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 Escritora Dulce Maria Cardoso laureada com Prémio da UE

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MensagemAssunto: Escritora Dulce Maria Cardoso laureada com Prémio da UE   Escritora Dulce Maria Cardoso laureada com Prémio da UE Icon_minitimeSex Jul 17, 2009 11:11 am

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Nasceu em Trás-os-Montes
Carrazeda de Ansiães


Escritora Dulce Maria Cardoso laureada com Prémio da UE Dulce

Escritora Dulce Maria Cardoso laureada com Prémio da UE

A escritora Dulce Maria Cardoso com o romance «Os meus sentimentos» foi a laureada portuguesa do Prémio da União Europeia para a Literatura, anunciou hoje a Comissão Europeia em Bruxelas.

Os nomes de doze autores europeus que receberam pela primeira vez o Prémio da União Europeia para a Literatura foram divulgados pela Comissão Europeia, em conjunto com a Federação dos Livreiros Europeus (European Booksellers Federation, EBF), o Conselho dos Escritores Europeus (European Writers Council, EWC) e a Federação dos Editores Europeus (Federation of European Publishers, FEP).

A nota de imprensa informa que Dulce Maria Cardoso nasceu em Trás-os-Montes, em 1964, «na mesma cama onde haviam nascido a mãe e a avó».

Da infância guarda a sombra generosa de uma mangueira que existia no quintal, o mar e o espaço que lhe moldou a alma.

“Dulce Maria Cardoso tem-se destacado, em apenas dois anos e dois romances, como uma das vozes mais originais e singulares da nova geração de escritores portugueses. Os seus livros Campo de Sangue (Coeurs arrachés) e Os meus sentimentos (Les anges, Violeta), ambos traduzidos em francês, têm recebido estrondosos elogios por parte da crítica. A escrita de Dulce Maria Cardoso é marcada por invenções narrativas e subversões formais dos mecanismos habituais do romance. Repetições, elipses, ou ainda o “tour de force”central de Os meus sentimentos (a obra é constituída por uma única frase, sem início nem ponto final, que corre durante 400 paginas) permitem uma captação labiríntica, sombria e multifacetada da realidade. Algures entre as historias de loucos de Gogol e o thriller metafísico.”

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Dulce Maria Cardoso – Entrevista a propósito de «Os Meus Sentimentos» (Edições ASA)

16/07/2009 · Deixe um comentário
Depois de uma estreia aclamada pela crítica com “Campo de Sangue”, Dulce Maria Cardoso regressou com romance sobre a morte. ”Escrevi sobre a morte, com o intuito de celebrar a vida. Nada torna a vida mais urgente do que a proximidade da morte” Este foi um alerta que Dulce Maria Cardoso deixou aos seus leitores, na sua entrevista a propósito de “Os Meus Sentimentos” (Edições ASA). Um ponto de partida para uma conversa sobre livros, literatura, escrita, imaginação, leitores, pessoas… a vida em geral.

