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 Para onde fugiram os ditadores depostos?

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MensagemAssunto: Para onde fugiram os ditadores depostos?   Para onde fugiram os ditadores depostos? Icon_minitimeSáb Abr 30, 2011 10:45 pm

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Para onde fugiram os ditadores depostos?

por CATARINA REIS DA FONSECA
Hoje

Para onde fugiram os ditadores depostos? Ng1515599

Na Líbia, tropas rebeldes e forças da NATO esforçam-se por derrubar Muammar Kadhafi. Na Costa do Marfim, Laurent Gbagbo foi preso após ter recusado abandonar o poder. O que acontece aos líderes quando são derrubados? Para onde vão aqueles que fogem dos seus países?

O tunisino Ben Ali optou pelo exílio na Arábia Saudita, enquanto Mubarak, ex-líder do Egipto, cumpriu a promessa que tinha feito de não abandonar solo egípcio e refugiou-se em Charm el-Cheikh. No passado, houve quem escolhesse destinos mais exóticos ou longínquos. O ditador filipino Ferdinand Marcos mudou- -se para o Havai, o alemão Erich Honecker viveu os seus últimos anos de vida em Santiago, no Chile, e o etíope Mengistu Mariam continua exilado no Zimbabwe, apesar dos apelos para que seja extraditado.

Jean-Bébel Bokassa, República Centro-Africana (1966-1979): Exilou-se em França

Em 1977, bem ao estilo de Napoleão, Jean-Bédel Bokassa colocou uma coroa na sua própria cabeça e declarou-se imperador. Bokassa foi condenado à morte in absentia em duas ocasiões diferentes, depois de, em 1979, mais de cem crianças terem sido assassinadas numa cadeia de Bangui. Tinham protestado contra o preço dos uniformes escolares. Em 1986, Bokassa foi acusado de traição, assassínio, canibalismo, agressão, peculato, entre outros crimes. Entre 1979 e 1986, depois de ser deposto, esteve exilado em França, onde viveu numa casa perto de Paris. Quando decidiu regressar à República Centro- -Africana, a sua pena foi suavizada para 20 anos de prisão. Acabou por ser amnistiado e libertado em 1993, três anos antes da sua morte. O ditador teve 55 filhos com 17 mulheres.

Hosni Mubaral, Egipto (1981-2011): Exílio interno em Charm el-Cheikh, Egipto

Durante os quase 30 anos em que esteve no poder no Egipto, Hosni Mubarak governou sempre sob estado emergência, ganhando, assim, um maior poder para limitar os direitos básicos dos cidadãos. O regime argumentava que era necessário ter mão de ferro para combater o terrorismo islamita. Mubarak venceu três eleições desde 1981 sem permitir que outros candidatos para além de si próprio entrassem na corrida. Em 2005, pressionado pelos EUA, mudou o sistema eleitoral, mas voltou a vencer. O líder egípcio foi acusado de levar a cabo uma campanha para calar os seus rivais políticos. Depois de três décadas, foi derrubado durante os protestos de Janeiro e Fevereiro deste ano e recolheu-se na sua villa no resort turístico egípcio de Charm el-Cheikh.

Zine al- Abidine Ben Ali, Tunísia (1987-2011): Exilou-se na Arábia Saudita

Presidente da Tunísia durante 23 anos, Ben Ali fugiu para o exílio na Arábia Saudita a 14 de Janeiro deste ano. Durante o tempo em que esteve no poder, não eram permitidos protestos políticos, e os opositores ao regime eram perseguidos ou presos. Antes de ser derrubado, especulava-se sobre a possibilidade de Ben Ali passar o poder para as mãos de um dos seus familiares. Juntamente com a segunda mulher, Leila Trabelsi, roubou milhares de dinares ao seu próprio país, bem como centenas de casas e palácios que usava para alojar os membros da sua família. Este mês, o ex-líder tunisino, que se encontra gravemente doente, foi acusado de 18 crimes, incluindo homicídios e tráfico de droga.

Mobutu Sese Seko, República Democrática do Congo (1965-1997): Exilou-se em Marrocos

O antigo presidente do Zaire (actual República Democrática do Congo) morreu em Fevereiro de 1997 num hospital de Rabat, em Marrocos, pouco depois de ter deixado o país que governava desde 1965. Após a tomada de Kinshasa pelas forças rebeldes lideradas por Laurent Kabila, o ditador fugiu primeiro para o Togo e só depois se exilou em Marrocos. Durante o tempo em que esteve no poder, Mobutu implementou um regime autoritário e corrupto, acumulou uma fortuna colossal e tentou eliminar todas referências culturais relativas ao período colonial. Enquanto população se afundava cada vez mais na miséria, Mobutu, com o seu chapéu de pele de leopardo, acumulava milhões e comprava casas na França e na Suíça.

