Colmeia
Gostaria de reagir a esta mensagem? Crie uma conta em poucos cliques ou inicie sessão para continuar.

Colmeia

Espaço arejado e limpo, onda a baixaria não entra
 
InícioPortalÚltimas imagensProcurarRegistarEntrar

 

 Pobreza ... e não só...

Ir para baixo 
3 participantes
AutorMensagem
Admin
Admin
Admin


Mensagens : 6697
Data de inscrição : 22/08/2008

Pobreza ... e não só... Empty
MensagemAssunto: Pobreza ... e não só...   Pobreza ... e não só... Icon_minitimeSex Mar 13, 2009 5:05 pm

.
POBREZA DESDOBRADA

Fernanda Câncio
Jornalista - fernanda.m.cancio@dn.pt

Desta vez foi na Quinta do Cabrinha, o bairro construído na Avenida de Ceuta, em Lisboa, para receber os habitantes do demolido Casal Ventoso.

Uma série de pessoas ocupou casas que estavam vazias e foi despejada pela polícia. Directos no local dão a voz aos despejados: uma jovem mulher com um bebé ao colo explica que vivia na casa dos pais onde dormia no chão com os filhos, um dos quais "tem problemas" e que pediu à Câmara o "desdobramento" (jargão que refere a atribuição de uma outra casa a uma parte de uma família que vive num fogo de habitação social) mas "eles não deram". Perante a recusa, ela e o marido (que ficou detido) ocuparam uma casa "e agora não têm para onde ir". A repórter pergunta: "E a senhora estava disposta a pagar uma renda?" A resposta é não só afirmativa mas entusiástica: "Claro!". No fim, a repórter conclui: "Esta é só uma das versões".

É, de facto, uma das versões. Mas antes mesmo de ir às outras, ficou por saber o essencial desta: por que acha a senhora em causa que tem um direito inalienável a uma casa "da Câmara". Sem esta pergunta e respectiva resposta, todas as reportagens e notícias sobre este assunto não são mais que entretenimento - de um certo tipo, mas entretenimento. O entretenimento de uma viagem ao mundo dos pobres que não só se reclamam pobres sem esperança de sair da pobreza, como levam a mal se alguém põe a sua pobreza em causa.

Não fazer a pergunta é admitir, paradoxalmente, que as políticas contra a exclusão, de que a habitação social é um símbolo, não servem para nada. Que é normal a filha de um casal realojado ser realojada - que é normal que a atribuição de uma casa de custo controlado aos pais, para acudir a uma situação de emergência social , não tenha qualquer efeito na geração seguinte. Ou seja, que a pobreza é endémica e sem remédio - que se desdobra.

Este raciocínio, em última análise, leva ao fim das políticas de combate à exclusão e favorece o discurso dos que propõem largar cada um à sua sorte. É, no entanto, o raciocínio que mais comummente articula quem se reclama como grande defensor dessas políticas e, pasme-se, dos direitos dos mais desfavorecidos. É o raciocínio que levou a que durante 35 anos de democracia tão poucas vezes se tenham feito as perguntas certas - quantos bairros sociais há, quanto custaram, em que estado estão, quem lá vive e há quanto tempo, qual o seu rendimento médio, que idade tem, qual o motivo da atribuição da casa , qual o valor das rendas, qual o modo como são calculadas e qual a respectiva taxa de cumprimento - e nunca se tenham ouvido as respostas. Suspeita-se até de que ninguém as conheça. Sucede que sem regras claras e justas as políticas sociais correm o risco de não servir para aquilo a que se propõem - ajudar os que de facto precisam - e de funcionar como uma espécie de multiplicador da exclusão. É tempo de que quem as defende - a esquerda, portanto - pare de se desdobrar em desculpas e assuma as suas responsabilidades.|

In DTM

Twisted Evil Rolling Eyes
Ir para o topo Ir para baixo
https://colmeia.forumeiros.com
Admin
Admin
Admin


Mensagens : 6697
Data de inscrição : 22/08/2008

Pobreza ... e não só... Empty
MensagemAssunto: 1,9 milhões de portugueses vivem com menos de 414€/mês   Pobreza ... e não só... Icon_minitimeTer Jan 19, 2010 10:07 pm

.
1,9 milhões de portugueses vivem com menos de 414€/mês

por CÉU NEVES
Hoje

Pobreza ... e não só... Ng1244136

Portugal mantém o índice de pobreza de 18%, já depois das transferências sociais.

