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MensagemAssunto: Congo    Congo  Icon_minitimeQua Out 29, 2008 1:21 pm

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Milhares de pessoas fogem dos combates

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LUÍS NAVES

República Democrática do Congo. Guerra civil no Leste

Pânico em Goma obriga ONU a intervir contra rebeldes de Nkunda

Milhares de civis estão a fugir para Goma, no Kivu Norte, Leste da República Democrática do Congo (RDC), que mergulha de novo numa guerra civil. O quartel-general local das Nações Unidas foi apedrejado por uma multidão em pânico, que protestava contra a falta de acção da missão da ONU (Monuc), que entretanto atacou os rebeldes com helicópteros.

À volta de Goma decorrem ferozes combates entre forças governamentais e milícias do Congresso Nacional para a Defesa do Povo (CNDP), do general Laurent Nkunda. Estão a ser usados carros de combate e artilharia, com a luta mais acesa na zona de fronteira com o Uganda. O general Nkunda, líder rebelde tutsi congolês, controla uma zona diamantífera e rearmou-se. Por seu turno, Kinshasa acusa o Ruanda de estar a fornecer ajuda militar ao grupo rebelde, incluindo tropas. Os ruandeses negam o envolvimento.

Ontem, helicópteros de combate da Monuc dispersaram forças do general Nkunda, que diz defender a população tutsi. Na véspera, o general espanhol Vicente Díaz de Villegas demitiu-se de chefe da missão da ONU no Congo, cargo para o qual tinha sido nomeado sete semanas antes. Na altura em que se demitiu, o militar acusou a ONU de não possuir uma estratégia no conflito.

O recomeço dos combates, no final de Agosto, é o mais recente episódio da guerra civil congolesa (que algumas estimativas dizem ter feito cinco milhões de mortos) e do genocídio do Ruanda. Em Janeiro, as várias forças tinham assinado um acordo de paz.

O número de deslocados, desde Agosto, ultrapassa um quarto de milhão de pessoas (que se juntam a um milhão de deslocados internos no Kivu Norte). Desta vez, as testemunhas referem uma atmosfera de pânico e de confusão generalizada em Goma. O Alto-Comissariado da ONU para os refugiados prepara um plano de emergência para 30 mil pessoas.

Os rebeldes tutsis do CNDP dizem ter sido atacados pelo exército congolês, que acusam de apoiar os hutus das Forças Democráticas de Libertação do Ruanda (FDLR), fugitivos do genocídio ruandês.

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MensagemAssunto: ONU incapaz de proteger os campos de refugiados   Congo  Icon_minitimeQua Nov 26, 2008 6:15 pm

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ONU incapaz de proteger os campos de refugiados

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LUÍS NAVES

Guerra civil no Congo.

As Nações Unidas estão a mediar o conflito do Kivu Norte, mas as populações que fugiram para os campos de refugiados continuam sob ataques de soldados congoleses. A norte de Goma, as forças do general Nkunda enfrentam acções das milícias hutus e dos misteriosos mai-mai

Há 200 mil civis dispersos pelo mato

A ONU começou ontem a transferir para áreas mais seguras 30 mil refugiados que se encontram em campos vulneráveis, perto de Kibati, no Leste do Congo, e que foram alvo de saques de forças governamentais congolesas. Nestes ataques violentos morreram civis sob protecção das Nações Unidas. Há 200 mil pessoas dispersas pelo mato, na zona de guerra em que se transformou o Kivu Norte, onde forças rebeldes, do Governo congolês, e as enigmáticas milícias mai-mai competem pela prática das acções mais bárbaras.

A guerra na República Democrática do Congo (RDC) acentuou-se em Agosto e agravou-se no mês passado. Além de número indeterminado de vítimas, o conflito provocou a fuga em massa de populações; segundo a ONU, no mínimo, um quarto de milhão de pessoas.

O enviado especial da ONU, o antigo presidente nigeriano Olusegun Obasanjo, viaja este fim-de-semana para a RDC, onde tentará conduzir negociações entre o Governo de Joseph Kabila e os rebeldes do general tutsi Laurent Nkunda, que têm apoio do Ruanda. Nkunda controla a zona a norte da cidade de Goma e quer a sua milícia, o Congresso Nacional para a Defesa do Povo (CNDP), integrada no exército congolês.

