Colmeia
Gostaria de reagir a esta mensagem? Crie uma conta em poucos cliques ou inicie sessão para continuar.

Colmeia

Espaço arejado e limpo, onda a baixaria não entra
 
InícioPortalÚltimas imagensProcurarRegistarEntrar

 

 Conservação e restauro do Património cultural de Bragança

Ir para baixo 
AutorMensagem
Romy

Romy


Mensagens : 5711
Data de inscrição : 23/08/2008

Conservação e restauro do Património cultural de Bragança Empty
MensagemAssunto: Conservação e restauro do Património cultural de Bragança   Conservação e restauro do Património cultural de Bragança Icon_minitimeTer Jun 02, 2009 10:58 pm

.
Já estão catalogadas 7500 peças
Macedo de Cavaleiros


Programa está a inventariar e restaurar património cultural da região

Tiago Oliveira, 25 anos, formou-se em Conservação e Restauro e nunca imaginou que encontraria o primeiro emprego numa aldeia transmontana e viria a integrar um projecto cultural que está a «desenterrar», inventariar e restaurar o património do distrito de Bragança.

«Foi uma aventura e uma surpresa descobrir o que está a ser feito» no distrito de Bragança, a partir da aldeia de Vale da Porca, no concelho de Macedo de Cavaleiros.

Tiago, do Porto, trabalha na primeira e única oficina de conservação e restauro de Trás-os-Montes, que surgiu do projecto abraçado há sete anos pela associação Terras Quentes.

O ponto de partida foi Macedo de Cavaleiros, mas o projecto depressa se estendeu a outros concelhos e tem em mãos a elaboração do primeiro inventário do património religioso da Diocese de Bragança-Miranda. O presidente da associação, Carlos Mendes, tem como meta concluir até 2013 o inventário, que deverá reunir «entre 40 a 50 mil peças».

Já estão catalogadas 7500 peças, essencialmente dos concelhos do sul do distrito, 124 das quais forma restauradas na oficina onde trabalha também Liliana Rio, uma jovem com o 12º ano, que diz ter tido «sorte» por encontrar emprego na sua aldeia. O projecto já criou oito postos de trabalho fixos, ajudados por dezenas de voluntários, segundo o responsável.

Pela oficina de restauro nas instalações emprestadas pela junta de freguesia passaram muitas das 80 peças expostas no museu de Arte Sacra de Macedo de Cavaleiros. As peças regressarão depois às respectivas igrejas e capelas e serão substituídas por outras.

Carlos Fonseca, pároco de Vale da Porca elogia a valorização e visibilidade dada à arte sacra com este trabalho que as paróquias não conseguiriam fazer sozinhas.

Mas «não é fácil ir buscar património às igrejas, como conta Carlos Mendes. Há resistência das populações por desconfianças alimentadas pelos «santeiros» que deixaram marca na arte sacra, como algumas imagens falsificadas já descobertas pela equipa. Daí, episódios como o vivido numa aldeia, em que tocaram os sinos a rebate e juntou-se o povo por estarem dois estranhos na igreja.

É também nas igrejas que o projecto tem feito outras descobertas como os doze murais encobertos pelos altares-mores.

Todo o património religioso inventariado ficará disponível para consulta numa base de dados, útil também para as autoridades, nomeadamente a Polícia Judiciária, um dos parceiros do projecto. Este trabalho já ajudou a recuperar, há alguns meses, o Santo Antão da Barca roubado do santuário junto ao rio Sabor, em Alfândega da Fé.

A Associação tem protocolos com 54 entidades, nomeadamente com as universidades de Lisboa e Católica, que permitem a jovens estudantes fazerem estágios e uma cadeira de final de curso no campus arqueológico junto à barragem do Azibo.

O projecto já permitiu elaborar a carta arqueológica do concelho e «desenterrar», como diz Carlos Mendes, alguns heróis locais. É o caso de Martin Gonçalves, que acreditam ter salvado D. João I na batalha de Aljubarrota, e de Nicolau Pereira Campos Vergueiro, que, ao tomar conta da Trina provisória, se tornou, por inerência, segundo rei do Brasil devido menoridade de D. Pedro II. Carlos Mendes deixa um desafio aos autarcas. «É preciso que os autarcas se convençam da mais valia que poderá trazer para a região. Não há outra maneira de desenvolvimento que não seja a venda da identidade», considerou.

Dar utilidade turística a este trabalho, aliando o património à natureza, é o que está a pensar fazer a Câmara de Macedo de Cavaleiros, segundo o vereador Manuel Cardoso.

Lusa, 2009-06-02
In DTM

Conservação e restauro do Património cultural de Bragança Smilie34
Ir para o topo Ir para baixo
 
Conservação e restauro do Património cultural de Bragança
Ir para o topo 
Página 1 de 1
 Tópicos semelhantes
-
» Arqueologia
» Estradas de Portugal

Permissões neste sub-fórumNão podes responder a tópicos
Colmeia :: Cultura :: Arte-
Ir para: