Haiti

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Fotos de médicos em missão no Haiti causam polémica

por Lusa
Hoje


Uma missão humanitária porto-riquenha no Haiti tornou-se um foco de polémica depois da divulgação na rede social Facebook de fotografias de médicos em poses de divertimento no meio de vítimas do sismo que devastou o país.

O comité de ética do Colégio de Médicos e Cirurgiões de Porto Rico afirmou já que vai investigar os envolvidos, depois de as imagens terem sido divulgadas na sexta-feira pelo jornal porto-riquenho Primera Hora.

O secretário da Saúde do país, Lorenzo Gonzalez, classificou o episódio como uma "situação triste".

"O pobre julgamento de uns poucos prejudica o enorme esforço que muitos outros fizeram para prestar cuidados médicos de qualidade", afirmou o governante.

Algumas das imagens, colocadas na rede social online Facebook, mostram médicos sorridentes com armas nas mãos e a brindar, segurando garrafas de whiskey.

Em outras, o pessoal médico aparece no que parece ser uma clínica, extremamente sorridente enquanto atende os doentes.

Uma outra imagem mostra uma vítima do terramoto numa cama de hospital, nua da cintura para baixo, com exceção de uma pequena faixa de tecido que lhe cobre os genitais.

"Não se podem tirar fotografias de pacientes, a não ser que eles deem o seu consentimento por escrito, e muito menos publicar imagens de doentes meio despidos", insurgiu-se o presidente do Colégio de Médicos e Cirurgiões, Eduardo Ibarra.

"Isto é uma violação clara do juramento de Hipócrates e vamos tomar todas as medidas para a corrigir", afirmou.

Com o comité de ética a investigar, houve já efeitos negativos na carreira dos médicos retratados, adiantou Eduardo Ibarra, afirmando que "alguns já perderam os seus empregos".

"Vão provavelmente prejudicar e perder as suas carreiras. É uma confusão. E tudo por causa de uma estupidez", lamentou.

A polémica provocada pelas imagens foi aumentada pelo facto de a missão ser coordenada pelo senado de Porto Rico, tendo já o presidente desta entidade, Thomas Rivera Schatz, afirmado que a conduta dos clínicos foi "imprudente" e "indiscreta".

In DN

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Haiti: Norte-americanos detidos por "roubar" 31 crianças

por Lusa
Hoje


Dez cidadãos norte-americanos suspeitos de "roubar" 31 crianças com idades entre os dois meses e 12 anos, foram detidos sexta feira no Haiti, anunciou sábado o ministro dos Assuntos Sociais e do Trabalho, Yves Christallin.

As dez pessoas detidas, cinco homens e cinco mulheres, foram detidas, na companhia de 31 crianças, com idades entre os dois meses e os 12 anos, perto da fronteira dominicana por um Comissário da polícia haitiana, precisou o ministro.

"É um roubo, não é uma adopção", afirmou o ministro, precisando que "para deixar o Haiti uma criança necessita de uma autorização do Instituto do bem-estar social que se ocupa dos casos de adopção".

Os cidadãos norte-americanos foram entregues à justiça e detidos sábado à noite numa esquadra da polícia em Port-au-Prince, com dois presumíveis cúmplices haitianos.

Numerosas crianças foram adoptadas desde o tremor de terra que devastou o Haiti a 12 de Janeiro.

A administração norte-americana apelou quarta feira aos futuros pais adoptivos de crianças haitianas que tenham paciência, enquanto esperam que sejam aplicados procedimentos "transparentes" para evitar erros e tráfico de crianças.

In DN

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Crianças que iam para EUA tinham de 2 meses a 12 anos

por Lusa
Hoje


As 33 crianças haitianas que iam ser levadas por dez cidadãos norte-americanos e que foram entretanto detidos, tinham entre dois meses e 12 anos, disse hoje a ministra da Comunicação, Marie Laurence Lassec.

Fontes da Direcção Geral de Polícia disseram por seu turno à agência espanhola EFE, que os 33 menores foram entregues aos cidadãos norte-americanos "por um pastor protestante" cuja nacionalidade não precisaram.

Os dez norte-americanos, membros da organização não governamental New Life Children's Refuge, estão actualmente presos na Direcção Central da Polícia Judiciária, estando por saber se irão ser julgados e cumprir pena no Haiti, onde o sistema judicial está praticamente inoperativo depois do terramoto, ou extraditados do país.

