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Escola de karate flaviense faz 25 anos
Chaves Angariar praticantes é uma das maiores lutas do Karate Clube do Alto Tâmega Se pensa que o karate não tem tradição em Chaves, desengane-se. O Karate Clube do Alto Tâmega (KCAT) faz 25 anos. Entre altos e baixos, a associação passa hoje por um período morno, com cerca de 30 praticantes. Em Chaves nem com artes marcias se vence o desporto rei (futebol), que continua a merecer a preferência dos mais jovens. A direcção do clube lamenta, mas não perde a esperança.
O karate entrou na vida de Manuel Barreira na década de 80, então estudante em Braga. Anos depois, quando regressou à terra natal, a Chaves, Manuel não trouxe só o canudo. Agarrado a si, como carraça em cão, trouxe o bichinho do karate. É que, diz o próprio, “o karate quando se começa é para a vida”. E assim tem sido. Aos 47 anos Manuel Barreira, cinturão castanho, é o vice-presidente do Karate Clube do Alto Tâmega, que faz domingo 25 anos. Manuel não é da fundação da associação. Mas está intimamente ligado à sua reactivação, no final da década de 90. Desde de então, o KCAT fez uma viragem. Abandonou a vertente “mais dura e mais pesada” deste desporto e virou-se definitivamente para a vertente desportiva e de formação. Hoje, entre adultos e jovens, é responsável pela formação de cerca de 30 alunos.
Mas a luta pela sobrevivência desta escola de não tem sido fácil. A par da falta de meios financeiros, o que faz, por exemplo, que continue a treinar em instalações cedidas no ginásio da Escola Nadir Afonso, o maior adversário do clube é o futebol, que continua a arrebatar a maioria dos jovens. Manuel chama-lhe a “ditadura” da bola. E não vê, para já, como dar a volta ao problema. Tem falhado quase tudo. “Até às escolas temos ido divulgar o que fazemos e as vantagens da modalidade, mas não adianta. Os pais não sabem o que perdem e o que isto representa em termos de educação”, lamenta Manuel, enumerando os valores que a prática do karate potencia aos que o praticam: respeito pelo parceiro, disciplina, auto-estima…
“Eu falo por mim, saio daqui outro. No dia seguinte, vou para o trabalho a assobiar!”, garante, Manuel, apelando a que pais e filhos venham experimentar, “sem qualquer compromisso”.
Para Paulo Vilela, 3º Dan (três níveis acima do cinturão preto), que de 15 em 15 dias, treina os alunos do KCAT, o karate “ensina a ter calma”. “Tendo em conta o ritmo acelerado em que hoje vivemos, o karate ensina-nos e regressar ao que devemos ser”, defende o também coordenador da modalidade do Ginásio Clube de Vila Real, rejeitando a ideia de que o karate pode incitar à violência. “Os que vêm para aqui para apreender a bater nos outros não ficam mais de um mês, vão-se embora”, garante Paulo Vilela.
Aberto a karatecas de todas as idadesPorque se acredita que o karate não tem idade, o Karate Clube do Alto Tâmega admite alunos desde o pré-escolar. Os treinos têm lugar no ginásio da Escola Nadir Afonso, de segunda a quinta-feira, a partir das 19h00. Às quartas-feiras, os treinos são especialmente vocacionados para os praticantes em competição.
A mensalidade é de 20 euros, com um desconto de 50 por cento, no caso da inscrição de dois familiares directos.
Os exames de graduação (passagem de cinturão) são realizados com a chancela da Associação Distrital de Karate de Vila Real.
Margarida Luzio, Semanario Transmontano, 2010-12-17
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