Chile

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Resgate de mineiros deverá durar pelo menos um mês

por Lusa
Hoje


A libertação dos 33 mineiros chilenos retidos há sete semanas, a 700 metros de profundidade, na mina de São José deverá durar um mês ou mais, segundo o plano estabelecido pelos socorristas.

O plano de socorro obedece a uma ordem: primeiro saem os mais ágeis, seguindo-se os mais fracos e por fim os mais fortes.

A ordem não é arbitrária nem uma regra da mina, obedecendo antes a técnica universal de socorro, explicou à agência France Press Jorge Diaz, membro da equipa médica que acompanha a situação dos mineiros a partir da superfície a propósito dos preparativos para a operação de salvamento dos mineiros retidos há mais de sete semanas na mina de São José (norte).

«É um modelo teórico utilizado em todos os sistemas de salvamento, uma maneira de resolver o problema», acrescentou Diaz, reconhecendo, porém, que aquele é um caso particular.

Também engenheiros, médicos e psicólogos «trabalham sobre protocolos muito restritos» para determinar o estado físico, psicológico e as capacidades dos 33 mineiros de São José (norte), precisou à France Presse Alberto Iturra, responsável da equipa de psicólogos.

Em simultâneo os 33 mineiros são submetidos a ginástica quotidiana no interior da galeria -- um pouco de caminhada e de resistência muscular - sob as ordens de um especialista de medicina desportiva.

Em breve, irão realizar exercícios inspirados no treino de pilotos de caça para trabalhar a circulação de sangue.

Porque para os 33 trata de um exercício desportivo a realizar no interior de uma gaiola metálica numa gaiola metálica com 2,50 metros de comprimento e 55 cm de diâmetro, puxados por um guindaste até à superfície.

Os mineiros disporão ainda de reservas de ar, água e de alimentos assim como de comunicação permanente e de autopilotagem caso seja necessário.

Cada levantamento da gaiola poderá demorar uma hora a hora e meia.

Os «ágeis», explicam os socorristas, são os mineiros que podem reagir melhor a qualquer tipo de problema, os «fracos» são à partida os de mais idade, que no caso dos mineiros terão entre 19 e 64 anos e que poderão ter problemas de saúde enquanto os mais fortes são os que estão aptos a enfrentar as últimas horas ou mesmo dias de espera no fundo da mina.

Mas a ordem não está estabelecida e não demorará mais do que dia. Porque a avaliação é permanente e porque «todos nós temos dias bons e outros menos bons», explicou o dr. Iturra.

Muitos factores entram em linha de conta e muito dependerá do que se passar no dia-a-dia de cada pessoa.

Apenas há uma certeza: o último a partir é sempre o capitão, sublinhou Jorge Diaz.

Já os psicólogos sublinham haver também um grande trabalho a realizar a partir da superfície, nomeadamente gerir a ansiedade das famílias, dos socorristas e dos próprios psicólogos, havendo que unir esforços em torno do objectivo central que é içar os mineiros.

Duas das três máquinas de perfuração do solo, que avançam a um ritmo de vinte a trinta metros diários, vão alargar o canal de passagem para que possa passar uma cápsula de resgate.

In DN

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Aberta escola para filhos e netos de 33 mineiros presos

por SUSANA SALVADOR
Hoje


Entre oito e dez crianças, com idade para frequentar a primária, vão ter aulas diárias enquanto durar a operação de resgate.

Podem estar presos a mais de 700 metros de profundidade, mas os mineiros de San José não estão apenas preocupados com o seu resgate. Jorge Galleguillos expressou numa carta a sua preocupação pela educação do seu filho, que está na universidade. O Governo chileno foi mais longe e pensou nas crianças com idade para frequentar a escola primária que se encontram no acampamento Esperança e resolveu pôr à disposição delas uma sala de aula.

São oito a dez crianças, filhas e netas dos mineiros presos desde 5 de Agosto, que a partir de agora terão aulas de segunda a sexta-feira com uma professora da cidade vizinha de Copiapó. "Temos de fazer um diagnóstico para ver que tipo de conhecimento têm as crianças, para ver em que nível estão, e daí partir para os conteúdos que têm de aprender", disse a professora Margarita Guzmán à AFP.

A sala "San José", também apelidada de "pequena escola esperança", vai funcionar até terminar o resgate dos mineiros - previsto para inícios de Novembro. "Inicialmente queríamos que as crianças reintegrassem as suas próprias escolas, mas as circunstâncias familiares não o permitiram", indicou o ministro da Educação, Joaquin Lavin, depois de inaugurar o espaço.

A escola vai funcionar num contentor de três por seis metros, devendo as crianças ter aulas das 09.00 às 17.00, como acontece noutros estabelecimentos de ensino. "Estamos muito contentes por saber que as crianças já estão a estudar", disse a mulher de um dos mineiros, Cristina Nuñez, à AFP. Arlenne, a sua filha de oito anos, é uma das alunas da nova escola.

Entretanto, continuam os trabalhos de escavação dos túneis verticais por onde deverão sair os 33 mineiros - 32 chilenos e um boliviano. O Plano A é o que está mais atrasado, com a perfuração a cargo da Strata 950 a atingir os 486 metros de profundidade. O problema é que ainda é o furo do poço piloto, de 30 cm de diâmetro. A escavação no chamado Plano B (já de 70 cm de largura) está nos 226 metros, depois de ter sido suspensa durante mais de 15 horas por problema numa das escavadoras. Finalmente os trabalhos no Plano C (com a RIC-421 que já foi baptizada de "petroleira", por ser usada na exploração do outro negro) atingem os 94 metros, já com a largura suficiente para retirar os mineiros.

In DN

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Um dos poços de salvamento chegou aos mineiros

por Lusa
Hoje


Um dos poços que estão a ser escavados para retirar os 33 mineiros retidos há dois meses numa mina no Chile conseguiu atingir o local onde eles se encontram.

O momento foi assinalado no local por uma sirene que provocou o entusiasmo das centenas de pessoas, entre equipas de socorro, autoridades e familiares.