A ministra explicou que foi a Polícia de Fronteiras que mandou parar o autocarro com as crianças, suspeitando dos adultos que as acompanhavam com aparência estrangeira.

"Não tinham [as crianças] qualquer documentação nem nenhum papel com eles, pelo que a Polícia chamou a Direcção na capital e foi ordenado o retorno do autocarro", disse a ministra.

"Temos de investigar se são órfãos ou apenas crianças que ficaram sem casa e não encontram os seus pais", adiantou Marie Laurence Lassec.

In DN

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"Metade das ONG não está a fazer nada aqui no Haiti"

por PATRÍCIA VIEGAS
Hoje



"Eu não me considero nem jornalista americano nem espanhol ou italiano. Eu sou jornalista português, tenho nacionalidade portuguesa e viajo sempre com passaporte português"

Como é que um português foi parar a bordo de um porta-aviões americano como enviado especial de um jornal espanhol no Haiti?

Eu nasci em São Sebastião da Pedreira, em Lisboa, o meu pai era o actor Rogério Paulo. Entrei no jornalismo em 1978, como fotógrafo no Diário de Lisboa. Fui correspondente de várias publicações em Cuba, estive na Venezuela, como correspondente para a América Latina do Independente. Agora vivo em Miami e trabalho para o El Mundo desde Outubro. No dia do sismo contactei o comando sul dos EUA e pedi para me levarem num voo. Eles deram-me hora e meia para estar numa base e o primeiro voo foi logo para o USS Carl Vinson.

Não é a primeira vez que está no Haiti. O que é que mais o impressionou quando chegou ao terreno?

É a oitava vez que venho ao Haiti. Já vim por causa de furacões, de conflitos, mas desta vez o que mais me impressionou foi ver que os haitianos não perceberam que tinha acontecido um terramoto. As pessoas são pouco alfabetizadas e não perceberam que a terra podia ter tremido daquela forma. Levaram dias a perceber o que aconteceu. Estive no porta-aviões durante duas semanas mas ia sempre à cidade. Agora estou em Port-au-Prince. Devo regressar quarta ou quinta-feira. Mas penso voltar aqui dentro de dois ou três meses.

Numa das suas peças citava fontes ocidentais que diziam temer uma espiral de violência. Há possibilidade de guerra civil?

Absolutamente. Há um medo de que isso venha a acontecer. Aqui não há trabalho, não há salários, não há impostos nem dinheiro. Mas há muita, muita fome. Então as pessoas vão viver de quê? Isto está a correr riscos de voltar a uma sociedade primitiva. Ainda há aqui muitos problemas. O que temo é que haja um pico da violência. Aqui há muita confusão. Metade das organizações não governamentais (ONG) não está aqui a fazer nada. Estão aqui para que as vejam, para que sejam vistas. O aeroporto está a abarrotar e já não tem capacidade.

Encontrou aí jornalistas portugueses? Matou as saudades de cá?

Sim. Quando cheguei ao hotel onde fico sempre, fiquei surpreendido, pois estava cá o pessoal da SIC e da Visão. Eu não me considero nem um jornalista americano, nem um jornalista espanhol ou italiano - também faço coisas para o jornal La Repubblica. Eu sou jornalista português, tenho nacionalidade portuguesa e viajo sempre com o passaporte português. Se conseguisse trabalho, até regressava a Portugal, mas a última vez que voltei mandaram-se de volta outra vez para a América Latina (risos).

In DN

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Homem de 28 anos encontrado com vida 4 semanas depois

por Lusa
Hoje


Um homem de 28 anos foi encontrado segunda feira com vida entre os escombros de um edifício no Haiti, onde terá estado preso desde 12 de janeiro, data do terramoto que abalou o país, revelou a CNN.

A cadeia de televisão informou que o homem, identificado como Evan Muncie, foi encontrado entre os escombros de um mercado onde vendia arroz, segundo revelaram membros da sua família aos médicos da Universidade de Miami, que estão a trabalhar no Haiti.

Quando foi encontrado, Muncie estava desidratado e desnutrido, mas aparentemente não tinha ferimentos graves, indicaram os médicos.

O médico Mike Connelly, do projeto Medishare da Universidade de Miami, assinalou que Muncie "não comia nada há muito tempo e tinha feridas abertas com úlceras nos dois pés".

O homem disse aos médicos que alguém lhe deu água enquanto estava preso, mas segundo indicaram os médicos à CNN, Muncie está confuso e por momentos acredita que ainda está preso debaixo dos escombros.

A descoberta aconteceu quase um mês após o sismo com uma magnitude de sete na escala de Richter, que devastou o país, principalmente a capital Port-au-Prince, provocando mais de 200.000 mortos.

O governo do Haiti deu por concluídas as operações de busca a 23 de Janeiro para se concentrar na limpeza dos escombros e a na assistência médica.

In DN

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Haiti chora as vítimas um mês depois do sismo

por LUÍS NAVES
Hoje


Numa corrida contra o tempo, preparam-se os abrigos para os desalojados. A temporada de furacões começa a 1 de Junho

O Haiti respeitou ontem um dia de luto nacional, um mês depois do devastador sismo que destruiu parte do país, matando pelo menos 217 mil pessoas e deixando 1,2 milhões sem casa. Os haitianos lembraram as vítimas em cerimónias religiosas, em igrejas ou no que resta delas, junto a campos de refugiados.

Vestido de branco, o Presidente René Préval participou numa dessas cerimónias, na universidade Notre Dame, em Port-au-Prince. O evento foi transmitido pela rádio e pelos canais de televisão. Uma das vítimas mortais do sismo foi o arcebispo do Haiti, Joseph Miot, por isso a celebração esteve a cargo de um bispo que falou na reconstrução. "A aniquilação das igrejas de todas as tendências, o colapso dos símbolos do Estado são um sinal de que um mundo novo acaba de nascer", disse o religioso.

A catástrofe provocou um aumento da religiosidade da população, alimentada pela presença de missionários de diversas seitas (mórmons, cientologia ou evangélicos) que acorreram ao Haiti em grande número. Há também relatos de conversões ao catolicismo de pessoas que praticavam o vodu, uma crença do folclore local que incorpora elementos do catolicismo e de religiões africanas.

A reconstrução decorre em ritmo lento, sob coordenação da ONU, cujo enviado especial, o ex-presidente Bill Clinton, foi entretanto submetido a uma operação cirúrgica cardíaca, em Nova Iorque (ver pág. 33). Centenas de milhares de haitianos dependem agora da ajuda alimentar internacional e pelo menos 50 mil famílias receberam materiais para fabricarem elas próprias as suas novas casas. A União Europeia prepara entretanto um plano para uma operação de assistência militar que visa abrigar a população.

A questão dos abrigos é vital porque se aproxima a época dos furacões. Este ano espera-se uma época particularmente intensa, entre Junho e Novembro, e o Haiti é altamente vulnerável. Entretanto, já começaram as chuvas, que ameaçam agravar os problemas, com derrocadas e doenças.

In DN

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ONU lança um apelo sem precedente pelo Haiti

por LUMENA RAPOSO
Hoje


Comunidade internacional pediu 1,44 mil milhões para ajudar as vítimas da catástrofe de 12 de Janeiro - mais do que após o tsunami.

Dezenas de haitianos chegaram, ontem, a Port-au-Prince no primeiro voo comercial que aterrou no aeroporto da capital do Haiti após o violento sismo de 12 de Janeiro. Na véspera, em Nova Iorque, Bill Clinton juntou a sua voz à do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, ao lançar um apelo de fundos, considerado recorde - 1,44 mil milhões de dólares - para ajudar aquele pequeno e pobre país das Caraíbas, onde a estação das chuvas parece antecipar-se.

Com uma hora de atraso, o avião da American Airlines (AA) pousou ontem de manhã na única pista viável do aeroporto de Port-au-Prince. A bordo, estavam haitianos que vão à procura de familiares e também trabalhadores de organizações humanitárias.

"Esta é a brecha que tanto precisávamos e que os nossos passageiros desesperadamente queriam para iniciar a normalização das ligações com o Haiti", disse, a propósito, Tim Smith, porta-voz da AA que projecta realizar três voos diários entre Miami e Port-au-Prince.

O reinício dos voos comerciais é encarado como uma etapa decisiva para a reconstrução do país, a par da ajuda internacional, mais uma vez solicitada por Ban Ki-moon e Bill Clinton, o enviado especial da ONU para o Haiti.

