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Degradação total
Bragança Estado abandona Centro Hípico de França Instalações e cavalos vão passar para a Junta de Freguesia, que se prepara para entregar a gestão a privados.
O Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade (ICNB) vai entregar o Centro Hípico de França, integrado no Parque Natural de Montesinho (PNM), à Junta de Freguesia. Apesar do protocolo que vai formalizar a cedência do espaço ainda não estar assinado, o ICNB avança que há um bom entendimento entre as partes, o que significa que será a autarquia a decidir o futuro do Centro Hípico.
Recorde-se que esta infra-estrutura, que já foi um pólo de atracção do PNM, está fechada ao público desde 15 de Setembro de 2008, mas o ICNB mantém ao serviço os dois tratadores que cuidam dos cavalos e zelam pelas instalações.
Ao que o Jornal NORDESTE conseguiu apurar, a transferência do Centro Hípico para a Junta de Freguesia é o primeiro passo para entregar a gestão a um operador privado, com negócios na área do turismo de natureza.
Actualmente, a cavalariças acolhem quatro machos e quatro éguas, que custam ao ICNB 30 mil euros por ano, mais uma renda à Junta de França pela cedência dos terrenos onde funcionava o Centro Hípico. No entanto, o Jornal NORDESTE sabe que o Estado tem as contas em atraso e que as rendas não são pagas há vários meses.
Quatro cavalos e quatro éguas alojados poderão ser vendidos por 1.500 euros
Os custos associados ao equipamento, que não recebe visitantes nem gera receitas, estarão na origem da mudança de gestão. Aliás, já em Maio do ano passado, o director-adjunto das Áreas Classificadas do Norte, Duarte Figueiredo, numa visita a Bragança, assumiu que o futuro do Centro Hípico de França poderia passar pela transferência da sua gestão para privados.
Além disso, o equipamento “não reúne as condições necessárias para o seu registo na Federação Equestre Portuguesa, condição indispensável ao seu funcionamento público”, informa o PNM num ofício afixado numa das portas da cavalariça.
Ao que foi possível apurar, em cima da mesa está também a questão da venda dos cavalos, dado que a autarquia não tem capacidade financeira para suportar os encargos com o tratamento. Por isso, os animais deverão ser vendidos ao operador turístico que vier a explorar o Centro Hípico. Apesar do valor da venda ainda não estar fechado, o Jornal NORDESTE sabe que os oito animais já foram avaliados em 1.500 euros.
Apesar dos esforços e dos insistentes telefonemas, não foi possível auscultar o presidente da Junta de Freguesia de França, Amândio Costa, sobre o futuro do Centro Hípico.
Teresa Batista, Jornal Nordeste, 2010-11-04
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