Moinhos não podem produzir energia

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Moinhos não podem produzir energia
Distrito de Bragança



Administração da Região Hidrográfica do Norte ainda não deu luz verde ao projecto

A produção de energia nos moinhos da região marca passo, apesar do contrato assinado pela empresa Hidroequador com diversas Juntas de Freguesias e privados, no final do ano passado.

Segundo fonte do Jornal NORDESTE, no atraso do arranque deste projecto está a dificuldade da empresa em conseguir as licenças de utilização da água para produção de electricidade.

A intenção da empresa, com investimentos em vários países, era produzir energia nos mais de mil moinhos espalhados pela região, mas até à data, a Administração da Região Hidrográfica do Norte ainda não se pronunciou sobre este projecto.

As Juntas de Freguesia consideram que o avanço do projecto é fundamental para desenvolver aldeias, na sua maioria com parcos recursos financeiros, para poderem avançar com investimentos fundamentais para as populações.

O presidente da Junta de Freguesia de Rio de Onor, José Preto, afirma que já assinou o contrato com a Hidroequador há cerca de um ano.

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“Era bom que se conseguisse produzir energia através dos moinhos, porque sempre trazia alguns rendimentos para estas aldeias, que, na sua maioria, são pobres”, realça o autarca.Também o presidente da Junta de Freguesia de Rabal, Paulo Hermenegildo, foi contactado pela empresa para ceder um moinho comunitário para produção de energia e tenciona entregar o contrato assinado a curto prazo. “A produção de energias limpas através dos recursos naturais que possuímos é uma boa forma de angariarmos recursos financeiros para fazermos obras importantes na nossa freguesia, como é o caso do lar de idosos”, defende o autarca.

Ao que foi possível apurar, os proprietários dos moinhos receberiam, nos primeiros 10 anos, 10 por cento da energia injectada na rede, sem terem qualquer tipo de gasto, uma percentagem que subiria para 12,5 por cento nos cinco anos seguintes e para 15 por cento decorridos 15 anos de contrato.

Já a Hidroequador iria investir cerca de 150 mil euros para apetrechar cada moinho com a maquinaria necessária para produzir energia, que entraria na rede eléctrica em baixa tensão. No entanto, a modificação dos moinhos continuaria a permitir a moagem de cereal pelas populações locais, que, em muitas aldeias, ainda utilizam os moinhos comunitários para moer o trigo ou o centeio que serve de alimento aos animais.

A empresa já assinou mais de 70 contratos com Juntas de Freguesia e privados só nos concelhos de Bragança, Vinhais e Vimioso, tendo a intenção de alargar o projecto a toda a região de Trás-os-Montes. O Jornal NORDESTE contactou a empresa Hidroequador para saber mais pormenores sobre a concretização do projecto, mas não obtive qualquer resposta até ao fecho desta edição.

Teresa Batista, Jornal Nordeste, 2010-05-23
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