Devastado pelo violento sismo que lhe matou mais de 200 mil pessoas e deixou 1,2 milhões de outras sem abrigo, o Haiti - com dez milhões de habitantes - precisa de fundos que ultrapassam os mil milhões de dólares. Para a sua reconstrução mas em especial para responder às necessidades quotidianas de três milhões de pessoas, metade das quais perdeu os seus abrigos improvisados em consequência das forte chuvas que caíram nos últimos dias.

Em Janeiro de 2005, a ONU lançara um apelo de 1,41 mil milhões de dólares para responder à tragédia, provocada pelo tsunami em Dezembro de 2004, nos países banhados pelo Oceano Índico.

"Estamos convosco, vamos ajudar-vos a recuperar e a reconstruir [o país]", afirmou Ban Ki-moon, dirigindo-se aos haitianos. Por seu turno, Bill Clinton não só reforçou a declaração de Ban como garantiu aos doadores que todo o processo será transparente: "Podeis ver diariamente [através do site HaitiSpecialEnvoy.org] quem deu e como foi utilizado [o dinheiro]."

Horas antes do apelo de Ban Ki-moon e Bill Clinton, Londres era palco de um leilão e desfile de moda para angariar fundos para o Haiti. Personalidades de vários sectores da vida britânica estiveram presentes no evento.

In DN

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ONG denunciam venda de alimentos destinados às vítimas

por Lusa
Hoje

Oito organizações humanitárias haitianas denunciaram na terça-feira a corrupção no fornecimento da ajuda destinada aos sinistrados, que por vezes é atribuída a troco de dinheiro e num clima de desordem.

"Para ter um cupão que dá direito a uma ração alimentar, as vítimas têm de se deslocar a vários pontos da capital. Por vezes, são obrigadas a comprá-la", acusaram as organizações não governamentais (ONG) num comunicado conjunto em que referem uma distribuição selectiva.

"Responsáveis pela distribuição do material e dos alimentos confiscam-nos para os vender", lê-se no documento.

As organizações haitianas defesa dos direitos humanos criticaram, por outro lado, as condições de vida das vítimas do sismo de 12 de Janeiro nos abrigos, dois meses depois da catástrofe que lançou mais de 1,3 milhões de haitianos nas ruas.

"As pessoas estão amontoadas em abrigos construídos com pedaços de telhas, madeira e cartão. A maioria dos sinistrados não beneficiou de nenhuma tenda", adiantam as organizações haitianas.

De acordo com as Nações Unidas, 218 mil pessoas que vivem em 21 acampamentos na capital haitiana estão particularmente expostas aos perigos de inundações e deslizamentos de terras, associados à estação das chuvas que deve começar em Abril.

In DN

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Violência atrasa combate à cólera

por SUSANA SALVADOR
Hoje


População acusa os capacetes-azuis da ONU de serem os responsáveis pela reintrodução da doença no país.

A cólera espalha-se sem barreiras no Haiti, tendo já causado a morte a 1186 pessoas. Mas o número poderá em breve ser cinco vezes superior, alertou a porta-voz da UNICEF, Marizie Mercado, preocupada com a violência que tem impedido a distribuição de medicamentos e outros materiais essenciais para salvar vidas. Vinte mil pessoas já foram hospitalizadas.

Os protestos começaram na segunda-feira em Cap Haitien, resultando em dois mortos. Três dias depois chegaram à capital, Porto Príncipe. Os alvos são os capacetes-azuis das Nações Unidas, em especial os do Sri Lanka, que muitos haitianos acusam de serem responsáveis pela introdução da cólera no país. Em causa está o vazamento de matéria fecal para um rio que atravessa a região de Artibonite, onde começou a epidemia. Muitos veículos da ONU têm sido atacados.

A doença não era detectada no Haiti há um século. A cólera, que se espalha através do contacto com água contaminada, tem proliferado graças às más condições de higiene dos campos de refugiados, onde ainda vivem milhares de haitianos afectados pelo sismo de Janeiro. Esta epidemia, acreditam as autoridades, teve origem numa única pessoa contaminada, sendo a estirpe igual à existente na Ásia. Os testes efectuados aos capacetes-azuis deram todos negativo.

