presidenciais.

Sócrates aproveitou esse ensejo enquanto lhe foi útil. Depois, na oportunidade do Estatuto dos Açores, remeteu Cavaco para a desconsolada magreza do seu figurino constitucional.

Cavaco nunca mais reencontrou uma lógica inteligível no seu papel presidencial. O resto do seu mandato foi feito de actos avulsos, espúrios, de intervenções intelectualmente confusas e politicamente turbulentas. Pior - desde que percebeu que Sócrates não o queria para padrinho, Cavaco Silva caldeou o seu destino com o do PSD. Já tinha movido os seus peões para apear Luís Filipe Menezes. Depois, fundiu a estratégia de Ferreira Leite com a sua. Por fim, através do seu valete preferido, ensaiou uma grosseira interferência na campanha das legislativas - gesto que seria suficiente para determinar o seu fim político caso Portugal fosse uma democracia a sério.

Ferreira Leite não resvalou em quase todos os erros políticos do catálogo apenas por mera falta de talento - parte da inconsistência que apregoou foi resultado de um insuperável condicionamento pavloviano que a líder e os seus sentiam perante Cavaco Silva. O PSD atolou-se nesta relação estímulo-resposta, com Cavaco Silva, sempre, como o dono da campainha - a fábula da urgência na aprovação do PEC é apenas a última de muitas salivações que o PSD leitista nunca conseguiu disfarçar.

Na verdade, quando faltam escassos oito meses para as eleições presidenciais, é difícil evitar a conclusão de que o mandato de Cavaco Silva foi um fracasso em quase todos os seus intentos.

As directas do PSD confessam essa evidência - Cavaco foi o símbolo usado (talvez abusado mas não muito) na patética busca de um candidato capaz de enfrentar Passos Coelho. Em seu nome tentou-se o sempre titubeante Rui Rio, Marcelo Rebelo de Sousa, Marques Mendes, e por aí fora, até se chegar a Paulo Rangel - o desaire deste último constitui um golpe fatal para o papel que Cavaco acarinhava para o PSD.

Se Passos Coelho quiser resistir até às próximas legislativas antecipadas, cuja contagem decrescente se inicia a partir de meados de 2011, tem de "descavaquizar" o PSD. Embora, paradoxalmente, deva, também, declarar o seu apoio a Cavaco Silva nas presidenciais. Este, por seu turno, não quer nem pode ficar refém de um apoio que percebe contingente.

Quer Cavaco Silva quer Passos Coelho não têm muitas opções - ambos sabem que a sua própria sobrevivência política depende da capacidade de cada um conseguir minguar a influência do outro. E esse braço- -de-ferro inevitável será uma das questões políticas mais prementes dos tempos que aí vêm.

Professor universitário, dificilserliberalemportugal@gmail.com

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MensagemAssunto: Re: Presidenciais 2011   Presidenciais 2011 Icon_minitime

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