Só mesmo Madaíl!

O presidente da Federação Portuguesa de Futebol tem uma ideia correcta e defende-a mal.

Esta semana, Gilberto Madaíl decidiu confirmar o presidente da FIFA, Joseph Blatter, que dissera que seria "muito forte" a candidatura conjunta Portugal-Espanha na organização do Mundial de 2018.

De toda a frase anterior, as palavras mais sensíveis são "esta semana". É que nesta semana há um assunto para a opinião pública que espanta (o termo não é exagerado): a crise. Não são dias para falar de grandes projectos e, sobretudo, de grandes projectos ligados a esse tema facilmente diabolizável que é futebol.

Dito isto, a candidatura Portugal-Espanha para o Mundial-2018 é uma boa ideia. Com esta precaução: 2018 é uma tentativa para melhor conseguir 2022. Depois do Mundial-2010 (África do Sul) e do provável Mundial-2014 no Brasil, 2018 deve estar guardado para um país asiático. Voltar para a Europa, depois da Alemanha (2006), só a seguir. E calhar a escolha na proposta comum luso-espanhola seria bom. A organização de grandes eventos coaduna-se na vocação turística de Portugal. O Euro-2004 foi um sucesso (cujo reconhecimento levou à referida opinião abonatória de Blatter) que serviu de estandarte à "marca" Portugal. A existência de grandes e bons estádios é um investimento no essencial já feito. Enfim, uma boa ideia. O momento é que foi mau para a lembrar.|

In DN (Editorial)