De que trata o seu romance “Os Meus Sentimentos”?
É um livro sobre a morte, não a morte física, mas todo o tipo de morte. O que me interessava era a ideia de que os vivos são pedaços de mortes, morte do tempo, morte de sonhos, a morte de ideais, a morte que cada nascimento representa – é a morte da grávida, daquele ser duplo que durante nove meses existiu. Uma vez que era sobre a morte em geral achei que este livro deveria ter uma estrutura circular no sentido de dar a eternidade. Achei também, em termos de escrita, que não iria usar tempos verbais no condicional uma vez que isto é tudo uma hipótese – durante três anos que escrevi não decidi se a senhora morreu ou não. Não uso futuro porque a morte rouba o futuro, não uso pontos finais porque achei que era uma redundância… são brincadeiras que faço.
Quando termina um livro, sente saudades desse mundo onde trabalhou durante tanto tempo?
Sinto, mas resolvi isso habilmente porque em cada livro meu aparecem as personagens anteriores, como secundárias. Elas acompanham-me. É como se criasse um universo paralelo onde estão todos.
Não acha que o facto de, hoje em dia, qualquer pessoa poder escrever um livro acabe por ser prejudicial à qualidade literária?
Não, acho é que dá mais trabalho aos críticos e a quem se interessa por literatura. Se se publicarem duzentos livros, em vez de cinco, é mais provável três serem muito bons. A quantidade ajuda.
Também há vários públicos que devem ser respeitados. Há vários tipos de literatura, nem sempre é justo os rótulos que se colocam.
O que se poderia fazer para melhorar os níveis de leitura em Portugal?
Melhorar as condições de vida dos portugueses! Eu leio muito, mas se tivesse de me levantar às seis da manhã, pôr um filho no infantário, outro na avó, levar a marmita… os livros são caros, as pessoas estão cansadas… Ler é um prazer, mas é preciso que as necessidades básicas estejam satisfeitas. Não podemos pedir a pessoas que trabalham dez a doze horas e ganham o salário mínimo que peguem num livro. No dia-a-dia o que precisamos é de ter comida, estar agasalhados e ter casa.
Também saímos de um regime que nos tolheu, em que qualquer actividade, mesmo ler, era perigosa e não é numa geração que isto muda.
Muitas vezes vendem-se livros para embelezar estantes. Deve ser um bocado frustrante para um escritor?
Vender é bom, ser lido é óptimo. As pessoas cada vez mais compram por impulso e as capas e os títulos têm uma função muito importante. O sonho de qualquer escritor é ser lido. Se disser o contrário tem um problema grave. Escreve e publica para comunicar.
Tenho para mim que um livro morre nas mãos de um escritor quando o acaba e é nas mãos dos leitores que ressuscita e nesse processo há sempre um novo livro. Não há ninguém que não tenha falado do que tenho escrito que tenha sido semelhante ao que quis escrever e isso é que é interessante. A diferença é sempre tão grande entre o que escrevi e o que os leitores leram que chego a perguntar se não há qualquer coisa que ganha autonomia neste processo.
Consegue viver-se da escrita em Portugal?
Eu não consigo (risos), mas foi uma opção que fiz. Como para mim a escrita é tão absorvente, sou muita lenta, não poderia fazer outra coisa. Não se vive, prescinde-se de outras coisas, arranja-se maneira de concorrer a prémios, bolsas, coisas que não são ordenados e esse é o problema dos criativos.
Não acaba por ser limitativo e prejudicial para o processo criativo ter de pensar nesses problemas?
Acho que se escreve no presente para o futuro. Penso sempre que um dia isto vai compensar, que um dia terei a obra que quero. Depois tem um reverso da medalha porque não faço concessões, escrevo o que quero porque a única vantagem da arte é a verdade que cada autor pode pôr. A mais-valia da arte é a autenticidade. Quando isso se perde estamos a falar no artifício.
Costuma contactar muito com os seus leitores?
Pouco, porque não saio muito. Acho um bocado perversa esta coisa do escritor vendedor, publicitário, relações públicas… acho que se perde muito tempo nos arredores da arte e se deixa pouco tempo para o essencial.
Mas tem uma boa relação com os leitores?
A experiência mais gratificante que tive foi numa ida a Loulé a convite da Câmara em que falava com os leitores. Aí sim, as pessoas gostam realmente de literatura.
Mas os livros agora têm de se bater com a televisão e com o cinema, que são muito mais fáceis e imediatos?
Sim, mas a leitura tem uma vantagem que é a imaginação. Ou seja, um leitor é dono de imaginar tudo. Num filme é tudo evidente e num livro não. Cada livro é o que cada leitor quiser que ele seja.
Como é que se passou a transição da advocacia para a literatura?
Uma vez que não tenho a capacidade de perceber as leis de Deus, ou seja, não tenho jeito seja para Física e a Matemática (risos), talvez a lei dos homens me fosse acessível. E também porque me é muito cara a justiça. Uma sociedade sem justiça é uma sociedade condenada.

(Entrevista realizada em 2005)

Lusa, 2009-07-17
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MensagemAssunto: Mais um premio para Dulce    Escritora Dulce Maria Cardoso laureada com Prémio da UE Icon_minitimeQui Nov 04, 2010 3:21 pm

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Mais um premio para Dulce
Trás-os-Montes


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Prémio PEN 2009 ex-aequo para Dulce Maria Cardoso e Luísa Costa Gomes

As escritoras Dulce Maria Cardoso e Luísa Costa Gomes foram as vencedoras ex-aequo do Prémio Pen 2009 na categoria de narrativa, com os romances «O Chão dos Pardais» e «Ilusão (ou o que quiserem)», respectivamente.

Atribuídos com o apoio da Direção Geral do Livro e das Bibliotecas (DGLB), prestes a fundir-se com a Biblioteca Nacional de Portugal, os prémios PEN, que distinguem obras em quatro categorias - poesia, ensaio, narrativa (5000 euros) e primeira obra (2500 euros) -, foram anunciados no domingo pela direção do PEN Clube Português no seu blogue, Graphias.

Os romances “O Chão dos Pardais” (Asa), de Dulce Maria Cardoso - que lhe valeu também o Prémio de Literatura da União Europeia 2009 - e “Ilusão (ou o que quiserem)”, editado pela Dom Quixote e com o qual Luísa Costa Gomes venceu igualmente o Prémio Literário Fernando Namora/Estoril Sol, foram eleitos por um júri constituído por Francisco Belard, Filipa Melo e Eugénio Lisboa.

Na poesia, os jurados Fernando J.B. Martinho, Teresa Salema e Maria João Cantinho escolheram também dois vencedores: A.M. Pires Cabral, com “Arado” (Cotovia), e Maria da Saudade Cortesão Mendes, com “O Desdobrar da Sombra, seguido de Fragmentos de um Labirinto” (Roma).

Os ensaios “História do Pensamento Estético em Portugal” (Presença), de Fernando Guimarães, e “Finisterra - o Trabalho do Fim: reCitar a Origem” (Angelus Novus), de Manuel Gusmão, foram votados vencedores por um júri composto por João David Pinto Correia, Paula Morão e Pedro Eiras.

Na categoria de primeira obra, o prémio foi para Maria Conceição Caleiro, com o romance de estreia “O Cão das Ilhas” (Sextante), e Ricardo Gil Soeiro, autor do ensaio “Iminência do Encontro: George Steiner e a leitura responsável” (Roma), por decisão de Francisco Belard, Teresa Salema e João David Pinto Correia.

A entrega dos prémios será feita numa cerimónia pública organizada pelo PEN Clube Português em data a anunciar.

Lusa, 2010-11-04
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