Os rebeldes estão a conduzir operações militares para neutralizar grupos que, segundo dizem, tentam infiltrar-se no território controlado por Nkunda. Na definição do CNDP, trata-se de grupos armados hutus ruandeses, afectos à Frente Democrática de Libertação do Ruanda (FDLR) e milícias mai-mai. As forças de Nkunda dizem que as infiltrações estão a ocorrer na zona de Kiwanja, 80 quilómetros a norte de Goma.

Os mai-mai são combatentes tribais congoleses cuja passagem por um lugar não costuma deixar muitas testemunhas. Actuaram em guerras civis anteriores (têm décadas) e usam crenças tradicionais (amuletos, água benta) antes de combaterem, o que muitas vezes fazem nus. Nos últimos dias, cresceram os relatos do seu aparecimento neste conflito e os sobreviventes falam em massacres e violações. Na semana passada, os mai-mai lutaram contra todas as forças no terreno, incluindo a ONU, num incidente que provocou um morto mai-mai.

A ONU não esconde a sua preocupação pela situação e o secretário--geral, Ban Ki-moon, apresentou um relatório, em Nova Iorque, onde as forças de Nkunda são acusadas de "execuções arbitrárias e assassínio em massa". Ao exército congolês são atribuídas "numerosas violações dos direitos do homem". A ONU tem 17 mil soldados na RDC, mas já foram aprovados mais três mil.

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MensagemAssunto: Lider rebelde congolês detido no Ruanda   Congo  Icon_minitimeSáb Jan 24, 2009 11:36 pm

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Líder rebelde congolês detido no Ruanda

Congo  Ng1079745

O chefe tutsi da rebelião congolesa, Laurent Nkunda, que desestabiliza o leste do Congo há vários anos, foi preso, esta quinta-feira, no Ruanda, após uma ofensiva de forças congolesas e do Ruanda na região oriental da RD Congo.

O líder da rebelião do Conselho Nacional para a defesa do Povo (CNDP) foi, esta sexta-feira, colocado provavelmente «sob prisão domiciliária em Gisenyi», uma localidade do Ruanda situada perto de Goma, capital congolesa do Kivu-Norte, de acordo com uma fonte da rebelião.

Laurent Nkunda é objecto de um mandato de detenção emitido em Setembro de 2005 pelo Alto Tribunal congolês militar por desobediência e crimes de guerra em Bukavu, capital da província de Kivu-Sul.

Em Kinshasa, o porta-voz do governo, Lambert Mende, exprimiu a satisfação das autoridades e pediu a extradição de Laurent Nkunda, «na perspectiva que ele se deva apresentar perante o seu juiz natural», o sistema de justiça congolesa.

Em Bruxelas, o Comissário Europeu para o Desenvolvimento, afirmou que espera que a sua detenção permita «consolidar e reforçar a paz» na região.

«Tudo o que permita neutralizar ou diminuir a influência negativa de um ou do outro só pode reforçar e consolidar a paz», comentou Louis Michel

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MensagemAssunto: CONGO   Congo  Icon_minitimeDom Fev 01, 2009 7:47 pm

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O testemunho quase perfeito que pode minar julgamento histórico

Susana Salvador
jornalista

Crianças-soldados. PRIMEIRO PROCESSO EM HAIA

"Alguns alunos eram recrutados e levados, eu fui um dos que foram para os campos militares. Isso aconteceu quando eu saía da escola. Eram soldados de Thomas Lubanga. Estavam armados e eram mais numerosos que os meus amigos e eu." O primeiro testemunho no julgamento do ex-comandante das milícias da União dos Patriotas Congoleses (UPC) teria sido perfeito, não fosse o facto de a antiga criança-soldado ter voltado atrás com a palavra e negado tudo no último momento.

Um importante revés naquele que é um julgamento histórico no Tribunal Penal Internacional de Haia. Sete anos após a criação deste tribunal permanente para julgar crimes de guerra, crimes contra a humanidade e genocídio, senta-se pela primeira vez no banco dos réus um homem acusado de recrutar crianças para as suas milícias e usá-las em combate na República Democrática do Congo (RDC). "A milícia de Lubanga recrutou, formou e utilizou centenas de jovens crianças para que matassem, roubassem e violassem", disse o procurador Luis Moreno-Ocampo no início do processo.

