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Seg. Social alega que não recebeu participação oficialpor Lusa
Hoje
O presidente do Instituto de Segurança Social garantiu hoje não ter recebido uma denúncia oficial do presidente da Junta da Fajarda, onde uma idosa e o filho deficiente estiveram em cativeiro, admitindo contudo a possibilidade de uma comunicação informal.Um casal foi detido terça-feira pela Polícia Judiciária (PJ) por suspeita de ter mantido em cativeiro a mãe e irmão de um dos arguidos desde Julho de 2008, na freguesia da Fajarda, em Coruche.
O presidente da Junta de Freguesia da Fajarda, Ilídio Serrador, disse quarta-feira à Agência Lusa estar de "consciência tranquila" por ter alertado a Segurança Social "há já alguns meses" para o caso.
Em declarações hoje à Lusa, o presidente do Instituto de Segurança Social (ISS), Edmundo Martinho, disse não ter conhecimento de que tenha havido uma comunicação oficial à instituição.
"Participação formal não temos. Pode ter havido algum contacto individual com alguma técnica e é isso que nós estamos a tentar apurar agora", disse Edmundo Martinho.
O responsável explicou à Lusa que a família estava a ser seguida pela Segurança Social desde 2006, mas pelas suas dificuldades sociais e económicas.
"O adulto com deficiência estava a ser apoiado no equipamento social desde 2006 que tentava dar apoio àquela família, mas houve desde o início uma grande dificuldade em trabalhar a família, porque a nora levantou sempre inúmeras dificuldades, impedindo e dificultando a intervenção na família", contou Edmundo Martinho.
O presidente da Segurança Social frisou que ninguém "sabia a gravidade da situação em que estas pessoas estavam".
"As técnicas tentaram várias visitas domiciliárias, que foram sempre sendo impedidas. Nós não temos condições para entrar na casa das pessoas contra a sua vontade e a troca de informações com a polícia só acontece se houver sinais da prática de algum crime", disse.
Segundo Edmundo Martinho, a preocupação das técnicas era a de acompanhar a família pelas suas dificuldades e não porque havia indícios de maus-tratos.
"Entretanto, dada as dificuldades de contacto, o processo correu em tribunal em 2007 e foi arquivado por de alguma maneira não haver elementos que pudessem imputar crimes ao filho e nora da senhora que esteve em cativeiro", disse.
"Nós não podemos impor a nossa presença. A Segurança Social intervém pelos seus próprios meios quando há colaboração e interesse das próprias famílias", frisou.
Edmundo Martinho contou que o caso acabou por ser denunciado esta semana para o Centro de Saúde de Coruche, que encaminhou o assunto para a polícia.
"Agora temos é de apurar as circunstâncias em que tudo se passou. Saber se houve ou não alguma denúncia", concluiu.
O casal que sequestrou uma idosa e o filho deficiente durante 14 meses ficou quarta-feira em prisão preventiva, segundo decisão do Tribunal de Coruche.
Um dos arguidos, suspeito de ter sequestrado a mãe, de 66 anos, vai aguardar julgamento no Estabelecimento Prisional do Montijo, enquanto a sua mulher ficará no Estabelecimento Prisional de Tires.
DD/FRO.
In DN