GUIANA FRANCESA

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Problemas na Guiana adiam saída do 'Ariane'

Espaço. Ninguém supunha que o aumento do preço dos combustíveis neste território francês do Ultramar podia impedir o lançamento do 'Ariane 5' e a missão para as telecomunicações europeias

O movimento de protesto contra o preço dos combustíveis, que hoje entra no 11.º dia na Guiana Francesa, tem tido várias repercussões, nomeadamente a saía do foguetão Ariane 5, programada para dia 10. O lançamento a partir da base de Kuru foi suspenso indefinidamente, apesar de antes ter sido avançado o dia 16 para a descolagem do foguetão, cuja missão, mais tarde ou mais cedo, será a de colocar em órbita dois satélites do operador de telecomunicações europeu Eutelsat, de acordo com o Centro Nacional francês de Estudos Espaciais.

A circulação das estradas foi seriamente afectada por este movimento de protesto, com a colocação de dezenas de barragens impeditivas para a passagem dos transportes, que levaram à violência urbana, com incêndio de viaturas e a detenção de vários manifestantes. Houve escolas que fecharam e também estabelecimentos comerciais. O porto e o aeroporto mantiveram-se encerrados durante o último fim-de--semana. Presentemente, no mercado negro a gasolina sem chumbo está a custar 3,5 euros. Os trabalhadores da base espacial são transportados de helicóptero ou de barco.

Patrícia Fonseca, uma dos seis portugueses que trabalham em Kuru, em empresas envolvidas no Centro de Estudos Espaciais, confirmou à agência Lusa que o lançamento do Ariane 5 "foi suspenso e não há data prevista neste momento, não se podendo confirmar qualquer data enquanto continuar o bloqueio".

"Os protestos são conduzidos por sindicatos. Juntou- -se um grande movimento social, que apoia. A alta de preços atinge a maioria da população, que está solidária com o bloqueio", disse a portuguesa ,que trabalha no Departamento de Comunicação do Centro Espacial de Kuru. A Guiana Francesa tem 160 mil habitantes e situa-se no Nordeste da América do Sul, entre Brasil e Suriname. |

In DN