"Não, eu não estive num acampamento de treino militar", afirmou a primeira testemunha em suaíli, a sua língua natal. O jovem, cuja idade não foi divulgada, tinha a voz distorcida e sentava-se atrás de um painel, de forma a que a sua identidade continuasse escondida do público. Mas no banco dos réus, Thomas Lubanga, vestido com um fato preto e gravata vermelha, podia vê-lo e não pôde evitar sorrir.

"São falsas", acrescentou o jovem em resposta à pergunta do presidente do tribunal, o britânico Adrian Fulford, sobre a veracidade das suas primeiras declarações. O medo de ter sido reconhecido por Lubanga, de estar numa sala de tribunal cheia ou de poder ser acusado pelos crimes que cometeu quando regressar à RDC falaram mais alto. São estes medos que podem minar este julgamento e todos aqueles que abordem o mesmo tema no futuro.

No pico do conflito na região do Ituri (2002-2003), a ONU estima que 30 mil crianças tenham lutado como soldados. Observadores locais acreditam que dos 15 mil membros da milícia UPC, pelo menos 40% eram menores - alguns eram recrutados com apenas sete anos. Eram tantos que a UPC era conhecida como "um exército de crianças".

Hoje, os menores continuam a lutar em mais de uma dúzia de países no mundo. As crianças são alvos fáceis para os recrutas, porque são manipuláveis e raramente os responsáveis enfrentam sanções. É esse aspecto que se espera possa mudar com o julgamento de Lubanga, que arrisca uma pena de 30 anos de prisão. Um processo que está dependente dos testemunhos de ex-crianças-soldados e outros combatentes, como o que falou na sexta-feira: "As crianças estavam dispostas por companhia, batalhão, brigada ou pelotão. Eles eram como militares."

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MensagemAssunto: Milícias da República Democrática do Congo libertam 85 crianças-soldados   Congo  Icon_minitimeQua Fev 04, 2009 10:29 pm

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Milícias da República Democrática do Congo libertam 85 crianças-soldados

Ontem às 13:13

Congo  Ng1116411

As milícias mai-mai, do leste da República Democrática do Congo, libertaram, na semana passada, 85 crianças-soldados com idades entre os sete e os 17 anos, informou, esta terça-feira, o Fundo da ONU para a Infância (UNICEF).

As mai-mai são uma milícia da República Democrática do Congo que combate ao lado das forças governamentais contra a rebelião tutsi congolesa de Laurent Nkunda, activa na região do Kivu Norte.

Estas milícias libertaram dois grupos de crianças na sequência de conversações, disse a porta-voz da UNICEF em Genebra, Veronique Taveau.

Um primeiro grupo de 65 crianças, incluindo duas raparigas, foi libertado quinta-feira passada, e um segundo grupo de 20 crianças, do qual faziam parte três raparigas, no domingo.

«As crianças estavam esfomeadas, traumatizadas e amedrontadas quando as encontrámos», disse a porta-voz.

A mesma responsável adiantou que o processo de identificação das famílias das crianças será «longo e nem sempre fácil» porque as famílias estão, por vezes, em zonas do país onde não é possível aceder por razões de segurança.

Segundo a ONU, as milícias da região ainda integram cerca de 2.000 crianças.

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MensagemAssunto: "Expulsar portugueses foi erro estratégico de Mobutu"   Congo  Icon_minitimeSáb maio 02, 2009 5:10 pm

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"Expulsar portugueses foi erro estratégico de Mobutu"

por FRANCISCO ALMEIDA LEITE
Hoje

Congo  Ng1144658

Filho de pai português e antigo aliado de Mobutu Sese Seko, José Edundo Bonange, de 65 anos, é ministro do Governo de Kabila filho, em Kinshasa, na República Democrática do Congo.

O seu primeiro nome é de origem portuguesa...

O meu nome é José Eduardo Bonange.

O meu pai chamava-se José Alfredo Mendes Ferreira. Era de Vila Nova de Tázem. Foi ao Congo e, como toda da gente, levou os irmãos, os primos, esteve essencialmente nesta região do Equador. Os portugueses estavam nesta província, na província Oriental e na do Kasai. O meu pai foi para o Congo e teve filhos com a minha mãe. A seguir regressou a Portugal e isso faz com que tenha irmãos e irmãs aqui. Mas quando eu vim aqui, pela primeira vez, com a minha mãe, as coisas não correram muito bem, porque creio que os meus irmãos pensaram que vinha por uma questão de herança ou coisa do género. Não tenho necessidade disso. O nome que vêem no meu cartão, Edundo, é uma transformação de Eduardo.