Um senador, Baldo Prokurica, tinha informado pouco antes que às 07:00 locais (12:00 em Lisboa), o poço estava "apenas a dois, três, quatro metros" do local onde estão os mineiros.

Nesta "última fase, os trabalhos têm de ser feitos muito lentamente para evitar derrocadas", pelo que deverá levar "duas a três horas".

"Estamos em comunicação permanente com os mineiros para que se coloquem longe do ponto de junção e possam ajudar", disse Prokurica.

O seu salvamento pode iniciar-se dois ou três dias depois de conseguida a ligação, ou seja, possivelmente na terça-feira, segundo as autoridades.

Uma das três escavadoras que estão a perfurar no exterior da mina, no deserto do Atacama (norte) iniciou sexta-feira à noite a perfuração dos últimos 40 metros do poço, que tem uma largura de cerca de 66 centímetros.

Este poço chegou sexta-feira aos 584 metros de profundidade e estava apenas, nessa altura, "a uns 40 metros" dos homens -- 32 chilenos e um boliviano -, segundo o ministro das Minas, Laurence Golborne.

"Os trabalhos de perfuração foram retomados cerca das 20:30 (de sexta-feira) e progridem dois a dois metros e meio por hora", indicou também na altura o representante do Ministério do Interior, Cristian Barra.

A retirada dos mineiros só poderá ser iniciada entre três e oito dias depois de feita a ligação, porque as paredes do poço de salvamento têm de ser reforçadas com aço.

In DN

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Túnel de saída chega aos mineiros

por SUSANA SALVADOR
Hoje


Poço vertical está em bom estado e deve apenas necessitar de revestimento nos primeiros 70 metros.

Uma explosão de alegria percorreu o acampamento Esperança, na mina de São José, quando às 08.05 locais (13.05 em Lisboa) soaram as sirenes para assinalar o fim dos trabalhos da T-130. A perfuração do chamado Plano B chegou aos 622 metros de profundidade, rompendo o tecto de uma oficina à qual têm acesso os 33 mineiros, presos há mais de dois meses.

"Tivemos 33 dias de perfuração para resgatar os 33 mineiros. Terminou um novo passo, um objectivo importante no resgate", disse o ministro das Minas chileno, Laurence Golborne, depois de confirmar a novidade. "O que começou a 5 de Agosto como uma possível tragédia, com a ajuda de Deus, está a terminar como uma verdadeira bênção", afirmou por seu lado o Presidente Sebastián Piñera, que espera poder assistir na terça-feira ao resgate dos mineiros.

"Depois de tanto esperar e tanta tensão acumulada, tudo é alegria", disse a "alcaldesa" do acampamento, María Segovia, irmã do mineiro Victor Segovia. Os familiares correram para o local onde 33 bandeiras lembram as 33 vidas no interior da mina. "As bandeiras têm de ficar aqui, para que o mundo saiba o que aconteceu. Foi um milagre", acrescentou María.

"Viemos aqui com um objectivo e atingimo-lo hoje", explicou ontem à televisão pública TVN Jeff Hart, o engenheiro norte-americano que estava aos comandos da T-130 quando esta chegou aos mineiros. "Este foi sem dúvida o mais importante trabalho que alguma vez fiz", acrescentou, no final de 12 horas de trabalho contínuas.

Antes da entrada em cena das cápsulas Fénix, será contudo necessário garantir que estas não vão ficar presas na rocha. Por isso, os engenheiros estudam revestir pelo menos os primeiros 70 metros do túnel com aço. Uma análise mais rigorosa está a ser feita com uma câmara de vídeo para provar que o resto do poço é seguro e não existe risco de desmoronamento. Os primeiros resultados são encorajadores e, caso os prazos se confirmem, os mineiros podem começar a sair na terça.

Além disso, deverá ser necessário alargar o final do túnel, para permitir manobrar melhor as cápsulas, devendo os mineiros usar dinamite para esse fim. Pelo menos dois deles possuem certificado para manusear os explosivos. No interior da mina, o avanço dos trabalhos está a ser recebido com calma.

A ordem de saída dos mineiros ainda não foi estabelecida, mas sabe-se já que os primeiros a voltar à superfície serão os que têm mais conhecimentos técnicos e estão em melhor estado físico. O objectivo é que consigam encontrar soluções, caso enfrentem problemas. Depois, seguem-se os mais fracos e doentes. Finalmente, os mais fortes do ponto de vista psicológico, que podem esperar mais tempo pelo resgate. Recorde--se que a operação levará cerca de uma hora para cada um, o que significa que todos serão resgatados no espaço máximo de dois dias.

Quando os engenheiros derem a luz verde aos socorristas, pelo menos dois especialistas vão descer até ao fundo da mina. Serão eles que vão preparar os mineiros para a subida. Estes vão sair vestidos com um fato especial anti- -transpirante e com uns óculos especiais que filtram 100% dos raios ultravioletas. Depois de receberem os primeiros cuidados médicos à superfície e de se reencontrarem com as famílias, os mineiros serão levados de helicóptero para o hospital - onde vão ficar internados durante dois dias.

Em redor do acampamento Esperança, uma verdadeira multidão aguarda a saída dos mineiros. As autoridades acreditam que cerca de mil jornalistas - incluindo equipas que estão a gravar documentários - se tenham deslocado até à mina de São José para assistir à última fase do resgate - o que já está a cansar alguns familiares.

In DN

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Mineiros mais hábeis serão os primeiros a sair


por SUSANA SALVADOR
Hoje

Ordem de resgate baseia-se em modelo sugerido pela NASA.


Engenheiros vão revestir a aço os primeiros 96 metros do túnel.

Os mineiros mais hábeis, capazes de fazer face a qualquer problema, serão os primeiros a sair da mina de São José, na quarta-feira, anunciaram as autoridades chilenas. Seguem-se depois os mais fracos, quer mental quer fisicamente, e finalmente os mais fortes. Segundo o ministro da Saúde, Jaime Mañalich, apesar de estarem há mais de dois meses a quase 700 metros de profundidade, muitos ofereceram-se para ser os últimos a sair.

