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 Minas de Aljustrel

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Romy

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MensagemAssunto: Minas de Aljustrel   Minas de Aljustrel Icon_minitimeDom Nov 23, 2008 6:24 pm

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O desespero de quem acreditou na falsa partida das Pirites

Minas de Aljustrel 572351

ROBERTO DORES

Crise. Queda do preço do zinco deixa centenas no desemprego

Comprou uma casa há dois anos no centro de Aljustrel, entusiasmado com o regresso da laboração às Pirites Alentejanas. Luís Peixeiro, 46 anos, 24 deles como mineiro, deixou-se convencer de que os dias de crise na vila tinham chegado ao fim e arranjou um compromisso para o resto da vida. Enganou-se. A queda do preço do zinco deixou este homem "desesperado" quando na semana passada a administração da empresa comunicou aos trabalhadores que ia fechar a mina e rescindir os contratos.

A voz sai trémula ao admitir que poderá ter de vender a casa para evitar que o banco fique com ela. A mensalidade de 800 euros - ganha pouco mais de 700 na mina - fica inacessível se vier a engrossar a lista do desemprego, mas tem mesmo de ganhar fôlego quando se refere ao curso da única filha. "Está no último ano de Reabilitação Psicomotora em Santo André (Santiago de Cacém). Já sabe o que se passa e está arrasada porque nestas condições não tenho possibilidades de a manter a estudar", admite.

Ainda assim, Luís Peixeiro tenciona "resistir". Assume que não vai assinar a rescisão por mútuo acordo, apesar de a empresa detida pelo grupo canadiano Lundin Mining assegurar o equivalente a um salário e meio por cada ano de serviço, à semelhança do que propôs a todos os funcionários do quadro. "Eu preciso é de trabalhar. Se deixarmos de lutar, então aí é que não conseguimos nada", justifica, acreditando que o valor dos metais ainda voltará a subir, viabilizando a mina.

Na "lavaria", secção onde Luís Peixeiro é operador, sendo aqui feita a divisão do minério - chumbo, zinco e cobre -, trabalham hoje só 20 pessoas, que fazem a manutenção, depois de nos últimas dias terem abandonado o serviço mais de 50 operários, a maioria contratada a recibo verde. A administração propôs pagar Novembro e os três meses seguintes a quem aceitasse a rescisão, e a maioria dos avençados, oriundos de todo o País, não quis correr riscos e abandonou Aljustrel, regressando a vila à monotonia que a caracterizou durante os 15 anos que durou o lay-off.

A terra animara a partir de Dezembro de 2007, quando a "lavaria" voltou a funcionar, atraindo a Aljustrel algumas centenas de trabalhadores que ajudaram a dinamizar a economia local. Em redor da mina gravitavam cerca de 800 postos de trabalho directos e indirectos. Um fenómeno que levou os restaurantes e o comércio a investir para aumentarem a capacidade de resposta (ver caixa), sendo que a fraca capacidade hoteleira obrigou dezenas de trabalhadores a procurarem quartos noutros concelhos.

"Isto no último ano nem parecia Aljustrel. As pessoas estavam eufóricas, porque sentiram que havia futuro", refere Eduardo Bandeira, 49 anos, a trabalhar na mina desde os 20 como serralheiro mecânico. Mas essa tarefa acabou ontem, dia em que rubricou a rescisão. Ainda pensou não o fazer, mas cedeu face à ameaça de o assunto seguir as vias judiciais. "Além de estar mais tempo à espera, ia receber menos. Assim, vou dois anos para o desemprego e se aparecer alguma coisa logo se verá", diz, admitindo que esteve "sempre céptico" em relação à gestão da Lundin Mining que "até nos obrigou a trabalhar dez horas por dia e durante os fins-de-semana pelo mesmo valor", justifica. Mas nunca pensou que "isto ia demorar tão pouco tempo".

In DN

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