Em Portugal, 1,9 milhões de pessoas vivem com menos de 414 euros por mês, isto depois de receberem as prestações sociais. São pobres e representam 18% da população nacional, segundo os dados do Eurostat relativos a 2007, ontem divulgados. O País mantém o índice de pobreza de 2006 e continua acima da média europeia, 17%. E se compararmos as franjas etárias - os mais novos e os mais velhos -, a diferença da UE é de três pontos para pior.

O índice de pobreza em Portugal tem vindo a descer, tendo-se situado nos 20% em 2004, 19% em 2005 e 18% em 2006. Esta é a primeira vez em que o número de pobres se mantém, segundo contas do Eurostat de 2008 referentes a 2007 - a pergunta é relativa ao ano anterior à realização do inquérito.

Segundo o sociólogo Bruto da Costa, mais importante do que a diminuição do número de pobres no País é a lentidão com que tem vindo a descer. "A questão está em saber se essa redução é satisfatória e, na minha opinião, é claramente insatisfatória", argumenta o presidente do Conselho Económico Social. Bruto da Costa fez as contas e concluiu que, a este ritmo, chegaríamos a 2015 com um índice de pobreza " bastante elevado para os objectivos do Milénio".

Pobre, segundo o conceito da Comissão Europeia, é toda a pessoa que recebe menos de 60% da mediana dos salários do país onde reside, o que em Portugal significa 5800 euros anuais e representa 414 euros mensais, divididos por 14 meses. Este é um valor difícil de alcançar sobretudo para quem tem menos de 18 anos (23% de pobres neste grupo etário) e mais de 64 (22% são pobres). E mesmo quem tem um emprego pode cair numa situação de pobreza, o que acontece com 12% dos empregados portugueses. A média europeia é de 8% dos trabalhadores.

O indicador de pobreza coloca Portugal numa situação melhor do que a Espanha, a Grécia (ambos com 20% de pobres) e a Itália (19%), mas a comparação não pode ser linear, adverte Bruto da Costa, que explica: "As comparações internacionais não podem disfarçar a realidade. O que é importante é perceber o que é que a pobreza significa na cultura portuguesa e o que é possível fazer com os recursos que temos."

É que o Eurostat também revela que 64% dos portugueses não podem pagar uma semana de férias fora da sua residência, quase o dobro da média europeia (37%). Trinta e cinco por cento não têm dinheiro para aquecimento da casa (9% na UE) e nove por cento não têm carro (igual à média europeia). E quatro por cento dos portugueses não conseguem pagar uma refeição com carne, galinha ou o equivalente em legumes, de dois em dois dias. A média dos 27 é bem mais elevada, 9%.

In DN

Embarassed Rolling Eyes
Ir para o topo Ir para baixo
https://colmeia.forumeiros.com
Admin
Admin
Admin


Mensagens : 6697
Data de inscrição : 22/08/2008

Pobreza ... e não só... Empty
MensagemAssunto: Pedidos por desemprego e créditos aumentam desde 2007   Pobreza ... e não só... Icon_minitimeQui Jan 21, 2010 4:55 pm

.
Pedidos por desemprego e créditos aumentam desde 2007

por Lusa
Hoje

Pobreza ... e não só... Ng1245111

Os 17 Bancos Alimentares Contra a Fome distribuíram mais de 20 mil toneladas de alimentos em 2009, um aumento de 15 por cento face a 2008, potenciado pela recolha de frutas e por um programa comunitário de apoio a carenciados.

As “pessoas carenciadas” constituem o perfil típico de quem recorre aos Bancos Alimentares, mas desde 2007 que há um aumento de pedidos de auxílio por parte de desempregados e famílias sobreendividadas.

Apesar de os dados de 2009 ainda não terem sido recolhidos, a presidente do Banco Alimentar Contra a Fome avançou à agência Lusa que se registou, pelo menos, um aumento de 15 por cento em relação a 2008, ano em que foram distribuídas 17 500 toneladas de alimentos.

"Pode dizer-se, sem arriscar muito, que nós recolhemos mais 15 por cento de alimentos do que em 2008", sustentou Isabel Jonet, explicando que "em 2009 houve muitas retiradas de fruta e um programa comunitário de apoio alimentar a carenciados".

Em 2008, os catorze Bancos Alimentares distribuíram alimentos num valor global estimado superior a 27 352 milhões de euros, com um movimento médio de 69,4 toneladas de alimentos por dia útil.

Segundo a responsável, os géneros alimentares recolhidos são distribuídos por mais de 1650 instituições que os entregam a cerca de 267 mil pessoas com carências alimentares comprovadas, sob a forma de cabazes ou de refeições confeccionadas.