Que imagem tem de Portugal?

Bom, sou muito ligado a Portugal, segui a sua evolução. A primeira vez que vim aqui, após o 25 de Abril, era um país com os muros pintados, com inscrições, mas depois, quando voltei, vi a evolução. Antes eram cinco horas para chegar, por estrada, a Coimbra, hoje em dia é uma hora.

Na altura era ministro das Infra- -estruturas...

Era director-geral da empresa nacional de estradas, depois é que passei a ser ministro das Infra-estruturas e, actualmente, sou ministro do Ambiente.

O Governo da República Democrática do Congo tem um programa que visa dar indemnizações aos portugueses que viveram no antigo Zaire. No ano passado, pagaram mais de seis milhões e, este ano, qual é a evolução?

Não conheço os números exactos para este ano. Mas creio que é preciso falar, primeiro, das expulsões e, para mim, essa é a grande falha que Mobutu cometeu. Se Mobutu tivesse agido de outra forma, não teria chegado à situação que conheceu. Porque, quando os ocidentais falam do regime de Mobutu, falam sempre da corrupção. Mas, do meu ponto de vista, não foi a corrupção que matou o Congo, foram as más escolhas estratégicas. Eu não encorajo a corrupção, mas numa altura em que um presidente precisa de meios para gerir a sua política, meios pessoais, se ele tirar 20% de dois mil milhões de dólares, fica com 200 milhões de dólares, se tirar 20% dos 200 milhões de dólares fica com 20 milhões de dólares. Foi isso que aconteceu com Mobutu. Então, a escolha fundamental, ou seja, liberalizar e deixar as pessoas que trabalham na agricultura, comércio, transportes, fazerem o seu trabalho, qualquer que seja a sua origem, essa era a escolha básica, a escolha boa. Mobutu, sob pressão política, arrancou aos portugueses o pequeno comércio e deu-o aos congoleses que jamais fizeram isso.

Não tinham experiência...

Não tinham experiência. Os portugueses que estavam lá compravam o cacau, o café e, ao fazer isso, eles davam dinheiro à população para que ela, por sua vez, tivesse os filhos na escola. E depois de arrancar os portugueses dali, quem comprava os produtos, quem os transportava? Então, com este erro estratégico fundamental, perdeu Mobutu e perdeu o país. É este o erro fundamental e básico de Mobutu. Muito mais do que a corrupção.

E agora os portugueses devem voltar com investimentos?

Os congoleses aprenderam que não serve de nada tomar os bens de alguém que lhes permite ter trabalho, que permite vender os seus produtos. Então, aprenderam a lição, o mal que as expulsões causaram. Hoje em dia são totalmente abertos. Não é o vosso país que conta, é a contribuição que dão para o Congo que conta. É uma nova visão, que quer seja negro ou branco, o que conta é o trabalho que pode criar, a riqueza que pode criar. Então, em que domínios podem os portugueses vir investir? Em todos, têm competências, tecnologia, estive aqui três horas a falar com portugueses que trabalham na energia solar.

E isso interessa-vos...

Sim, claro que nos interessa. O Congo é um país de 2, 450 milhões de km2, tem muito potencial eléctrico, mas não basta só produzir electricidade, é preciso também transportá-la. E isso é muito caro. O Congo é também um país em vias de mudança completa, é um país com monopólios na electricidade, na água, nos transportes aéreos, mas hoje nós perguntamos: "De que nos serve ter uma companhia nacional de electricidade que não nos dá electricidade, que não nos dá água?" Então, preferimos partir esse monopólio. Queremos que o país possa evoluir à medida do seu potencial. Porque é que vamos explorar combustíveis, se o Estado não tem meios para o fazer? Então damos aos privados.

Não há um problema de segurança que pode afastar os privados?

Há mais assassínios em Lisboa do que em Kinshasa. Há bolsas de insegurança no Leste em dois territórios...

...No Kivu...

