Honduras

Zelaya foi "irresponsável e idiota"

Hoje



O embaixador dos EUA na Organização dos Estados Americanos criticou regresso-surpresa do líder deposto

O presidente deposto das Honduras, Manuel Zelaya, voltou ontem a apelar ao aumento da pressão internacional contra o Governo interino, um dia depois de os EUA terem dito que o seu regresso ao país foi "irresponsável e idiota". Derrubado há três meses e expulso das Honduras, Zelaya regressou de surpresa a 21 de Setembro e está desde então na embaixada brasileira em Tegucigalpa.

A crítica de Washington foi proferida pelo embaixador dos EUA na Organização dos Estados Americanos (OEA), Lewis Amselem.

Por seu lado, o líder interino, Roberto Micheletti, mostrou-se disposto a "aliviar" o decreto que aprovara na véspera, limitando as liberdades dos hondurenhos. E após ter causado indignação ao não deixar entrar no país os membros de uma missão da OEA, pediu a sua presença nas Honduras.

Por seu lado, o general Romeo Vasquez Velasquez - um dos principais actores no golpe de Estado que derrubou Zelaya a 28 de Junho - disse na televisão que existia uma esperança de "diálogo", mas até agora este não se concretizou. Os militares continuam a rodear a embaixada brasileira.

In DN

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Chefe de missão brasileira espera solução da crise

por Lusa
Hoje



O chefe da missão parlamentar brasileira às Honduras, deputado federal Raul Jungmann, disse hoje à Agência Lusa estar esperançado numa solução "em breve" para a crise política hondurenha.


O deputado do Partido Popular Socialista (PPS), acompanhado por cinco outros parlamentares da Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados brasileiros, tem visitas programas para hoje ao Supremo Tribunal hondurenho e à Embaixada do Brasil, cercada pelos militares hondurenhos há três semanas em Tegucigalpa.

"O objectivo da nossa visita é tomar conhecimento da situação, de reportar ao parlamento brasileiro, trazer uma mensagem do Congresso brasileiro no sentido do diálogo, de pacificação, da busca de convergência para superação da crise e, evidentemente, procurar obter garantias para a comunidade (10 mil brasileiros), embaixada e diplomatas que aqui se encontram, e que hoje são motivo de preocupação para o Brasil", afirmou.

Para o parlamentar brasileiro, o papel do congresso brasileiro é dialogar no sentido de procurar ajudar a resolver conflitos.

"O Brasil tem experiência em termos de crises. Não querendo passar para nenhum outro país, achamos que a nossa experiência pode ser seguida", afirmou, sugerindo que as eleições nas Honduras podem representar um virar a página.

O deputado brasileiro afirmou que existem "sinais positivos de que está a haver intermediação entre ambas as partes e que há a possibilidade de uma saída" que se espera ocorrer em breve.

"Existe a esperança real de que, através da intermediação que decorre, se encontre um caminho para solucionar a crise", sublinhou.

Raul Jungmann disse que, neste momento, se vive um "instante politicamente de distensão e há uma esperança real de que se encontre, através da mediação que está sendo feita, um caminho para solucionar a crise".

O deputado brasileiro considerou ainda que o Brasil "tem uma experiência em termos de crise, porque superou a ditadura através do diálogo e de eleições.

"Essa é uma fórmula brasileira que sem querermos passar para nenhum outro país, acredito tenha alguns factores universais", destacou.

Para Jungmann "é preciso conversar e é preciso que cada parte ceda alguma coisa".

"Eu acredito que as eleições, não só no Brasil, mas no mundo inteiro, representam um virar a paz e seguir adiante, como eu desejo", afirmou, numa alusão à possibilidade da crise hondurenha vir a ser resolvida por via eleitoral.

"Não faremos nenhum contacto com o Governo local. Nossa negociação dar-se-á exclusivamente com o Parlamento", vincou Jungmann.

O Presidente deposto hondurenho, Manuel Zelaya, está refugiado na Embaixada brasileira desde o dia 21 de Setembro.

Após a missão, os parlamentares vão elaborar no Brasil um relatório completo sobre a situação que presenciaram nas Honduras.


In DN

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Avança diálogo entre Zelaya e Micheletti

Hoje

Representantes de ambos vão encontrar-se na próxima semana.

A Organização dos Estados Americanos (OEA) anunciou ontem haver um acordo para o início do diálogo entre o presidente deposto das Honduras, Manuel Zelaya, e o líder interino, Roberto Micheletti.

As negociações vão começar na próxima semana, entre os representantes de ambos. Um assessor de Zelaya - que continua na embaixada do Brasil em Tegucigalpa - disse que este propôs três pontos para iniciar o diálogo, que passam pela assinatura do acordo de San José (negociado com o líder da Costa Rica, Óscar Arias), a realização das alterações necessárias para que este se torne "actual" e finalmente que haja a garantia internacional do seu cumprimento.

O líder deposto mantém a exigência de regressar ao poder.

In DN

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Micheletti cede e pede revogação de decreto polémico

por Lusa



O presidente golpista das Honduras, Roberto Micheletti, anunciou hoje que vai pedir ao Conselho de Ministros para revogar um decreto que restringe as liberdades fundamentais no país.

"A minha intenção é revogar o decreto, mas caberá ao Conselho de Ministros revogar hoje as restrições às liberdades de reunião e de imprensa", disse Micheletti numa entrevista difundida por uma cadeia de televisão local.

O governo de Micheletti, resultante de um golpe de Estado que derrubou o presidente Manuel Zelaya em 28 de Junho, assinou em 27 de Setembro um decreto que limita as liberdades de circulação, de reunião e de imprensa, além de autorizar detenções sem mandato judicial.

Dois órgãos comunicação social que se opõem ao golpe de Estado, a Rádio Globo e a Cadeia 36 de televisão, foram encerrados no dia seguinte.

A revogação do decreto é uma das condições impostas por Manuel Zelaya, refugiado na embaixada do Brasil em Tegucigalpa, para iniciar um diálogo com o regime de Micheletti.

Em entrevista ao mesmo canal, Micheletti admitiu hoje pela primeira vez o regresso ao poder do presidente Zelaya, sem especificar claramente as condições.

O presidente expulso do poder nas Honduras em 28 de Junho, através de um golpe de Estado conduzido por Micheletti, propõe uma agenda de três pontos para resolver a crise política no país, que prevê o seu regresso ao poder chefiando um governo de coligação.

Segundo um porta-voz de Zelaya, o primeiro ponto da agenda é a aprovação e assinatura do Acordo de San José, o segundo ponto é introduzir alterações ao texto proposto pelo presidente da Costa Rica, Oscar Arias, e o terceiro que a implementação seja supervisionad por observadores nacionais e internacionais.

Zelaya também garantiu não ter intenção de convocar uma assembleia nacional constituinte após regresso ao poder, para tranquilizar os actuais deputados.

Face às ambíguas condições do processo, a principal associação de empresários das Honduras propôs o envio de uma força de manutenção de paz internacional para acompanhar a transição de poder no país, mas sem a presença do Brasil nem da Venezuela, por "não terem permanecido neutros" no evoluir da situação.

"Essa força internacional garantiria que o acordo de paz seja implementado por ambas as partes", referiu a associação de empresários.

In DN

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Honduras elegem um Lobo que promete governar em união

por HUGO COELHO,
Hoje



Candidato nacionalista conseguiu vitória clara numas eleições participadas, cinco meses depois do golpe que depôs Manuel Zelaya

O nacionalista Porfirio Lobo venceu domingo as eleições presidenciais nas Honduras, consideradas um passo decisivo para pôr fim à crise política no país. "Pepe", como é conhecido, sucede a Manuel Zelaya, o esquerdista deposto num golpe de Estado há cinco meses.

Lobo derrotou o liberal Elvin Santos por 55% contra 39% dos votos, segundo resultados provisórios. A vitória clara e o elevado nível de participação - perto de 60% - dão ao nacionalista uma inesperada legitimidade política

As eleições foram convocadas - à revelia da comunidade internacional - pelo Governo golpista de Roberto Micheletti, que prometeu entregar o poder sem condições. Zelaya foi impedido de concorrer e apelou aos apoiantes que boicotem a "farsa". Em San Pedro Sul e Olancho a polícia dispersou manifestantes. Um jovem morreu segundo relatos não confirmados.

O mundo dividiu-se sobre o escrutínio. Os Governos do Brasil, Argentina e Venezuela e várias outras nações latino-americanas garantiram que não reconhecerão o vencedor das eleições porque isso seria como legitimar o golpe.

Em contrapartida, Washington anunciou que aceitará os resultados das eleições que descreveu como "um passo em frente do povo das Honduras". A mesma posição tomaram Itália e Alemanha.

No seu discurso de vitória, Lobo optou por um tom conciliatório e estendeu a mão aos seus críticos e adversários. "Faremos um Governo de unidade nacional, de reconciliação, não é tempo para mais divisões", afirmou.

O presidente eleito pediu aos outros países para respeitarem a vota do povo das Honduras e numa mensagem velada a Zelaya, prometeu que vai optar por um "diálogo aberto, amplo em que nada será descartado à partida".

Se o "nada" quer dizer "estar disposto a tudo" é a pergunta que está sem resposta. Zelaya continua refugiado na embaixada brasileira em Tegucigalpa e mantém-se irredutível na exigência de regresso ao poder. A questão vai ser discutida amanhã pelo Congresso. Não se sabe o que acontecerá se os congressistas votarem pela sua recondução. O mandato presidencial de Zelaya terminaria a 27 de Janeiro de 2010.

O esquerdista foi deposto pela força e obrigado ao exílio em Junho por membros do seu partido, por alegadamente planear convocar um referendo e alterar a Constituição para se perpetuar no poder. O Supremo Tribunal julgara a consulta ilegal.

Lobo foi vencido por Zelaya em 2005. Na altura defendia "mão dura" contra o crime e regresso à pena de morte. Analistas culpam o radicalismo, entretanto atenuadas, pela derrota.

O nacionalista de 61 anos é um latifundiário cinturão negro de karaté com currículo político. Os críticos dizem que estudou na União Soviética, ele nega.

In DN

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Nova presidência comete assassínios políticos e tortura

por Lusa
Hoje


A presidência de Porfírio Lobo, no cargo desde 27 de Janeiro, já cometeu violações dos direitos humanos, incluindo dois assassínios políticos e casos de tortura, acusou A Comissão Nacional de Famílias de Detidos Desaparecidos (Cofadeh).

A Cofadeh, organização que se opôs ao golpe de Estado que derrubou o Presidente Manuel Zelaya a 28 de Junho de 2009, referiu os assassínios de uma sindicalista - Vanesa Zepeda, encontrada morta por estrangulamento no passado dia 03 - e de um partidário de Zelaya - Julio Funez Benitez, morto no dia 15 à saída de uma reunião política.

Numa conferência de imprensa com a Frente de Resistência contra o Golpe de Estado, a mesma comissão denunciou também oito casos de tortura e 53 prisões ilegais.

As duas organizações referiram ainda que cerca de 150 pessoas abandonaram as Honduras desde que Lobo assumiu o poder.

A responsabilidade dos assassínios e das torturas cabe "à oligarquia hondurenha e à sua expressão política, o governo de 'Pepe' Lobo, acusou a Frente de Resistência, que condenou desde já a Comissão da Verdade a instalar na quinta feira pelo novo presidente, a fim de analisar os factos relacionados com o golpe de Estado.

"Não há vontade política para estabelecer a verdade, porque o governo que lançou a ideia desta comissão nem sequer reconhece que houve um golpe de Estado no país", concluiu a frente.

In DN

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Honduras apreendem submarino e 10 toneladas de coca

por Lusa
Hoje

As autoridades das Honduras já apreenderam este ano 10 toneladas de cocaína e um submarino carregado com droga, informou hoje o secretário da Defesa do país centro-americano, Marlon Pascua.

O alto funcionário disse aos jornalistas que a droga apreendida está avaliada em mais de 500 milhões de dólares (352 milhões de euros), acrescentando que, segundo estatísticas dos EUA, está identificado que "80 por cento" da droga que circula pelas Honduras vem "por via marítima", principalmente pelo Caribe. O resto vem em avionetas procedentes, em geral, da Colômbia e Venezuela.

Marlon Pascua salientou que, na zona de La Mosquitia, no Caribe hondurenho, fronteiriço à Nicarágua, "há populações inteiras" de hondurenhos envolvidas no tráfico ilegal de droga para o seu país.

Perante esta situação, adiantou que foi iniciada uma actividade policial permanente na zona de La Mosquitita, onde no passado dia 13 foi interceptado um submarino, com cinco tripulantes, que transportava dois fardos de cocaína.

In DN

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Incêndio numa prisão faz mais de 200 mortos

por DN.PT
Hoje

Os serviços prisionais hondurenhos dizem que o incêndio numa prisão de Comayagua, no centro das Honduras, terá causado a morte a 200 pessoas, de acordo com a AFP. Segundo a agência EFE serão mais de 270 os mortos.

Segundo o responsável pela administração das prisões das Honduras, Danilo Orellana, o incêndio não foi resultado de nenhum motim. Um inquérito já foi aberto para averiguar as causas da tragédia.

Um balanço inicial dos bombeiros de Comayagua apontava para a existência de cem mortos. "Os dados preliminares que temos é que umas cem pessoas terão morrido calcinadas ou asfixiadas, mas não é possível por agora confirmar um número certo", disse à agência EFE o sargento Josué García.

Segundo a mesma fonte, o incêndio começou por volta das 22.55 locais (04.55 em Lisboa) numa das alas da prisão, onde estavam detidas cerca de 500 pessoas. "Há muitos corpos empilhados no interior das celas. São pessoas que provavelmente tentaram fugir do fogo, mas não conseguiram", afirmou o porta-voz dos bombeiros.

Nos hospitais da cidade foram atendidos "dezenas de queimados e feridos".

In DN

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Número de mortos no incêndio sobe para 350

por DN.PT
Hoje


Os serviços prisionais hondurenhos dizem que o incêndio numa prisão de Comayagua, no centro das Honduras, terá causado a morte a pelo menos 350 pessoas.

Segundo o responsável pela administração das prisões das Honduras, Danilo Orellana, o incêndio não foi resultado de nenhum motim. Segundo a AFP, um inquérito já foi aberto para averiguar as causas da tragédia.

Um balanço inicial dos bombeiros de Comayagua apontava para a existência de cem mortos. "Os dados preliminares que temos é que umas cem pessoas terão morrido calcinadas ou asfixiadas, mas não é possível por agora confirmar um número certo", disse à agência EFE o sargento Josué García.

Segundo a mesma fonte, o incêndio começou por volta das 22.55 locais (04.55 em Lisboa) numa das alas da prisão, onde estavam detidas cerca de 500 pessoas. "Há muitos corpos empilhados no interior das celas. São pessoas que provavelmente tentaram fugir do fogo, mas não conseguiram", afirmou o porta-voz dos bombeiros.

Nos hospitais da cidade foram atendidos "dezenas de queimados e feridos".

In DN