Suazilândia

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Austeridade para todos menos para o rei

Hoje

Dois terços da população vivem na pobreza, mas o rei manterá o seu orçamento.

O rei Mswati III da Suazilândia vai manter um orçamento familiar semelhante ao do último ano, apesar de o país enfrentar a bancarrota e os membros do Governo terem reduzido dez por cento nos seus salários, foi hoje revelado.

O orçamento "para gastos" do rei e da família real manteve, para o ano financeiro de 2011-12, os 210 milhões de lilangenis (cerca de 20 milhões de euros) do anterior período, mas o valor representa um aumento de 23 por cento em relação a 2010-11 e de 63 por cento em comparação com 2009-10.

Em fevereiro, o governo, nomeado pelo rei, o último monarca absoluto a sul do Sara, aceitou reduzir em dez por cento os seus salários face à grave crise económica que afeta o país situado na África Austral, entre a África do Sul e Moçambique.

A medida, que poupará aos cofres públicos cerca de 600 mil euros, deverá ser estendida aos funcionários públicos do reino.

Segundo a revista Forbes, Mswati III dispõe de uma fortuna estimada em cerca de 150 milhões de euros e gere um fundo financeiro avaliado constituído pelo seu em 7,5 mil milhões de euros.

A opulência real não podia contrastar mais com a vida dos seus súbditos, descrita pelo ministro das Finanças, Majozi Sithole, na apresentação do orçamento.

"Mais de 60 por cento da população vive na pobreza. Cerca de 66 por cento não tem uma conta bancária. Estima-se que um quarto da população adulta esteja infetado com o vírus HIV e a esperança de vida à nascença é a mais baixa do mundo. Mais de metade dos jovens estão desempregados e um quarto das crianças que iniciam a escola primária abandonam o ensino antes da sétima classe", disse Sithole, citado pelo sítio All África.

In DN