No Kivu. Mas agora estamos em vias de resolver este problema porque estamos a trabalhar com o Ruanda. Em 1994, Kigali tinha um problema com os tutsi e depois eles ganharam a guerra. Sobre pressão da comunidade internacional, dois milhões de ruandeses foram introduzidos no Congo; eles é que estiveram na base de todos os problemas que tiveram lugar agora. Juntos, no Congo e no Ruanda, estamos em vias de erradicar estas bolsas de insegurança para ter a paz. Então, toda a imagem de um país que é 27 vezes maior do que Portugal é perturbada por dois territórios que têm insegurança. Mas quando as pessoas vêm a Kinshasa, é raro haver assassínios.

É verdade que o Ruanda prendeu o general Laurent Nkunda. Mas o seu Presidente, Joseph Kabila, confia nos ruandeses?

Acreditámos no nosso parceiro, o Ruanda, mas vamos ver se o jogo vai ser transparente. No que respeita ao general Nkunda, pedimos a sua transferência para Kinshasa.

Ele poderá, no futuro, ser reintegrado nas forças armadas?

Não posso dizer. Mas o general Nkunda tem de responder pelos seus actos, como assassínios, ataques, ele deve justificar-se porque fez ou não certas coisas. Há a presunção de inocência, esperamos que ele vá a tribunal apresentar a sua defesa.

Muitas ONG dizem que o Governo apoia as milícias Mai Mai...

Não. O Congo esteve em guerra com metade da África Central. Eu próprio estive na rebelião no Kivu e o governo apoiava-se, à época, nas milícias Mai Mai. Mas depois houve negociações e chagámos a um acordo político. As Mai Mai, como nós, participaram no mesmo governo. Tivemos eleições. Eu fui eleito deputado. O contexto mudou. As Mai Mai, que não querem integrar o Exército Nacional, são rebeldes. E são julgados como fora da lei.

Nkunda, antes de ser detido, exigiu que Kinshasa renegociasse com os chineses o contrato de exploração das riquezas minerais do país. Isso vai acontecer?

Nkunda é um cidadão como os outros, pode dizer que não gosta dos chineses, mas o Governo pensou que...

...gosta dos chineses...

Não é questão de gostar dos chineses. O Governo pensa é que os chineses podem ajudar o Congo como ajudaram outros países. Não vamos fazer uma diplomacia baseada no que gostamos ou deixamos de gostar. Não há razões para que não trabalhemos com a China quando vocês, europeus, trabalham com a China. Não podemos ignorar 1,5 mil milhões de chineses e a sua riqueza. Vocês também precisam de nós, porque todos os dias dizem que é preciso preservar a floresta.

E vocês têm muita floresta...

Eu represento 50% da floresta africana. Não podem ignorar o Congo. Hoje em dia tem 65 milhões de habitantes, em 2020 terá cem milhões e em 2050 terá 200 milhões. Nessa altura, haverá 400 milhões de pessoas a falar francês, o Congo, sozinho, representará a metade.

Que vantagens vê no investimento chinês em relação ao europeu?

Penso que a parceria com os chineses, quando posta em prática, é mais rápida. O que lembramos mais vezes ao Banco Mundial e ao Fundo Monetário Internacional é esta questão de procedimento. Muito tempo. O Congo tem interesse em trabalhar com todos.

Qual o papel de França no Congo?

A primeira coisa que temos em comum com a França é a língua. O Congo é o primeiro país francófono e a França, na preservação da sua língua, não pode ignorar o Congo. Da mesma maneira, a língua portuguesa vai ser preservada pelo Brasil.

O que vai acontecer aos milhões que Mobutu tinha na Suíça?

Mas que milhões? Mobutu deixou sete milhões de euros.

Vão para o Governo congolês ou para a família?

O primeiro-ministro escreveu para que o dinheiro venha para o Congo. Se formos ver, na época, dizia-se que Mobutu tinha milhares de milhões e agora vemos que são sete milhões!

Como pôde estar no governo de Mobutu e agora no Governo do filho do homem que o derrubou?

Para mim isso não é problema. O Congo está para além de Mobutu, de Kabila. O poder que estiver no Governo é o poder com o que trabalho. Tenho uma boa relação com o Presidente Kabila.

Joseph Kabila vem este ano a Portugal? Nós sabemos que o convite já foi endereçado pelo Governo português...

Sim, é possível. Foi o primeiro-ministro [José Sócrates] que fez o convite, através do seu secretário de Estado, e acho que ele [Kabila] pode vir a Portugal quando fizer uma "digressão" pela Europa.

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MensagemAssunto: "Pessoas ficaram reduzidas a cinzas"   Congo  Icon_minitimeDom Jul 04, 2010 3:03 pm

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"Pessoas ficaram reduzidas a cinzas"

por SUSANA SALVADOR
Hoje

Congo  Ng1313783

Pelo menos 230 mortos e 105 feridos na explosão de um camião-cisterna cheio de combustível.

De nada valeu ao motorista do camião-cisterna acidentado alertar para o perigo de explosão. Em Sange, na República Democrática do Congo, como em muitas regiões pobres de África, alguns litros de combustível são verdadeiro ouro negro. As pessoas começaram a aproximar-se, tentando recuperar o que podiam. A explosão e o incêndio que se seguiram, na sexta-feira, tiraram a vida a pelo menos 170 adultos e 60 crianças.

"O combustível começou a sair do camião, mas as pessoas, em vez de fugirem, foram tentar recuperá-lo. Alguns minutos depois, houve uma explosão, o fogo começou a sair do camião e propagou-se muito rapidamente. As pessoas ficaram logo queimadas. Outras, que tentavam fugir, ficaram bloqueadas pelo fogo e reduzidas a cinzas", disse à AFP um professor de 28 anos, Tondo Sahizira.

Mas, segundo o governador da província do Kivu do Sul, a maioria das vítimas eram telespectadores que seguiam num cinema o rescaldo do jogo do Mundial de futebol entre Brasil e Holanda e aguardavam o início do Gana-Uruguai. "Ninguém saiu vivo dessa sala", afirmou Marcellin Cishambo. O fogo espalhou-se rapidamente, atingido quase duas dúzias de casas na área do acidente.

As primeiras indicações dizem que o motorista, que transportava o combustível da Tanzânia, seguia em excesso de velocidade quando o camião virou. Além dos 230 mortos - muitos dos corpos foram alinhados ao lado do veículo e cobertos com um pano branco - há ainda o relato de 105 feridos. Estes foram transportados para os hospitais de Bukavu (a capital do Kivu do Sul) e Uvira (a 30 km de Sange).

A Missão para a Estabilização da República Democrática do Congo (Monusco) disponibilizou três helicópteros MI 17 para ajudar a transportar os feridos. Inicialmente, chegou a dizer-se que cinco capacetes-azuis tinham morrido na explosão, mas a informação foi mais tarde negada. Outras fontes indicaram que entre as vítimas estariam militares das Forças Armadas congolesas (13 terão ficado feridos e dez estão desaparecidos, segundo a Reuters), apontando um deles como responsável pelo acidente, porque estava a fumar.

Os corpos ficaram totalmente queimados ou reduzidos a cinzas, sendo a sua identificação muito difícil. Como em muitos outros acidentes do género em África (ver caixa), o mais provável é que os cadáveres sejam enterrados numa fossa comum. "Estamos a chorar os nossos mortos. Esperamos pelo funeral, provavelmente numa fossa comum", disse Mbaka Munyerere, de 54 anos. Em redor dos cadáveres, o correspondente da AFP viu ainda uma mulher em lágrimas a gritar: "Perdemos os nossos homens e as nossas crianças. Estou morta, já não tenho vida."

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MensagemAssunto: Tribunal Penal Internacional decide julgar Bemba   Congo  Icon_minitimeTer Out 19, 2010 1:35 pm

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Tribunal Penal Internacional decide julgar Bemba

Hoje

Congo  Ng1355209

(ACTUALIZADA) O Tribunal Penal Internacional decidiu hoje levar a julgamento o ex-vice-presidente da RDCongo, Jean-Pierre Bemba, disse à Lusa fonte do partido do dirigente da oposição congolesa.

Em declarações à Agência Lusa, Fidel Babala, director do gabinete do líder da oposição, disse ter acabado de "saber que Jean-Pierre Bemba vai a julgamento".

Babala adiantou que na quinta-feira será marcada a data para o início do julgamento.

O Tribunal Penal Internacional (TPI) decidiu julgar Bemba, rejeitando a alegação da defesa de que de que este não poderia sentar-se no banco dos réus por já ter sido julgado, pelas acusações que lhe são imputadas pelo TPI, na Republica Centro-Africana (RCA).