A preocupação das autoridades de saúde vira-se para a necessidade de impedir a propagação da cólera. "São precisas mais pessoas para tratar os doentes e implementar acções preventivas, especialmente porque o número de casos aumenta dramaticamente em todo o país", disse Stefano Zannini, que lidera a missão dos Médicos Sem Fronteiras no Haiti. "Não há mais tempo para encontros e debates. O tempo para agir é agora", indicou, citado pela CNN. Mas a violência está a complicar a situação no terreno.

"Cada hora em que os esforços do pessoal médico e humanitária são obstruídos significa mais mortes devido à cólera", disse Mirta Roses, directora da Organização de Saúde Pan-Americana (PAHO, na sigla em inglês). "Percebo a frustração de muitos haitianos com a trágica situação que se criou devido à pobreza sistémica, o sismo de Janeiro e agora a epidemia de cólera. Mas o pessoal médico e humanitário é crítico no salvamento de vidas, tal como as equipas de resgate foram após o sismo", acrescentou.

A violência e os protestos estão a obrigar as autoridades e as organizações humanitárias no terreno a adiarem a distribuição de medicamentos, alerta a PAHO. Os membros da organização em Cap Haitien, onde os protestos começaram na segunda-feira, estão impedidos de deixar os alojamentos, mas a sua retirada não está para já a ser planeada. "A situação de violência e insegurança ameaça seriamente limitar o nosso sucesso", concluiu Roses.

Entretanto, a cólera foi detectada na maior prisão da capital. "A situação está a tornar-se muito preocupante na Prisão Nacional de Porto Príncipe", afirmou Riccardo Conti, da Cruz Vermelha. Foram contabilizados 30 novos casos de cólera nos últimos três dias e já morreram sete detidos. E a situação pode piorar, já que o estabelecimento prisional alberga 200 reclusos. "Está superlotado e a cólera pode espalhar-se muito rapidamente", alertou.

A epidemia não impede que o Haiti se prepare para a realização das eleições, no dia 28. Cerca de 4,7 milhões de haitianos escolhem o sucessor do Presidente René Préval, entre 19 candidatos, devendo também eleger 11 senadores e 99 deputados. Alguns dos manifestantes que se envolveram nos confrontos defendem o adiar do escrutínio.

In DN

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Incidentes no Haiti preocupam ONU

Hoje


A ONU e a comunidade internacional manifestaram "grande preocupação após os vários incidentes" que marcaram as eleições presidenciais e legislativas do Haiti, indicaram as Nações Unidas num comunicado. A ONU e a comunidade internacional "exortam" a população e os actores políticos "a permanecerem calmos, recordando que uma eventual deterioração do estado da segurança no país terá consequências dramáticas imediatas sobre o número de vítimas da epidemia da cólera", que já provocou 1721 mortos.

O escrutínio desenrolou-se num clima tenso que conduziu pelo menos 12 dos 18 candidatos a pedir a anulação das eleições, que no entanto foram validadas no domingo à noite na maior parte do país pela comissão eleitoral haitiana.

Assembleias de voto foram saqueadas. A oposição acusou o poder de organizar fraudes em benefício do seu candidato, Judas Célestin. Vários eleitores não puderam votar por não terem encontrado a sua assembleia de voto. Os confrontos ocorridos provocaram dois mortos.

In DN

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Segunda volta das presidenciais no Haiti não se realiza

por Lusa

A segunda volta das eleições presidenciais e legislativas previstas para hoje no Haiti não terá lugar, revelou sábado o Conselho eleitoral provisório (CEP).

"O dia 16 de Janeiro era uma planificação do calendário eleitoral. Na medida em que os resultados definitivos da primeira volta das eleições ainda não foram anunciados, a data não será respeitada", declarou o Director-geral da CEP, Pierre-Louis Opont.

O anúncio no princípio de Dezembro dos resultados preliminares da primeira volta pelo Conselho eleitoral provisório provocou manifestações violentas dos apoiantes de Michel Martelly, que denunciaram fraudes em massa a favor do candidato do poder Judas Célestin, que terminou em segundo.

A primeira volta foi ganha por uma antiga Primeira-dama, Mirlande Manigat, com 31% dos votos. Como o Gabinete de contestação eleitoral nacional (BCEN) ainda não deliberou, "não se pode ir a uma segunda volta", explicou Opont. Um grupo de 12 candidatos à presidência reclamou a anulação das eleições de 28 de Novembro, marcadas, segundo eles, por fraudes a favor do candidato (Judas Célestin) apoiado pelo poder.

