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Dalai Lama apela à abertura da Chinapor LUSA
Hoje
O Dalai Lama disse hoje, em Taiwan, estar preparado para negociar a situação do Tibete com a China, mas sublinhou ser necessária uma abertura de Pequim ao diálogo."A nossa posição é muito clara, estamos sempre preparados para negociar desde que haja essa abertura por Pequim", disse hoje o líder espiritual do Tibete, ao sublinhar que "essa abertura não existiu até agora".
Membros do governo chinês e representantes do Dalai Lama mantiveram encontros secretos para discutirem a autonomia do Tibete desde 1979, com a última ronda, em Novembro, a terminar com os dois lados a trocarem acusações por não terem sido alcançados progressos.
Pequim rotula o Dalai Lama -- exilado na Índia desde 1959 - de "separatista", culpando-o dos motins de Lhasa, em Março 2008, após quatro dias de manifestações pacíficas de monges budistas contra o domínio chinês do Tibete e que causaram vítimas mortais.
O Dalai Lama conclui sexta-feira a sua visita a Taiwan que, como sublinhou por diversas ocasiões, teve o propósito de confortar as vítimas do tufão Morakot, afastando qualquer motivação política.
A visita decorreu de um convite do Partido Democrático Progressista, favorável à independência de Taiwan e que, segundo o Governo chinês, "congeminou" a viagem do exilado líder tibetano para "prejudicar as relações" entre Taipé e Pequim.
A China "opôs-se firmemente" à deslocação do Dalai Lama a Taiwan.
O líder espiritual tibetano considera que ainda é cedo para verificar se a sua visita à ilha afectou as relações entre Pequim e Taipé.
"Talvez dentro de seis meses ou um ano possamos avaliar essa questão", acrescentou em declarações a um canal de televisão da Formosa.
Taiwan - a ilha onde se refugiou o antigo governo chinês depois da tomada do poder pelo Partido Comunista, em 1949 - é vista por Pequim como uma província da China e não uma entidade política soberana.
O governo chinês defende a "reunificação pacífica", segundo a mesma fórmula adoptada para Hong Kong e Macau ("um país, dois sistemas"), mas ameaça "usar a força" se a ilha declarar a independência.
In DN