A. M. Pires Cabral

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Transmontano A.M.Pires Cabral
Cultura



«O Cónego» vence Grande Prémio de Literatura

A obra «O Cónego«, da autoria de A.M. Pires Cabral, foi a grande vencedora da XIV edição do Grande Prémio de Literatura da DST, recebendo assim um prémio no valor de 15 mil euros.

“Naturalmente que qualquer prémio literário constitui sempre motivo de satisfação para um escritor. Mas é ao mesmo tempo um estímulo e um desafio. É quase um mandato para que produza mais e melhor literatura. Por outro lado, sinto-me surpreso (agradavelmente, claro) pelo facto de – nestes tempos em que os romances são acima de tudo dissertações filosóficas, sociológicas, históricas ou o que quer que seja, e privilegiam por isso o especulativo em detrimento do narrativo – haja um júri que distingue um romance a que alguns críticos têm chamado clássico, que por tradição é o reino do narrativo. Isto é: uma história contada. Finalmente, dá-me ainda bastante satisfação o facto do prémio ser instituído, não por uma qualquer instância oficial, mas por uma empresa industrial. Significa, a meu ver, que o económico ainda não submergiu de todo o cultural e, pelo contrário, pode ser um seu poderoso aliado. Honra à DST por isso”, referiu o escritor A.M. Pires Cabral.

O prémio será entregue ao escritor na abertura da próxima edição da Feira do Livro de Braga, a 18 de Abril de 2009, como de resto tem vindo a acontecer desde a criação deste prémio por parte do Grupo DST.

“Este romance é portador de um universo marcado por tradições e rupturas de índole antropo-sociológica em contexto rural, com personagens de grande complexidade interior que incorporam elementos de análise social, enigma e fantasia recreadora”, destaca o júri do concurso, composto por Vítor Manuel de Aguiar e Silva, José Manuel Mendes e Carlos Mendes de Sousa.


A iniciativa da Domingos da Silva Teixeira (DST), grupo que actua na construção civil, obras públicas, ambiente e energias renováveis, é rotativa, alternando a cada ano entre poesia e prosa, e visando livros publicados no biénio precedente a cada edição.


“A nossa tradição de apoio às diferentes actividades culturais tem vindo a revelar-se cada vez mais profícua e o facto de encontrarmos obras de arte como esta só nos dá ânimo e vontade para manter a aposta pois consideramos muito importante que, nesta fase de turbulência mundial, o discurso para a competitividade incorpore a cultura como uma das chaves com vista à construção de um País cosmopolita, solidário, fraterno e justo” refere José Teixeira, CEO da DST.


Biografia A.M. Pires Cabral



Nasceu em Chacim, concelho de Macedo de Cavaleiros, em 1941. É licenciado em Filologia Germânica e professor do ensino secundário em Vila Real. É também o assessor cultural da Câmara. É sócio da Associação de Jornalistas e Homens de Letras do Porto, membro do Núcleo Cultural Municipal de Vila Real e Chefe de Redacção da revista Tellus. Foi o principal responsável da comissão instaladora do Centro Cultural Miguel Torga. Tem coordenado importantes e regulares acções culturais, patrocinadas pela autarquia. Em 1983 ganhou o Prémio Literário do Círculo de Leitores, com o livro Sancirilo (de ficção). Foi recentemente galardoado com o Prémio D. Diniz, atribuído pela Fundação da Casa de Mateus pelos seus livros de poesia Douro: Pizzicato e Chula e Que Comboio é Este: \"O prémio Dom Diniz entregue ao autor transmontano representa a justa consagração e o reconhecimento nacional de um percurso que se tem pautado pela exigência, sensibilidade e fidelidade às origens\", afirmou Cavaco Silva, durante a cerimónia.


“O Cónego”

Um jovem padre começa a sua vida a paroquiar uma pequena aldeia no nordeste transmontano, onde está ainda muito viva a memória de um certo Cónego – espécie de figura tutelar e personagem controversa, que logo atrai a sua curiosidade: anjo ou demónio? Apostado em reconstituir a figura do Cónego, recolhe, na sua busca da verdade, os testemunhos mais desencontrados, entre os quais procura penosamente abrir caminho. A obra O Cónego é um romance compósito, por vezes com laivos de policial, outras vezes de picaresco, ora comovente, ora divertido.


A. M. Pires Cabral – não enjeitando embora a herança de Camilo Castelo Branco, Aquilino Ribeiro e Agustina Bessa-Luís – pretende sobretudo nesta obra contar uma história de forma desenvolta, à sua maneira muito pessoal, e ao mesmo tempo recriar o ambiente rural nordestino nas primeiras décadas do século passado.


http://www.livroscotovia.pt/livros/ficcao_p/oconego.htm

, 2008-12-08
In DTM