Para tentar regressar à calma, o presidente cessante René Préval fez um apelo a uma missão de peritos da Organização dos Estados americanos (OEA) para avaliar o processo eleitoral contestado. A missão acabou de comunicar oficialmente o seu relatório ao governo que ainda não reagiu às conclusões do documento que actualmente é alvo de uma discussão entre a missão e as autoridades haitianas, indicou o chefe da missão de peritos da OEA, Colin Granderson.

In DN

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Ex-ditador Duvalier regressa ao Haiti mas não é preso

por DN.pt

Jean Claude Duvalier regressou ontem ao Haiti após 25 anos no exílio. A promessa antiga de que seria detido não se cumpriu. Às mãos de Duvalier e do seu pai, a quem sucedeu no poder, morreram cerca de 60 mil pessoas.

"Vim para ajudar", disse Duvalier ao aterrar no Haiti, proveniente de Paris. Cerca de mil pessoas estavam à espera do homem que ficou conhecido por Baby Doc e governou o país entre 1971 e 1986, até que uma revolta popular o derrubou. Antes o Haiti fora comandado pelo seu pai, François Duvalier, Papá Doc, de 1957 a 1971, quando morreu.

Duvalier foi avisado em 1997 pelo ex-presidente René Préval de que seria detido se tentasse regressar, lembra o El País. Estava acusado de vários crimes, entre os quais corrupção e violação dos direitos humanos. Mas ontem Baby Doc foi escoltado pela polícia até ao seu hotel de quatro estrelas. Logo no dia em que era suposto realizar-se a segunda volta das eleições presidenciais, que foi adiada devido aos protestos populares pelas fraudes na primeira volta, não reconhecida pela Organização de Estados Americanos.

In DN

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Hillary Clinton reúne-se hoje com René Préval

por Lusa
Hoje

A Secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, desloca-se hoje ao Haiti para se reunir com o Presidente cessante, René Préval, numa altura de profunda crise política nascida na primeira volta das presidenciais de 28 de Novembro.

Segundo um despacho da agência AFP, a secretária de Estado norte-americana parte esta manhã com destino a Port-au-Prince e, para além da reunião com René Préval, deverá também ter encontros com candidatos das presidenciais, cujos resultados só serão divulgados a 02 de Fevereiro.

Nos últimos tempos, Washington tem pressionado a administração de Préval a aceitar uma reanálise dos resultados das presidenciais, desfavoráveis para o seu candidato. Os Estados Unidos da América revogaram os vistos de um número indeterminado de "responsáveis governamentais" haitianos, uma maneira de pressionar para um processo eleitoral "livre, justo e credível" no Haiti.

Segundo fonte oficial, Hillary Clinton manterá consultas com "membros da sociedade civil, actores políticos, o Presidente do Haiti e parceiros internacionais sobre a situação eleitoral e os esforços de reconstrução" do país. A secretária de Estado norte-americana visitará ainda um centro de tratamento de doentes com cólera. Uma epidemia de cólera no Haiti fez mais de 4.000 mortos desde Outubro.

A última vez que Hillary Clinton se deslocou ao Haiti foi em Janeiro de 2010, dias depois do sismo registado no país que causou mais de 230 mil mortos e perto de milhão e meio de desalojados.

In DN

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Vulcão Kilauea lança lava e fumo

por DN.pt
Hoje


O vulcão Kilauea, no Havai, está novamente activo e a lava corre até ao oceano, formado grandes nuvens de fumo. Não vítimas a registar.

Segundo o Observatório de Vulcanogia do Havai, a lava do vulcão continua a correr. Pequenos tremores de terra são sentidos nas localidades adjacentes à cratera.

Este é um dos cinco vulcões que o observatório tem de monotorizar no Havai.

In DN

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Wyclef Jean foi baleado no Haiti

por Lusa
Hoje


O cantor e produtor norte-americano Wyclef Jean foi atingido a tiro no Haiti, país onde nasceu, durante a campanha presidencial do candidato Michel Martelly, segundo a imprensa internacional.

O músico, de 41 anos, antigo membro do grupo The Fugees, encontra-se internado no hospital de Port-au-Prince a receber tratamento num ferimento de bala na mão, mas está em situação estável.

Numa declaração no Twitter, o agente de Wyclef disse que tem falado com o cantor, que se encontra bem.

