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Ministro admite alterar regras de actualização de pensõesHoje às 13:24
O ministro do Trabalho admitiu alterar as regras de actualização das pensões em 2010, contudo só tomará uma decisão em Outubro ou Novembro. Vieira da Silva lembrou que o actual modelo foi criado para um contexto normal de economia.http://www.tsf.pt/paginainicial/AudioeVideo.aspx?content_id=1203234
-Vieira da Silva lembra que para uma situação excepcional são precisas situações excepcionais
- Vieira da Silva defemde que modelo que vincula aumento de pensões ao crescimento de economia é «bom princípio»
- João Proença diz que esta era reivindicação da UGT
O ministro do Trabalho admitiu, esta quinta-feira, alterar as regras de actualização das pensões em 2010, dada a situação «excepcional» actual que «exige medidas de natureza excepcional».
Contudo, Vieira da Silva assegurou que uma decisão só surgirá em Outubro ou Novembro, dependendo da variação dos preços.
«Não julgo que seja vantajoso precipitarmo-nos a discutir essas alterações quando estamos no desconhecimento qual será o valor da evolução dos preços», adiantou.
Este ministro recordou que ainda que o modelo existente foi criado para um contexto normal de economia, diferente do actual em que se há o «risco de crescimento negativo dos preços» e mesmo de «deflação» como alguns dizem.
«Uma inflação negativa é uma coisa que nunca nenhum de nós viveu. Há um ano, os riscos eram de crescimento da inflação e as críticas que se faziam à fórmula de actualização das pensões é que ela era pouco sensível aos crescimentos da inflação. Hoje o cenário é absolutamente diferente», explicou.
À margem de um congresso sobre trabalho, que decorre entre esta quinta e sexta-feira, em Lisboa, este ministro defendeu que o modelo que vincula o aumento das pensões ao crescimento da economia e dos preços é um «bom princípio».
Em declarações à TSF, o líder da UGT saudou estas mudanças admitidas pelo ministro do Trabalho, dizendo qiue esta era uma antiga reivindicação da central sindical.
«Não está ajustada a uma realidade de crise. A aplicar a actual fórmula na situação dos aumentos de 2010, poderíamos chegar ao absurdo de em vez de haver aumento das pensões haver diminuição das pensões», explicou João Proença.
O secretário-geral desta central sindical recordou que como se prevê uma inflação em 2010 superior a 2009 «haveria sempre perda do poder de compra das pensões o que é completamente inaceitável».
Também o líder do CDS-PP congratulou-se com a proposta, defendendo que «os reformados estão entre os portugueses mais pobres, precisam de maior poder de compra, pelo que era de uma injustiça inconcebível que não só não aumentassem as pensões como as baixassem».
Paulo Portas considerou que a fórmula de actualização das pensões «é rígida demais» e «deve ser mais flexível», já que, em período de crescimento negativo do PIB, com a inflação a descer, a consequência é a penalização das reformas.
In TSF