Traçando o perfil das pessoas que procuram o Banco Alimentar, Isabel Jonet disse que são "pessoas carenciadas" que podem agrupar-se em: idosos com pensões baixas, crianças de famílias desestruturadas, deficientes, alcoólicos, toxicodependentes sem autonomia de vida.

Há ainda desempregados pontuais ou de longa duração (sobretudo pessoas de 50/55 anos) que já não encontram lugar no mercado de trabalho e famílias que, embora tendo um emprego, não auferem os rendimentos suficientes para garantir todas as responsabilidades assumidas, nomeadamente com créditos, explicou.

"Estes dois últimos grupos têm vindo a aumentar desde 2007, com especial relevo no último semestre", frisou.

"Acresce que algumas pessoas que tinham duplo emprego para assegurar um determinado padrão de consumo ficaram sem um dos empregos, vendo assim muito reduzido o seu rendimento, sem no entanto estarem desempregadas, não aparecendo por isso nas estatísticas", explicou.

Os Bancos Alimentares distribuem, ao longo de todo o ano, os géneros alimentares recorrendo a Instituições de Solidariedade Social por si seleccionadas e acompanhadas em permanência.

Incentivam também as visitas domiciliárias e o acompanhamento muito próximo e individualizado de cada pessoa ou família necessitada por estas instituições, de forma a ser possível efectuar, em simultâneo, um verdadeiro trabalho de inclusão social.

As campanhas mobilizaram, em 2009, 27 mil voluntários que disponibilizaram algum do seu tempo durante o fim-de-semana para participar nas campanhas de recolha (Maio e Novembro).

"Tarefas como a recolha nos estabelecimentos comerciais, o transporte, pesagem e separação dos produtos, foram integralmente asseguradas por voluntários, confirmando assim a entusiástica mobilização colectiva ao projecto do Banco Alimentar Contra a Fome", salientou Jonet.

Sublinhou ainda que se "trata da maior acção de voluntariado organizada em Portugal, mostrando que a acção conjunta de todos os agentes de solidariedade gera resultados muito superiores aos que seriam obtidos se cada um deles resolvesse agir de forma isolada".

Em Novembro 2009 foram abrangidas 1323 superfícies comerciais das zonas de Abrantes, Algarve, Aveiro, Braga, Coimbra, Cova da Beira, Évora e Beja, Leiria-Fátima, Lisboa, Oeste, Portalegre, Porto, Santarém, Setúbal, S. Miguel, Viana do Castelo e Viseu.

In DN

Rolling Eyes
Ir para o topo Ir para baixo
https://colmeia.forumeiros.com
Romy

Romy


Mensagens : 5711
Data de inscrição : 23/08/2008

Pobreza ... e não só... Empty
MensagemAssunto: Sónia Lisboa e os 3 irmãos vivem sozinhos com 220€/mês   Pobreza ... e não só... Icon_minitimeSex Jan 22, 2010 5:02 pm

.
Sónia Lisboa e os 3 irmãos vivem sozinhos com 220€/mês

por AMADEU ARAÚJO, Viseu
Hoje

Pobreza ... e não só... Ng1245525

Adolescentes não têm sequer televisão. Em Portugal há dois milhões de pobres.

Não têm televisão nem aquecedor, não sabem o que é uma consola de jogos nem tão-pouco o que é comprar roupa nova. Sónia Lisboa, de 19 anos, tem 220 euros de rendimento social de inserção para sustentar os três irmãos, de 15, 16 e 17 anos. "O dinheiro mal chega para a alimentação."

A mãe de Sónia morreu há nove meses. Deixou 12 filhos. Oito deles emigraram. E Sónia ficou sozinha a tomar conta dos irmãos que "ainda estudam". Os quatro irmãos vivem no limiar da pobreza, um problema que atinge quase dois milhões de portugueses.

Há duas semanas que a família está numa "casa nova, atribuída pela Câmara de Vila Nova de Paiva", perto de Viseu. Agora pagam apenas "quatro euros de renda", mas mesmo assim não têm aquecimento. "O dinheiro não chega a tudo", diz, com frieza. "Televisão, muito menos", e "consola de jogos ou computador" então, "nem pensar!", conta a jovem.

Enquanto não arranja um emprego, Sónia gere a casa. As contas não são difíceis de fazer. A juntar à renda "há que pagar a luz, cerca de 20 euros, e a água, por norma, 5 euros". O resto, 191 euros, "é gasto na comida" dela e dos três irmãos.

Nos meses em que "sobram dias e falta dinheiro é preciso alguma ginástica ou comprar fiado para que não falte comida na mesa", explica. "Não há dinheiro para comprar roupas ou calçado", e o que ela e os irmãos vestem "é dado por alguns amigos e pelas instituições de assistência social".

A vida já "foi pior e melhor". Pior porque já viveu numa casa onde pagava "200 euros de renda" e melhor porque quando a mãe "era viva tínhamos a pensão dela e a Segurança Social dava-nos outros abonos que agora retiraram".

A mudança para a casa nova "foi rápida e a mobília coube toda numa carrinha". Na moradia social no Bairro do Facho, de novo apenas as paredes, porque os móveis são poucos e muito usados. Um fogão e um velho frigorífico, quatro cadeiras, uma mesa e um sofá e as três camas. Até há pouco tempo, Sónia trabalhou num lar. Quer um emprego "para dar uma vida melhor aos irmãos".

Como ajudar

Quem quiser ajudar estes quatro irmãos, pode fazê-lo através de um depósito na conta 0045 3230 4022 4214 1117 7 da Caixa de Crédito Agrícola, a que se associou o comandante dos bombeiros de Vila Nova de Paiva. O DN estará presente na entrega do cheque a Sónia Lisboa, a irmã mais velha, que também é titular da conta.

Quem quiser contribuir com outro tipo de ajuda, pode enviar um e-mail para o endereço dn@dn.pt, a fim de obter os contactos da família.

In DN

Pobreza ... e não só... Help2
Ir para o topo Ir para baixo
Admin
Admin
Admin


Mensagens : 6697
Data de inscrição : 22/08/2008

Pobreza ... e não só... Empty
MensagemAssunto: Ajuda chega a Sónia Lisboa   Pobreza ... e não só... Icon_minitimeTer Jan 26, 2010 9:37 pm

.
Ajuda chega a Sónia Lisboa

por AMADEU ARAÚJO, Viseu
Hoje

Pobreza ... e não só... Ng1247190

Cinco dias depois da reportagem do DN sobre a situação de Sónia Lisboa, a jovem de Vila Nova de Paiva que cuida dos irmãos com 220 euros atribuídos pela Segurança Social, muitos foram os que quiseram ajudar. A jovem já recebeu as primeiras ajudas.

A mãe de Sónia morreu há nove meses. Deixou 12 filhos. Oito deles emigraram. E Sónia ficou sozinha a tomar conta dos irmãos que "ainda estudam". Os quatro irmãos vivem no limiar da pobreza, um problema que atinge quase dois milhões de portugueses.

Logo após a notícia “houve muitos telefonemas, mais de 70, de pessoas a disponibilizarem-se para ajudar”, contou o comandante dos Bombeiros de Vila Nova de Paiva, Acácio Fonseca.

A conta de solidariedade da jovem também já recebeu donativos “sólidos”, revelou fonte do Crédito Agrícola onde Sónia Lisboa tem aberta uma conta de solidariedade.

Hoje, a jovem reconhece que “a ajuda é bem-vinda” mas pede “recato porque os irmãos são menores e uma família unida vale mais que tudo”.

Também a Segurança Social e a Câmara Municipal, que lhe atribuiu uma casa social, continuam atentas ao problema.

Como ajudar

Quem quiser ajudar os quatro irmãos, pode fazê-lo através de um depósito na conta 0045 3230 4022 4214 1117 7 da Caixa de Crédito Agrícola, a que se associou o comandante dos bombeiros de Vila Nova de Paiva. O DN estará presente na entrega do cheque a Sónia Lisboa, a irmã mais velha, que também é titular da conta.

Quem quiser contribuir com outro tipo de ajuda, pode enviar um e-mail para o endereço dn@dn.pt, a fim de obter os contactos da família.

In DN

Razz
Ir para o topo Ir para baixo
https://colmeia.forumeiros.com
Admin
Admin
Admin


Mensagens : 6697
Data de inscrição : 22/08/2008

Pobreza ... e não só... Empty
MensagemAssunto: Governo retira do OE novo apoio a famílias pobres   Pobreza ... e não só... Icon_minitimeSáb Jan 30, 2010 4:37 pm

.
Governo retira do OE novo apoio a famílias pobres

por CATARINA ALMEIDA PEREIRA
Hoje

Pobreza ... e não só... Ng1248753

Ministério do Trabalho garante que a intenção se mantém, mas não esclarece se o custo está, ou não, orçamentado

O Governo retirou da versão final do Orçamento do Estado a intenção de avançar, já em 2010, com uma nova prestação social de apoio às famílias pobres com filhos. Ao DN, o Ministério do Trabalho não esclarece se a verba que financiará este apoio está, ou não, orçamentada.