Mengistu Mariam, Etiópia (1987-1991): Exilado no Zimbabwe

Líder de uma campanha de terror que conduziu cerca de 500 mil pessoas à morte, Mengistu Haile Mariam esteve no poder na Etiópia entre 1987 e 1991, até ser derrubado pela Frente Democrática Revolucionária do Povo Etíope. Após a tomada de Adis Abeba, o tirano fugiu do país com 50 membros da sua família. Antigo oficial da junta militar comunista que governou o país até 1987, Mariam vive até hoje exilado no Zimbabwe, apesar dos pedidos do Governo etíope para que seja extraditado e cumpra a pena de prisão perpétua a que foi condenado em 2007. Correm rumores de que Mariam vive em condições de luxo e que é conselheiro do Presidente do Zimbabwe, Robert Mugabe, para questões relacionadas com segurança.

Erich Honecker, República Democrática Alemã (1971-1989): Exílio na Embaix. Chile em Moscovo

Após quase duas décadas no poder, o homem que supervisionou a construção do Muro de Berlim foi obrigado a fugir do país. Substituído por Egon Krenz na presidência da RDA em 1989, Erich Honecker viajou para Moscovo para ser "submetido a tratamentos médicos". No Verão desse ano tinha sido anunciado que sofria de cancro. Após a dissolução da União Soviética, em 1991, a situação do ex- -líder da Alemanha do Leste tornou-se mais precária: exigia-se o seu regresso à Alemanha. Amigo do embaixador do Chile na Rússia, foi a este país que pediu ajuda. Ficou alojado na Embaixada em Moscovo até ser extraditado para a Alemanha, onde começou a ser julgado. Acabou por ser libertado devido ao seu estado de saúde e mudou-se para o Chile. Morreu em Santiago em 1994.

Alfredo Stroessner, Paraguai (1954 - 1989): Exilou-se no Brasil

"Reeleito" oito vezes antes de ser derrubado em 1989, Alfredo Stroessner liderou um dos mais longos regimes do continente americano, só superado por Fidel Castro, em Cuba. Muitos dos opositores políticos de Stroessner eram forçados a fugir para o exílio, e os que ficavam eram ameaçados ou presos. Depois de ser derrubado num golpe militar em 1989, o ditador fugiu para o Brasil e foi lá que viveu durante mais de 17 anos, até morrer, em Brasília, de ataque cardíaco. Durante o tempo em que Stroessner esteve no poder, o Paraguai tornou-se num refúgio para criminosos de guerra nazis, tendo mesmo chegado a acolher, durante algum tempo, o antigo médico das SS, Josef Mengele.

Ferdinand Marcos, Filipinas (1965 - 1986): Exilou-se no Havai (EUA)

O regime de Ferdinand Marcos, que durou mais de duas décadas, começou a perder força em 1983 após o assassínio de Benigno S. Aquino, o maior opositor político do ditador. A morte de Aquino enfureceu os filipinos, mas só três anos depois é que Marcos fugiria para o Havai com a mulher. Quando depois das eleições de 1986, marcadas por fraudes e violência, a assembleia nacional anunciou que Marcos era o vencedor, uma rebelião dentro do exército filipino saiu para a rua com o apoio de milhares de civis. Marcos pediu a ajuda dos EUA e conseguiu exilar-se no Havai, onde permaneceu até à sua morte, em 1989. A família de Marcos levou consigo milhões de pesos filipinos.

Jean-Claude Duvalier, Haiti (1971-1986): Exilado em França até Janeiro de 2011

Acusado de corrupção e crimes contra a humanidade, Jean-Claude Duvalier, que governou o Haiti entre 1971 e 1986, esteve 25 anos exilado em França. Com milhões de dólares no bolso, fugiu em 1986 para uma villa em Cannes. Passava férias na Riviera francesa com a família, conduzia carros topo de gama e tinha duas casas no centro de Paris. A situação terá começado a mudar devido aos seus excessos e excentricidades e piorado após a separação da mulher. Um ano após o sismo de Janeiro de 2010, Duvalier decidiu voltar ao Haiti. Defensores dos direitos humanos afirmam que durante os 29 anos de governação de Duvalier e do seu antecessor, o seu pai, cerca de 40 mil opositores políticos terão sido assasinados.

Idi Amin, Uganda (1971-1979): Exilou-se na Arábia Saudita

Após ter sido deposto em 1979 e depois de uma breve passagem pela Líbia, Idi Amin Dada exilou-se na Arábia Saudita, onde viveu protegido e financiado pelo Governo daquele país até à sua morte em 2003. Amin, líder de um sangrento golpe de Estado em 1971, subiu ao poder nesse ano, condenando a população ugandesa a mais de uma década de terror. Foi culpabilizado pela morte de cerca de 300 mil pessoas: eliminava todos os que pudessem representar uma ameaça. Cruel e excêntrico, correm rumores de que manteria a cabeça dos seus opositores políticos no frigorífico. Expulsou toda a comunidade asiática do país, baniu os hippies e a minissaia e declarou-se rei da Escócia, comparecendo no funeral de um membro da família real saudita envergando um kilt.

In DN

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