"Os primeiros que vão sair são quatro ou seis. Depois, vem um grupo, que neste momento é de dez pessoas, em condições mais débil, e por último o grupo dos mais fortes", disse Mañalich, sem revelar nomes. Os mais fracos são aqueles que têm problemas crónicos de saúde, seja hipertensão, diabetes ou problemas pulmonares, ou estão mais debilitados psicologicamente. "Alguns estão com infecções dentárias e da pele bastante importantes."

A ordem de resgate baseia-se num modelo teórico usado noutras situações, que foi recomendado pelos especialistas da agência espacial norte-americana (NASA). E apesar de existir já uma lista provável, a decisão final caberá aos socorristas que devem descer até ao fundo do poço para avaliar no local o estado dos mineiros. Segundo revelou ao El Pais um psicólogo que os acompanha, Alberto Iturra, o primeiro a sair poderia ser o "jornalista" Mario Sepulveda. E o último, o "líder", Luis Urzúa.

De acordo com as informações avançadas pelos media chilenos, os mineiros já tinham estabelecido uma possível ordem de saída. Contudo, esta foi recusada pelas autoridades, já que não cumpre os requisitos estabelecidos. "Veremos se podemos fazer coincidir as duas listas", disse o médico responsável, Jean Romagnoli.

O mesmo responsável indicou que nenhum dos 33 mineiros tomará tranquilizantes para a longa subida até ao exterior (que pode durar até 30 minutos). Isto para estarem plenamente conscientes durante todo o processo, para evitar problemas. Além disso, antes de iniciarem a subida, os mineiros devem jejuar durante algumas horas, para evitar eventuais enjoos.

Depois da perfuradora T-130 ter chegado aos mineiros, no sábado, os engenheiros começaram ontem a reforçar com um tubo de aço os primeiros 96 metros do túnel - que têm "maior probabilidade de desprendimento". O resto do poço tem condições suficientes para aguentar as viagens das Fénix, as cápsulas de salvamento. Os trabalhos devem estar terminados hoje à tarde. Depois, é preciso 48 horas para colocar em posição as gruas que vão içar as cápsulas.

Os mineiros já usaram entretanto dinamite para alargar a saída do túnel e permitir manobrar melhor as Fénix.




In DN

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Mineiros tiveram muito medo da morte e até de canibalismo
por LUMENA RAPOSO
Hoje

Luis Urzúa, que liderou os colegas, afirma que manteve a calma na mina dizendo a verdade e fazendo ali valer a vontade da maioria.

"Apenas têm de dizer a verdade e acreditar na democracia", afirmou Luis Urzúa. O líder dos mineiros chilenos procurava assim explicar como conseguiu manter o grupo unido e concentrado na sobrevivência durante os mais de dois meses que passaram soterrados na mina de São José. Há, porém, quem refira que o medo da morte e de canibalismo teve um peso significativo na unidade do grupo, quebrada em alguns momentos por cenas de pugilato.

Richard Godoy Villaroel, o 20.º mineiro a chegar à superfície, deu ao Guardian uma versão bem mais dura da realidade dentro da mina. "Estávamos à espera da morte. O nosso corpo consumia-se a si próprio - estávamos tão magros." Este mecânico adiantou ao diário britânico que, após a derrocada, o ambiente dentro da mina oscilava entre o desespero e a divisão à euforia e unidade.

Villaroel, de 23 anos, conta que os primeiros 17 dias, em que nenhum som chegava do exterior, foram os piores: os mineiros preparavam-se para uma lenta e solitária morte pela fome. "Tinha medo de não chegar a conhecer o meu filho, que vai nascer."

"Falámos sobre isso [racionamento de comida] na primeira reunião que tivemos quando ficámos soterrados. Todos concordámos em partilhar a comida que havia. Tínhamos de racioná-la. Comíamos uma pequena porção de atum, nada mais", conta ainda Villaroel, que perdeu 12 quilos enquanto esteve soterrado.

Inquirido sobre se os mineiros receavam situações de canibalismo, Villaroel faz um momento de silêncio como quem ganha coragem. Depois, explicou: "Ninguém falava no assunto. Mas tornou-se o tópico de todas as piadas logo que chegou o sinal de ajuda, mas só quando nos encontraram. Até então, não havia qualquer conversa sobre canibalismo."

Urzúa, de 54 anos, era o chefe de turno quando, à hora de almoço de 5 de Agosto, se deu o aluimento na mina. Ordenou aos homens que fossem ver o que se passava e se havia saída. Perante as respostas que obteve percebeu que tinha de organizar a equipa para sobreviver enquanto aguardassem por socorro. Uma espera que poderia ser longa ou sem fim.

Racionar a comida - uma colher de atum ou salmão por dia - e a água "que sabia imenso a óleo mas tinha de ser bebida", diz Urzúa, foram medidas tomadas pelo último mineiro a ser resgatado. Houve também que dividir os homens em grupo e atribuir-lhe tarefas para os manter ocupados. E não era fácil tomar decisões, conta Urzúa, a 700 metros de profundidade e quando a esperança parecia perdida; o desespero apoderou-se de alguns homens que se recusavam a sair da cama. Mas o chefe não aceitou tal desistência: "Tudo foi votado. Éramos 33, logo 16 mais um era a maioria." E havia que cumprir.

Diariamente Urzúa, que aprendeu a rezar para se sentir perto de Deus, "instava os homens a serem fortes", conta Villaroel, e "aos poucos a força foi voltando até ao dia em que nos encontraram".

Outras vozes dão conta de momentos especialmente difíceis, em que a violência aconteceu. Mas a verdade pode nunca saber-se. "O que aconteceu na mina fica na mina", diz Dario, de 48 anos.

In DN

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Piñera: "Chile está mais unido"

por SUSANA SALVADOR
Hoje



Numa breve passagem por Lisboa, Presidente chileno falou do resgate dos mineiros e prometeu melhores leis.

"O Chile não é o mesmo, antes e depois do acidente. É um país mais unido, mais forte, com maior confiança em si mesmo e é um país mais respeitado e valorizado no mundo inteiro", disse ontem, em Lisboa, o Presidente chileno. Numa conferência de imprensa, Sebastián Piñera lembrou o resgate dos 33 mineiros da mina de São José e aproveitou para dar o seu apoio aos portugueses "nestes tempos duros e difíceis que está a viver a economia europeia".