"O caso já foi julgado e ele (Bemba) foi ilibado. Se o TPI se reger pelo Direito, então Jean-Pierre Bemba não poderá ser julgado duas vezes pela mesma acusação", disse na segunda-feira Babala.

O antigo vice-presidente da RDCongo, de 47 anos, é, segundo a acusação, responsável por assassínios, violações e pilhagens cometidas entre Outubro de 2002 e Março de 2003, pela sua milícia enviada para a RCA para apoiar o regime do Presidente Ange-Félix Patassé.

Bemba foi derrotado nas eleições presidenciais na RDCongo em 2006 e, após violentos confrontos entre homens da sua segurança e militares, saiu do país e veio para Portugal, onde tem casa.

Após os confrontos dos quais resultaram 60 mortos, o líder da oposição viveu em Faro (sul de Portugal) desde Abril de 2007 até 2008, tendo sido detido em Maio do mesmo ano, em Bruxelas, sob mandado do TPI, e entregue em Haia a 03 de Julho.

O ex-vice-presidente tinha anunciado a intenção de se candidatar às presidenciais de 27 de Novembro próximo e que, caso não fosse hoje libertado, faria campanha através do seu partido, o Movimento de Libertação do Congo (MLC).

Mas o julgamento de Bemba pode arrastar-se por 10 meses, segundo a revista online Jeune Afrique que estima que, na melhor das hipóteses, o veredicto será conhecido no início de 2012.

A lei congolesa exige que um candidato goze plenamente dos seus direitos civis e políticos.

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MensagemAssunto: Pelo menos move mortos em ataque ao palácio presidencia   Congo  Icon_minitimeDom Fev 27, 2011 5:25 pm

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Pelo menos move mortos em ataque ao palácio presidencia

por Lusa
Hoje

Pelo menos nove pessoas foram mortas hoje na sequência de um ataque de homens armados com catanas ao palácio presidencial na República Democrática do Congo, de acordo com testemunhas citadas pela AP.

Um porta-voz do Governo congolês, Lambert Mende, confirmou o ataque e disse que o Presidente, Joseph Kabila, escapou ileso. Mende escusou-se a avançar um balanço do número de mortos, dizendo apenas que algumas das pessoas envolvidas no ataque tinham sido mortas ou feridas e outras detidas. No entanto, uma testemunha citada pela agência Associated Press reportou ter visto os cadáveres de nove assaltantes e dois guardas. Kabila foi eleito em 2006, nas primeiras eleições democráticas no Congo, e deverá candidatar-se novamente nas eleições de Novembro próximo. Joseph sucedeu ao seu pai, Laurent-Desirée Kabila, que tomou o poder em 1997, mas foi assassinado.

O país, um dos maiores da África Central, tem travado guerras civis desde o final dos anos 1990. O ataque acontece menos de 48 horas antes do início de uma visita oficial de quatro dias do secretário de Estado das Comunidades português ao país, na qual deverá assinar um acordo para a proteção dos investimentos portugueses. Na comitiva de António Braga seguem vários empresários, que a tutela ainda não revelou quais são.

A República Democrática do Congo (RDCongo) é vista pelo Banco Mundial como um dos principais motores do crescimento económico de África.

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MensagemAssunto: Mais de 100 pessoas sofrem violações e violência física   Congo  Icon_minitimeQui Jun 23, 2011 4:46 pm

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Mais de 100 pessoas sofrem violações e violência física

por Lusa
Hoje

Mais de uma centena de pessoas de uma localidade na zona leste da República Democrática do Congo foram vítimas de violações e outro tipo de violência física entre 10 e 12 de Junho, revelaram os Médicos Sem Fronteiras, citados pela France Prese.

"As nossas equipas assinalaram na quarta-feira mais de 100 pessoas que foram vítimas de violações ou de violência física entre 10 e 12 de Junho na localidade de Nyakiele", declarou à France Presse Megan Hunter, chefe da missão holandesa dos Médicos sem Fronteiras.

Segundo disse à France Presse o deputado regional Jean Marie Ngoma, mais de 60 mulheres que vivem naquela localidade foram vítimas de violações cometidas por militares do exército congolês dirigido por um coronel, após terem sido levadas para um centro militar.

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