Forte travagem económica na Zona Euro

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Zona Euro em forte travagem económica



ANTÓNIO PEREZ METELO

Eurostat. Economia sofre contracção de 0,2% no segundo trimestre de 2008

Quebra no investimento e nas exportações explicam crise

A economia da Zona Euro sofreu uma contracção de 0,2% no segundo trimestre de 2008, face aos primeiros três meses do ano, enquanto, em idêntico período, a União Europeia a 27 recuava para -0,1%. É o primeiro trimestre negativo desde pelo menos 1995 e é uma forte travagem da Europa, já que, entre Janeiro e Março, o crescimento tinha sido de +0,7% na Zona Euro e de +0,6% na UE27.

As principais componentes da despesa apresentam valores em queda. A mais relevante é a do investimento, que caiu para -1,2% na Zona Euro (-1,6% na UE27). As exportações, entre Abril e Junho, declinaram 0,4% em ambas as regiões e o consumo final das famílias registava um recuo de 0,2% nos Quinze e de 0,1% na UE27.

Da análise dos dados publicados pelo Eurostat, o departamento de estatística da UE, verifica-se que o crescimento económico reduziu em 13 dos 20 países em que há números disponíveis. Dois outros, a República Checa (+0,9%) e a Hungria (+0,6%) mantiveram o impulso de crescimento do primeiro trimestre do ano, enquanto os restantes cinco aceleraram face aos resultados registados durante essa primeira medição do ano: Eslováquia +1,9% (+1,7%), Polónia +1,5% (+1,4%), Lituânia +0,9% (+0,3%) e Portugal +0,4% (-0,1%).

Sinal do abrandamento económico generalizado entre Março e Junho deste ano mede-se igualmente na quebra das importações de 0,4% na Zona Euro e de 0,5% na UE a 27. Para Portugal assume um papel particularmente negativo para a evolução das exportações nacionais o recuo do produto em cinco grandes economias nacionais, que constituem outros tantos parceiros comerciais de primeira grandeza para Portugal: Espanha cai de +0,3% para +0,1%; a Alemanha passa de +1,3% para -0,5%; a França recua de +0,4% para -0,3%; o Reino Unido quebra de +0,3% para 0,0% e, finalmente, a Itália desce de +o,5% para -0,3%.

Por sectores produtivos, verificou-se uma contracção do valor acrescentado na agricultura, silvicultura e pescas (-0,1%), indústria e energia (-0,8%), construção (-2,2%) e no comércio, transportes e comunicações (-0,4%). Apenas os serviços financeiros (+0,7%) e outros serviços (+0,6%) contrariaram a tendência de retrocesso, mas insuficientes para impedir a quebra para -o,1% do valor acrescentado bruto na Zona Euro.

In DN

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Bruxelas revê em baixa crescimento da economia europeia em 2008

Hoje às 10:09

A Comissão Europeia reviu, esta quarta-feira, em baixa as previsões de crescimento económico para 2008, estimando que venha a ser 1,4 por cento na União Europeia e 1,3 por cento na Zona Euro.

As previsões intercalares hoje divulgadas por Bruxelas representam uma redução de 0,5 pontos percentuais em relação às Previsões Económicas de Primavera.

O executivo comunitário também antecipa uma subida da taxa de inflação no ano corrente para 3,8 por cento (3,6 na Primavera) na UE e 3,6 (3,1) na Zona Euro.

Segundo a Comissão Europeia, os principais riscos de descida do crescimento da economia europeia já identificados nas Previsões da Primavera foram «materializados».

«O agravamento da crise nos mercados financeiros, a subida dos preços de base e o impacto de vários mercados de habitação a propagarem-se» são alguns dos factores que contribuem para a revisão em baixa.

«Neste ambiente difícil e incerto temos de aprender com os erros do passado e manter a mesma linha de acção. Avançar com a agenda europeia de reformas é crucial para continuar a criação de empregos e enfrentar com sucesso os choques externos», concluiu o comissário europeu responsável pelos Assuntos económicos e Monetários, Joaquin Almunia.

A Comissão mantém a mesma previsão de crescimento para a maior das economias europeias, a da Alemanha fica nos 1,8 por cento do PIB.

A Polónia, um dos últimos países a aderir ao clube europeu e que está num patamar de desenvolvimento baixo, melhora também a sua antevisão de crescimento (de 5,3 em Abril para 5,4).

Todos outros Estados-membros da lista de sete hoje divulgada pioram as suas perspectivas de crescimento económico em 2008, principalmente a Espanha (2,2 por cento nas Previsões de Primavera passa para 1,4), França (1,6 para 1,0) e Reino Unido (1,7 para 1,1).

Quedas menos importantes têm a Itália (0,5 para 0,1) e a Holanda (2,6 para 2,2).

In TSF