.
Primeira queixa contra Sarkozy após fim da imunidadepor Lusa
Hoje
O ex-presidente francês Nicolas Sarkozy foi hoje visado numa queixa judicial, a primeira desde que terminou a sua imunidade presidencial, por violação do segredo de justiça.Sarkozy, que esteve na presidência entre 2007 e 2012, pode ser processado desde sexta-feira passada, quando se completou um mês desde que abandonou o cargo.
A queixa foi apresentada por duas famílias de vítimas do atentado de 08 de maio de 2002 em Carachi, no Paquistão, em que morreram 11 empregados da Direção de construção naval francesa.
Os queixosos denunciaram os termos utilizados pela presidência num comunicado divulgado a 22 de setembro de 2011 sobre a investigação à vertente financeira do caso.
Nesse comunicado, a Presidência francesa afirmava nomeadamente que "no que diz respeito ao chamado caso de Carachi, o nome do chefe de Estado não surge em nenhum dos elementos do processo" e que "ele não foi citado por nenhuma testemunha ou autor do processo".
O comunicado foi divulgado pouco tempo depois da acusação de dois colaboradores de Nicolas Sarkozy, Thierry Gaubert e Nicolas Bazire.
Na queixa, as duas famílias consideraram que, ao divulgar o comunicado, o presidente violou o segredo de justiça e independência da autoridade judicial.
A investigação judicial procura esclarecer se França pagou comissões ilegais ao Paquistão para assegurar a venda de submarinos em 1994 e se a interrupção do pagamento pode ter estado na origem do atentado contra os franceses.
O caso assumiu contornos políticos depois de algumas testemunhas terem afirmado que parte das comissões pagas ao Paquistão foi devolvida a França para financiar a campanha presidencial de Édouard Balladur em 1994.
Na altura, Sarkozy era porta-voz da campanha de Balladur e ministro do Orçamento.
In DN