Trata-se de uma promessa eleitoral que, segundo explicou a ministra do Trabalho, Helena André, a 18 de Dezembro, no Parlamento, deverá avançar em 2010, Ano Europeu do Combate à Pobreza.

A versão preliminar do Orçamento do Estado, a que o DN teve acesso, estipulava expressamente que "o Governo promoverá, já em 2010, o desenvolvimento de duas novas prestações sociais, dirigidas a pessoas com deficiência e a famílias trabalhadoras com filhos que tenham rendimentos inferiores ao limiar da pobreza".

Na versão final do documento, apresentado esta semana, este parágrafo desaparece.

Questionado sobre o facto da referência não constar da versão final, fonte oficial do Ministério do Trabalho confirma apenas que "a prestação para famílias trabalhadoras com filhos será aprovada e apresentada durante o ano de 2010". A mesma fonte remete para esse momento "qualquer divulgação de mais detalhes", não esclarecendo quais os custos e alcance da medida e se o novo apoio está, ou não, orçamentado.

Há pouca informação sobre esta nova prestação social, anunciada de forma genérica, e que ao que tudo indica deverá funcionar como um complemento, à semelhança do que existe para os idosos. E não é para menos. Os dados mais recentes do Instituto Nacional de Estatística (INE) revelam que a pobreza de famílias trabalhadoras com crianças se agravou de forma significativa: a taxa de risco passou de 5% em 2007 para 10% em 2008.

Num ano marcado pelo extraordinário aumento do desemprego - que em Dezembro terá chegado a 563 mil pessoas - a Segurança Social enfrentou o aumento das despesas com apoios, e a estagnação da principal fonte de receita, as contribuições. A tendência deverá agravar-se este ano, com o saldo da Segurança Social a cair a pique: de 1611 milhões em 2007 para 559 milhões em 2009 e 294 milhões em 2010

In DN

Embarassed Rolling Eyes
Ir para o topo Ir para baixo
https://colmeia.forumeiros.com
Romy

Romy


Mensagens : 5711
Data de inscrição : 23/08/2008

Pobreza ... e não só... Empty
MensagemAssunto: 200 pessoas ajudaram Sónia Lisboa num mês   Pobreza ... e não só... Icon_minitimeQua Fev 24, 2010 12:36 pm

.
200 pessoas ajudaram Sónia Lisboa num mês

por AMADEU ARAÚJO, Viseu
Hoje

Pobreza ... e não só... Ng1259369

Jovem de Vila Nova de Paiva que cuida de irmãos recebeu emprego e ainda dinheiro, móveis, electrodomésticos e roupa

No último mês, mais de 200 pessoas deram ajuda a Sónia Lisboa, a jovem de Vila Nova de Paiva que cuida de três irmãos com apenas 220 euros atribuídos pela Segurança Social. A rapariga de 19 anos "está contente" e prepara-se para começar um curso de formação profissional, que lhe garantirá um ordenado e o acesso ao mercado de trabalho. Já a Câmara de Vila Nova de Paiva continua a acompanhar a situação.

"Ainda no domingo esteve um casal cá em casa para ajudar os meus irmãos com os materiais escolares", conta a jovem cuja situação de pobreza foi denunciada pela reportagem do DN. A mãe de Sónia morreu há dez meses. Deixou 12 filhos. Oito deles emigraram. E Sónia ficou sozinha a tomar conta dos irmãos, "todos eles a estudar".

Sónia reconhece e "agradece" toda a ajuda recebida: "Dinheiro, móveis, electrodomésticos, roupa e muito boa vontade que chegou de todo o País e me deu esperança", desabafa. Apoios que lhe permitiram "rechear" a casa no bairro social cedida pela câmara, onde até já tem uma televisão.

A jovem quer "aproveitar" esta ajuda para "dar um safanão na vida". Inicialmente tentou "estudar à noite, num curso das Novas Oportunidades, mas a câmara propôs-me um curso de formação profissional que me dará acesso a um emprego", diz. Nesta altura, apenas "espera" que o curso comece para "poder continuar a ajudar os meus irmãos".

Também o presidente da Câmara de Vila Nova de Paiva garante que "houve muita solidariedade" e assegura que Sónia Lisboa "continua a ser acompanhada pelos serviços sociais para a matricular num curso de formação profissional no lar de idosos que depois lhe dará um emprego", diz José Morgado.

A acompanhar a situação, desde a primeira hora, está o comandante dos bombeiros de Vila Nova de Paiva que se mostra "muito satisfeito" com todas as ajudas prestadas. "São quatro irmãos que com as ajudas recebidas e outras que ainda continuam a chegar irão ter uma vida melhor, que é o que todos desejamos", conclui.

Os irmãos vivem no limiar da pobreza, um problema que atinge quase dois milhões de portugueses e depois da notícia do DN levantou-se uma onda de solidariedade.

Foram muitas as pessoas a querer ajudar Sónia, que passado um mês reconhece que "a vida melhorou".

Sónia está empenhada em "continuar a cuidar dos irmãos, para ver se com os estudos têm uma vida melhor", conclui.

In DN

Pobreza ... e não só... 10806
Ir para o topo Ir para baixo
Romy

Romy


Mensagens : 5711
Data de inscrição : 23/08/2008

Pobreza ... e não só... Empty
MensagemAssunto: ATL proibido de servir mais do que 30 refeições   Pobreza ... e não só... Icon_minitimeDom Jul 18, 2010 3:02 pm

.
ATL proibido de servir mais do que 30 refeições

por ANA BELA FERREIRA
Hoje

Pobreza ... e não só... Ng1319925

União das Misericórdias indignada com aviso da Segurança Social.

Uma instituição do distrito de Aveiro recebeu uma carta da Segurança Social a avisar que não podia dar refeições a mais de 30 crianças. Correndo o risco de perder os apoios da Segurança Social por dar de comer a mais crianças carenciadas, adianta o presidente da União das Misericórdias Portuguesas (UMP), Manuel de Lemos.

Na carta, o centro distrital da Segurança Social refere que "a prestação do serviço de refeições a utentes extra acordo, configura um serviço de catering, para o qual não detém o respectivo licenciamento". Ou seja, que se o Ateliê de Tempos Livres (ATL) servir mais do que as 30 refeições fixadas no acordo, pode perder os apoios pois está a fazer um serviço para o qual não está autorizada.

Manuel de Lemos revela que na instituição em causa já houve dias em que tiveram de servir mais de 30 almoços às crianças. "As pessoas esquecem-se que os utentes da instituição são crianças e muitas delas com fome. E depois deste ofício não vamos poder dar mais de 30 refeições", refere.

O número de refeições pagas é estipulado no contrato anual que as Misericórdias estabelecem com a Segurança Social. Como o ATL em causa tem 30 crianças inscritas é esse o limite de apoios dados. No entanto, o presidente da UMP garante que "já têm aparecido mais quatro ou cinco crianças".

Revoltado com este ofício, Manuel de Lemos não poupa críticas: "Este aviso é um sinal da cegueira e da irresponsabilidade social próprio de a quem a crise ainda não bateu à porta". E acrescenta que esta situação mostra que se "estão a ser ultrapassados os limites do bom senso".

O representante das misericórdias adianta que percebia a situação se estivesse em causa o dobro das refeições, uma vez que poderia ser questionada a capacidade da cozinha de fazer todas as refeições. No entanto, garante que os termos usados no ofício nunca deveriam ser aqueles. "Referem que ao ultrapassar os almoços acordados estamos a fazer um serviço de catering, como se estivéssemos a vender as refeições", aponta Manuel de Lemos.

No mesmo ofício, a Segurança Social avisa a instituição que os almoços durante o tempo de aulas vão passar a ser servidos nas escolas e pagos pelas autarquias. Mas que durante as férias escolares serão os ATL a servir os almoços, "sem receber o valor das refeições", refere Manuel de Lemos.

Ainda assim, Manuel de Lemos sublinha que este não é o problema maior. "O que nos interessa é alimentar as crianças que não têm outras refeições", diz.

In DN

Embarassed Rolling Eyes
Ir para o topo Ir para baixo
Fantômas

Fantômas


Mensagens : 5780
Data de inscrição : 12/09/2008

Pobreza ... e não só... Empty
MensagemAssunto: Famílias vão ter de recorrer mais ao Banco Alimentar   Pobreza ... e não só... Icon_minitimeSeg Ago 02, 2010 11:36 am

.
Famílias vão ter de recorrer mais ao Banco Alimentar

por FILIPA AMBRÓSIO DE SOUSA
Hoje

Pobreza ... e não só... Ng1325710

Instituições assumem que procura de ajuda vai disparar no próximo mês.