Na primeira visita ao estrangeiro após a mediática libertação dos "33 heróis", Piñera fez escala técnica de duas horas em Lisboa antes de seguir para Londres. É o primeiro destino do périplo que o levará também a França e Alemanha. No aeroporto da Portela foi recebido pelo ministro dos Negócios Estrangeiros português, Luís Amado.

Sem poder escapar ao tema dos mineiros, o Presidente reconheceu que esta foi uma experiência "que tocou no coração, não só dos chilenos, mas de todo o mundo". E prometeu uma reforma profunda das leis laborais, para evitar a repetição deste tipo de acidentes. "Ninguém pode assegurar que nunca mais vai ocorrer um acidente, mas eu posso assegurar que nunca mais uma mina vai trabalhar em condições tão pouco seguras como na mina San José."

Sem deixar de agradecer a países como os EUA, o Canadá ou a Austrália, pela ajuda, o Presidente lembrou contudo que a cápsula Fénix, que permitiu o resgate, "foi desenhada por engenheiros chilenos, construída por chilenos e operada por chilenos". Por tudo isso, lembra o "exemplo" que o Chile deu ao mundo, transformando "o que parecia uma tragédia numa verdadeira bênção".

Numa entrevista ao jornal britânico The Times, Piñera disse que agora "Chile será recordado e reconhecido não por Pinochet [o ditador, entre 1973 e 1990], mas como um exemplo de unidade, liderança e coragem, fé e êxito".

Em dia de apresentação do Orçamento de Estado, Piñera começou por referir-se à crise económica europeia, desejando depois "muita força e coragem" a Portugal. "Conhecendo o carácter e o espírito dos portugueses, de empreendimento, de descobrimento, estou seguro de que saberão navegar igual ou melhor que os navegadores nestes tempos de dificuldades", disse o Presidente, que tinha atrás imagens dos vice-reis e governadores da Índia.

José Henríquez, o líder espiritual dos 22 mineiros, foi ontem o primeiro a regressar à mina de São José. Foi com a mulher e os dois filhos conhecer o acampamento Esperança, onde a família viveu durante os 69 dias que José passou debaixo de 700 metros de rocha. "Ele quis estar aqui para sentir mais de perto o que vivemos aqui e para estar em paz, para agradecer a Deus", disse o irmão Gastón à Rádio Cooperativa.

"Quero regressar à vida normal", afirmou por seu lado José. "Quero descansar alguns meses e depois regressar, porque o meu chefe disse-me que ainda tinha trabalho para mim. O meu pai foi mineiro mais de 40 anos e nós vamos continuar a fazer a mesma coisa. Acho que devo continuar lá em baixo, não sei é até quando."

No hospital de Copiapó, para onde foram levados os mineiros depois do resgate, encontra-se apenas um dos 33 "heróis". Um traumatismo ao nível dos dentes obrigou-o a ficar mais uns dias que o previsto. Todos os outros já foram para casa, tendo regressado apenas para fazer exames de controlo. A pressão mediática levou contudo a que muitos deixassem o hospital de forma anónima.

Juan Illanes, o porta-voz do grupo, pediu aos jornalistas que respeitem a privacidade dos mineiros, qualificando de "escandalosa" a dimensão dos acontecimentos que os rodeiam. Numa conferência de imprensa, pediu "espaço" para que todos possam aprender a lidar com os media, lembrando que o objectivo é criar uma fundação para a defesa dos trabalhadores do sector.

Por enquanto, todos os mineiros preferem manter o silêncio em relação aos 69 dias que passaram presos. "O bom de estar cá fora é que se temos pesadelos, acordamos e reparamos que estamos livres, mas lá dentro, tínhamos sonhos e acordávamos num pesadelo", disse ao La Tercera Víctor Segovia, que escreveu um diário dos acontecimentos na mina.

In DN

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Imagens de polícia atacado à facada chocam chilenos

por dn.pt
Hoje


O sargento de 38 anos está internado no hospital em estado grave. As imagens mostram o momento em que levou uma facada no pescoço

Luis Alfredo Rebolledo, 38 anos, sargento da polícia chilena, está internado em estado grave depois de ter sido apunhalado no pescoço por um delinquente numa estação de comboios. As imagens do ataque foram captadas por uma câmara e estão a chocar o povo chileno.

O agressor, que tem um longo cadastro, foi entretanto detido pela polícia. Luis Alfredo tinha sido mandado ao local na sequência da denúncia de alguns taxistas, que comunicaram a existência de desacatos na estação de comboios.

VEJA AQUI O VÍDEO:



In DN

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Incêndio em prisão do Chile faz pelo menos 83 mortos

por DN.pt
Hoje


(COM VÍDEOS e FOTOGALERIA) Pelo menos 83 pessoas morreram esta madrugada num incêndio numa prisão em Santiago do Chile, que começou na sequência de confrontos entre os prisioneiros.

"Até ao momento, contabilizamos 83 mortos", disse aos jornalistas no local o Presidente do Chile, Sebastián Piñera. Há ainda registo de 21 feridos, 14 dos quais em estado grave. A maioria das vítimas morreu por asfixia e inalação de fumo. Alguns presos foram evacuados para outros edifícios do estabelecimento prisional de San Miguel, localizado num bairro da zona centro da capital chilena.

Segundo o jornal chileno "La Nación", às 12h locais (15h em Lisboa) apenas tinham sido identificados 15 corpos. A situação fora do estabelecimento prisional é dramática, com dezenas de familiares de presos a tentar saber notícias.

O incêndio deflagrou às 05h (08h em Lisboa), numa ala da prisão onde estão perto de 1900 detidos - segundo o correspondente da BBC, a prisão tem apenas capacidade para 700. As autoridades dizem que gangues rivais terão entrado em confronto e incendiado colchões, o que deu origem "a uma enorme desgraça", nas palavras do ministro da Saúde chileno, Jaime Mañalich, citado pela edição online do "La Tercera".

Esta manhã, o Presidente do país cancelou imediatamente a sua agenda e foi para o local. Em declarações aos jornalistas, disse que se trata de "uma tragédia enorme e dolorosa, uma tragédia da qual devemos reter lições. Não podemos continuar com um sistema de cárcere desumano", salientou Piñera.

Entretanto, e segundo as imagens divulgadas pelas estações de televisão chilenas, foi destacado para o local um contingente policial.

http://dn.sapo.pt/inicio/globo/interior.aspx?content_id=1730187&seccao=EUA e Am%E9ricas

Vídeos das televisões chilenas mostram incêndio:



In DN

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Mineiros chilenos convidados a passar férias na Disney

por Lusa
Hoje


Os 33 chilenos que ficaram mais de dois meses soterrados numa mina vão passar uma semana de férias no parque de diversões Disney World, nos Estados Unidos, a convite da empresa Walt Disney Company.

Segundo o site da CNN, os mineiros e as suas famílias foram convidados a desfrutar do parque temático de 27 de Janeiro a 02 de Fevereiro. "A incrível história destes mineiros captou a atenção do mundo, ao demonstrar o verdadeiro poder e a resistência do espírito humano. Estamos orgulhosos em receber estes homens corajosos e as suas famílias", disse o presidente da Disney, Bob Iger.

Durante a semana de estadia, cada família terá um cartão com 500 dólares (cerca de 400 euros) para gastar. Os 33 mineiros estiveram soterrados durante 69 dias, a mais de 680 metros de profundidade numa mina no Chile.

Com a sua história a ser divulgada em todo o mundo, bem como o sucesso da operação de salvamento, os mineiros começaram a receber convites para vários tipos de eventos públicos. No início deste mês, Luís Urzúa, considerado o líder do grupo dos 33 homens, esteve em Portugal a participar numa conferência sobre motivação a convite de uma empresa de bebidas.

In DN

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Chile preocupado com o sector eléctrico

Hoje

O jornal chileno La Tercera dedica o editorial à política energética da última década, que deixou o Chile mal preparado para a seca que atinge o país.

"A principal ameaça ao crescimento económico está ligada à escassez da oferta eléctrica", escreve o jornal La Tercera. As políticas aplicadas no sector "não vão à mesma velocidade que o aumento da procura que, nos últimos meses, está a crescer a nível recorde devido ao dinamismo que exibe a economia [chilena]".

O jornal estima que "os investimentos na produção eléctrica serão mais baixos do que em igual período de 2010, devido aos atrasos nos processos de qualificação ambiental de alguns projectos e dificuldades com empresas contratadas e grupos ambientalistas". Mais à frente, o La Tercera defende "uma reflexão séria para eliminar de uma vez os obstáculos injustificados ao investimento num sector chave para o desenvolvimento do país".

In DN

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Chile tremeu com dois sismos durante a noite

por Lusa
Ontem

Primeiro, foi um forte abalo com a magnitude de sete graus na escala de Richter. Depois, foi um de 6,3.

O primeiro sismo, de sete graus, ocorreu às 17.05 [20.05 de sexta-feira em Lisboa] e foi seguido de uma dezena de fortes réplicas. Teve o seu epicentro a 69 quilómetros a noroeste de Concepción, com o hipocentro a 33 quilómetros de profundidade.

Apesar dos fortes abalos, não foi accionado nenhum aviso de tsunami. Mesmo assim, receosas de um maremoto, muitas pessoas saíram de casa e de locais de trabalho, deslocando-se para pontos altos.

Não há registo de vítimas.

Este último foi o sismo mais forte sentido no Chile desde que há um ano ocorreu um outro que atingiu os 8,8 graus na escala de Richter e provocou 524 mortos, 31 desaparecidos e perdas materiais estimadas em 30 mil milhões de dólares (22 mil milhões de euros).

In DN

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Registado sismo de 6,2 graus no norte do Chile

por Lusa
Hoje

O tremor de terra ocorreu às 9.31, hora local, e não há até ao momento qualquer registo de vítimas ou danos materiais.

O epicentro do abalo foi localizado a mais de 80 quilómetros de profundidade e foi sentido também no Peru.

Há um ano, a 27 de Fevereiro de 2010, um forte sismo, seguido de tsunami, abalou a região centro-sul do Chile, causando 524 mortos e desalojaram mais de 220 mil famílias.

O Chile é um dos países com maior actividade sísmica e tem nos seus registos o segundo maior tremor de terra mais intenso, de 9,5 graus de magnitude, em 1960, que causou 5.700 mortos.

In DN

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Restos mortais de Salvador Allende exumados 38 anos

por Lusa
Hoje

Os restos mortais do antigo Presidente do Chile Salvador Allende vão ser exumados segunda-feira para determinar a causa da morte, durante o golpe de Estado de 11 de setembro de 1973, que instalou a ditadura de Augusto Pinochet.

A exumação foi ordenada pelo juiz Mário Carroza, na sequência de um pedido feito em representação dos familiares pela senadora Isabel Allende, filha do antigo Presidente chileno, para determinar com "certeza jurídica as causas da sua morte".

O juiz tomou a decisão depois de receber um relatório do Serviço Médico-Legal (SML) do Chile sobre o processo da autópsia do antigo Presidente, após a sua morte, que alguns peritos daquele organismo forense dizem ter anomalias e incongruências.

A exumação terá lugar no Cemitério Geral de Santiago, onde Salvador Allende está sepultado desde 1990, depois de ser transferido de Viña del Mar, e será executada pelo Serviço Médico-Legal do Chile, na presença de peritos internacionais, entre eles o espanhol Fernando Etcheverría.

"Tudo será do conhecimento público, como deve acontecer nestes casos", sublinhou o juiz Mário Carroza, ao anunciar que a exumação teria lugar na segunda-feira.

A exumação faz parte de uma investigação ordenada em janeiro último pelo Supremo Tribunal do Chile a denúncias de casos de alegada violação dos direitos humanos que nunca foram tratados pela Justiça chilena, entre elas centenas de mortes, incluindo a de Salvador Allende, ocorridas entre 1973 e 1990, durante a ditadura de Augusto Pinochet.

Segundo a imprensa chilena, ascende a 3.000 o número de pessoas falecidas ou desaparecidas durante a ditadura de Augusto Pinochet e a 28 mil os casos de cidadãos que foram torturados.

Salvador Allende Gossens (26 de junho de 1908 -- 11 de setembro de 1973), médico e político socialista-marxista, foi Presidente do Chile entre 04 de novembro de 1970 e 11 de setembro de 1973, durante um ataque ao Palácio presidencial de La Moneda, onde resistia ao assalto dos golpistas.

Allende é considerado "um mártir do socialismo pacífico" e a autópsia realizada no Hospital Militar horas depois da sua morte determinou que morreu na sequência de um tiro "de curta distância" que "poderia ter sido disparado pela própria pessoa".

A versão oficial é que o tiro foi disparado de uma arma que lhe foi oferecida pelo ex-Presidente de Cuba, Fidel Castro, com a inscrição "ao meu companheiro de arma", mas nem a arma nem as balas foram encontradas.

In DN

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Sete detidos em manifestação de ciclistas nus

por Lusa
Hoje


Cerca de 200 pessoas participaram no sábado na primeira manifestação de ciclistas nus organizada no Chile para apelar a um maior respeito pelos ciclistas, de que resultaram sete detenções.

Segundo um jornalista da agência France Press em Santiago do Chile, os manifestantes percorreram as ruas da capital chilena antes de removerem parcial ou totalmente as suas roupas.

A polícia chilena deteve sete pessoas por comportamento indecente por se terem despido em público.

Os manifestantes pretendiam apelar para os perigos a que estão sujeitos os ciclistas na rua.

Santiago do Chile é uma das cidades mais poluídas da América Latina, a par de São Paulo, no Brasil, e Cidade do México.

Também no sábado foi organizada uma manifestação semelhante no México contra os transportes motorizados urbanos, em que participaram 500 ciclistas nus, a sexta iniciativa do género naquele país.

Este movimento internacional foi lançado há 11 anos em Espanha.

http://www.dn.pt/galerias/fotos/?content_id=1876543&seccao=Globo

In DN

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Heróis obrigados a voltar às minas para sobreviver

Hoje


Nem todos os mineiros aproveitaram os 15 minutos de fama garantidos pelo salvamento mediático. Quase metade está desempregada e pelo menos quatro regressaram às minas.

Quando a euforia acabou e os 7800 euros oferecidos pelo milionário Leonardo Farkas se esgotaram, José Ojeda só teve uma solução. Voltar às minas. Mas o medo foi mais forte. Nas primeiras duas horas, tudo parecia correr bem, mas quando uma falha silenciou as máquinas, o pesadelo regressou. Teve de sair. Na segunda tentativa, em Maio, nem conseguiu entrar. Sem alternativa e não podendo esperar pela concretização das promessas de sucesso, o mineiro está a pensar voltar a tentar.

Há um ano, um desmoronamento de terras deixou 33 homens presos a 700 metros de profundidade na mina de San José, no Chile. Ojeda era um deles. E tal como quase metade dos companheiros, não conseguiu ainda encontrar um emprego estável. Não foi um dos poucos que soube aproveitar os 15 minutos de fama que o salvamento mediático garantiu e aguarda agora pela resolução dos processos jurídicos para ter direito a uma indemnização - quer seja por parte dos donos da mina ou do Estado, processado por ter ignorado as questões de segurança.

In DN

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874 detidos nos protestos estudantis no Chile

por Lusa
Hoje


O Governo chileno referiu hoje que foram detidas 874 pessoas durante os protestos estudantis de quinta-feira, e contabilizou 90 agentes da polícia feridos nos confrontos que se prolongaram por todo o dia.

Do total de detenções, 410 foram efectuadas na região da capital, Santiago, enquanto sete polícias permaneciam hospitalizados na sequência dos incidentes, precisou o secretário de Estado adjunto do Interior, Rodrigo Ubilla. O mesmo responsável não se referiu a civis feridos durante ascções de protesto, apesar de diversas informações emitidas por rádios locais referirem que pelo menos uma dezena de jovens recebeu assistência nas urgências hospitalares.

Os estudantes do ensino secundário e universitário, com o apoio do Colégio de Professores, desfiaram na quinta-feira uma proibição governamental e manifestaram-se no centro de Santiago do Chile, num ato integrado num protesto que se prolonga há mais de dois meses.

Estudantes e professores exigem mais financiamento do Estado para um sistema educativo definido como "injusto e desequilibrado", e que deverá "ter mais qualidade a ser tendencialmente gratuito".

In DN

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Mais de 60 mil nas ruas para exigir reformas na educação

por Lusa
Ontem

Mais de 60 mil manifestantes concentraram-se hoje nas ruas da capital Santiago do Chile numa nova jornada de protesto estudantil, a nona nos últimos três meses, para exigir reformas educacionais.

Poucas horas depois do início do protesto, seis jovens já tinham sido identificados pela polícia após confrontos com as forças de segurança.

Os manifestantes ergueram barricadas com pneus incendiados em alguns dos principais cruzamentos da capital chilena, provocando grandes engarrafamentos.

As forças de segurança tentaram dispersar os manifestantes com jactos de água e gás lacrimogéneo.

Há cerca de três meses que estudantes do ensino secundário e superior do Chile se manifestam para pedir melhorias no sistema de ensino.

O braço-de-ferro entre os estudantes e o Governo intensificou-se nas últimas semanas e a última jornada de protesto, realizada na semana passada, foi marcada por confrontos e actos de vandalismo.

Na altura, mais de 800 pessoas foram identificadas e cerca de 40 foram detidas.

In DN

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Pelo menos 300 detidos e 39 feridos em novo protesto

por Lusa
Hoje


Milhares de estudantes voltaram a sair na terça-feira às ruas do Chile para reclamar uma educação de qualidade e gratuita, protesto que causou, pelo menos, 39 feridos e a detenção de cerca de 300 pessoas.

Segundo o subsecretário do Interior chileno, Rodrigo Ubilla, o protesto contou com a participação de 70 a 80 mil pessoas, mas a organização aponta para cerca de 150 mil manifestantes.

Jovens encapuçados incendiaram veículos e saquearam lojas e registaram-se confrontos com a polícia, que recorreu a gás lacrimogéneo e canhões de água para dispersar os manifestantes.

Os protestos, que se prolongam há mais de dois meses, têm levado muitos estudantes do ensino secundário e universitário a recusarem-se a ir às aulas, encerrando as escolas e saindo às ruas para exigir uma melhor educação.

In DN

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30 feridos e 300 detidos no primeiro dia de greve geral

por Lusa
Hoje


Um total de 36 pessoas ficaram feridas e 348 foram detidas no Chile na quarta-feira, naquele que foi o primeiro dia de uma greve geral de 48 horas que pretende reivindicar a melhoria das condições de vida e trabalho.

Entre os feridos encontram-se 19 agentes da polícia e 17 civis, disse aos jornalistas o porta-voz do Governo, Andres Chadwick, que afirmou que a greve "injustificada não paralisou o país, que era o seu objectivo".

Dezenas de sindicatos convocaram uma greve de 48 horas para reclamar uma série de medidas que pretendem uma melhor distribuição dos frutos do forte crescimento que o Peru regista e apontaram uma adesão de 80 por cento no primeiro dia.

Os principais confrontos entre grevistas e forças de segurança ocorreram na capital, Santiago, onde a polícia recorreu a canhões de água e gás lacrimogéneo para dispersar os manifestantes.

http://www.dn.pt/inicio/globo/interior.aspx?content_id=1961875&seccao=EUA e Am%E9ricas

In DN

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Greve geral resulta em mais de 200 detenções e 27 feridos

por Lusa
Hoje


Uma greve geral de 48 horas no Chile resultou em duas noites de violência, que causaram 27 feridos e 210 detenções, e protestos em que participaram mais de 170 mil pessoas, deixando o Executivo de Sebastian Pinera à defesa.

No total, 27 pessoas ficaram feridas e 210 foram detidas por todo o país, mas a pior onda de violência foi registada na noite anterior, quando 42 polícias ficaram feridos, seis dos quais por disparos de tiros, na sequência de confrontos entre manifestantes e as autoridades na periferia da capital, Santiago, segundo indicou o vice-ministro do Interior, Rodrigo Ubilla.

De acordo com a polícia, cerca de 175 mil pessoas participaram nos protestos em dezenas de cidades do Chile, dos quais mais de 50 mil na capital, paralisando o centro, num clima festivo, apesar dos confrontos com as autoridades.

Já segundo indicou, esta quinta-feira, a CUT, a principal central sindical do Chile foram cerca de 600 mil as pessoas que, em todo o país, se aliaram às manifestações em defesa da melhoria das condições de vida e trabalho.

Até ao amanhecer os manifestantes e grupos de jovens "encapuçados" envolveram-se em confrontos com a polícia com recurso nomeadamente a pedras, paus e até armas de fogo.

Segundo indicou a empresa Chilectra, aproximadamente 50 mil habitantes de Santiago foram afectados por cortes de electricidade ligados aos incidentes e a actos de vandalismo.

O porta-voz do Governo, Andres Chadwick, considerou, no entanto, que os protestos de quinta-feira se desenrolaram "sem problemas de maior", apesar de ter salientando que a violência registada nas duas noites é a imagem que ficará da greve geral.

O ministério do Trabalho fala numa adesão de nove por cento por parte dos funcionários públicos, enquanto que um dos sindicatos em "mais de 80 por cento".

http://www.dn.pt/inicio/globo/interior.aspx?content_id=1962634&seccao=EUA

In DN

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Estudantes detidos por exigirem "educação gratuita"

por Lusa
Hoje

Cerca de 250 pessoas foram detidas na quinta-feira no Chile durante uma nova manifestação estudantil em protesto por uma educação pública gratuita e de qualidade.

No protesto, cerca de 30 polícias e 15 civis ficaram feridos, entre eles vários jornalistas nacionais e estrangeiros.

De acordo com informações recolhidas, 132 pessoas foram detidas, e 25 polícias e cinco civis ficaram feridos na capital chilena.

Entretanto a Rádio Bíobo revelou que nas cidades de Concepción, Talca, Curicó, Valdivia e Valparaíso registaram-se distúrbios "particularmente graves", nos quais a polícia prendeu 124 estudantes.

Um dos confrontos mais violentos entre a polícia e os manifestantes ocorreu na praça Perú de Concepción, localizada a 515 quilómetros a sul de Santiago do Chile, tendo os motins durado até cerca da meia-noite, de acordo com a mesma fonte.

As manifestações realizaram-se depois dos estudantes terem rompido o diálogo com o governo, que acusam de intransigente.

Os estudantes têm-se manifestado por uma educação pública e gratuita desde maio no Chile.

A Associação de Jornalistas do Chile condenou a atuação policial sobre os manifestantes.

In DN

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Mineiros pensaram cometer actos de canibalismo

por Lusa
Hoje


Um dos mineiros de Atacama (Chile), que permaneceram soterrados mais de dois meses a 700 metros de profundidade, revelou que durante os primeiros 17 dias, em que estiveram totalmente incomunicáveis, os 33 homens pensaram cometer atos de canibalismo.

A revelação é feita por Samuel Ávalos, o 22.º mineiro a ser resgatado da mina, por ocasião do primeiro aniversário da operação de resgate dos 33 homens, realizada a 13 de Outubro de 2010.

"Era uma questão de sorte de quem seria o primeiro, estávamos nisso, quem ia primeiro (...) os outros iam chegar lá, como animais", relatou Ávalos, num documentário transmitido esta semana pela Televisão Nacional (TVN) do Chile.

O programa, intitulado "17 dias enterrados vivos", é uma coprodução entre a TVN e a estação pública britânica BBC e recorda as cerca de duas semanas que os mineiros estiveram totalmente incomunicáveis.

Durante esse período, ninguém sabia se os trabalhadores da mina São José, situada a mais de 800 quilómetros a norte da capital Santiago do Chile, estavam vivos ou mortos após o desmoronamento de 5 de Agosto.

Os mineiros foram obrigados na altura a racionar a pouca comida que estava armazenada no refúgio, comendo em cada 48 horas duas colheres de atum em conserva, meio copo de leite e meia bolacha.

