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Manifestante morto no centro da Tunísiapor Lusa
Hoje
Um manifestante foi morto, esta madrugada, na cidade tunisina de Gafsa, no centro do país, durante uma marcha de protesto contra o assassínio do deputado da oposição Mohamed Brahmi, constatou um jornalista da agência France Presse no local.
Mohamed Moufti, 45 anos, foi morto numa altura em que a polícia dispersava, com recurso a gás lacrimogéneo, manifestantes que participavam numa marcha noturna simulando um funeral simbólico de Mohamed Brahmi, cujo corpo vai a enterrar hoje em Tunes.
De acordo com a agência noticiosa francesa, Mohamed Moufti, um ativista da Frente Popular -- uma coligação de partidos de esquerda -- foi atingido na cabeça por uma granada de gás lacrimogéneo e acabou por sucumbir aos ferimentos pouco depois de transportado para o hospital.
A polícia agiu quando centenas de manifestantes tentaram invadir a sede do governo local no centro de Gafsa, indicou a mesma fonte.
A Tunísia tem sido palco de inúmeros protestos que eclodiram com o anúncio do assassínio de Mohamed Brahmi, abatido, na quinta-feira, por 11 balas disparadas à queima-roupa, em frente à sua casa, nos subúrbios de Tunes.
Um dia de luto nacional foi decretado na sexta-feira, mas as cerimónias fúnebres, de alto risco, do deputado da oposição realizam-se hoje, no cemitério El Jellaz, indica a AFP.
A Tunísia estava paralisada na sexta-feira por uma greve geral "política", a segunda do género desde a revolta de 2011, convocada pela principal central sindical, em protesto contra o homicídio daquela que era uma das principais figuras da oposição de esquerda nacionalista.
Esta greve geral segue-se à decretada, em fevereiro, no seguimento do assassínio do destacado líder da esquerda secular tunisina, Chokri Belaid, também morto a tiro em frente à sua casa, levando a uma vaga de protestos e uma crise política que implicou a demissão do primeiro-ministro islamita Hamadi Jebali.
In DN