"É óbvio que a procura das famílias ao Banco Alimentar (BA) e a instituições de solidariedade social vai aumentar." A certeza é dada ao DN por Eugénio Fonseca, presidente da Caritas. Em causa, o corte nos subsídios e apoios sociais que ontem entrou em vigor e que prevê, entre outras medidas, o cancelamento do apoio aos beneficiários do rendimento social de inserção entre os 18 e 55 anos, caso "recusem emprego conveniente, trabalho socialmente necessário ou propostas de formação". Ou ainda os cortes nas prestações como o abono de família, o subsídio de desemprego, subsídio de parentalidade e ainda os apoios sociais à habitação, que vão afectar mais de dois milhões de beneficiários.

Até agora, segundo Eugénio da Fonseca explicou, as famílias têm estado a viver das poupanças, mas "a partir de Setembro vai ser mais dramático, ainda para mais com o início do ano escolar", diz o líder da instituição de solidariedade social. "Há muita gente em situação de privação e por isso o preenchimento das necessidades básicas vai ser fundamental", explica. Ou seja: alimentação, saúde e habitação. "Não há certezas de que a procura aumente objectivamente por causa desses cortes nos apoios sociais, mas que vai aumentar, isso sim, é uma certeza", concluiu.

Sendo que as próprias instituições de solidariedade social também foram vítimas da contenção orçamental prevista pelo Governo, o que faz com que estas também tenham de definir prioridades "no que respeita a satisfazer primeiro as necessidades básicas das famílias". Já o presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade, padre Lino Maia, considera "grave" a decisão da Segurança Social de cortar em alguns subsídios de alimentação de algumas crianças nos ATL, o que vai também fazer aumentar a procura de alimentos nas instituições sociais.

Para isso, conta, a ajuda de campanhas como a do BA vai ser fundamental. "Não podemos prever com toda a certeza o que vai acontecer, mas, atendendo ao nível de não empregabilidade das famílias, é muito provável que haja mais procura ", diz ao DN Isabel Jonet, presidente do Banco Alimentar. Já este ano a procura tem vindo a aumentar, tanto que a recolha de alimentos feita pelo BA neste último semestre foi superior - mais 3,9% - face aos dados de Dezembro de 2009. "Por isso, a tendência é cada vez mais a subida", concluiu Isabel Jonet.

Ontem, Pedro Marques, o secretário de Estado do Trabalho e da Solidariedade Social, esclareceu que "o que está em causa é que nós continuaremos a ter despesas muito acima das que tínhamos antes da crise, portanto, não está aqui alguma ideia de um corte cego no Estado social, muito pelo contrário, nós defenderemos melhor esse Estado se formos mais rigorosos na atribuição das prestações", sustentou.

Estes cortes vão permitir ao Estado poupar 200 milhões de euros, fazendo parte do Programa de Estabilidade e Crescimento, cuja poupança total será de 90 milhões.

In DN

Embarassed Rolling Eyes
Ir para o topo Ir para baixo
Romy

Romy


Mensagens : 5711
Data de inscrição : 23/08/2008

Pobreza ... e não só... Empty
MensagemAssunto: Militares da GNR apadrinham bebé de família que ajudaram   Pobreza ... e não só... Icon_minitimeSáb Ago 07, 2010 3:58 pm

.
Militares da GNR apadrinham bebé de família que ajudaram

por LUÍS FONTES
Hoje

Pobreza ... e não só... Ng1327767

Dois militares vão hoje ser padrinhos de uma menina. Um história que começou com quatro filhos retirados a uma família.

Dois militares da GNR de Mafra vão estar hoje de manhã de vela na mão na Igreja de Mafra para apadrinhar uma menina de quatro meses, Maria Madalena.

A pequena afilhada desconhece que Andreia Montalvão, a madrinha que enverga a farda da GNR, foi a militar que entrou em casa dos seus pais, em Outubro, para ajudar a retirar os quatro irmãos de casa dos seus pais. A bebé que sorri com as palavra doces e as carícias da madrinha de farda ainda desconhece o motivo por que a guarda Andreia e o cabo Hélder Castanho foram convidados pelos seus pais a entrar para a família como representantes dos seis elementos do Núcleo Escola Segura (NES) de Mafra. Mais tarde, os seus pais, Dora Santos e José Oliveira, contar-lhe-ão que o esforço destes seis militares contribuiu para que tenha um quarto mobilado e para que os seus irmãos, que por enquanto se encontram institucionalizados na Santa Casa da Misericórdia, em Mafra, voltem em breve a casa, talvez no início do ano escolar, com outros hábitos de estudo e higiene.

Os seis elementos do NES de Sintra passaram por uma metamorfose "de bestas a bestiais" ao olhos de uma família carenciada devido ao trabalho de acompanhamento que fizeram a uma família desestruturada.

Esta história começa muito antes do marcante mês de Outubro, quando a mãe de Maria Madalena, com pouco mais de 30 anos, ficou viúva e desempregada com quarto filhos para alimentar. A solidão estava instalada no coração de Dora Santos que ao folhear uma revista deparou com o anúncio "homem sério e divertido procura mulher para relação estável". Telefonou e foi ao encontro de José Ferreira, de 38 anos. Passado um mês, em Julho de do ano passado, já estavam a viver juntos na Póvoa da Galega. José Ferreira assumiu como seus os quatro filhos e levou a vida para a frente.

Em Outubro, Dora ficou preocupada com os seus filhos mais velhos, de 11 e 12 anos, que frequentavam o 5.º ano. "Telefonou-nos a dizer que os filhos não iam à escola", recorda o cabo Loureiro. Os militares perceberam que as imaginativas desculpas das crianças eram apenas isso... desculpas. O cabo Loureiro e um colega estavam na casa da família quando um dos irmãos para escapar às perguntas da GNR fugiu para o interior. Os militares pediram autorização à mãe para entrar. "Foi nesse momento que a criança puxou de uma faca que tinha escondida debaixo de uma almofada. Percebemos logo que algo estava mal naquela família", recorda.

Quando a situação ficou mais calma, os dois militares olharam em redor e repararam nas condições em que vivia a família. Não existiam condições de higiene nem de segurança. A sujidade e até a canalização das botijas de gás incomodaram os militares que alertaram a Comissão de Protecção de Jovens e Menores (CPJM) de Mafra. A intervenção da Comissão afigurava-se "urgente".

Tão urgente que a sinalização da situação de precariedade foi feita pela manhã e à tarde já a militar Andreia Montalvão e outros colegas tinham sido destacados para ajudar a retirar as crianças à família. "Não é fácil. É muito mau o que se sente ao tirar as crianças a uma mãe", diz a militar. Dora já estava grávida de Maria Madalena e teve de ser hospitalizada. Os outros quatro filhos choravam para não serem levados de casa. O padrasto das crianças gritava para os militares que se ia suicidar...

"Visto à distância foi uma solução lógica. Neste momento os mais velhos já estão a criar hábitos de estudo. E os quatro estão sempre limpos. O mais novo, de três anos, passadas algumas semanas na Santa Casa já tinha largado as fraldas e a chucha. Estão a aprender a viver com regras de higiene", defende o cabo Hélder Castanho.

Dora e José Ferreira também se esforçaram. "Ele arranjou um quarto com camas para os filhos, arranjou o seu próprio quarto. Meteu ladrilhos em casa... Enfim criou condições de habitabilidade em casa", remata o cabo Loureiro.

E a GNR também ajudou. "Fizemos uma campanha de solidariedade entre os militares de destacamento que foi alargada ao comando. Uma comandante de um destacamento da GNR que tinha estado grávida montou todo o quarto da criança que estava para nascer", recorda a actual líder do destacamento de Mafra a tenente Mafalda Martins.

Depois de toda a ajuda, Dora Santos voltou-se para os militares e disse que queria pedir-lhes mais um favor. "Queria que fossem padrinhos da Maria Madalena", convidou Dora Santos. E foi nesta hora que sentiram um aperto no coração. "Ficámos de boca aberta", diz a cabo Loureiro. Os militares reuniram e deliberaram que a madrinha seria a guarda Montalvão e o padrinho o cabo Castanho. "Vai ser uma responsabilidade acrescida mas vou cumprir com as responsabilidades. Tenho dois filhos. Este vai ser o terceiro", diz o militar.

Andreia Montalvão, à porta da renovada casa, com a criança ao colo desfaz-se em mimos. "Sempre que aqui passar em patrulha venho visitar a minha afilhada", assegura a militar. Padrinho e madrinha estiveram quinta-feira na casa de Maria Madalena. "Já foi ao centro de saúde? A urina da criança está bem? Temos de evitar qualquer infecção...", alertam os militares da GNR. Coisas de padrinhos...

In DN

Pobreza ... e não só... Smilie34
Ir para o topo Ir para baixo
Conteúdo patrocinado





Pobreza ... e não só... Empty
MensagemAssunto: Re: Pobreza ... e não só...   Pobreza ... e não só... Icon_minitime

Ir para o topo Ir para baixo
 
Pobreza ... e não só...
Ir para o topo 
Página 1 de 1
 Tópicos semelhantes
-
» Verdades que doem
» Vinhais
» Economia Portuguesa

Permissões neste sub-fórumNão podes responder a tópicos
Colmeia :: Economia :: Nacional-
Ir para: