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Novas previsões da OCDEAs novas previsões da OCDE representam uma primeira inversão positiva das expectativas de crescimento para os Estados Unidos da América e um agravamento da travagem económica para a Zona Euro.
Qual o fundamento deste reviravolta? Seguramente o desempenho no 2.º trimestre deste ano - em alta nos EUA, em baixa forte na ZE - não é alheio a ela. Mas também o é a forte quebra dos preços das matérias-primas alimentares e industriais, que constituem um alívio geral nas pressões inflacionistas presentes nas economias desenvolvidas.
Não são de descartar, igualmente, outros efeitos derivados daquela evolução recente. O desempenho melhor do que o esperado da economia norte-americana reforça o dólar, ajuda a reduzir o preço do barril de petróleo titulado em dólares e desvia os capitais especulativos de curto prazo, do sector das matérias-primas para os demais activos em bolsa.
Em Julho passado, pelo efeito conjugado dos factores descritos, a inflação parou de subir na Zona Euro, registando mesmo algumas descidas importantes. O euro tem vindo a cair, voltando ao câmbio do início do ano face ao dólar. As expectativas apontam agora para um alívio de 0,25% nas taxas de juro do euro até ao fim do ano. Estas expectativas tornam, assim, menos atraente a remuneração para os detentores especulativos da moeda única europeia, o que reforça o seu progressivo enfraquecimento.
Tudo isto ajuda ao relançamento das exportações europeias e do reganhar da confiança no Velho Continente. Mas ninguém pode ainda afiançar que esta inversão de tendência seja firme e sustentada.
In DN (Editorial)