A ideia de os 33 mineiros terem equacionado cometer actos de canibalismo circulou em Fevereiro passado, quando o correspondente no Chile do diário britânico The Guardian, Jonathan Franklin, autor do livro "33 homens", defendeu esta hipótese.

"Com ou sem comida, tinha que sair dali. Tinha que pensar qual era o mineiro que ia morrer primeiro e pensar como ia comê-lo. Não tinha vergonha, não tinha medo", relatou então Franklin, citando o testemunho do mineiro Mario Sepúlveda, um dos mais populares do grupo.

Em 1972, jogadores da selecção de râguebi do Uruguai sobreviveram a um acidente de avião na cordilheira dos Andes (Chile) recorrendo ao canibalismo.

As histórias destes homens cruzaram-se quando um dos sobreviventes da queda do avião, José Luís Inciarte, foi um dos consultores que trabalhou na operação de resgate dos 33 mineiros.

Às 00:10 locais (04:10 hora de Lisboa), o primeiro dos 33 mineiros, Florencio Avalos, foi resgatado e transportado para a superfície numa cápsula metálica introduzida num dos três furos de evacuação que foram perfurados durante várias semanas.

O último mineiro, Luís Urzúa, o chefe de turno na mina, foi resgatado às 21:55 locais (cerca das 01:55 hora de Lisboa).

O caso dos mineiros do Chile comoveu a opinião pública internacional e a operação de resgate foi acompanhada via televisão por mais de mil milhões de pessoas em todo o mundo.

Segundo publicou na altura a comunicação social chilena, a audiência mundial das operações de resgate só poderá ser comparada com os 600 milhões de pessoas que em 1969 estiveram em frente ao televisor a ver a chegada do homem à Lua

In DN

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Legado de Pinochet em causa 40 anos após golpe

por Lusa
Hoje


Quarenta anos depois do golpe de Estado que derrubou o Governo socialista de Salvador Allende, o Chile está longe da reconciliação, entre a herança da ditadura de Augusto Pinochet e as exigências das novas gerações.


"Atualmente, vivemos noutro país. Um país que decidiu expressar as suas exigências, com a convicção de que é preciso mudar toda a herança da ditadura, e isso dá-nos uma perspetiva diferente sobre como abordar estes 40 anos", disse à agência noticiosa francesa AFP Lorena Pizarro, presidente da associação das Famílias dos Detidos-Desaparecidos.

O sociólogo Alberto Mayol afirmou que "esta comemoração produz-se no final de um ciclo político, nascido sob a ditadura, mantido numa fase de transição e atualmente em fase de conclusão".

Com o movimento dos estudantes, que gritaram na rua "Ela vai acabar, ela vai acabar, a educação de Pinochet!", a sociedade chilena exige mudanças de um modelo económico ultraliberal, que fez do Chile um dos países mais desenvolvidos da América Latina, mas de grandes desigualdades, com um sistema político pouco representativo.

"É todo um legado ditatorial que está hoje em questão", considerou Mayol.

Inspirado pelos discípulos do economista norte-americano Milton Friedman, Pinochet privatizou a saúde, a educação e as reformas.

De acordo com os dados do Fundo Monetário Internacional (FMI), o Chile está prestes a atingir um rendimento 'per capita' de 20.000 dólares por ano, o mais elevado da região. Os governos da transição democrática conseguiram reduzir, desde 1990, o índice de pobreza de 40 para 14%, apesar de persistirem disparidades sociais.

"Não se procura uma mudança radical para voltar ao que tínhamos antes da década de 1970, mas antes uma maior participação de algumas camadas da sociedade. Não é que queiram estar fora do modelo, mas querem ter um papel mais importante", considerou Francisco Klapp, investigador do Instituto Liberdade e Desenvolvimento, um centro conservador.

A dois meses da eleição presidencial, é o futuro do modelo que está em jogo.

A candidata socialista, a antiga presidente Michelle Bachelet e grande favorita do escrutínio, promete uma reforma profunda para acabar com os vestígios da ditadura, incluindo uma nova Constituição, para substituir a que foi imposta por Pinochet em 1980.

A principal rival de Bachelet e candidata da direita Evelyn Matthei é uma defensora da atual situação.

As duas candidatas a La Moneda partilharam uma infância comum, mas a 11 de setembro de 1973 a sua vida seguiu caminhos radicalmente diferentes.

Os pais das candidatas, ambos generais da força aérea, eram colegas e amigos. Alberto Bachelet foi preso a 11 de setembro de 1973 pela lealdade mostrada a Salvador Allende, e morreu alguns meses mais tarde, vítima de torturas. Fernando Matthei integrou a junta militar de Augusto Pinochet.

Se Michelle Bachelet e a mãe foram detidas, torturadas e exiladas, Evelyn Matthei fez parte do círculo íntimo do ditador.

Além das exigências de mudança, intensifica-se também o clamor para conhecer toda a verdade sobre uma ditadura que deixou mais de 3.200 mortos, 38.000 torturados e centenas de desaparecidos.

"Com o tempo, reconciliação e justiça tornaram-se conceitos contraditórios. Em qualquer país, a justiça pode levar à reconciliação, mas no Chile a reconciliação é sinónimo de injustiça e de impunidade. Infelizmente, não avançámos o suficiente em termos de justiça para provocar uma reconciliação", lamentou Lorena Pizarro.

Isabel Allende, senadora e filha do antigo presidente deposto, afirmou: "Não podemos fechar um ciclo enquanto não for dito aquilo que, até aqui, não pudemos dizer. Quarenta anos passados, há muitas coisas que só agora começaram a surgir".

Os dossiers de cerca de 1.300 crimes, cometidos durante os 17 anos de ditadura, ainda estão nas mãos da justiça chilena.

Perto de 800 funcionários públicos e militares foram julgados ou condenados, e 70 cumprem penas de prisão, quase todos em centros de detenção militares.

Manuel Contreras, chefe da polícia política chilena durante a ditadura, cumpre uma pena de 200 anos de prisão.

Pinochet morreu acamado, há sete anos, sem nunca ter sido julgado pelos crimes cometidos.

In DN