Estes disparos que atingiram Wyclef Jean numa acção de apoio ao candidato Michel Martelly ocorrem na véspera das eleições presidenciais no Haiti.

In DN

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Primeiro-ministro haitiano demite-se

por DN.PT
Hoje


O primeiro-ministro do Haiti, Garry Conille, enviou ontem uma carta de demissão ao Presidente Michel Martelly."Vejo-me na obrigação de apresentar a demissão", dizia a missiva.

A nomeação de Conille, de 45 anos, foi aprovada pelo Parlamento em outubro, pondo fim a vários meses de crise política em Port-au-Prince. Era o terceiro nome escolhido pelo Presidente, que entrara em funções em maio de 2011, tendo sido o único a ser aprovado.

Contudo, nos últimos dias, o primeiro-ministro estava a ser pressionado pelo Presidente para se afastar, devido a falta de entendimento entre os dois. A carta de demissão foi enviada pouco antes de uma reunião entre ambos.

A comunidade internacional, empresários e principais políticos haitianos tentaram, nos últimos dias, evitar que a demissão do antigo diplomata nas Nações Unidas e ginecologista acontecesse, temendo o agravar da crise política.

Conille e Martelly não se entendem sobre a nacionalidade dos oficiais do Governo, uma investigação aos contratos de 300 milhões de dólares assinados após o terramoto devastador de 2010 e quem controla os ministros.

O Haiti é o país mais pobre do continente americano.

In DN

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Palácio reconstruído dois anos após o sismo no Haiti

por Texto da Agência Lusa, publicado por Patrícia Viegas
Hoje


O Presidente do Haiti, Michel Martelly, lançou na quarta-feira o processo simbólico de reconstrução do palácio presidencial, dois anos e sete meses depois de ter sido destruído pelo sismo de 12 de janeiro de 2010.

Martelly disse que os trabalhos foram iniciados com a demolição do edifício a cargo da organização J/P Haitian Relief, criada depois do sismo pelo ator norte-americano Sean Penn.

O Presidente do Haiti afirmou, numa cerimónia em frente ao local onde estava o palácio presidenciail antes do sismo, que está na altura de o Governo haitiano analisar a reconstrução dos edifícios públicos destruídos pelo terramoto.

A primeira etapa deste processo, indicou, consiste na demolição dos restos do palácio presidencial, que será coordenada pela Presidência a par do Instituto de Salvaguarda do Património Nacional (ISPAN) do Haiti.

A construção do novo palácio presidencial será anti-sísmica e será baseada na antiga estrutura, de acordo com o diretor geral do ISPAN, Robert Jolibois.

A 12 de junho, o Haiti assinou um acordo com Taiwan avaliado em 4,27 milhões de dólares (3,4 milhões de euros) para a reconstrução de outros cinco edifícios públicos.

In DN

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19 mortos e seis desaparecidos provocado pelo 'Isaac'

por Lusa, publicado por Ana Meireles
Hoje


Pelo menos 19 pessoas morreram e seis estão desaparecidas no Haiti após a passagem, no sábado, da tempestade tropical 'Isaac', que continua a avançar no golfo do México, refere um balanço da proteção civil hoje divulgado. Um anterior balanço estabelecido no domingo referia-se a sete mortos.

"Estamos a recolher os números de forma progressiva. Não possuímos meios tecnológicos para uma recolha rápida dos dados e existem regiões que ainda não contactámos devido a problemas de comunicações", referiu à agência noticiosa AFP Alta Jean-Baptiste, diretora da proteção civil haitiana.

A tempestade destruiu 335 casas e provocou prejuízos em mais 2.346. Cerca de 15.000 pessoas foram retiradas, precisou a proteção civil.

A passagem do 'Isaac' pelo Haiti suscitou inquietações acrescidas pelo facto de a reconstrução do país após o violento sismo de 2010, que provocou mais de 250.000 mortos, estar longe de concluída, com 40.000 pessoas ainda instaladas em campos de deslocados.

Após ter começado a flagelar o estado norte-americano da Florida, a tempestade tropical "Isaac" dirige-se agora para o estado de Louisiana, outra zona sensível e ainda marcada pelo furação "Katrina" de 29 de agosto de 2005, o mais mortífero e dispendioso da história dos Estados Unidos.

In DN